Walter Benson Miller (Philadelphia, 7 de fevereiro de 1920 - Massachusetts, 28 de março de 2004) foi um renomado antropólogo🧾 que pesquisou as gangues estadunidenses formadas por jovens e os crimes praticados por esses jovens.
Seu longo trabalho com gangues se🧾 tornou referência nos estudos sobre criminologia e violência dentro dos Estados Unidos.
Miller também era músico, tocava trompete e cantava na🧾 banda Blue Horizon Jazz Band.
Entre suas publicações mais influentes estão: Lower Class Subculture as a Generating Milieu of Gang Delinquency,🧾 de 1956; The Journal of Criminal Law and Criminology, 1973; Youth Gangs in the Urban Crisis Era, de 1976; The🧾 Growth Of Youth Gang Problems, de 1998.
Walter Benson Miller nasceu em 7 de fevereiro de 1920, na Philadelphia.
Morreu em 28🧾 de março de 2004, em apostar bet365 casa, na cidade de Cambridge, Massachusetts.
Em apostar bet365 renomada carreira como antropólogo, estudou as gangues🧾 de jovens norte-americanas.
Seu trabalho trata sobre como as relações culturais de um grupo de indivíduos que vivem em um meio🧾 impactam as atividades diárias desses indivíduos.
Miller também era música e membro da banda Blue Horizon Jazz Band.
Miller foi membro da🧾 Phi Beta Kappa Society – a mais velha e consagrada "Honor Society" sobre artes liberais e ciências.
Na universidade de Chicago,🧾 se graduou com M.A.
em antropologia, e Ph.
D em relações sociais.
Durante seu trabalho no Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago,🧾 viveu com a tribo Meskwaki, ou Índios Fox, grupo de nativos norte-americanos que vivem na região de Wisconsin, Iowa.
O projeto,🧾 intitulado "Fox indian Applied Anthropology", durou de 1948 a 1953.
MIT Joint Center for Urban Studies [ editar | editar código-fonte🧾 ]
Durante a década de 60, transferiu seus estudos para Harvard, e foi membro do Harvard MIT Joint Center for Urban🧾 Studies.
Lá, trabalhou com James Q.
Wilson e Daniel Patrick Moynuhan.
Miller discordava de outros teóricos que afirmavam que as tradicionais gangues de🧾 jovens haviam desaparecido no fim dos anos 50.
Ele afirmava que em diversos lugares, como Boston, essas gangues ainda existiam e🧾 que apenas algumas características tradicionais haviam desaparecido, como as jaquetas de couro preta estampada.
Miller definia a gangue como um "grupo🧾 de jovens que se reúne em algum tipo de localidade fora da casa".
Para Miller, muitas pessoas se recusavam a chamar🧾 estes grupos de gangue, simplesmente porque não estarem formalizados.
No MIT Joint Center for Urban Studies, Miller também analisou o aumento🧾 do número de gangues brancas, em relação às gangues negras de acordo com a proporção de negros pra brancos da🧾 população norte-americana.
Trabalho com gangues juvenis [ editar | editar código-fonte ]
Miller foi diretor do "Roxbury Gang Delinquency Research Project", parte🧾 do comitê do então presidente Kennedy de Delinquência Juvenil e Crimes cometidos por jovens.
Projeto integrava o¬ Departamento de Saúde, Educação🧾 e Bem Estar do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, de 1957 até 1964.
Publicou muitos trabalhos sobre as🧾 gangues de jovens norte-americanas, incluindo apostar bet365 maior contribuição, um dos artigos mais citados na literatura sobre criminologia "Lower Class Subculture🧾 as a Generating Milieu of Gang Delinquency".
De 1974 até 1980, Miller trabalhou no Projeto Diretor do "National Youth Gang Survey",🧾 primeiro exame nacional de violência praticada pelas gangues e grupos de jovens, para o Instituto Nacional de Justiça Juvenil e🧾 Prevenção da Delinquência, localizado no Centro de Justiça Criminal da Escola de Direito de Harvard.
Ele foi um dos fundados do🧾 Centro Nacional de Gangues de Jovens "National Youth Gang Center".
Até apostar bet365 morte, trabalhou como pesquisador adjunto para o Instituto de🧾 Pesquisas Intergovernamental (IIR) em Tallahasse, FL, supervisionando a pesquisa para o "National Youth Gang Center Project Of the Office of🧾 Juvenile Justice and Delinquency Prevention, do Departamento de Justiça dos EUA.
Miller também era músico de jazz, blue e bluegrass.
Tocava trompete🧾 e era vocalista da banda de Blues Blue Horizon Jazz Band, de Boston.
Seu conhecimento e interesse pela música o ajudou🧾 a estabelecer contato com os grupos de jovens com os quais trabalhou.
Usou seu trabalho como músico para se aproximar dos🧾 jovens que estudou, quebrando barreiras de renda, raça, etnia e cultural.
