A candidatura da cidade do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016 foi 🫰 oficializada em 7 de setembro de 2007 com o envio de cartas de intenção ao Comitê Olímpico Internacional,[1] após escolha 🫰 interna que levou em conta a existência de instalações esportivas de alto nível na cidade, em virtude da realização dos 🫰 Jogos Pan-americanos de 2007.
[2] Além do Rio, seis cidades de três continentes se candidataram.
O projeto previa a realização dos Jogos 🫰 em quatro regiões da cidade, interligadas por redes de transporte público e autoestradas.
O forte apoio político e popular e a 🫰 garantia de que haveria recursos para a realização das obras foram pontos fortes do projeto.
[3] Em junho de 2008 o 🫰 Rio de Janeiro foi anunciado oficialmente como cidade candidata a sede dos Jogos, ao lado de Chicago, Tóquio e Madrid.
[4] 🫰 Foi a primeira vez que passou da primeira fase do processo do COI, após duas eliminações.[5]
A fase da candidatura contou 🫰 com um relatório mais detalhado e a visita da Comissão Avaliadora à cidade, ocorrida em abril de 2009.
[6] O Comitê 🫰 de Candidatura também viajou pelo mundo divulgando o projeto, recebendo elogios e apoio.
[7] Apesar disso, polêmicas envolvendo acusações de espionagem[8] 🫰 e difamação[9] atribularam o processo, que foi considerado bastante disputado.
A sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 foi conhecida 🫰 em 2 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca, após votação realizada pelos membros do Comitê Olímpico Internacional.
O Rio de Janeiro 🫰 derrotou por 66 votos a 32 a cidade de Madrid e ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos e 🫰 Paralímpicos de 2016.
[10] Foi a primeira cidade da América do Sul a receber uma edição olímpica, além do Brasil ter 🫰 sido o quarto país a sediar Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos em um espaço de dois anos, 🫰 depois de México, Alemanha e Estados Unidos.[11]
O processo do Comitê Olímpico Brasileiro para escolha da cidade que seria postulante aos 🫰 Jogos Olímpicos de Verão de 2016 iniciou-se em 28 de julho de 2006, motivado pelo fato de vários países já 🫰 estarem anunciando candidaturas.
A análise do Conselho Executivo do COB decidiu que o Rio de Janeiro era a cidade brasileira mais 🫰 preparada para receber o evento, devido à realização dos Jogos Pan-americanos de 2007 e a existência de diversas instalações esportivas 🫰 de nível olímpico.
[2] Após a decisão, o COB contratou a empresa de consultoria internacional Event Knowledge Services para emitir uma 🫰 análise técnica das condições da cidade para receber o evento.
A empresa apoiou a decisão, mas apontou problemas nas áreas de 🫰 infra-estrutura, transportes e segurança.[5]
Com o relatório da EKS em mãos, o Conselho Executivo voltou a se reunir e ratificou a 🫰 escolha, encaminhando a decisão para a Assembleia Geral do COB.
[2] Em 1 de setembro de 2006, a Assembleia Geral aprovou, 🫰 por aclamação, a escolha do Rio de Janeiro como cidade postulante aos Jogos de 2016.
Esta foi a terceira vez que 🫰 a cidade postulou o direito de ser sede de uma edição dos Jogos Olímpicos.
Nos processos para 2004 e 2012, foi 🫰 eliminada na primeira fase, não chegando a ser candidata oficial.[5]
Em 2007, no dia seguinte ao fim dos Jogos Pan-americanos, o 🫰 presidente do COB Carlos Arthur Nuzman confirmou que o Rio seria candidato,[12] o que foi oficializado em 7 de setembro, 🫰 com o envio de cartas de intenção ao Comitê Olímpico Internacional.
[1] Em 17 de dezembro, durante o Prêmio Brasil Olímpico, 🫰 foi apresentado o logotipo da candidatura.
A imagem trazia o Pão de Açúcar em forma de coração, em cores que remetem 🫰 à alegria do povo brasileiro.[13]
O Rio de Janeiro foi anunciado oficialmente como cidade postulante a sede dos Jogos Olímpicos de 🫰 Verão de 2016 em 14 de setembro de 2007, junto a outras seis cidades: Baku (Azerbaijão), Chicago (Estados Unidos), Doha 🫰 (Qatar), Madrid (Espanha), Praga (República Checa) e Tóquio (Japão).
[14] As candidatas tinham até 14 de janeiro de 2008 para responderem 🫰 ao questionário do Comitê Olímpico Internacional.
