O assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), foi um crime executado 💴 no dia 14 de março de 2018, no Estácio, região central da cidade.
Os criminosos estavam em um carro, que emparelhou 💴 com o da vereadora, e efetuaram vários disparos, que também mataram o motorista.
Embora em fase inicial, a investigação conduzida pelas 💴 autoridades aponta para motivações políticas.[1]
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ambos ex-policiais militares, foram acusados de serem os executores dos assassinatos 💴 de Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes e continuam presos aguardando julgamento pelo crime, enquanto as investigações continuam.[2][3][4][5][6][7]
Descrição do 💴 crime [ editar | editar código-fonte ]
Marielle chegou à Casa das Pretas, na rua dos Inválidos, na Lapa, para mediar 💴 um debate promovido pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) com jovens negras, por volta das dezenove horas.
Segundo imagens obtidas pela 💴 polícia, um Cobalt com placa de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, estava parado próximo ao local.
Por volta das vinte 💴 e uma horas, Marielle deixou a Casa das Pretas com uma assessora e um motorista, sendo logo seguida por um 💴 carro do mesmo modelo que estava parado próximo ao local.
[8] Por volta das vinte e uma horas e trinta minutos, 💴 na Rua Joaquim Paralhes, no Estácio, um veículo emparelha com o carro de Marielle e faz treze disparos.
[8] Nove acertam 💴 a lataria e quatro acertam o vidro.
A vereadora foi atingida por três tiros na cabeça e um no pescoço[9] e 💴 o motorista levou ao menos três tiros nas costas, causando a morte de ambos.
A assessora foi atingida por estilhaços, levada 💴 a um hospital e liberada.
[8]A polícia declarou acreditar que o carro dela foi perseguido por cerca de quatro quilômetros.
Os executores 💴 fugiram do local sem levar quaisquer bens.[10]
Imagens retiradas de câmeras locais revelaram que um segundo veículo possivelmente teria dado cobertura 💴 aos criminosos que dispararam os tiros.
Além disso, outras imagens mostraram dois homens parados dentro de um veículo, por duas horas, 💴 no local de um evento de que a vereadora participou logo antes.
Segundo a polícia, a munição utilizada, de calibre 9 💴 mm, não pode ser vendida a civis em geral.
A Rede Globo informou que a munição pertencia a um lote vendido 💴 à Polícia Federal, fato confirmado pela Polícia Civil.
[11][12] Os investigadores acreditavam que a vereadora foi seguida desde o evento da 💴 Lapa, por quatro quilômetros, até passar por um local de menor tráfego, onde se deu o ataque.[11]
O delegado Rivaldo Barbosa, 💴 Chefe da Polícia Civil, trabalhava com a hipótese de execução, visto que os pertences dos passageiros não foram levados pelos 💴 atiradores e que a vereadora era militante de comunidades carentes, tendo sido ativa na defesa dos direitos humanos dos moradores 💴 dessas localidades, principalmente negros e mulheres, havendo mesmo denunciado mortes praticadas por policiais.
No sábado anterior ao crime, Marielle denunciara nas 💴 redes sociais[13] o 41º Batalhão da Polícia Militar, de Acari, que fora apontado pelo Instituto de Segurança Pública como o 💴 mais mortífero dos cinco anos anteriores.[14]
A perícia descobriu que as munições de calibre 9 mm que mataram a vereadora carioca 💴 eram do mesmo lote de parte dos projéteis utilizados na maior chacina do estado de São Paulo.
[15] Os assassinatos de 💴 dezessete pessoas ocorreram em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo, em 13 de agosto de 2015, e três policiais 💴 militares e um guarda civil foram condenados pelas mortes.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, esse lote fora vendido 💴 à Polícia Federal de Brasília pela empresa Companhia Brasileira de Cartuchos, no dia 29 de dezembro de 2006.
[15]A análise técnica 💴 também revelou que a munição era original, isto é, ela não foi recarregada porque a espoleta, que provoca o disparo 💴 do projétil, era original.
A PF abriu um inquérito para apurar a origem das munições e como elas chegaram ao Rio 💴 de Janeiro.[16]
O Ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a munição foi roubada da sede dos Correios na 💴 Paraíba, anos antes.
Fontes da PF disseram que o lote com dois milhões de cápsulas foi amplamente distribuído entre as unidades 💴 da corporação e que as unidades de São Paulo e do Distrito Federal receberam a maior quantidade, mais de duzentas 💴 mil cápsulas cada uma.
Além disto, o ministro disse que a PF já designara um especialista em impressões digitais e DNA 💴 para fazer o exame da munição, e confrontaria os resultados com seu banco de dados, a fim de descobrir a 💴 autoria do crime.[17][18][19]
Em 18 de março, a polícia recebeu uma denúncia anônima e descobriu, em Minas Gerais, um carro que 💴 poderia ter sido usado no assassinato da vereadora.
A suspeita era de que o carro, com placas do Rio de Janeiro, 💴 teria sido abandonado no dia 15, mas, como a denúncia só chegara até a polícia no sábado, o veículo foi 💴 apreendido por volta das 21h desse dia.