Lower Class Subculture as a Generating Milieu of Gang Delinquency🧾 (1958) [ editar | editar código-fonte ]
Esta publicação é considerada a principal obra de Miller, e um dos principais estudos🧾 sobre criminologia já publicados.
Nela, Miller afirma que a os americanos de classes mais baixas e com menos suporte social, desenvolveram🧾 uma subcultura com valores e tradições próprias, e diferentes da cultura predominante da classe-média.
Estes valores, então, foram passados de geração🧾 em geração, e foram determinantes para encorajar esta parcela da sociedade norte-americana a cometer mais crimes.
Miller apontou algumas características que🧾 seriam próprias desta subcultura[5]:
Dureza: reafirmação da masculinidade e rejeição da fraqueza.
Uma de suas formas de manifestação é através da violência🧾 Esperteza: Capacidade de enganar e de levar vantagem sobre outros; Excitação: estimulo emocional que pode ser obtido com álcool, jogos🧾 de azar e sexo.
Tais características quando manifestadas em adolescentes têm a tendência de se manifestar com mais intensidade, devido a🧾 necessidade desse grupo de procurar aceitação e agir conforme as regras estabelecidas.
Segundo Miller, os adolescentes possuem maior preocupação com o🧾 status, que é conseguido através de grupos de pares.
Miller afirmava que tal subcultura possuía uma forma de viver própria.
A existência🧾 dela depende diretamente da presença de grupos com baixa renda que sobrevivem com trabalhos de baixa-qualificação.
A partir desta forma de🧾 trabalho, é que os indivíduos desenvolvem a capacidade de tolerar situações complicadas, grande quantidade de trabalho repetitivo e rotina, que🧾 se entrecruzam com períodos de desemprego.
É então uma forma de vida marginalizada, que convive diariamente com a monotonia.
Para Miller, as🧾 tradições culturais desenvolvidas por essa subcultura, então, seriam uma resposta ao tédio e ao trabalho repetitivo que atinge tal sociedade.
Disponível🧾 em: http://gangresearch.asu.
edu/walter_miller_library/walter-b.
-miller-book/city-gangs-book
A definição de ideologia do autor se resume a " ideais preconcebidas ou presunções não examinadas que venham a🧾 servir como base de posições tomadas abertamente".
Tais idéias e presunções estariam carregadas de posições emocionais, impregnando as ciências com preferências🧾 subjetivas.Entende Walter B.
Miller que a influência da ideologia sobre a criminologia é tão expressiva a ponto de constituir uma permanente🧾 pauta oculta dos criminólogos.
Tal influência contaminaria três ramos da ciência : as causas ou determinações do comportamento criminoso; a natureza🧾 do crime; a responsabilidade do criminoso; as medidas adequadas para prevenir o crime e, em um âmbito mais geral, a🧾 natureza do homem e seu papel na sociedade.
Com o intuito de identificar tais interferências, seguiu a divisão tradicional do espectro🧾 político entre direita e esquerda, traçando uma linha horizontal hipotética balizada por extremistas, nestes a carga de ingerência ideológica sobre🧾 o olhar científico é obviamente maior, entretanto não careceriam suas idéias de fundamentação razoável, apenas corresponderiam na totalidade às posições🧾 de cada espectro supostas pelo autor.
Estas foram elencadas com o intuito de instruir o leitor a reconhecer os filiados a🧾 cada lado do espectro.
Seguem resumidamente.
Os criminólogos e os profissionais ligados à repressão do crime à direita compartilhariam as seguintes concepções:
Cada🧾 indivíduo é responsável pelo seu próprio comportamento, devendo portanto responder penalmente por eles; uma ordem social saudável requer a manutenção🧾 de uma estrutura moral, um crime seria acima de tudo um atentado a ela; devem ser protegidos vigorosamente da criminalidade🧾 os âmbitos de incidência dos costumes tradicionais, principalmente aqueles relacionadas à família, para tanto resguarda-se o direito dos civis de🧾 portar armas de fogo ; o melhor modo de se ordenar uma sociedade heterogênea é a manutenção das divisas espaciais🧾 e conceituais entre diferentes grupos, corroborando-se para tal fim os direitos de propriedade, facilitadores da segregação civil.
Como baluarte de tais🧾 concepções e valor mais estimado dos direitistas está a manutenção de vínculos morais intra sociais.
O enfraquecimento ou a deturpação destes🧾 levaria ao supremo perigo, a seus olhos, da desordem.