A partir das respostas, seriam definidas as cidades candidatas oficiais.
[15] O relatório da postulação do 🫰 Rio de Janeiro com as respostas foi entregue ao COI em 11 de janeiro.
[16] Com quase cem páginas, foi composto 🫰 por nove capítulos, segundo determinação do COI: Motivação, conceito e legado; Apoio político; Finanças; Locais de competição; Acomodações; Transporte; Segurança; 🫰 Condições gerais, opinião pública e experiência; Apêndice (mapas e tabelas).[3]
Motivação, conceito e legado [ editar | editar código-fonte ]
O primeiro 🫰 item do relatório tratou das datas propostas para realização dos Jogos: 5 a 21 de agosto para os Jogos Olímpicos 🫰 e 7 a 18 de setembro para os Jogos Paralímpicos.
O período foi escolhido em virtude das condições climáticas favoráveis, da 🫰 harmonia com o calendário internacional das federações esportivas e do dia da Independência do Brasil, feriado nacional que coincidiria com 🫰 a abertura dos Jogos Paralímpicos.
Os governos federal, estadual e municipal ainda se comprometeram a mudar o calendário de escolas e 🫰 universidades para que o período dos Jogos coincidisse com as férias, de modo a reduzir a demanda por transporte público, 🫰 permitir que jovens cariocas fossem voluntários e possibilitar a utilização de instalações esportivas em estabelecimentos de ensino.[3]
O relatório apontou alguns 🫰 fatores como benefícios da realização dos Jogos no Rio de Janeiro: desenvolvimento social, abertura de novos territórios para o Movimento 🫰 Olímpico (já que os Jogos nunca ocorreram na América do Sul), promoção do Brasil, criação de núcleos esportivos e fortalecimento 🫰 da marca do Comitê Olímpico Internacional.
Os principais legados seriam o planejamento urbano e social de longo prazo, o crescimento do 🫰 interesse pelo país e o desenvolvimento do esporte na região.[3]
O conceito do projeto Rio 2016 era envolver toda a cidade 🫰 na realização dos Jogos, com a divisão dos eventos em quatro regiões: Barra, Copacabana, Maracanã e Deodoro.
As instalações foram escolhidas 🫰 pensando no tempo de deslocamento, no legado social, na divulgação da cidade para o mundo e nas melhorias ambientais e 🫰 sociais na parte norte da cidade, entre outros fatores.[3]
O relatório destacou o total apoio dado pelos três níveis de governo 🫰 (federal, estadual e municipal) através da assinatura de cartas com garantias superiores às exigidas pelo COI.
[17] O segundo capítulo do 🫰 documento ainda detalhou a estrutura do Comitê de Candidatura e apresentou os aspectos legais dos Jogos, enfatizando que não haveria 🫰 obstáculos legais à realização dos eventos e que o Brasil possuía legislação antidoping em consonância com a Agência Mundial Antidoping 🫰 e diversas leis que regulavam a prática esportiva no país.[3]
O custo do projeto Rio 2016 foi calculado em 42 milhões 🫰 de dólares, sendo sete milhões para a fase de postulação e 35 para a fase de candidatura.
O dinheiro viria das 🫰 três esferas de governo, do Comitê Olímpico Brasileiro e de patrocinadores.
Em relação ao financiamento dos Jogos, parcerias público-privadas seriam usadas 🫰 na construção da Vila Olímpica e dos centros de imprensa.
A Copa do Mundo FIFA de 2014 e o Programa de 🫰 Aceleração do Crescimento do Governo Federal também foram citados como fatores que gerariam desenvolvimento para a cidade.[3]
O relatório estimou que 🫰 o custo da realização dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro (excluindo gastos públicos) seria de 🫰 750 milhões de dólares, sendo 290 gerados com a venda de ingressos e o restante advindo do setor privado.
Receitas adicionais 🫰 deveriam provir da Lei Agnelo/Piva, da circulação de moedas especiais e do Plano Conjunto de Marketing, parceria do Comitê Organizador 🫰 e do Comitê Olímpico Internacional.[3]
Locais de competição [ editar | editar código-fonte ]
As quatro regiões do projeto
Das instalações previstas no 🫰 projeto, o relatório informava que dezenove (56%) já estariam prontas, sete (20%) seriam construídas independente da realização dos Jogos Olímpicos 🫰 e oito (24%) teriam 4 casas existência (temporária ou definitiva) dependente dos Jogos.
As 34 instalações estariam distribuídas em quatro regiões:[3]
A Vila 🫰 Olímpica seria construída na Barra da Tijuca, a menos de dez minutos de metade das instalações.
