Esta pesquisa tem por objetivo investigar as contribuições do esporte adaptado para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, 🌛 a partir da voz das pessoas com deficiência que praticam algum esporte adaptado as suas especificidades.
A fim de responder a 🌛 este objetivo esta pesquisa caracterizou-se como qualitativa, contando com a participação de oito atletas das modalidades esportivas Goalball e Handebol 🌛 em Cadeira de Rodas.
Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado elaborado pelos pesquisadores e a 🌛 análise dos dados se processou pelo modelo descritivo.
Os resultados apontaram que o esporte adaptado, apesar dos benefícios dos aspectos de 🌛 ordem física, psicológica ou social, não contribui para uma inserção social ampla por parte dos atletas.
Segundo os participantes, a inserção 🌛 social só acontece no mundo esportivo adaptado e, o principal benefício do esporte para a inserção social de pessoas com 🌛 deficiência é a ampliação da rede social de amizades, todavia, esta só ocorre dentro das próprias modalidades esportivas, proporcionando uma 🌛 inserção apenas neste meio.
Neste sentido, seria necessário promover uma inserção que ultrapassasse os muros e limites dos locais onde se 🌛 desenvolve o esporte adaptado.
Conforme citado, embora haja uma promoção de socialização, a vida das pessoas com deficiência não se resume 🌛 a tais ambientes.
Introdução
Para se entender a importância dos esportes adaptados para pessoas com deficiências de ordem física, sensorial ou intelectual 🌛 faz-se necessário um retrocesso às origens dos mesmos, principalmente pelas finalidades a que foram utilizados em cada contexto histórico.
Gorgatti e 🌛 Gortatti (2008) enfatizam que as atividades físicas ou mesmo os esportes para pessoas com deficiência vêm desde a Grécia Antiga 🌛 e iniciou-se como tentativa de colaborar com o processo terapêutico, tinha a finalidade primordialmente médica visando prevenir e tratar lesões 🌛 ou doenças.
Araújo (2009) acrescenta, ainda, que a prática de esportes por pessoas com deficiência tiveram grande evidência após a Segunda 🌛 Guerra Mundial (1945) e propunha minimizar as sequelas nos soldados vitimados por traumatismos em decorrência da guerra e "o esporte 🌛 era entendido como acelerador do processo de reabilitação" (ARAÚJO, 2009, p.337).
Todavia, o esporte para pessoas com deficiência, da forma como 🌛 é conhecido atualmente, não tem objetivos relacionados apenas a reabilitação: "Mais do que terapia, o esporte para esta população caminha 🌛 para o alto rendimento e o nível técnico dos atletas impressiona cada vez mais o público e os estudiosos da 🌛 área da atividade física e dos esportes" (GORGATTI; GORGATTI, 2008, p.532).
Surge assim o esporte adaptado, entendido como a adequação ou 🌛 adaptação de um esporte já conhecido pela sociedade para atender as especificidades de pessoas com deficiência.
O esporte adaptado pode ser 🌛 definido como o esporte modificado ou especialmente criado para ir ao encontro das necessidades únicas de indivíduos com algum tipo 🌛 de deficiência.
Ele pode ser realizado de forma intergrada, em que os indivíduos com e sem deficiência praticam e competem juntos, 🌛 ou de forma segregada, em que as pessoas com deficiência praticam e competem separadamente daquelas sem deficiência (GORGATTI; GORGATTI, 2008, 🌛 p.544).
Atualmente, acredita-se que o esporte adaptado contribui significativamente para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, bem como trazem 🌛 benefícios relacionados à melhor aceitação da deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu redor, melhora da aptidão física, ganho 🌛 de independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, melhora do autoconceito e autoestima, dentre outros benefícios.
Buscando refutar, respaldar 🌛 ou encontrar outros benefícios e contribuições do esporte para as pessoas com deficiência, a presente pesquisa tem como objetivo: investigar 🌛 as contribuições do esporte adaptado para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, a partir da voz das pessoas 🌛 com deficiência que praticam algum esporte adaptado as suas especificidades.