Os criminólogos da esquerda, por apostar bet365 vez, filiariam-se às seguintes assunções:
O comportamento🧾 criminoso seria um sintoma individualizado de um contexto social deficitário indutor da delinquência, a melhoria daquele abrandaria os índices desta;🧾 o sistema penal de regulamentação comportamental fundamenta-se sobre vetusta moral não correspondente às rápidas mudanças sociais da atualidade, além de🧾 servir somente os interesses de grupos específicos; a desigual distribuição de poder e recursos afeta toda a sociedade, inclusive os🧾 órgãos de repressão ao crime, logo é necessário uma maior participação social na composição e manutenção de tais órgãos, o🧾 sistema em questão é propenso a diferenciar indivíduos com base em seu grupo social, gênero ou etnia, deve-se portanto diluir🧾 as diferenças entre cidadãos comuns e "desviantes", visto que tal dualismo é enviesado a forma de agir dos agentes da🧾 repressão criminal tende a estimular comportamentos criminosos nos seus alvos, além de estigmatizá-los ou submetê-los a controles arbitrários persiste a🧾 criminalização de condutas não mais imorais perante à vigente ordem social, logo devem os legisladores cederem aos pleitos dos movimentos🧾 pró descriminalização, v.g.
, de algumas drogas.
Sedimentam-se tais concepções sobre o supremo valor da esquerda, a justiça, por apostar bet365 vez dependente🧾 da distribuição equitativa de poder, recursos, prestígio e privilégios.
Em contrapartida, o maior mal social seria a injustiça.
Disponível em: http://www.jstor.org/discover/10.
2307/1142984?uid=2134&uid=2485159207&uid=3737664&uid=2&uid=70&uid=3&uid=2485159197&uid=60&sid=21104932136627
Miller estudou🧾 o intenso aumento do número de gangues juvenis no decorrer dos anos 70, 80 e 90 em grandes cidades.
A partir🧾 de uma pesquisa empírica, foi possível perceber que os moradores das cidades pesquisadas viam o crescimento das gangues como um🧾 problema social.
A pesquisa se baseou na relação entre as denúncias feitas contra as gangues pelas autoridades e o local dos🧾 problemas.
Miller apontou que o não só o número de gangues aumentou, como os locais de atuação dessas gangues e a🧾 quantidade de atividades criminosas envolvendo as gangues.
Os estados que mais apresentaram problemas com gangues foram a Califórnia, Illinois, Texas, Florida🧾 e Ohio.
Miller aponta sete principais motivos para o aumento do número de gangues:DrogasImigração
Alianças entre ganguesMigraçãoPolícia
Aumento do número de mulheres que🧾 sustentam as casas
Subcultura das ganguesMídia
Miller também discute a possível relação entre a identificação do aumento do número de problemas que🧾 envolvem as gangues, e o aumento da atenção e das informações a respeito das gangues.
É possível que, em determinados momentos,🧾 a população se preocupe mais com os crimes envolvendo as gangues, e assim a tenção se volta para estes jovens🧾 fazendo com que os problemas sejam mais percebidos e mapeados.
Artigo no Jornal de Delinquência, Crime e Sociedade da Universidade Estadual🧾 do Arizona
Gangues de jovens e o trabalho de Henry Mckay [ editar | editar código-fonte ]
No trabalho de quase cinco🧾 décadas de Henry McKay, um importante e recorrente tema é a consideração sistemática de padrões de mudança e estabilidade na🧾 sociedade, e como esses conceitos são elaborados e aplicados no estudo de fenômenos sociais.(p.2)
O autor utiliza o mesmo tema no🧾 presente artigo, mas com um foco mais restrito: gangues de jovens americanos.
O estudo partilha com o trabalho de McKay uma🧾 abordagem em que as gangues são vistas como parte do ambiente educacional do bairro local.(p.2)Walter B.
Miller utiliza a seguinte definição🧾 de gangue de jovens: "Uma gangue de jovens é um grupo de adolescentes que se reúne de maneira recorrente em🧾 um ou mais locais extra-residenciais, com afiliação contínua baseada em critérios de inclusão auto-definidos.
Recrutamento, locais costumeiros de reunião e áreas🧾 de movimentação são baseados na locação em um território delimitado, onde direitos limitados de uso e ocupação são reivindicados sobre🧾 certa porção.
Limites dos grupos e a composição dos subgrupos são delineados com base em idade.
O grupo mantém um repertório variado🧾 de atividades, em que atividades centrais incluem tanto atividade social como ilegal, e é internamente diferenciado com base em prestígio,🧾 autoridade, papéis de personalidade e formação de "panelinhas".(p.2-3).
Baseado nessa definição, Miller entende que a gangue de jovens engloba os três🧾 tipos de grupos de jovens que, na descrição de McKay, realizam a educação informal da comunidade local nos 30 e🧾 40: o grupo de brincadeiras, o grupo social e atlético e a gangue delinquente.(p.4)
Tendo em mente a questão da mudança🧾 e da estabilidade, o artigo irá comparar as gangues descritas por McKay com as gangues da era da crise urbana.(p.4-5)
A🧾 Era da Crise Urbana [ editar | editar código-fonte ]
Na década de 60, fatores como imigração, campanhas pelos direitos dos🧾 afro-americanos, avanços tecnológicos, mudanças nas composições das populações das cidades, o conflito no Vietnã e os movimentos de oposição a🧾 mesma provocaram graves perturbações sociais, cuja concentração nas cidades levou alguns a se referirem à existência de uma "crise urbana".(p.5-6)
Essa🧾 percepção causou percepções errôneas sobre a natureza das gangues de jovens e apostar bet365 participação nos distúrbios civis, no ativismo político🧾 e na venda e consumo de drogas.(p.6)
Gangues no tempo presente: Prevalência e publicidade [ editar | editar código-fonte ]
Na década🧾 de 50, o interesse da mídia em "gangues guerreiras" criou uma percepção de que tal tipo de gangue era prevalente🧾 nos Estados Unidos, embora na realidade esse tipo de gangue tenha sido raro.
