No HackTown 2023 participo de painel JORNALISMO X INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
Curiosamente, há 10 anos escrevi na Folha de S.
Paulo sobre o desafio JORNALISMO x REDES SOCIAIS.
Como encarar IA sem termos dado conta do desafio anterior? Painel: Rafael Coimbra, Editor-executivo da MIT Technology Review Brasil; Helton Simões Gomes, editor de Tilt, a plaforma de tecnologia do UOL e Tony Aiex editor-chefe do Tenho Mais Discos Que Amigos! Vai abaixo, trecho da minha visão de 10 anos atrás ..::..FOLHA DE S.
PAULO OPINIÃO Marcelo Tas: O Facebook e a máquina de escrever 11/08/2013 Minha primeira vez na Redação da Folha coincidiu com a chegada dos computadores.
Até então, o ambiente era dominado pelas máquinas de escrever e pela fumaça dos cigarros.
Fui testemunha ocular da rejeição instantânea de alguns colegas à novidade tecnológica.
Uns profetizavam que a chegada das "máquinas silenciosas com monitores parecidos com os de TV" era um sinal do fim do jornalismo.
Outros se agarravam nostálgicos às suas Olivettis como náufragos diante de uma boia no convés do Titanic.
Temo que o atual debate "jornalismo convencional x redes sociais", da forma como tem sido conduzido nesta Folha, repete o falso dilema "computador x máquina de escrever".
A comparação entre ferramentas diferentes, somada à confusão entre ferramenta e usuário, conduz a conclusões distorcidas.
A mudança central que computadores trouxeram ao jornalismo foi conectar os profissionais na Redação e, depois, fora delas.
As informações passaram a ser compartilhadasplataforma de aposta staketempo real, flexibilizando as decisões editoriais e os prazos de fechamento.
Era o início tímido da aceleração espantosa que experimentamos hoje na publicação das notícias na era das redes sociais.
Já as redes sociais não representam uma mudança de hardware, mas de software.
Na história da comunicação, a transmissão da informação sempre foi unidirecional.
Na revolução digital, as redes sociais subverteram esse fluxo.
Leitores não querem mais ser só leitores.
Querem também publicar, criticar, influenciar.
Substitua leitores por telespectadores, ouvintes, empresas, consumidores, alunos, professores, chefes, funcionários, pais, filhos, torcedores, clubes de futebol e sinta o tamanho da encrenca.
Ora, blogs e redes sociais são apenas ferramentas, sem vida própria.
Podem ser usadas bem ou mal, por profissionais ou amadores.
Ao que me consta, esta Folha tem blogs e está nas redes sociais.
Resta a pergunta: qual o significado,plataforma de aposta stake2013, da expressão "mídia convencional"? Não é mera questão semântica.
Quem pensa fazer parte da "mídia convencional" parece ainda acreditar na existência de um "leitor convencional".
Mesmo contra a vontade, a mídia antiga já foi empurrada para a revolução digital pelos seus próprios usuários.
É hora de nos desapegarmos dos falsos dilemas e reinventarmos o jornalismo.
MARCELO TAS, 53, é jornalista e apresentador de TV [trecho publicado na Folha de S.
Paulo - íntegra do artigo aqui: https://bit.ly/47EcSCR ]