Método
Está pesquisa teve enfoque qualitativo, delineado pelo modelo descritivo.
Contou com a 🌛 participação de 8 atletas, 5 com deficiência física e 3 com deficiência visual, do gênero masculino e de diferentes idades, 🌛 que participam de projetos voltados ao esporte adaptado em um município de médio porte do interior paulista.
Ressalta-se que, que estes 🌛 atletas participam de projetos voltados ao Handebol em Cadeira de Rodas e ao Goalball.
A escolha dos participantes da pesquisa seguiu 🌛 os seguintes critérios: aceitar participar voluntariamente da pesquisa; ser maior de idade; apresentar deficiência; participar de equipes voltadas ao esporte 🌛 adaptado.
Para a coleta de dados utilizou-se de um r oteiro de entrevista semiestrutura elaborado pelos pesquisadores, o qual foi testado 🌛 a fim de verificar se o roteiro da entrevista respondia ao objetivo proposto na pesquisa e, para o registro dos 🌛 dados coletados durante as entrevistas utilizou-se de um gravador.
Para manter a identidade e integridade dos oito participantes da pesquisa, estes 🌛 foram identificados como P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P8.
Apresentação, discussão e análise de dados
As informações pertinentes ao 🌛 perfil e informações da deficiência dos participantes da pesquisa serão apresentados no quadro 1.
Em seguida, serão abordas as contribuições do 🌛 esporte adaptado para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, a partir das falas dos participantes desta pesquisa.Quadro 1.
Perfil 🌛 dos participantes - (*) DV: Deficiência Visual, (**) DF: Deficiência Física.
Observando o quadro 1, percebe-se que todos os participantes da 🌛 pesquisa são do gênero masculino, evidenciando a pouca participação do público do gênero feminino nos esportes adaptados.
Segundo Mourão (2000), isso 🌛 acontece devido à falta de incentivo cultural voltado a prática esportiva por parte das mulheres, ainda persistindo o entendimento de 🌛 que as mulheres deveriam ficar em casa cuidando dos afazeres domésticos e da educação dos filhos.
Mourão (2000) acrescenta, ainda, que 🌛 historicamente se as mulheres viessem a praticar algum esporte seria, aquelas pertencente à elite, ou seja, aquelas mulheres que pertencessem 🌛 a uma classe social economicamente mais favorecida.
Em relação à idade, como critério de inclusão nesta pesquisa estabeleceu-se que todos os 🌛 participantes fossem maiores de idade, ou seja, tivessem mais de 18 anos de idade.
Deste modo, observando o quadro percebe-se que 🌛 a média de idade ficou de 35 anos sendo que o mais novo possuiu 20 e o mais velho 53.
Dos 🌛 oito participantes da pesquisa P1, P2, P3, P4, P5 apresentam Deficiência Visual, P2, P3, P4 e P5 com cegueira e 🌛 P1 com baixa visão, e P6, P7 e P8 com Deficiência Física.
3 dos 8 participantes possuem deficiência física, sendo que 🌛 P6 e P8 adquiriram a deficiência por meio da Poliomielite e P7 por betesporte e goias vez adquiriu a deficiência por meio 🌛 de amputação, devido um câncer aos onze anos de idade.
Os outros 5 participantes possuem deficiência visual, dois deles (P3 e 🌛 P4) de forma adquirida.
Os outros 3 de forma congênita, sendo que todos foram acometidos por doenças que afetam de alguma 🌛 forma o globo ocular, tais como: Catarata, diabetes, glaucoma/má formação de córnea, exceto P2 que não teve betesporte e goias deficiência diagnosticada, 🌛 porém segundo relatos do participante, betesporte e goias deficiência possivelmente deve-se ao fato de que seus pais sejam parentes de primeiro grau.
Quando 🌛 aos esportes praticados, P1, P2, P3, P4 e P5 são atletas que participam de competições relacionadas ao Goaball e P6, 🌛 P7 e P8 são atletas do Handebol em Cadeira de Rodas.
