Abilio dos Santos Diniz (São Paulo, 28 de dezembro de 1936) é um administrador e empresário brasileiro, presidente do Conselho💴 de Administração da Península Participações, presidente do Conselho de Administração da BRF e membro dos Conselhos de Administração do Grupo💴 Carrefour e do Carrefour Brasil.[2][3]
Foi sócio da Companhia Brasileira de Distribuição, que inclui as bandeiras de Varejo Alimentar, Pão de💴 Açúcar e Extra, de Atacarejo, Assaí e de Eletro, Ponto Frio (Globex).
Também é sócio majoritário das Casas Bahia, através da💴 365 pix controlada Globex S/A.[4]
Abilio é o primeiro dos seis filhos de Floripes Pires e do imigrante Valentim Diniz.
Valentim nasceu em💴 1913 no interior de Portugal, e imigrou ao Brasil em 25 de Novembro de 1929.[5][6]
Diniz estudou no colégio Anglo Latino,💴 fez segundo grau no Colégio Mackenzie e se formou em 1956 pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio💴 Vargas.[7]
Concluída a graduação, Diniz abriu mão de uma pós-graduação na Universidade de Michigan ao aceitar a proposta de seu pai💴 para abrir um supermercado.
Em abril de 1959, pai e filho inauguraram o Supermercado Pão de Açúcar, a primeira unidade do💴 que viria a se tornar a maior rede varejista da América Latina, o Grupo Pão de Açúcar.[7][8][9]
Em 1965, Diniz foi💴 para os Estados Unidos estudar Marketing pela Universidade de Ohio e Economia pela Universidade Columbia, em Nova York.[8]
Em 11 de💴 dezembro de 1989, Diniz foi sequestrado no Jardim Europa, em São Paulo.
Durante seis dias ficou em um cativeiro no bairro💴 do Jabaquara (zona sul de SP).
Na época, dez sequestradores, de vários países sul-americanos, foram presos.[6][10]
Em 2003, Abilio foi entrevistado pelo💴 Museu da Pessoa, e 365 pix história foi publicada com o título "O que motiva é você ser realmente reconhecido pelo💴 trabalho que faz".[11]
Desde a década de 60 até junho de 2012, Diniz esteve à frente do maior grupo varejista da💴 América Latina, o Grupo Pão de Açúcar, e se tornou um dos maiores empresários do país.[7]
Em 2006, Diniz fundou a💴 Península Participações, empresa de investimentos criada para gerir os ativos da família Diniz por meio de investimentos privados e líquidos,💴 além de perpetuar 365 pix cultura empreendedora.
Desde então, é o presidente do Conselho de Administração da empresa.
A Península Participações, por meio💴 de seu braço social, o Instituto Península, também atua com projetos em educação e esporte.[12]
Em 2010, Diniz idealizou um curso💴 de especialização na FGV-SP intitulado Liderança 360°.
Voltado para alunos entre 25 e 40 anos, das mais variadas áreas de atuação,💴 o curso tem como objetivo incentivar a formação de novas lideranças.[13]
Em abril de 2013, Diniz assumiu a presidência do Conselho💴 de Administração da BRF, incursionando pela primeira vez no segmento industrial.
A Península Participações possui participação acionária na empresa.[14]
Ao fim de💴 2014, assumiu um assento no Conselho de Administração do Carrefour (Brasil).
Já em maio de 2016, Diniz foi nomeado membro do💴 Conselho de Administração do Grupo Carrefour, com sede na França.
Antes disso, Diniz ocupou por meses a posição de Observador, com💴 papel consultivo.
A Península Participações também possui participações no Grupo Carrefour e Carrefour Brasil.[15]
Durante a pandemia de COVID-19 no Brasil praticou💴 doações de cinquenta milhões de reais de empresas do grupo da família para combate à doença.
Em nota, o empresário afirmou💴 que decidiu divulgar o valor para incentivar a participação de outras empresas.[16]
Abilio começou a trabalhar aos 12 anos auxiliando seu💴 pai na Doceria Pão de Açúcar, inaugurada em setembro de 1948.[17]
Em abril de 1959, no mesmo ano em que se💴 formou em Administração de Empresas na FGV, optou por não seguir a carreira acadêmica para liderar junto ao seu pai💴 o projeto de criação da primeira loja do supermercado Pão de Açúcar, localizada na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, em São💴 Paulo.[7][9]
Em 1960, com a operação da primeira loja estabelecida, Diniz viajou durante quatro meses pela Europa e pelos Estados Unidos💴 para observar o funcionamento do setor de varejo no exterior.