Na década de 60, a mídia perdeu esse🧾 interesse.
Com a falta de cobertura sobre esse assunto, criou-se uma percepção de que as gangues haviam desaparecido, ou mudado significativamente🧾 de comportamento.(p.6)
Na década de 70, houve um ressurgimento do interesse da mídia em gangues.
As gangues nunca desapareceram ou aumentaram durante🧾 esse período.
O que ocorreu foi que, no período de relativa paz social dos anos 50, a violência das gangues foi🧾 um assunto que atraía interesse.
Nos anos 60, como havia perturbações sociais bem mais graves, crimes de gangues deixaram de ser🧾 o foco da mídia.(p.8-10)
Mudança e continuidade: Existe uma "nova gangue"? [ editar | editar código-fonte ]Não.
A percepção da existência de🧾 um fenômeno inédito no tema das gangues urbanas é resultado da memória curta da sociedade e da maneira como a🧾 ênfase da mídia molda percepções sobre os fenômenos sociais.
É inegável que os três fatores da suposta crise urbana, a maior🧾 militância de afro-americanos urbanos, o maior ativismo político ou ideológico entre residentes de comunidades de baixo status e a disseminação🧾 do uso de drogas, sendo fenômenos urbanos que afetam populações de baixo status, afetaram as gangues de jovens.
No entanto, é🧾 questionável se eles promoveram a criação de um novo tipo de gangue, com natureza e propósito diferentes das gangues observadas🧾 em períodos anteriores.(p.17-18).
Transformação através de protesto: gangues de jovens e desordens civis [ editar | editar código-fonte ]
A década de🧾 60 foi marcada por distúrbios civis violentos.
Gangues de jovens participaram dos distúrbios, mas não foram seus instigadores.(p.18)
Os locais e participantes🧾 de distúrbios civis são coincidentes com os das gangues de jovens (p.18).
Membros de gangues são atraídos por distúrbios porque gangues🧾 buscam aventura, desafiar autoridades e demonstrar ousadia diante dos riscos.(p.19).
Assim, a participação dos membros de gangues não é uma ruptura,🧾 mas sim uma extensão do comportamento de gangues em tempos normais.(p.20)
Transformação através de compromisso: gangues e ativismo político [ editar🧾 | editar código-fonte ]
Uma das predições da mídia dos anos 60 era o futuro surgimento de gangues politizadas pelo movimento🧾 dos Direitos Civis.
No entanto, essa previsão não se concretizou.
Gangues incorporaram vocabulário do movimento em seus discursos de justificação de suas🧾 condutas, mas suas práticas permaneceram as mesmas, não demonstrando nenhum real comprometimento com causas políticas ou ideológicas.(p.22).
Transformações através de experiência🧾 acentuada: gangues e uso de drogas (p.
22-26) [ editar | editar código-fonte ]
Durante a era da crise urbana, foi dada🧾 grande atenção às drogas.
Reinava uma forte percepção de que o abuso de drogas era endêmico entre os jovens.
Também houve previsões🧾 que as drogas afetariam as gangues, dando origem a gangues de viciados.
Essa foi outra previsão que não se materializou.
Gangues utilizam🧾 drogas como forma de experimentar e amplificar sensações.
Álcool e drogas leves predominam.
Não há elemento de escapismo no uso de drogas🧾 por gangues, de forma que drogas psicodélicas ou pesadas raramente são usadas.
Os padrões de conduta criminal das gangues foram inalteradas🧾 pelo surgimento de drogas nas cidades.
Elaboração cíclica e percepção de novidade [ editar | editar código-fonte ]
As gangues de jovens🧾 na era da crise urbana são um assunto que demonstra bem o tema da estabilidade em face da mudança.
Os anos🧾 60 viram a ocorrência de três fatores com forte potencial de promoção de mudança nos fenômenos sociais: a disseminação do🧾 uso de drogas; as tensões raciais; e o movimento de questionamento dos valores e instituições sociais conhecido como "contracultura".(p.27)
No entanto,🧾 contrário às expectativas, as gangues de jovens não sofreram mudanças significativas, apenas se ajustando para acomodar mudanças na subcultura adolescente.(p.27).
