As eleições de 2018 fizeram com que o esporte perdesse espaço como política pública no Brasil.
Seguindo o exemplo do governo💵 federal, que exinguiu o Ministério do Esporte, ao menos cinco governadores, quatro deles alinhados com o discurso do presidente Jair💵 Bolsonaro (PSL), também acabaram com as antigas secretarias de esporte.
Das poucas sobreviventes, a maioria foi usada como instrumento de negociação💵 política.
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Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Sergipe e Pernambuco extinguiram suas secretarias.
Além deles, Goiás,💵 Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e Acre mantiveram o esporte sem uma secretaria exclusiva.
Dos 27 estados, só Rio Grande💵 do Sul e Mato Grosso ampliaram o espaço dado ao esporte – o segundo, de forma modesta.
Em um momento em💵 que a "velha política" é atacada, com indicações de "quadros técnicos" para secretarias como de saúde e educação por todo💵 o Brasil, o esporte não foi beneficiado pela onda.
São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Ceará, Maranhão e💵 Alagoas têm secretários de esporte sem qualquer histórico com esporte, escolhidos por indicação partidária.
Enquanto isso, só um secretário é educador💵 físico, e outros dois ex-atletas.
Um deles é Zé Marco, prata no vôlei de praia em Sydney-2000, que segue como secretário💵 da Juventude, Esporte e Lazer na Paraíba, cargo que ele ocupa desde 2016, agora no governo João Azevêdo (PSB).
Outro, o💵 bicampeão mundial de judô João Derly (Rede), no Rio Grande do Sul.
Lá, dois anos depois de a Assembleia Legislativa aprovar💵 a extinção da fundação Fundergs, o governador Eduardo Leite (PSDB) ampliou o espaço do esporte com a criação da Secretaria💵 de Esporte e Lazer.
Derly, que não conseguiu se reeleger deputado federal e que fez parte da coligação que elegeu Leite,💵 só vai assumir o cargo ao fim do seu mandato, em 1º de fevereiro.
Os gaúchos são exceção à regra.
No Paraná,💵 por exemplo, o governador Ratinho Junior (PSD) assumiu o cargo com discurso de enxugamento da máquina pública.
E o esporte foi💵 uma das áreas atingidas pelo corte no segundo estado que mais revela atletas nos Jogos Escolares – só atrás de💵 São Paulo.
Criada em 2013, durante a gestão Beto Richa (PSDB), a Secretaria de Esporte e Turismo será extinta e incorporada💵 à pasta de Educação.
Desde já o matemático Reato Feder, professor universitário, responde pelo esporte.
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Situação parecida vive Minas Gerais, onde Romeu Zema (Novo) foi eleito também prometendo cortar gastos públicos.
Vencedor💵 com um plano de governo que não fazia referência a esporte, tema ausente durante toda 20bet apk campanha, Zema extinguiu a💵 antiga Secretaria de Esportes, incorporada à Educação.
Sua gestão estará à cargo de Julia Sant'Anna, burocrata que cuidava da área de💵 tecnologia no governo do Rio.
Em Santa Catarina, o esporte já era uma parte menor dentro da secretaria de Turismo, Cultura💵 e Esporte, conhecida pela sigla SOL, que tinha como principal atribuição cuidar da área turística do estado.
No governo do Comandante💵 Moisés (PSL), correligionário de Bolsonaro, a pasta vai deixar de existir, incorporada à de Secretaria de Desenvolvimento Social (antiga Assistência💵 Social), comandada pela socióloga Maria Elisa da Silveira De Caro.
A Fundação que cuida do esporte no estado desde 1993, a💵 Fesporte, porém, continuará existindo.
Terá como presidente o policial militar Rui Godinho (PSL), suplente de deputado federal pelo partido do governador💵 e presidente municipal do PSL de Blumenau.
Ao anunciar o nome dele, na quinta (3), o governo fez questão de ressaltar💵 que trata-se de um faixa-preta de jiu-jitsu.
Mesmo em estados onde os governadores se reelegeram a pasta foi extinta.
Em Pernambuco, o💵 governador Paulo Câmara (PSB) tirou o esporte da antiga Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer e colocou o setor como💵 parte da Secretaria de Educação, que teve o secretário Fred Amâncio reconduzido ao cargo.
Reeleito em Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) unificou💵 o que antes eram três pastas: Educação, Esporte e Lazer, e Cultura.
O economista Josué Modesto Subrinho, professor universitário, que já💵 era secretário de Educação, vai comandar a nova pasta.
Siga Olhar_OlimpicoBarganha política
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou a💵 negar de forma veemente que pudesse ceder à pressão do PRB e entregar a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude💵 para um membro do partido.
Questionado sobre essa possibilidade, disse que, com ele, acabou o "toma lá, dá cá".
Quatro dias depois,💵 nomeou Aildo Rodrigues, presidente municipal do PRB em São Paulo, para ser secretário.
Aildo já havia sido secretário-adjunto da pasta, mas💵 foi demitido em 2013 porque, segundo o governo, passou o chapéu cobrando doações dos comissionados ao PRB.
À época, gente da💵 própria gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que exigiu a demissão de Aildo, criticou que ele estava cobrando "dízimo".
Agora, ele volta à💵 secretaria com ainda mais poder.
Inicialmente, negou que fosse aparelhar a pasta.
Mas já nomeou gente do PRB para cargos chave.
Mudança de💵 verdade, só no nome.
Por economia de palavras, agora ela se chama apenas "Secretaria de Esporte".