Para investigar as possíveis formas de inserção que o esporte 🌛 adaptado possibilitou aos participantes, questionou-se, primeiramente, se os mesmos acreditavam que o esporte poderia ser um facilitador ou um dificultador 🌛 para a socialização e inserção/inclusão na sociedade.
Foi unânime a resposta que o esporte adaptado é um facilitador.
Destaca-se que P1, P2, 🌛 P4, P5 e P8 informaram que a facilitação ocorre pelo conhecimento de novas pessoas, novas amizades.
P2, P3, P5 e P8 🌛 entendem que a visão da sociedade também é alterada quando tratam de pessoas que praticam esporte adaptado e as não 🌛 praticantes, ou seja, as pessoas sem deficiência ao observarem que as com deficiência podem e conseguem praticar esportes ficam surpreendidas, 🌛 curiosas e abordam os atletas em busca de maiores informações, como foi reforçado por P3 e P8.
Às vezes a gente 🌛 está praticando esporte e o interessante é que no meio da sociedade as pessoas também vêm conversar com a gente, 🌛 perguntar como é isso como é aquilo.
A gente acaba esclarecendo dúvidas e eles veem que a gente também é capaz.
Então 🌛 de uma maneira ou de outra a gente acaba se interagindo mais com a sociedade e acaba até ajudando a 🌛 tirar o preconceito que eles têm (P3).
As amizades né? A gente vive um monte de preconceito, as pessoas nem conversam 🌛 com a gente, depois eles vê o que a gente faz aqui, eles param, conversam com a gente, tiram dúvidas 🌛 e podem depois sair falando coisas não tão cheias de preconceito (P8).
Outro aspecto relacionado por P4 e P5 foi a 🌛 possibilidade de adquirirem novos conhecimentos e P1, ainda, afirma que é um meio de se desenvolver de um modo geral 🌛 para se adaptar e ficar mais a vontade frente as situações de convivência que a vida exige.
P7 não soube responder 🌛 a estes questionamentos.
Notou-se que, a inserção e socialização das pessoas com deficiência física e visual por meio do esporte adaptado 🌛 se dá com o estabelecimento de redes de amizades.
Rocha e Miranda (2009) ressaltam que por meio do contato com outras 🌛 pessoas é possível que se conheça mais sobre as deficiências, possibilitando uma inserção social, minimizando a exclusão e, para isso 🌛 deve-se ter o conhecimento sobre as deficiências e assim, adaptar o contexto para minimizar as dificuldades geradas pela deficiência, focando 🌛 nas possibilidades da pessoa antes de suas limitações.
Posteriormente, indagou-se aos participantes da pesquisa se o esporte adaptado teria os ajudado 🌛 na inserção social.
Ressaltam-se aqui as respostas de P4, P5 e P6, os quais acreditam que a inserção ocorreu apenas no 🌛 mundo esportivo, melhorando a inclusão no esporte, pois já se sentiam incluídos perante a sociedade, como se pode verificar em 🌛 suas falas:
É difícil responder essa pergunta pra você, ajudou ou não ajudou? Eu sempre me senti incluso mesmo antes do 🌛 esporte (P5).[...
] se a gente fizesse assim a título de competição e sair a gente poderia conhecer outras pessoas incluídas 🌛 neste meio.
Como a gente só fica por aqui então basicamente é o pessoal aqui que a gente conhece.
Não tenho muito 🌛 conhecimento com outras pessoas fora da minha cidade (P4).
Sim, é, entre aspas, no mundo de handebol sim, no mundo esportivo 🌛 de handebol.
Porque eu já, eu sempre fui de viajar, vendedor, então eu sempre tive um bom relacionamento com a sociedade 🌛 [...
] sempre fui casca grossa nesse sentido (P6).
P4 reforça, ainda, que não se sente inteiramente participante desta inserção social, contudo 🌛 o pouco que se sente foi o esporte adaptado que proporcionou.De certa forma sim.