Por meio das visitas nas redes de supermercados pelo mundo, Diniz💴 buscou aprender tudo o que podia sobre a concorrência.[8][18]
Em 1963, após quatro anos da abertura da primeira loja, a segunda💴 unidade do Pão de Açúcar foi inaugurada na rua Maria Antônia, no centro de São Paulo.
[19] Um ano depois, o💴 Pão de Açúcar adquiriu os supermercados Quiko e Tip Top.[8]
Em 1967 Diniz embarcou a Paris com seu amigo e à💴 época professor do curso de administração da FGV de São Paulo Luiz Carlos Bresser-Pereira, que trabalhava no Pão de Açúcar,💴 para conhecer Marcel Fournier, cofundador do Carrefour.
O empresário levou-os para conhecer uma loja, onde detalhou o passo a passo da💴 operação.[19][20]
Em 1968, Diniz foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Supermercados.[9][21]
Inspirado no modelo de hipermercados Carrefour, Diniz inaugurou em💴 1971 em Santo André a bandeira Jumbo, o primeiro hipermercado do Brasil.[18]
Em 1976, adquiriu a rede Eletroradiobraz, segunda maior rede💴 de supermercados e hipermercados do Brasil na época, com oito supermercados, 26 hipermercados, 16 magazines e um depósito.[8][18]
Durante as décadas💴 de 60 e 70, o Pão de Açúcar apresentou um grande crescimento com Diniz à frente do negócio.
O Pão de💴 Açúcar foi a primeira rede de supermercados a instalar uma loja em shopping center (o Iguatemi, em São Paulo), a💴 ter uma farmácia, a funcionar 24 horas e a montar um centro de processamento de dados.[8]
Em 1979, após os decorrentes💴 desentendimentos familiares, afastou-se dos negócios.
Nessa época, convidado pelo ministro do Planejamento, Mario Henrique Simonsen, passou fazer parte do Conselho Monetário💴 Nacional.
[19] Lá, atuou principalmente coordenando a produção de boletins econômicos.
[20] No período de dez anos em que Diniz passou na💴 ponte aérea São Paulo-Brasília, a empresa foi conduzida por seu pai, irmãos e outros profissionais.[8][18]
A 26 de novembro de 1987,💴 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D.
Henrique, de Portugal.[22]
Ao fim da década de 1980, ao💴 perceber que os negócios não iam bem, Valentim pediu a Abilio para que assumisse a direção com plenos poderes.
Em meados💴 de 1989, Abilio voltou à companhia e passou a ocupar a presidência executiva, enquanto seu Valentim integrava o Conselho de💴 Administração do Grupo.[8]
Diniz desenvolveu um projeto de recuperação emergencial, mas não chegou a executar, pois, em março de 1990, o💴 governo Collor implementou um plano de medidas financeiras no país que gerou uma falta de caixa na empresa, e o💴 Pão de Açúcar ficou à beira da falência.[6][8][18][23]
Para recuperar a companhia, Diniz pôs em prática o lema "corte, concentre e💴 simplifique".
Executou um plano de corte drástico que não poupou nem os cargos de primeiro escalão.
Também vendeu o prédio construído pelos💴 seus irmãos na Berrini, bairro comercial de São Paulo, que foi sede do GPA de 1986 a 1992.
O número de💴 lojas, que chegara a 626 em 1985, foi reduzido para 262, em 1992.
Desta forma, Diniz conseguiu contornar a crise e💴 levar o grupo a um novo período de expansão.[6][8][18]
A partir de 1992, conflitos familiares começaram a interferir no futuro da💴 companhia.[8].
O Grupo Pão de Açúcar se estabilizou societariamente com um acordo fechado em novembro de 1993.
Diniz ficou com o controle💴 majoritário do grupo, os pais passaram a uma participação minoritária (36,5% das ações), 365 pix irmã Lucília preservou 12% das ações.
Os💴 outros irmãos venderam suas participações no grupo.[6]
Já em 1995, abriu o capital do Grupo Pão de Açúcar e, em 1997,💴 passou a negociar suas ações na Bolsa de Nova York.
Foi a primeira empresa de controle 100% nacional a realizar uma💴 emissão global de ações (no Brasil, Estados Unidos e Europa).