Com capacidade para 17.
500 moradores, 🫰 teria o conforto e a acessibilidade necessários aos atletas olímpicos e paralímpicos.
Após os Jogos, transformaria-se em complexo residencial, como é 🫰 comum a este tipo de instalação.
Os centros de imprensa, construídos junto ao Parque Olímpico, teriam noventa e 45 mil metros 🫰 quadrados e, após os Jogos, supririam a demanda por escritórios e instalações deste tipo na região.[3]
As partidas preliminares do futebol 🫰 masculino e feminino não seriam realizadas no Rio de Janeiro, mas em outras quatro cidades, aproveitando a infraestrutura criada para 🫰 a Copa do Mundo FIFA de 2014: Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.[18]
O Plano de Acomodação dos Jogos do 🫰 Rio previa a oferta de 49.
570 leitos com as especificações do COI, indo desde instalações simples a hotéis cinco estrelas 🫰 e navios de cruzeiro.
O Plano destacava a criação de duas áreas principais de acomodação na Barra e em Copacabana e 🫰 a utilização de apartamentos particulares, que seriam alugados por temporada.
Segundo o relatório, 3.
600 leitos seriam disponibilizados nas regiões de Deodoro 🫰 e Maracanã, e oferecidos incentivos à construção de novos hotéis.
Para a imprensa, seriam construídas duas vilas na região da Barra, 🫰 disponibilizando 9.196 quartos.
Para as preliminares do futebol, disputadas fora da cidade do Rio de Janeiro, hotéis seriam oferecidos a atletas 🫰 e jornalistas.[3]
O sistema de veículos leves sobre pneus proposto para o Rio de Janeiro se baseia no bem sucedido sistema 🫰 de Curitiba.
O projeto Rio 2016 para os transportes foi baseado nos seguintes objetivos fundamentais: segurança na movimentação de membros das 🫰 delegações, confiabilidade e conforto, eficiência, flexibilidade para suportar alterações na demanda, acessibilidade, sustentabilidade e melhorias na infra-estrutura.
Para isso, os seguintes 🫰 sistemas seriam utilizados:[19]
O Corredor Norte ligaria as regiões de Deodoro e Maracanã através de um sistema de metrô que também 🫰 atenderia a região de Copacabana.
Esse sistema estaria ligado à região da Barra através de veículos leves sobre pneus (VLPs) e 🫰 do Corredor T5.
ligaria as regiões de Deodoro e Maracanã através de um sistema de metrô que também atenderia a região 🫰 de Copacabana.
Esse sistema estaria ligado à região da Barra através de veículos leves sobre pneus (VLPs) e do Corredor T5.
O 🫰 Corredor Sul ligaria as regiões da Barra e Copacabana através de VLPs e estaria integrado à rede de metrô.
ligaria as 🫰 regiões da Barra e Copacabana através de VLPs e estaria integrado à rede de metrô.
O Corredor Oeste uniria as regiões 🫰 de Deodoro e Barra com VLPs e a autoestrada Linha C.
uniria as regiões de Deodoro e Barra com VLPs e 🫰 a autoestrada Linha C.
No interior da região da Barra, um sistema de ônibus iria integrar o Parque Olímpico e o 🫰 Riocentro.
Em relação a transporte aéreo, o Rio de Janeiro é servido por dois aeroportos: o Galeão está conectado a 26 🫰 destinos internacionais[20] e fica a 34 km da Vila Olímpica e a 20 km do centro da cidade, sendo ligado 🫰 a ele por duas autoestradas, a Linha Vermelha e a Linha Amarela; e o Santos Dumont, doméstico, fica a 37 🫰 km da Vila Olímpica e foi reformado para os Jogos Pan-americanos de 2007.[3]
Os principais desafios apontados pelo relatório em relação 🫰 ao trânsito foram a topografia do Rio de Janeiro, a falta de coordenação entre os sistemas de transporte público e 🫰 a "cultura" de usar veículos particulares, sobrecarregando as vias.
Como soluções, o relatório apontava o uso de transporte público pelos espectadores, 🫰 a preferência para veículos a serviço de delegações e da organização e redução do número de veículos, com restrição à 🫰 circulação dos pesados, restrição de vagas de estacionamento próximo a locais de competição e a mudança do calendário escolar, entre 🫰 outras ações.