Eu não sou assim tão participante da 🌛 inclusão ainda né, mas eu acho que o pouco que eu sou incluído foi através do esporte que a gente 🌛 vem fazer aqui.(P4).
Outras contribuições citadas foram à possibilidade de fazer novas amizades por meio do esporte (P1, e P8), bem 🌛 como uma maior visibilidade das pessoas com deficiência por meio das práticas esportivas (P2), além a possibilidade de viajar e 🌛 conhecer lugares (P7, P8).
Apesar da visão médica da deficiência ainda estar presente na sociedade, na qual a deficiência ainda é 🌛 vista em primeiro plano, colocando o indivíduo a sombra de betesporte e goias deficiência e segregando-os por tipos de limitações, percebe-se que 🌛 a sociedade quando toma consciência das potencialidades das pessoas com deficiência já diminui os estigmas colocados, podendo proporcionar uma maior 🌛 inserção dos mesmos.
Para maiores aprofundamentos sobre os benefícios advindos do esporte para a vida dos atletas participantes da pesquisa, perguntou-se 🌛 aos mesmos quais eram estes benefícios, especificamente aqueles relacionados aos aspectos físicos, psicológicos e sociais.
Na questão do aspecto físico foi 🌛 apontado por P1 e P5 melhorias na saúde, por P3, P7 e P8 no condicionamento físico, quando este cita que 🌛 é adepto da musculação.
Para P7 e P8 a condição física melhorou em função da redução das dores no corpo devido 🌛 ao uso de prótese e a deficiência em si.[...
] eu não conseguia andar com a prótese, agora depois do esporte 🌛 eu tô conseguindo mais.(P7) [...
] eu tinha muita dor no corpo, que nem eu fiz 13 cirurgias na coluna, então 🌛 doía muito, depois que comecei a praticar essa dor minha sumiu da coluna, dor na perna.(P8).
Em se tratando dos aspectos 🌛 sociais, os participantes citaram que houve maiores oportunidades de sair mais de suas residências, redução da timidez de freqüentar outros 🌛 ambientes da sociedade (espaços de lazer, comércio, etc.
), melhora na convivência com outras pessoas, além de observarem que existe uma 🌛 mudança na maneira com que a sociedade "olha" os atletas com deficiência, como menciona o P3 e o P8:
Na questão 🌛 da socialização, faz com que as pessoas te olhem com outros olhos, veem que você não é limitado e tem 🌛 capacidade pra fazer um monte de outras coisas (P3).
Hoje vou de peito aberto pra qualquer lugar que me chamar, eu 🌛 to indo e não tenho mais vergonha, porque antigamente eu tinha vergonha.
Eu cheguei a ficar um ano dentro de casa 🌛 com vergonha de sair.
Os amigos me convidavam eu me trocava chegava ao portão e falava "não vou" e voltava pra 🌛 dentro (P8).
Sobre os aspectos psicológicos os atletas acreditam que o esporte proporciona uma mudança de pensamento, fazendo com que eles 🌛 adquiram pensamentos pautados na autoestima, na paciência, no respeito as regras e as próprias limitações e potencialidades, além da redução 🌛 do stress e esquecimento dos problemas/dificuldades da vida cotidiana.
No caso do psicológico você não fica parado dentro de casa amontoando 🌛 um monte de besteira na mente (P3).
Você aprende a respeitar mais as regras da vida.
Respeita até mesmo o que betesporte e goias 🌛 deficiência te impõe e o que ela te possibilita.
Você não se faz mais de coitadinho (P4)[...
] porque às vezes você 🌛 sai estressado do trabalho, ai você vem aqui joga, relaxa.
Seu corpo e metabolismo melhoram e o seu corpo também e 🌛 chega em casa relaxado (P5).
Fica evidente que os participantes acreditam que existem muitos aspectos positivos na prática do esporte adaptado, 🌛 sendo que os mesmos mencionam que adquirem benefícios na esfera psicológica, física e social, além disso, "é a oportunidade de 🌛 testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias da betesporte e goias deficiência e promover a integração social e a reabilitação 🌛 da pessoa com deficiência" (CARDOSO, 2011, p.533).