[24] Em 1999, o grupo francês Casino assume 24% do capital💴 votante do grupo.
Em 2000, o empresário iniciou um novo processo de reengenharia da Companhia Brasileira de Distribuição e assumiu a💴 liderança no ranking das maiores redes de varejo do país.
O próximo passo foi buscar um parceiro estratégico no exterior.
Nesse processo,💴 foi escolhido o grupo francês Casino, presidido por Jean-Charles Naouri, que entrou, em 1999, como sócio minoritário, adquirindo 24,5% do💴 Grupo Pão de Açúcar (GPA) por 854 milhões de dólares.
[8][18] Dois anos depois, o grupo francês ampliou 365 pix participação no💴 negócio, investindo dois bilhões de reais, e em junho de 2012, assumiu o controle total do GPA.[25][26][27]
Ao fim de 2002,💴 Diniz e seus filhos decidiram profissionalizar a companhia.
Dessa forma, deixou a presidência executiva do GPA e passou a ser presidente💴 do Conselho Administrativo do Grupo.[28]
Em 2003, Diniz tornou-se também um membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social: um grupo💴 formado por representantes da sociedade civil, dos mais diversos segmentos, que assessoram diretamente o Presidente em todas as áreas de💴 atuação do Poder Executivo.[29][30]
Nesse mesmo período, em 2009, o Grupo Pão de Açúcar comprou a rede Ponto Frio, e também💴 51% da rede Casas Bahia formando posteriormente a Via Varejo e tornando-se líder no varejo do país.[7][31]
Em abril de 2013,💴 a convite da gestora de investimentos Tarpon, assumiu a presidência do Conselho de Administração da BRF, incursionando pela primeira vez💴 no segmento industrial.[32][33]
Atuando como sócio minoritário da BRF por meio da Península Participações, empresa de investimentos da família, 365 pix atuação💴 na companhia iniciou-se por uma ampla reestruturação.
O lucro da companhia teve um crescimento de R$ 700 milhões em 2012 para💴 R$ 2,2 bilhões em 2014.
Na mesma época, o valor de mercado foi de R$ 37 bilhões para R$ 55 bilhões.[34]
Em💴 setembro de 2013, insatisfeito com a nova gestão do Grupo Pão de Açúcar pelo francês Casino, Abilio firmou acordo com💴 o sócio Jean-Charles Naouri, para deixar a companhia.
Nesse ato, Diniz preferiu transformar suas ações ordinárias em preferenciais, sem direito a💴 voto, e renunciou ao cargo de Presidente do Conselho do GPA, que passou a ser exercido por Naouri.
Em contrapartida, foi💴 liberado da cláusula de não concorrência, que antes o impedia de atuar no varejo.[25][35][36]
Ao sair do GPA, Diniz passou a💴 dedicar mais tempo à Península Participações e às empresas investidas, como BRF e Carrefour.
Em 2014, a Península Participações já geria💴 um patrimônio de mais de 10 bilhões de reais e contava com mais de cem profissionais.[37][38][39][40]
No fim de 2014, Abilio💴 adquiriu, por meio da Península Participações, 10% das ações do Carrefour Brasil e assumiu um assento no Conselho de Administração💴 da empresa.[15][41]
Já em junho de 2015, a Península Participações ampliou a 365 pix participação no Carrefour Brasil de 10% para 12%.
Em💴 meio a essa ampliação, o fundo soberano de Cingapura (Government of Singapore Investment - GIC) entrou como investidor indireto.[42]
No mesmo💴 ano, 2015, a Península Participações aumentou de 2,4% para 5,07% 365 pix participação no Carrefour global.[43]
Em março de 2016, a empresa💴 tornou-se o terceiro maior acionista global da rede Carrefour, aumentando 365 pix participação na companhia de 5,07% para 8,05%.
Em maio de💴 2016, Diniz foi nomeado membro do Conselho de Administração do Grupo, com 90% de votos lançados na reunião anual de💴 acionistas.
Desde janeiro de 2016, Abilio ocupava a posição de Observador, com papel consultivo.[30][44][45]
Diniz começou a praticar esportes regularmente aos 11💴 anos para defesa pessoal, pois seus colegas consideravam-no baixinho, gordinho e impopular.
Aos poucos foi tomando cada vez mais gosto por💴 atividades físicas.[7][46]
Durante a infância e adolescência, aprendeu judô, boxe e capoeira.
Fez também musculação e levantamento de peso.