O projeto também previa ações com o objetivo de diminuir o tempo de deslocamento entre a Vila Olímpica e 🫰 os locais de competição.[3]
O Governo Federal seria a entidade responsável pela segurança nos Jogos do Rio, através do Gabinete de 🫰 Gestão Integrada da Secretaria Nacional de Segurança Pública, que trataria das relações intra e interagências.
Muito do legado dos Jogos Pan-americanos 🫰 de 2007 seria usado nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, como câmeras no trânsito, avanços na área de combate ao terrorismo, 🫰 reforços dos esquadrões antibombas e engajamento da população.[3]
Entre as melhorias propostas para 2016 estavam a modernização dos órgãos e dos 🫰 equipamentos, a expansão do programa de engajamento da população, reforço na capacidade do Brasil de lidar com o terrorismo e 🫰 uma força de segurança integrada com quarenta mil membros altamente treinados, incluindo oficiais de elite.[3]
Condições gerais, opinião pública e experiência 🫰 [ editar | editar código-fonte ]
Cartaz promove a candidatura carioca próximo ao Morro Dois Irmãos, no Leblon.
A última seção expositiva 🫰 do relatório iniciou-se com aspectos da população carioca e brasileira.
A população jovem do Brasil em 2016 é estimada em 32% 🫰 (65 milhões de pessoas), proporcionando um grande público-alvo para o Movimento Olímpico.[3]
Em seguida, o relatório tratou do meio ambiente.
Com um 🫰 clima tropical e cercado por florestas e montanhas, o Rio de Janeiro foi sede da ECO-92, marco nos debates sobre 🫰 o meio ambiente.
Vários projetos ambientais são feitos na cidade, como a despoluição da Baía de Guanabara, o reflorestamento de áreas 🫰 urbanas e a troca da frota de transporte público para veículos com baixa emissão de poluentes.
O impacto ambiental da realização 🫰 dos Jogos poderia ser diminuído com o uso eficiente da energia e outras medidas compensatórias.[3]
As condições climáticas da cidade no 🫰 período dos Jogos foram consideradas excelentes pelo relatório.
Com temperatura média de 24,2 °C e umidade relativa do ar em torno 🫰 dos 66%, haveria pouca precipitação (cerca de 4,6mm).
As competições ao ar livre, como a maratona, o triatlo e a vela, 🫰 não seriam prejudicadas pelos fatores climáticos.
A qualidade do ar também era apontada como satisfatória.[3]
O tópico seguinte do relatório trouxe a 🫰 opinião pública sobre os Jogos.
Segundo o documento, 78% dos moradores do estado apoiavam a realização dos Jogos na capital, enquanto 🫰 46% dos jovens entre dezesseis e 24 anos manifestaram o desejo de ser um dos voluntários.
A Câmara de Vereadores e 🫰 a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro também manifestaram total apoio à realização do evento.[3]
O relatório foi encerrado com uma 🫰 listagem dos eventos sediados no Rio de Janeiro, como mostra da experiência da cidade em realizar eventos esportivos.
Os Jogos Pan-americanos 🫰 de 2007 e os Jogos Sul-Americanos de 2002 apareceram com destaque.
Alguns dos outros eventos listados foram o Campeonato Mundial de 🫰 Judô de 2007, o Campeonato Mundial de Futsal de 2008, os Jogos Mundiais Militares de 2011 e a Copa do 🫰 Mundo FIFA de 2014.[3]
Primeira avaliação do Comitê Olímpico Internacional [ editar | editar código-fonte ]
Critério de avaliação [ 4 ] 🫰 Peso Notas Mínima Máxima Apoio governamental 2 7,3 8,8 Infra-estrutura 5 5,3 7,2 Instalações esportivas 4 5,8 7,4 Vila olímpica 🫰 3 6,0 7,7 Acomodações e rede hoteleira 5 5,5 6,4 Impacto ambiental 2 5,6 7,6 Transporte 3 5,5 7,5 Segurança 🫰 3 4,6 7,0 Experiência em eventos esportivos 2 6,6 7,9 Economia 3 6,0 7,7 Visão geral e legados 3 5,5 🫰 8,0
O relatório com a avaliação do Grupo de Trabalho, designado para analisar os relatórios das sete cidades postulantes, foi divulgado 🫰 em março de 2008 e serviu de base para a escolha do Comitê Executivo do COI, em junho.
O Grupo de 🫰 Trabalho estabeleceu pesos para os onze critérios avaliativos, levando em conta a quantidade de informações solicitadas às cidades postulantes e 🫰 a capacidade delas de atingir as metas no período de tempo determinado.