Gorgatti e Gorgatti (2008) enfatizam que embora o objetivo maior do esporte adaptado não 🌛 seja a reabilitação das pessoas com deficiência e sim a competição, são inegáveis os benefícios que a betesporte e goias prática pode 🌛 proporcionar, principalmente nos aspectos psicossociais.
Percebe-se assim que a prática de atividades relacionadas ao esporte adaptado atinge a pessoa com deficiência 🌛 em várias perspectivas.
A prática de atividades esportivas acaba contribuindo para o reingresso social, além de proporcionar melhorias em questões relacionadas 🌛 a saúde, reabilitação e qualidade de vida.
Deste modo, convém ressaltar a importância que o esporte adaptado trouxe a respeito da 🌛 superação de limites e descobrimento de potencialidades por parte dos participantes da pesquisa, os quais são atletas de Handebol em 🌛 Cadeira de Rodas e Goalball.
Obviamente que, nas respostas de muitas das questões indagadas os participantes mencionaram que o fato de 🌛 fazer novas amizades dentro do esporte tem grande importância na socialização e inserção social.
Entretanto, P4 chama a atenção ao mencionar 🌛 que:
Se a gente viajasse mais a título de competição poderia conhecer outras pessoas incluídas neste meio.
Como a gente fica muito 🌛 por aqui (menciona a cidade em que reside) basicamente é o pessoal daqui que a gente conhece e assim não 🌛 tenho muito conhecimento com outras pessoas de fora (P4).
Desta forma, complementa afirmando que a prática do esporte aumentou a possibilidade 🌛 de se relacionar com pessoas apenas dentro da modalidade esportiva, como citado na pesquisa de Oliveira et al.(2013, p.
169) quando 🌛 o autor enfatiza que "o esporte adaptado indica agir positivamente nos aspectos sociais no que tange no relacionamento com amigos, 🌛 passando de uma predominância baixa de relacionamentos (antes) para alto (após) a inserção na modalidade [...
] entretanto, essas relações mostraram-se 🌛 mais favoráveis quanto ao aumento das relações sócias com atletas e técnicos"
P3 enfatiza que a convivência com a sociedade tem 🌛 melhorado, pois as pessoas começam a olhar a deficiência de uma nova perspectiva, não a vendo como primeiro plano, olhando 🌛 desta forma para as potencialidades do indivíduo e não mais para as limitações decorrentes das deficiências.
Acredita-se, assim, que a principal 🌛 contribuição proporcionada pela prática de esportes adaptados é o aumento da rede de relacionamentos que, se amplia principalmente no âmbito 🌛 das próprias modalidades.
Considerações finais
A presente pesquisa teve como propósito investigar as contribuições do esporte adaptado para a inserção das pessoas 🌛 com deficiência à sociedade, a partir da voz das pessoas com deficiência que praticam algum esporte adaptado as suas especificidades.
Levando 🌛 em consideração as respostas obtidas nas entrevistas realizadas percebeu-se que a prática do esporte adaptado traz benefícios aos seus praticantes, 🌛 sejam ele nos aspectos de ordem física, psicológica ou social.
Nos aspectos físicos, os participantes relataram melhoria da saúde, reabilitação e 🌛 qualidade de vida, maior mobilidade ou hábitos saudáveis.
Quanto aos aspectos psicológicos nota-se a redução de stress, melhoria na autoestima, melhor 🌛 relação no autoconceito e pensamentos positivos em relação à vida e, no aspecto social foi possível perceber aumento da rede 🌛 de relacionamentos de amizade no âmbito das modalidades esportivas adaptadas e modificações nos entendimentos que as pessoas não acometidas por 🌛 deficiências tem em relação as possibilidades das pessoas com deficiência.
