O Simpósio Internacional de Ciências do Esporte é um dos mais importantes eventos científicos da área das Ciências do Esporte, 💳 Atividade Física e Saúde realizados no Brasil, na América Latina e no mundo.
Cientistas dos Estados Unidos, Europa e até Austrália 💳 fazem presença.
Chegamos em betesporte baixar 45º edição com o tema Movimentando, Exercitando e Competindo: Fatos e Fakes.
Uma edição histórica, marcada pelo 💳 formato híbrido.
Editorial
A atividade física sai vacinada da pandemia
Para frear a pandemia de COVID-19, medidas necessárias de isolamento social, aplicadas em 💳 maior ou menor intensidade pelos diversos países – certamente o segundo caso, o do Brasil – tiveram como "efeito colateral" 💳 o aumento global da inatividade física.
Em meados de 2020, com base em análises prévias (1), projetamos que o aumento de 💳 10% da inatividade física poderia vitimar 535 mil de vidas ao ano.
Num cenário mais pessimista, fosse a escalada da inatividade 💳 de 50%, estimamos um excesso de 2,7 milhões de mortes prematuras (2).
Esses assombrosos dados ligaram um alerta: estávamos diante de 💳 uma segunda pandemia silenciosa, a da inatividade física.
Mas para além da inequívoca importância da atividade física na prevenção de doenças 💳 como hipertensão arterial, diabetes do tipo 2, cardiomiopatias e alguns tipos de câncer – como se isso tudo fosse pouco 💳 – a pandemia da COVID-19 nos revelaria muito mais sobre os benefícios do movimento.
Durante o forçoso confinamento, a atividade física 💳 ganhou "status" especial de agente capaz de melhorar a saúde mental e física da população.
Programas de exercícios domiciliares, antes pouco 💳 difundidos, passaram a fazer parte da rotina de uma parcela da população.
Da mesma forma, as atividades ao lar livre – 💳 obviamente muito mais seguras do que as confinadas durante uma pandemia respiratória – foram "descobertas" pelas pessoas como importante fonte 💳 de saúde e bem-estar.
Mas os achados que elevariam a atividade física a outro patamar estavam por vir.
Estudos conduzidos por grupos 💳 independentes em vários países demonstraram que pessoas fisicamente ativas apresentavam menores riscos de desenvolverem formas graves de COVID-19, o que 💳 significa proteção contra hospitalização ou morte pela doença (3).E teve mais.
A prática regular de atividade física também foi associada com 💳 melhores e mais duradouras respostas vacinais contra a COVID-19 (3).
O movimento como verdadeiro booster do sistema imune, algo particularmente relevante 💳 para populações que respondem deficientemente às vacinas, como os pacientes imunocomprometidos.
Diante dos variados benefícios vistos na pandemia com a prática 💳 de atividade física – uma ferramenta, como sabemos, escalável, barata, segura e eficaz – é mister que coordenemos ações populacionais 💳 para a prevenção da inatividade.
Notadamente, é preciso que os esforços se materializem em políticas e estratégias que atinjam os mais 💳 socioeconomicamente vulneráveis, posto que são os que mais sofrem com fatores de risco associados a doenças crônicas e, como vimos, 💳 as vítimas principais da COVID-19.
Importantes nessa direção são inciativas locais como o Guia de Atividade Física para a População Brasileira 💳 e o Manifesto Internacional para a Promoção de Atividade Física no Pós-Covid do CELAFISCS.
É também fundamental a criação de redes 💳 de financiamento a pesquisas básicas e aplicadas, que ampliem nosso horizonte acerca de intervenções de atividade física na COVID-19 e, 💳 no mais recente momento, na Pós-COVID, com vistas a betesporte baixar incorporação ampliada no SUS.
O fim mais próximo desta trágica pandemia 💳 nos pede reflexão.
Onde faltou a ciência, sobrou a barbárie dos medicamentos ditos precoces; do ataque injustificado às medidas preventivas (como 💳 o uso de máscaras faciais); dos pseudoestudos antiéticos e criminosos; do recrudescimento do movimento antivacina.
Desse cenário desolador, contudo, sai vívida 💳 e vacinada a atividade física, com amparo de novas e mais robustas evidências.
Eis, enfim, um motivo para a comunidade do 💳 exercício celebrar.
Referências:
(1) Lee IM, Shiroma EJ, Lobelo F, Puska P, Blair SN, Katzmarzyk PT; Lancet Physical Activity Series Working Group.
Effect 💳 of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: an analysis of burden of disease and life expectancy.
Lancet 380: 219–229, 2012.doi:10.
1016/S0140-6736(12)61031-9.
(2) 💳 Peçanha T, Goessler KF, Roschel H, Gualano B.
Social isolation during the COVID-19 pandemic can increase physical inactivity and the global 💳 burden of cardiovascular disease.
Am J Physiol Heart Circ Physiol 318: H1441–H1446, 2020.(3) Gualano B.
Evidence-based physical activity for COVID-19: what do 💳 we know and what do we need to know? Br J Sports Med;56:653-654, 2022Prof.Dr.Bruno Gualano
Universidade de São Paulo, Faculdade de 💳 Medicina
Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada & Nutrição.