Critérios matemáticos foram usados para definir a nota de 🫰 cada cidade em cada item de avaliação.[21]
A avaliação do Grupo de Trabalho em relação ao Rio de Janeiro apontou como 🫰 pontos favoráveis o legado social que os Jogos proporcionariam e o forte apoio popular e governamental.
[4] Fatores ambientais, como água 🫰 potável e tratamento de lixo, despertaram a preocupação dos avaliadores.
[22] O relatório, apesar de apontar que o Rio teria capacidade 🫰 de sediar um evento com segurança, afirma que a cidade deveria investir mais neste quesito.[23]
O Rio de Janeiro teve a 🫰 pior nota entre as cidades escolhidas para a segunda fase (6,4).
As outras candidatas que avançaram foram Chicago (com nota 7,0), 🫰 Madri (nota 8,1) e Tóquio (nota 8,3).
[4] Doha, que teve uma nota geral maior que a do Rio de Janeiro 🫰 (6,9), ficou de fora por propôr a realização dos Jogos em um período muito além da faixa estabelecida pelo COI 🫰 (outubro, enquanto as outras propuseram realizar os Jogos entre julho e agosto) e por estar numa região mais propensa a 🫰 ataques terroristas.[24]
A fase de candidatura [ editar | editar código-fonte ]
A roda-gigante no Forte de Copacabana serviu como apoio na 🫰 divulgação da candidatura.
Logo após o anúncio do Comitê Olímpico Internacional, o Conselho Executivo da Candidatura Rio 2016 reuniu-se para traçar 🫰 as diretrizes e os procedimentos a serem tomados na nova fase que se iniciava.
Entre eles, a constituição de um Comitê 🫰 de Candidatura e a elaboração de um novo relatório, com respostas mais detalhadas ao questionário do COI.
[25] As empresas de 🫰 consultoria McKinsey & Company e Spencer & Stuart auxiliaram na criação do comitê.[26]
De acordo com o cronograma oficial, as cidades 🫰 participariam do Programa de Observação do COI durante os Jogos Olímpicos de Verão de 2008, em Pequim.
[14] A candidatura Rio 🫰 2016 aproveitou a oportunidade para fazer campanha, tendo como principal cabo eleitoral o presidente Lula.
[27] Também com o objetivo de 🫰 promover o Rio 2016, o Forte de Copacabana recebeu uma roda-gigante em cujo miolo, com 36 m de diâmetro, eram 🫰 apresentadas imagens de apoio.
[28] Dias antes de ser entregue o relatório final, todas as Federações Esportivas Internacionais anunciaram que as 🫰 instalações propostas para os Jogos do Rio haviam sido aprovadas.[29]
O relatório da candidatura Rio 2016 foi enviado para Lausanne, sede 🫰 do Comitê Olímpico Internacional, em 5 de fevereiro de 2009.
O documento tem três volumes nos quais são respondidas mais de 🫰 trezentas questões técnicas, além de cerca de cem cartas de garantia.
[30] A entrega oficial ocorreu no dia 11, na presença 🫰 de Jacqueline Barret, chefe do Departamento de Candidaturas do COI.
[31] A versão completa do relatório foi disponibilizada no site oficial 🫰 da candidatura.[32]
O processo entrou numa nova fase com a visita da Comissão Avaliadora do Comitê Olímpico Internacional, presidida pela ex-atleta 🫰 marroquina Nawal El Moutawakel.
[6] Os membros do COI ficaram na cidade entre 28 de abril e 2 de maio, período 🫰 no qual puderam conhecer detalhes da candidatura.
[33] Durante a visita, foram realizados dois ciclos de sabatinas.
No primeiro, teve destaque o 🫰 projeto da Vila Olímpica, que teria uma praia exclusiva para os atletas e um centro de treinamento privado.
[34] No segundo, 🫰 aspectos políticos e econômicos foram tratados, com participação da ministra da Casa Civil do Brasil Dilma Rousseff.
[35] Em 1 de 🫰 maio os membros foram a campo visitar algumas instalações, na única vez em que teriam contato, ainda que visual, com 🫰 moradores da cidade.
A data (um feriado) não foi escolhida por acaso, já que neste dia o trânsito, um dos principais 🫰 problemas da candidatura, seria mais tranquilo - estratégia semelhante foi adotada por Chicago, que marcou a visita para um domingo, 🫰 e Tóquio, que escolheu um sábado.