A🧾 estabilidade das características essenciais das gangues pode ser explicada pelo fato de que gangues existem próximas das bases da ordem🧾 social, cumprindo uma função de socialização dos jovens nas comunidades de baixo status, o que garante a continuidade de sua🧾 existência.(p.27-28).
A natureza generalizada das funções das gangues as tornam sensíveis a mudanças na sociedade, mas apenas no que diz respeito🧾 a detalhes de suas práticas, não alterando apostar bet365 natureza básica.(p.28).
Mudanças nas gangues detectadas por agências externas, como órgãos de serviço🧾 social, controle social e mídia, tendem a ser exageradas, em parte devido a uma perspectiva de curto prazo, e em🧾 parte devido a incentivos econômicos, em que o inédito é mais valorizado que o rotineiro.(p.29).
No entanto, apesar das adaptações, as🧾 gangues de jovens na era da crise urbana continuam similares em apostar bet365 essência a seus predecessores nos períodos descritos por🧾 McKay.(p.29).
City Gangs (gangues urbanas) é um livro não publicado de Walter B.
Miller sobre suas observações baseadas nos dados coletados de🧾 sete gangues estudadas nos anos 50, ao longo de um período de três anos, em que Miller trabalhou no Programa🧾 Especial da Juventude de Boston, um programa piloto que visava testar uma abordagem de aproximação com grupos de adolescentes delinquentes🧾 para melhor entender a cultura das comunidades em que estavam inseridos e fortalecer as organizações de bem estar social locais,🧾 e promover a cooperação entre as mesmas de forma a garantir melhorias de longo prazo nas vidas desses jovens.(p.
12) Nesse🧾 sentido, o programa teve êxito, tendo sido observadas taxas menores de internação em centros correcionais nas gangues inclusas no programa.(p.14)
As🧾 sete gangues, duas de afro-americanos e cinco de europeus descritos como "étnicos", primariamente irlandeses, atuavam em Roxbury, um bairro grande🧾 de Boston.
Apenas um dos grupos era altamente delinquente, os restantes sendo descritos como "típicos grupos de esquina de classe operária,🧾 para quem atos ocasionais de furto, matar aula, brigas de gangues e vandalismo representavam comportamento normal e esperado".(p.12-13).
Miller e sua🧾 equipe também procuraram medir a eficácia do processo e dos desfechos do próprio trabalho, uma vez que a eficácia da🧾 abordagem de trabalhador de área, com um foco geográfico bem definido, ainda não era bem compreendida.(p.13)
A avaliação dependeu de cinco🧾 conjuntos de dados: diários de trabalhadores de área, o diário das reuniões do diretor do programa com os trabalhadores de🧾 área, entrevistas com trabalhadores de áreas, observações diretas dos grupos e gravações em fita das reuniões dos grupos.(p.14)
O estudo pressagia🧾 como estudos de gangues seriam feitos posteriormente nos seguintes aspectos: - Foco geográfico bem definido; - Grupo controle bem definido;🧾 - Membros de gangues de ambos os sexos inclusos (p.14)
O texto original não foi publicado por ter sido considerado muito🧾 longo, e pela recusa do autor em remover conteúdo.(p.14)
O trabalho de Walter Miller focava em como relacionamentos e a cultura🧾 influenciavam atividades diárias.
Em apostar bet365 abordagem, membros de gangues eram entendidos como jovens praticando comportamentos normais de suas comunidades.(p.15)
Apesar do estudo🧾 em que se baseia ter sido realizado nos anos 50, o livro permanece relevante porque os processos sociais que produzem🧾 gangues e delinquência são essencialmente os mesmos ao longo do tempo (p.17).
City Gangs vem ao encontro das pesquisas contemporâneas de🧾 gangues nos seguintes aspectos:
as famílias dos membros de gangues são consideradas; o papel das instituições sociais nas vidas dos membros🧾 das gangues é discutido; raça, etnia e imigração como fatores de pertencimento a gangues são considerados; tratamento aprofundado do papel🧾 da "esquina" ou da rua; (p.
19) as gangues discutidas nos livros são grupos graduados por idade; meninas são um foco🧾 explícito do programa de intervenção e estudo das gangues; (p.
20) o livro providencia um estudo comparativo das gangues; experiências da🧾 gangue na prisão e na rua são contrastadas; inovação metodológica no estudo das gangues e seus membros; contribuições teóricas à🧾 compreensão das gangues e da delinquência; contribuição teórica à compreensão das brigas e da violência de gangues; comportamento sexual dos🧾 membros das gangues foi levado em consideração.(p.22)
Miller analisa o ambiente em que as gangues de jovens tipicamente surgem.
São discutidas a🧾 comunidade urbana de classe baixa, apostar bet365 evolução, e a persistência da subcultura de classe baixa.
O bairro que foi foco do🧾 estudo é descrito como um bairro residencial de trabalhadores não qualificados, de baixa educação e renda, mas não empobrecidos.