Além dessas modalidades esportivas,💴 também jogava futebol na rua onde ficava a doceria do pai.
Já adulto, Diniz havia adotado a prática esportiva como fonte💴 de qualidade de vida.[7][47]
Torcedor fanático do São Paulo Futebol Clube, possui um blog no portal UOL no qual comenta sobre💴 esportes com ênfase em futebol, especialmente seu time do coração.[7]
Em 15 de março de 2022, a CNN Brasil anunciou a💴 contratação de Abilio para comandar o programa de entrevistas Olhares Brasileiros, do segmento CNN Brasil Soft a partir de maio.
Como💴 um escritor [ editar | editar código-fonte ]
Livro "Caminhos e Escolhas" [ editar | editar código-fonte ]
Em 2004, Abilio lançou💴 o livro Caminhos e Escolhas – O caminho para uma vida mais feliz.
A obra narra os momentos decisivos de sua💴 vida e como estes momentos o transformaram.[48]
O livro aborda seis pilares que Abilio julga essenciais para uma vida feliz: atividade💴 física, alimentação, controle do estresse, autoconhecimento, amor e espiritualidade e fé.[48][49]
Livro "Novos Caminhos, Novas Escolhas" [ editar | editar código-fonte💴 ]
Em outubro de 2016, lançou seu segundo livro "Novos Caminhos, Novas Escolhas" pela Editora Objetiva (Grupo Companhia das Letras), que💴 conta suas principais reinvenções da vida pessoal e profissional nos últimos 12 anos.
Como em seu best-seller anterior que vendeu 220💴 mil cópias, Diniz defende um estilo de vida saudável, mas dessa vez aposta ainda mais na longevidade com qualidade, sempre💴 procurando equilíbrio.
A narração teve apoio do jornalista Sergio Malbergier.[50][51]
Em 365 pix primeira semana de vendas, "Novos Caminhos, Novas Escolhas" estreou nas💴 listas de mais vendidos da revista Veja e do jornal Folha de S.
Paulo, ambos na categoria "não ficção".[52][53]
Em março de💴 2017 foi lançada a versão em francês do livro, na embaixada.
A obra também ganhou uma versão em inglês comercializada no💴 mercado americano.
Livro "Abilio - Determinado, Ambicioso, Polêmico" [ editar | editar código-fonte ]
Em 2015, a jornalista Cristiane Correa escreveu o💴 livro "Abilio - Determinado, Ambicioso, Polêmico", publicado pela editora Sextante, no qual narra com detalhes a trajetória do empresário desde💴 quando ainda era um garoto impopular até se tornar um dos maiores empresários do Brasil.[47]
O livro, que foi um dos💴 finalistas do Prêmio Jabuti 2016 na categoria Biografia, aborda também os bastidores da saída de Abilio Diniz do Grupo Pão💴 de Açúcar e o início da nova etapa empresarial.[47][54]
Abilio é casado e tem seis filhos.
Quatro dos seus herdeiros são do💴 primeiro casamento, em 1960, com Maria Auriluce Falleiros: Ana Maria, João Paulo, Adriana e Pedro Paulo.
Do segundo casamento com a💴 economista Geyze Marchesi, nasceram Rafaela e Miguel.[7]
Em 2009, foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do💴 ano.[55]
Foi eleito pela revista Forbes em 2016 o 14º brasileiro mais rico e a 477ª pessoa mais rica do mundo.[56][57]
Suposto💴 pagamento do GPA a Antonio Palocci [ editar | editar código-fonte ]
Documentos obtidos pela imprensa, em abril de 2015, indicavam💴 que o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci recebeu pagamentos de trinta empresas por serviços de consultoria em 2010, ano💴 em que Palocci coordenava a campanha presidencial de Dilma Rousseff.
[58][59] Dentre estas companhias estava o Grupo Pão de Açúcar.
Após a💴 descoberta dos contratos, rascunhos, notas, e-mails e outros documentos internos pela revista Época, que tinham por objetivo justificar os pagamentos💴 para Palocci, o GPA decidiu instaurar um time de auditoria para investigar o dinheiro dado a Palocci numa tentativa de💴 fazer as coisas corretamente.[60]
Dois meses depois, o comitê de auditoria não encontrou evidências que Palocci tenha ajudado o grupo de💴 alguma forma, e o Ministério Público Federal (MPF) arquivou o caso.[61]
Notas e referências [ editar | editar código-fonte ]