[36] A visita se encerrou com elogios por parte da Comissão[37] e confiança por parte 🫰 do Comitê de Candidatura.[38]
Em junho, as cidades candidatas tiveram, pela primeira vez na história, uma oportunidade para apresentar a candidatura 🫰 aos membros do COI que elegeriam, meses mais tarde, a cidade sede dos Jogos de 2016.
[39] No evento, realizado no 🫰 Museu Olímpico,[39] as cidades tiveram uma hora e meia para expôr detalhes dos projetos e responder a questões formuladas pelos 🫰 integrantes do Comitê.
[40] Na apresentação do Rio de Janeiro, com as presenças do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio 🫰 Cabral Filho, foram destacados o desenvolvimento que os Jogos proporcionariam para a cidade e a oportunidade de levar o Movimento 🫰 Olímpico para uma região ainda inexplorada, a América do Sul.
[41] A Copa do Mundo FIFA de 2014 foi destacada pelos 🫰 membros do COI como um dos principais entraves à eleição do Rio de Janeiro, assunto tratado pelos representantes da candidatura 🫰 com naturalidade.[42]
Durante a fase de candidatura, os membros do Comitê Rio 2016 viajaram pelo mundo divulgando o projeto, recebendo apoio 🫰 de países asiáticos,[43] europeus,[44] do continente americano,[45] da Oceania[46] e da África,[47] além de participarem da feira SportAccord, um dos 🫰 principais eventos esportivos do mundo.[48]
Relatório da Comissão Avaliadora [ editar | editar código-fonte ]
Após as visitas às cidades candidatas e 🫰 as análises dos dossiês, a Comissão Avaliadora elaborou um relatório técnico sobre as condições de cada cidade, que serviu de 🫰 base para os membros do COI formarem 4 casas opinião na eleição final.
[49] Diferentemente do primeiro relatório, este não trouxe notas 🫰 ou sugestões, apenas apresentou o parecer da Comissão.[50]
Em relação ao Rio de Janeiro, este relatório, assim como o primeiro, apontou 🫰 a segurança, o tempo de deslocamento e a rede hoteleira como principais problemas a serem superados.
Por outro lado, reforçou a 🫰 importância do legado social, principalmente na região de Deodoro.
[51] Outro ponto bastante elogiado no relatório foi o apoio do governo 🫰 e da população.
Em pesquisa organizada pela empresa Sports Marketing Surveys, a realização dos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro 🫰 tem o apoio de 84,5% dos entrevistados na cidade e de 68,9% no Brasil.[50]
O relatório foi muito bem recebido pela 🫰 Comissão de Candidatura Rio 2016, que reforçou a importância da candidatura do Rio.
[52] Órgãos de imprensa de países com cidades 🫰 candidatas, como o jornal espanhol El País,[53] também exaltaram a boa avaliação da candidatura brasileira.
Um dos sites mais conceituados do 🫰 mundo em relação a candidaturas olímpicas, o GamesBids.
com, apesar de considerar a disputa bastante acirrada,[54] apontou o Rio de Janeiro 🫰 como favorito em seu índice, o BidIndex, nas duas últimas avaliações, embora, por causa da presença do presidente americano Barack 🫰 Obama na votação em Copenhague, a diferença para Chicago tivesse diminuído entre as duas atualizações.
[55] A divulgação de pesquisa da 🫰 empresa ORC Worldwide, concluindo que o Rio de Janeiro possuía o melhor custo-benefício entre as cidades candidatas, também impulsionou a 🫰 candidatura da cidade.[56]
Apresentação na 121ª Sessão do COI [ editar | editar código-fonte ]
Membros da delegação brasileira comemoram a escolha 🫰 do Rio de Janeiro
A eleição cidade sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 ocorreu em 2 de outubro de 🫰 2009, na cidade de Copenhague, na Dinamarca, durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional.
O Rio de Janeiro foi a 🫰 terceira cidade a se apresentar perante os membros do COI.
Abrindo a apresentação, o membro decano da entidade e presidente de 🫰 honra da FIFA João Havelange pediu o apoio de seus colegas para celebrar seu centésimo aniversário de nascimento durante os 🫰 Jogos de 2016.
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro Carlos Arthur Nuzman foi o próximo a discursar, tendo como tema as 🫰 experiências do movimento olímpico.
Durante 4 casas fala, foi mostrado no telão o elemento considerado mais impactante em toda a apresentação: um 🫰 mapa indicando as cidades que já sediaram os Jogos Olímpicos, de Verão e de Inverno.
O destaque da imagem era a 🫰 grande área vazia na América do Sul e na África.