O conceito🧾 de comunidade urbana de classe baixa é definido como sendo demograficamente similar com o restante da região metropolitana, porém com🧾 uma quantidade maior de mulheres do que de homens e com baixo nível de educação, com grande proporção da população🧾 sem o ensino médio completo e com a maior parte da população masculina trabalhando em ofícios manuais.
Contrário aos estereótipos, que🧾 apresentam comunidades de classe baixa como caóticas, o autor descreve o bairro estudado como uma comunidade coesa.
A existência da classe🧾 baixa em si seria para o autor um requisito para a viabilidade do sistema socioeconômico do qual todas as classes🧾 fazem parte (p.198).
A formação e persistência da subcultura da classe baixa, por apostar bet365 vez, seria uma adaptação dos subsetores da🧾 sociedade relegados aos trabalhos de baixa qualificação e prestígio a uma existência de baixo status.(p.191)
O autor argumenta que gangues adolescentes🧾 urbanas não podem ser consideradas desviantes, uma vez que, nas comunidades em que estão inseridas, pertencimento a uma gangue é🧾 comum entre adolescentes, sendo, portanto, "normal".(p.205)
O autor também observa que, contrário à percepção e expectativas populares, gangues não são frutos🧾 das peculiaridades de cada época, havendo uma continuidade histórica na existência de gangues nos EUA, e que também não há🧾 diferenças significativas entre gangues de brancos e negros.(p.216 e p.234).
São dadas como características básicas das gangues de jovens:
Congregação extra-residencial rotineira;🧾 Base territorial; Pertencimento baseado em faixas de idade; Repertório versátil de atividades; Diferenciação interna, com existência de figuras de autoridade,🧾 funções específicas e "panelinhas".(p.205)
Com relação a comportamento criminal, baseado em dados estatísticos, o autor observa que os índices de crimes🧾 cometidos por jovens se mantêm estáveis diante de mudanças demográficas, indicando que a conduta criminal das gangues de jovens está🧾 mais ligada a fatores de apostar bet365 subcultura que a forças socioeconômicas.(PP.454–456)
Famílias (entendidas no sentido de unidades de criação de crianças,🧾 quaisquer que sejam suas composições) e gangues são as formas de associação mais prevalentes na vida do jovem no bairro🧾 estudado.(p.459-460).
Para pré-adolescentes em comunidades de baixo status, as gangues providenciam a segurança e apoio mútuo que as tornam análogas à🧾 família na transição de criança dependente da família para jovem adulto pronto para enfrentar o mundo exterior.(p.463).
A versatilidade na gama🧾 de atividades promovidas pela gangue a tornam um importante promotor da socialização dos adolescentes nela inseridos (p.464).
Todas as gangues estudadas🧾 bebiam, a despeito da ilegalidade do consumo de álcool por menores.
O consumo de álcool estava fortemente ligado à cultura da🧾 comunidade.(p.
659) Para os garotos, beber era importante como forma de demonstrar masculinidade e maturidade, tal como entendidas na comunidade.
"Beber como🧾 um homem" conferia prestígio social.(p.661).
Furto era a forma dominante de crime das gangues.(p.691-692).
Mesmo assim, metade dos membros das gangues estudadas🧾 não cometeram furto durante o período de estudo.(p.737).
Diferente do consumo de álcool e furto, crimes violentos não eram um aspecto🧾 dominante na vida das gangues.(p.
804) Uso de armas e ocorrência de ferimentos graves em agressões eram relativamente raros (p.810).
O autor🧾 enfatiza que violência não era a atividade dominante das gangues, muito menos a razão central de apostar bet365 existência.(p.818).
A época que🧾 Walter B.
Miller iniciou suas análises sobre delinquência juvenil,vigia duas grandes teorias a respeito do surgimento e manutenção da violência nas🧾 grandes cidades norte-americanas.
A primeira delas, datada das décadas de 1910 e 1920, encontrava no conceito de "desorganização social" determinações aptas🧾 a influenciar os jovens a delinquir.
Tal desorganização decorria do fato de serem as localidades urbanas mais pobres "zonas de transição",🧾 pois abrigavam temporariamente migrantes e imigrantes necessitados até que estes pudessem novamente migrar a outro local mais próspero.
A desorganização devia-se🧾 também, em parte, à carência de educação formal e a ocupação da maior parte dos residentes em empregos transitórios intersubstituíveis🧾 de baixa qualificação.
Estas "zonas de transição" seriam naturalmente palcos de conflitos culturais por vezes violentos, além de fervilhar de comportamentos🧾 desviantes inaceitáveis em localidades "estáveis", v.g.
, a prostituição,o alcoolismo, as apostas ilícitas e as gangues de jovens.
A crítica de Walter🧾 B.
Miller a tais teorias baseia-se no fato de terem as "zonas de transição"em 20 anos evoluído, mostrando-se áreas de habitação🧾 estável, inclusive abrigando mais de uma geração.
, não tendo com isso a criminalidade diminuído.