Constatou-se que, ao contrário das expectativas das pesquisadoras e conforme "a 🌛 voz das pessoas com deficiência" que o esporte adaptado, nos moldes da cidade onde foi aplicada a pesquisa, apesar dos 🌛 benefícios nos aspectos de ordem física, psicológica ou social, não contribui para uma inserção social ampla por parte dos atletas 🌛 que participam de projetos voltados ao esporte adaptado.
Segundo os participantes desta pesquisa, a inserção social só acontece no mundo esportivo 🌛 adaptado.
Os relatos dos 8 participantes da pesquisa apontam que o principal benefício do esporte para a inserção social de pessoas 🌛 com deficiência é a ampliação da rede de amizades, todavia, esta só ocorre no âmbito das próprias modalidades esportivas adaptadas, 🌛 proporcionando uma inserção social apenas neste meio.
Neste sentido, seria necessário promover uma inserção que ultrapassasse os muros e limites dos 🌛 locais onde se desenvolve o esporte adaptado.
Conforme citado, embora haja um aumento significativo das redes de amizades e acesso a 🌛 diferentes ambientes sociais (espaços de lazer, comércio, etc.
), a vida das pessoas com deficiência não se resume apenas a tais 🌛 ambientes.
Deste modo, ainda há muito a ser feito para a inserção das pessoas com deficiência em todos os ambientes e 🌛 contextos da sociedade se faça de forma concreta.
Ressalta-se, também, que a lenta evolução e conhecimento a respeito do esporte adaptado 🌛 se dão pela falta de investimentos no esporte adaptado, ausência de interesse do poder público, insuficiência de apoio de patrocinadores, 🌛 carência de políticas públicas, escassez de investimentos na infraestrutura e nos recursos específicos para a prática de modalidades esportivas adaptadas, 🌛 as quais desaceleram os entendimentos sobre os benefícios e contribuições do esporte adaptado para as pessoas com deficiência.
Constata-se, portanto, que 🌛 apesar da evolução ao longo dos anos do esporte adaptado, há a necessidade de maior aderência, maior participação da população, 🌛 bem como a ampliação de políticas públicas para o esporte e lazer da população com deficiência.
ReferênciasARAÚJO, P.F.de.
Iniciação esportiva e as 🌛 pessoas com deficiência.In: MENDES, E.G.; ALMEIDA, M.A.; WILLIANS, L.C.de ALBUQUERQUE.
Temas em Educação Especial: avanços recentes .
São Carlos: EDUFSCar, 2009.CARDOSO, V.D.
A 🌛 reabilitação de pessoas com Deficiência Através do Desporto Adaptado.
Revista Brasileira de Ciência e Esporte, Florianópolis, v.33, n.2, p.
529-539, abr/jun, 2011.GORGATTI, 🌛 M.G.; GORGATTI, T.
O esporte para pessoas com deficiência.In: GORGATTI, M.G; COSTA, R.F.(Orgs.
) Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas 🌛 com necessidades especiais .Barueri: 2ed.Manole, 2008.MOURÃO, L.
Representação social da mulher brasileira nas atividades físico-desportivas: da segregação à democratização.1998.18.
Tese - Universidade 🌛 Gama Filho - RJ.2000OLIVEIRA, C.H.S.et al.
O Goalball como Possibilidade de Inclusão Social de Pessoas com Deficiência Visual.
Pensar A Prática, Goiânia, 🌛 v.16, n.1, p.165-182, 2013.ROCHA, T.B.; MIRANDA, T.G.
A Inclusão do Aluno com Deficiência no Ensino Superior: uma análise do seu acesso 🌛 e permanência.
In: DÍAZ, Félix et al (Org.).
Educação Inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas.
Salvador: Edufba, 2009.p.27-38.SAMPIERI, R.H.; COLLADO, C.H.; LUCIO.P.B.
Metodologia 🌛 da Pesquisa Científica.
São Paulo: McGraw-Hill, 2006.THOMAS, J.R.; NELSON, J.K.; SILVERMAN, S.J.
Métodos de pesquisa em atividade física.5ed.
Porto alegre: Artmed, 2007.
Outros artigos 🌛 em Portugués