[57] Após um vídeo com eventos realizados no Rio de Janeiro 🫰 (como os Jogos Pan-americanos de 2007), o governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho falou sobre os 🫰 projetos relacionados a transporte e segurança.
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil, discursou sobre a situação econômica do país, 🫰 e lembrou projeções indicando que em 2016 o Brasil será a quinta maior economia do mundo.[58]
O prefeito da cidade do 🫰 Rio de Janeiro Eduardo Paes foi o responsável por apresentar o projeto das instalações.
Um vídeo mostrou, com a ajuda da 🫰 computação gráfica, onde estariam localizados os prédios.
Complementando a exposição, a velejadora Isabel Swan disse que o projeto havia sido feito 🫰 pensando nos atletas, e citou o ex-jogador de futebol Pelé, o nadador paralímpico Daniel Dias e a atleta juvenil Bárbara 🫰 Leôncio como exemplos de sucesso e reconhecimento obtidos através do esporte.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o próximo 🫰 a falar.
Enfatizando que o Brasil estava pronto para receber os Jogos e que o povo brasileiro ansiava por isso, Lula 🫰 disse que era hora de "acender a pira olímpica em um país tropical".
Após este discurso, um vídeo produzido pelo cineasta 🫰 Fernando Meirelles representou o povo carioca recebendo atletas de todo o mundo, que se encaminhavam para a praia e formavam 🫰 os anéis olímpicos.
[59] O presidente do COB Carlos Arthur Nuzman voltou ao púlpito e encerrou a apresentação do Rio de 🫰 Janeiro.
Em seguida, a delegação respondeu a questões feitas pelos membros do COI.
Em relação ao doping, Nuzman enfatizou que o Brasil 🫰 respeita as regras da Agência Mundial Antidoping e que sempre investiga casos suspeitos.
Carlos Osório, secretário-geral do comitê de candidatura, falou 🫰 sobre o projeto para as acomodações, criticado no relatório da Comissão Avaliadora.
Segundo ele, o fato de ainda não haver garantias 🫰 para a utilização de navios de cruzeiros durante os Jogos não era um problema.
Em relação aos legados que os Jogos 🫰 proporcionariam, o prefeito Eduardo Paes citou infraestrutura, transporte, meio ambiente e qualidade de vida, mas apontou a autoestima dos brasileiros 🫰 como o principal.
O presidente Lula respondeu à última questão, sobre o risco de delegar ao Rio de Janeiro a responsabilidade 🫰 de realizar os Jogos, assegurando o compromisso do governo em prover até mais do que foi prometido no projeto de 🫰 candidatura.
[58] Antes de deixar o salão onde foi realizada a apresentação, a delegação do Rio de Janeiro, representada pelo presidente 🫰 Lula e pela atleta Bárbara Leôncio, recebeu das mãos do presidente do COI, Jacques Rogge, um diploma de agradecimento pela 🫰 participação no processo.[60]
Após as quatro apresentações, os membros do COI iniciaram a votação.
Na primeira rodada, o Rio de Janeiro ficou 🫰 em segundo lugar, com dois votos a menos que Madrid.
Como nenhuma cidade alcançou maioria absoluta, a candidata com menos votos 🫰 (Chicago) foi eliminada e a disputa continuou com as outras três.
Na segunda rodada, a cidade brasileira obteve 48% dos votos, 🫰 ficando próxima de vencer a eleição antes da final.
Entretanto, como novamente não houve maioria absoluta, Tóquio, que obteve menos votos, 🫰 foi eliminada e as duas restantes, Rio de Janeiro e Madrid, foram à final.
O Rio venceu a eleição com a 🫰 maior vantagem já vista em eleições recentes,[61] 67%, conquistando 66 votos contra 32 de Madrid.
[10] O resultado foi recebido com 🫰 muita festa pela multidão que aguardava o resultado na praia de Copacabana.[62]
Suspeita de espionagem da candidatura de Madrid [ editar 🫰 | editar código-fonte ]
Durante a visita da Comissão Avaliadora ao Rio de Janeiro, ocorrida no final de abril, a licença 🫰 do jornalista inglês Simon Walsh foi cassada.
O jornalista se inscreveu como correspondente inglês da agência espanhola EFE, mas o Comitê 🫰 Rio 2016 descobriu que ele trabalhava para a agência de notícias Sportcal, responsável pela mídia da candidatura de Madrid, e 🫰 estaria, portanto, espionando a candidatura brasileira.
[8] Dias depois, o comitê de candidatura de Madrid admitiu que o jornalista estava no 🫰 Rio de Janeiro a serviço da candidatura espanhola, mas que não se tratava de espionagem.