Ademais, tomavam os teóricos como modelo o🧾 padrão de comportamento da classe média, sendo portanto o conceito de "desvio" apenas fruto de uma comparação superficial de costumes🧾 não um conceito antropológico devidamente elaborado.
Uma segunda corrente, surgida na década de 1950, é citada por Miller como "teorias de🧾 negação de oportunidade legítima".
Estas enxergavam a extrema pobreza,a injustiça social e a discriminação racial contra os habitantes das áreas carentes🧾 como as principais determinações da delinquência, i.e.
, os jovens vitimizados pelo contexto social enxergavam a delinquência como válvula de escape🧾 do pauperismo.
O autor mostra, contudo, que a criminalidade persistia apesar de mudanças socioeconômicas nos locais estudados.
Não mais havia o predomínio🧾 de negros, o que explicaria a discriminação oriunda de outras partes da cidade, tampouco permaneceram os indicadores sociais enormemente adversos.
Com🧾 o crescimento econômico dos Estados Unidos no pós-guerra e a emergência do estado de bem-estar social, não poderia mais a🧾 criminalidade ser atribuída à pobreza extrema e a calamitosas condições de vida da população, que ainda permanecia pobre, mas não🧾 miserável.
Em suma, se a miséria justificaria a criminalidade, deveria esta ter decrescido com a redução da primeira.[12] Walter B.
Miller entendia🧾 como fundamental para a análise da delinquência juvenil e das gangues de jovens a delimitação do conceito de "classe baixa",🧾 visto que os fenômenos pareciam afetá-la com particular intensidade.
O autor percebeu que os antropólogos o determinavam de duas formas.
A primeira🧾 era o simples enquadramento sócio-econômico de pessoas em determinados grupos estatísticos, i.e.
, pertenceriam à classe baixa aqueles que tivessem determinado🧾 grau de escolaridade, desfrutavam de determinada renda etc.
O problema de tal compreensão é considerar as médias estatísticas como "normas" ,🧾 quando são apenas demonstrativos numéricos que não necessariamente retratam a realidade.
Um exemplo da imprecisão reside no fato de países com🧾 significativa desigualdade social poderem ter uma renda per capita demasiadamente diferente da real renda média da população não abastada.
Ademais, as🧾 estatísticas agrupadas para a caracterização de uma classe não necessariamente correspondem entre si, não havendo portanto coesão no conceito de🧾 classe puramente estatístico.
Por exemplo, há , nos Estados Unidos, integrantes da classe média que receberam, em anos, a mesma educação🧾 formal que integrantes da classe baixa, não podendo os números aferir a qualidade da educação.
Em suma, as estatísticas são índices🧾 indiretos de análise, i.e.
, podem definir características de um grupo de pessoas pré-determinado, mas não podem ser usadas para delimitar🧾 um grupo homogêneo de pessoas.
Para Miller, a melhor forma de definir uma "classe baixa" é a identificação de "padrões de🧾 vida".
Estes reúnem uma série de conceitos complexos não necessariamente exprimíveis em números.
Dentre eles, principalmente, a relação do indivíduo com membros🧾 de outras localidades, um conjunto de conceito e preocupações semelhantes e práticas retiradas, i.e.
, uma única"subcultura".
Uma vez delimitada a subcultura,🧾 pode-se então proceder com segurança ao enquadramento de seus membros a dados estatísticos, obviamente não para definir a classe, mas🧾 antes para compreender suas condições de vida.
Subcultura O autor adota parcialmente a teoria do criminólogo Robert Merton.
[15] Este compreendeu que🧾 grande parte da sociedade americana valoriza bens de consumo semelhantes, entretanto em meios de escassez e desvantagens sociais há incentivos🧾 contextuais à delinquência, visto que a facilidade dos meios de obtenção dos bens difere conforme a classe social estudada.
Entretanto, tais🧾 incentivos não seriam a mera oportunidade fática de obtenção de bens por meios ilícitos ou a dificuldade de se fazê-lo🧾 por meios lícitos.
Seriam eles, primariamente, valores específicos de um grupo social que enalteceriam ou rejeitariam comportamentos.
Tais valores não necessariamente substituem🧾 outros que abarquem também maior parcela da sociedade, pois podem os valores coexistir em uma relação de sobreposição, i.e.
, um🧾 valor social geral pode ceder diante de um valor grupal específico.
Já os valores específicos do grupo comportariam uma relação de🧾 "compartilhamento", pois integrariam um todo coeso, denominado subculturas.Supõe Walter B.
Miller que as subculturas sejam "componentes intrínsecos de uma adaptação social🧾 viável"pág ( 190).
Em outras palavras, as subculturas se desenvolvem como forma de garantir a sobrevivência de uma parcela da sociedade🧾 que se ocupe de determinadas atividades, geralmente que requeiram qualificações formais semelhantes.