No Rio de Janeiro, o tetracampeão💵 Bebeto chegou a ser cotado pelo governador Wilson Witzel (PSC), mas a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude acabou entregue💵 ao deputado federal Felipe Bornier (PROS), filho de Nelson Bornier, ex-prefeito de Nova Iguaçu e membro de um importante clã💵 político da Baixada Fluminense.
Profissional de marketing, o novo secretário não tem atuação no esporte.
Na contramão dos seus colegas liberais, Ibaneis💵 Rocha (MDB), novo governador do Distrito Federal, terá um secretariado amplo, com 29 pastas, a ampla maioria delas comandada por💵 indicados por partidos e aliados.
Leandro Cruz (MDB), que foi ministro do Esporte nos últimos nove meses graças à indicação da💵 bancada do MDB, onde trabalhou como assessor, assumiu como secretário.
Ele herda uma gestão elogiada da agora senadora Leila do Vôlei💵 (PSB).
Marcelo Santos (PDT), deputado estadual no Espírito Santo, só vai assumir a Secretaria de Esportes e Lazer ao fim do💵 seu mandato na assembleia legislativa, em 1º de abril.
A pasta foi mantida pelo governador Renato Casagrande (PSB).
Suplente de vereador em💵 Manaus, Caio André (PR) foi escolhido pelo governador Wilson Lima (PSC) como novo secretário de Juventude, Esporte e Lazer do💵 Amazonas.
No Pará, Helder Barbalho (MDB) indicou o vereador de Ananindeua Pastor Arlindo (PRB) como novo secretário de Esporte e Lazer.
Na💵 Bahia, estado do Nordeste onde a política pública esportiva é mais presente, o setor continua como parte da Secretaria do💵 Trabalho, Emprego, Renda e Esporte.
Quem cuida do esporte lá é uma superintendência, a Sudesb, que continua sendo comandada por Elias💵 Nunes Dourado (PCdoB), que já ocupou o cargo durante todo o primeiro mandato de Rui Costa (PT).
Os comunistas também comandam💵 o esporte de Alagoas, onde Renan Filho (MDB) manteve a Cláudia Petuba (PCdoB), de apenas 30 anos, ex-candidata a vereadora💵 em Maceió, à frente da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.
Ela não tinha histórico com o esporte antes de assumir💵 a pasta, em 2015.
No Ceará, o bacharel em direito Rogério Pinheiro (MDB), indicado pelo senador Eunício de Oliveira (MDB), foi💵 empossado pelo governador Camilo Santana (PT) como secretário de Esporte e Juventude.
A pasta, antes só de Esporte, agora também cuida💵 da Juventude, que antes era uma coordenadoria no gabinete do governador.
No Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) decidiu manter a Secretaria de💵 Esporte e Lazer sob o comando de Hewerton Carlos Rodrigues.
Conhecido como Passarinho, ele foi secretário parlamentar do deputado federal André💵 Fufuca (PP), de quem inclusive foi doador de campanha.
No Mato Grosso, o esporte, antes uma subsecretaria dentro da Educação, foi💵 promovido a secretaria pelo governador Mauro Mendes (DEM).
O deputado estadual reeleito Allan Kardec (PDT), educador físico e autor de um💵 livro sobre futebol de várzea, já foi empossado secretário de Cultura, Esportes e Lazer.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM)💵 criou uma secretaria exclusiva para a cultura, mas manteve o esporte ligado à antiga Seduce – Secretaria de Educação, Cultura💵 e Esporte.
O novo superintendente Executivo de Esporte é Rafael Ângelo do Valle Rahif, que já concorreu a vice-prefeito de Goiânia💵 pelo DEM e que, de ligação com o esporte, tem a diretoria social de um country club.
No Acre, o esporte💵 é parte da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte.
O professor e teólogo Mauro Sérgio Ferreira da Cruz foi o escolhido💵 pelo governador Gladson Camelli (PP) para comandar a secretaria.
Incógnita
Mato Grosso do Sul desde 1991 tem o esporte gerido por uma💵 fundação, a Fudesporte, que continua existindo, ligada à secretaria de Governo.
Marcelo Ferreira Miranda, educador físico e especialista em treinamento esportivo,💵 foi exonerado junto com todos os secretários, mas tende a ser reconduzido ao cargo pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que💵 foi reeleito.
Também reeleito no Tocantins, Mauro Carlesse (PHS) também fez uma exoneração em massa e ainda não nomeou o novo💵 superintendente de Esportes.
A antiga secretaria foi extinta no seu primeiro mandato e hoje é um braço da Secretaria de Educação,💵 que segue comandada pela professora Adriana Aguiar.
Wellington Dias (PT), reeleito governador do Piauí, adiou para fevereiro uma reforma do secretariado.
Hoje💵 a área é responsabilidade de uma fundação, a Fundespi, comandada por Paulo Martins (PT).
No Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra💵 (PT) anunciou o secretariado sem nomear ninguém para Esporte e Lazer.
No Amapá, o secretariado só será anunciado na semana que💵 vem pelo governador reeleito Waldez Góes (PDT).
A promessa é de que a Secretaria de Desporto e Lazer seja mantida.
O governador💵 de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL) só anuncia seu secretariado nesta sexta.
A Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer deve💵 ser mantida com força de secretaria.
O blog não conseguiu contato com o governo de Roraima, cujos sites, incluindo do Diário💵 Oficial, estavam fora do ar na quinta (3)