[63] O Comitê Rio 2016 ameaçou 🫰 denunciar o comitê de Madrid à Comissão de Ética do Comitê Olímpico Internacional, mas recuou.[64]
Uso dos anéis olímpicos [ editar 🫰 | editar código-fonte ]
Em julho de 2008, surgiram notícias informando uma suposta mudança no logotipo da candidatura do Rio de 🫰 Janeiro, devido a problemas com o uso dos anéis olímpicos.
[65] O Comitê Olímpico Brasileiro divulgou nota oficial negando o fato 🫰 e informando que sempre existiram duas versões do logotipo, uma com os anéis e outra sem eles.
A nota afirma que 🫰 a versão da marca com os anéis é usada em eventos e materiais institucionais, enquanto a versão sem os anéis 🫰 é usada para fins comerciais.
[66] De fato, o Comitê Olímpico Internacional permite o uso dos anéis, desde que este não 🫰 tenha objetivos comerciais.[67]
Manifestações da mídia americana [ editar | editar código-fonte ]
Duas manifestações da mídia americana tiveram reflexos negativos sobre 🫰 a candidatura brasileira.
A primeira foi o oitavo episódio da oitava temporada da série policial americana Law & Order: Criminal Intent, 🫰 intitulado "The Glory That Was"[68] e exibido pela rede NBC, que foi ao ar nos Estados Unidos em 14 de 🫰 junho e no Brasil, através de televisão por assinatura, em 3 de setembro.
O episódio mostrava a investigação do assassinato de 🫰 uma integrante do Comitê Olímpico da Bélgica, cometido pelo dono de uma empresa de segurança do Rio de Janeiro, que 🫰 teve frustrada uma tentativa de chantagem e, por vingança, decidiu cometer o crime.[9]
A Comissão Rio 2016, em nota oficial, manifestou 🫰 repúdio e tachou de "leviano" o uso da candidatura brasileira.
O prefeito Eduardo Paes classificou como "ridículo e patético" o episódio, 🫰 dizendo que o fato desrespeitava até mesmo membros do COI e poderia atrapalhar a candidatura americana.
[69] Os fatos de que 🫰 a NBC era a detentora dos direitos de exibição dos Jogos Olímpicos nos Estados Unidos e o presidente do Comitê 🫰 Olímpico Internacional, Jacques Rogge, é belga contribuíram para o crescimento da polêmica.[70]
A outra manifestação foi uma reportagem da edição com 🫰 data de 5 de outubro da revista The New Yorker sobre o crime organizado no Rio de Janeiro, cujo resumo 🫰 foi disponibilizado no site da revista dias antes.
[71] No artigo, que citou informações da mídia brasileira, a revista afirma que 🫰 o Rio de Janeiro é líder em mortes violentas e que criminosos vivem em morros da cidade sem que a 🫰 polícia consiga capturá-los.[72]
Críticas à candidatura [ editar | editar código-fonte ]
Duas declarações envolvendo a candidatura do Rio de Janeiro e 🫰 pessoas com ligação com candidaturas adversárias geraram polêmica.
A primeira ocorreu no dia 21 de setembro e foi feita pelo prefeito 🫰 de Chicago, Richard Daley, que disse que 4 casas cidade tinha vantagem sobre o Rio por causa da Copa do Mundo 🫰 FIFA de 2014, que, segundo ele, não ajudaria a realizar os Jogos Olímpicos.
[73] O caso foi levado ao Comitê Olímpico 🫰 Internacional, mas não foram feitas queixas formais.
Ao saber da atitude da candidatura brasileira, Daley disse que não tinha conhecimento do 🫰 caso.[74]
A segunda declaração foi feita em 30 de setembro pelo vice-presidente do Comitê Olímpico Espanhol José María Odriozola, que classificou 🫰 o projeto do Rio de Janeiro como "a pior candidatura" e declarou que o marketing e o fato de os 🫰 Jogos nunca terem ocorrido na América do Sul é que haviam gerado o favoritismo da cidade.
[75] Desta vez, o Comitê 🫰 Rio 2016 fez uma queixa formal contra a candidatura de Madrid, chamando de "inaceitáveis" as críticas de Odriozola.
[76] No mesmo 🫰 dia, a chefe do Comitê Madrid 2016, Mercedes Coghen, pediu desculpas oficiais pelo ocorrido.
Odriozola, entretanto, não mudou o discurso e 🫰 apenas lamentou que a opinião pessoal dele tenha ofendido alguém.[77]