Para suprir as desvantagens sociais sofridas pelo grupo, por🧾 exemplo o baixo prestígio perante a sociedade como um todo, faz-se necessário o desenvolvimento de um fluxo de relações sociais🧾 intra grupal, esse se dá principalmente pelo compartilhamento de valores e práticas reiteradas.
Pode-se portanto supor que a mudança das condições🧾 que deram origem a tais conjuntos de valores e práticas tenderia a minguar as manifestações sub culturais, no entanto não🧾 é o que ocorre.
Na verdade subsistem as subculturas até mesmo após a substituição étnica de seus membros.
Assim ocorre pois não🧾 está a subcultura diretamente relacionada às origens culturais de seus adeptos, mas principalmente vinculada aos modos de produção nos quais🧾 estão seus aderentes engajados.
Entende o autor que a manutenção se dá por um dual processo "econômico-ecológico" de adaptação e manutenção,🧾 i.e..
, os fatores econômicos que contribuíram para o surgimento da subcultura unidos às vantagens sociais locais por ela facilitadas são🧾 os responsáveis pela apostar bet365 vigência.
Os fatores econômicos de manutenção explicam-se pelo comum "generalismo"(p.
171) das regiões estudadas.
Este termo é usado pelo🧾 autor para se referir a modos de produção de baixa especificidade e consequente inter substutividade das atividades econômicas desenvolvidas, pois🧾 os menores salários e a baixa qualificação predominante em tais regiões tende a atrair tal tipo de atividade pouco qualificada.
O🧾 termo ecológico é empregado em referência à abrangência eminentemente local das subculturas, posto que diferentes locais e contextos tendem a🧾 parir valores sociais distintos.
Em relação ao ambiente, notou-se que uma vez que os membros das regiões adquiram condições para migrar🧾 há tendência para que o façam, permitindo que suas moradias locadas sejam então habitadas por novos migrantes, que por sua🧾 vez se enquadram na demanda econômica local, realimentando o processo de manutenção.
Ademais, tendem os novos migrantes a preservar os modos🧾 de relação inter pessoal localmente estabelecidos, visto que assim será facilitada a integração.
A criminologia, para o autor, tende cada vez🧾 mais à ideologização.
As concepções descritas deixaram de ser hipóteses passíveis de verificação para se tornarem dogmas inatacáveis.
As consequências de tal🧾 tendência podem se resumir em:
crescente polarização não restrita à criminologia, mas também aos órgãos de repressão, "projeção reversa": a identificação🧾 por um adepto de um espectro de enxergar a apostar bet365 contraparte como necessariamente extremista, apesar de às vezes figurar próxima🧾 ao centro Seleção Ideologizada: a hierarquização dos problemas conforme afetem a posição ideológica do sujeito, e não conforme apostar bet365 extensão🧾 ou gravidade objetivamente analisadas , Constrição de informações:supressão de dados que confrontem a posição ideológica do criminólogo ou agente de🧾 repressão Catastrofismo : exigências alarmistas por parte de um sujeito ideologizado (a quem quer que seja) para a consecução de🧾 seus fins ideológicos sob a previsão de supostas consequências extremamente graves caso seus pleitos não se efetivem Magnificação de prevalência:🧾 enaltecimento irreal de condutas extremas contrárias à ideologia do locutor, por exemplo, por parte de esquerdistas, a afirmação de que🧾 a maioria dos policiais é sádica e, por parte de direitistas, de que a maioria dos beneficiários de programas assistencialista🧾 é formada de fraudadores.
Distorção da oposição: o infiel relato das verdadeiras posições defendidas pela parte contrária, por meio de distorções🧾 conceituais ou de acusações de posições extremistas jamais defendidas.
1956 - Implications of Urban Lower Class Culture for Social Work, Miller
1956🧾 - A Research Project on a Community-Focused Method of Delinquency Control
1956 - A Research Project on a Community-Focused Method of🧾 Delinquency Control
1957 - A Corner Girl Discusses
1957 - A Roxbury Mother
1957 - Juvenile Crime in the Special Youth
1957 - Work🧾 With Groups in a Metropolitan "Inner-City" Problem Area
1958 - Trends in "Delinquent Acts" Committed by Members of Eight Adolescent Corner🧾 Groups Worked with by Social Workers
1959 - Preliminary Generalized Theoretical Orientations to the Study of Gang Delinquency Developed from the🧾 Boston Delinquency Program
1958 - Progress Report: Research on the Effectiveness of the Corner-Group Worker Method for Controlling Delinquency in Juvenile🧾 Gangs
1959 - Some Characteristics of Present-Day Delinquency of Relevance to Educators
1965 - Subculture and Customary Behavior
1973 - The Journal of🧾 Criminal Law and Criminology
1976 - Adolescent Subculture and Drug Use
1989 - Gangs in America- Why the US has failed to🧾 solve its Youth Gang Problem
1998 - The Growth Of Youth Gang Problems.
Disponíveis em: http://gangresearch.asu.
edu/walter_miller_library