Ainda, a Rede Globo divulgou novas imagens, nas quais se pode ver o carro 💴 branco, onde estava Marielle, passando e sendo seguido por dois veículos de cor prata.
A polícia investiga também a hipótese de 💴 que os assassinos de Marielle tenham monitorado a vereadora pelas redes sociais, visto que ela fez uma convocação na Internet 💴 um dia antes do evento da Rua dos Inválidos, de onde saiu antes de ser assassinada.[20]
Em 1º de abril, o 💴 jornal O Globo publicou uma matéria na qual duas testemunhas, que não foram ouvidas pela polícia, deram detalhes sobre a 💴 cena do crime.
Os jornalistas ouviram separadamente as duas testemunhas, tendo obtido versões semelhantes.
Elas disseram que o carro dos assassinos imprensou 💴 o veículo que conduzia Marielle, quase subindo na calçada.
Ao contrário das imagens de câmera, essas pessoas só viram um carro 💴 no cenário.
Ainda conforme o relato, um homem negro estava no banco de trás e estendeu o braço para fora, portando 💴 uma arma de cano longo, com um dispositivo que parecia um silenciador.
Então o carro deu uma guinada e fugiu pela 💴 rua Joaquim Palhares, não pela rua João Paulo Primeiro, como suspeitava a polícia.
As testemunhas afirmaram que os policiais militares as 💴 mandaram se afastar do local do assassinato, sem ouvi-las.
A GloboNews questionou a Policia Civil a respeito da atitude de não 💴 ouvir as testemunhas, mas não recebeu uma resposta da corporação.
Entretanto, um investigador declarou ao jornal que os projetos da vereadora 💴 estavam sob análise e que se consideravam as pautas geradoras de conflitos com certos grupos, incluindo os milicianos.
Na semana anterior, 💴 o Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, General Richard Nunes, admitiu que era inegável a motivação política no crime.[21]
Em 💴 10 de abril, os investigadores responsáveis pelo caso encontraram digitais em fragmentos parciais das cápsulas de 9 mm utilizadas no 💴 assassinato.
As cápsulas foram encontradas na esquina das ruas João Paulo I e Joaquim Palhares, no Estácio, onde aconteceu o ataque.
Oito 💴 cápsulas eram do mesmo lote vendido pela Companhia Brasileira de Cartuchos para o Departamento da Polícia Federal em Brasília e 💴 distribuído para todo o país.
A nona cápsula fazia parte de um carregamento importado, e, de acordo com os investigadores, tinha 💴 características especiais, semelhantes às de um projétil disparado em um homicídio que ocorreu em outro ponto da região metropolitana do 💴 estado.
As digitais estavam fragmentadas, o que dificultaria o confronto com as digitais armazenadas nos bancos de dados das polícias civil 💴 e federal, mas ainda seria possível a comparação com as digitais de suspeitos do crime.[22]
Em 6 de maio, a RecordTV 💴 exibe reportagem que aponta erros na investigação.
A emissora divulgou que o carro usado pelas vítimas foi abandonado no pátio da 💴 delegacia de homicídios por 40 dias sem que todos as avaliações e exames estivessem completos.
Segundo a reportagem, os corpos da 💴 vereadora e do motorista não passaram por exames de raio-x, uma vez que o Estado não tinha o equipamento.
A TV 💴 também antecipou – o que seria dias depois confirmado pela Polícia – que Marielle e Anderson não foram mortos por 💴 uma pistola como achavam os investigadores, mas sim por uma submetralhadora HK MP5, que não são facilmente apreendidas com criminosos, 💴 sendo de uso de tropas de elite.
A Record também lembrou que as câmeras da Prefeitura na rua onde ocorreu o 💴 crime foram desligadas dias antes do duplo homicídio.
Alegando sigilo, autoridades e órgãos oficiais não quiseram comentar a reportagem.[23][24]
Em 8 de 💴 maio, uma testemunha disse à polícia que o vereador Marcello Siciliano e o ex-policial militar e miliciano Orlando Oliveira de 💴 Araújo, conhecido como Orlando Curicica, seriam os verdadeiros mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
[25][8] 💴 Conforme essa testemunha, a motivação seriam as ações comunitárias de Marielle em áreas de interesse da milícia na Zona Oeste.
[8] 💴 A informação foi veiculada pelo jornal O Globo, segundo o qual a testemunha afirmou que foi forçada a trabalhar para 💴 Orlando e teria contado em detalhes todo o planejamento da execução.
A pessoa citada como testemunha relatou que esteve presente nas 💴 reuniões ocorridas entre Orlando e Siciliano, desde junho de 2017.
[8] Ainda conforme o relato, Orlando teria dito numa reunião que 💴 a vereadora o atrapalhava e comentado com Siciliano que a situação precisava ser resolvida logo.
Em três depoimentos, a testemunha teria 💴 informado datas, horários e reuniões entre os dois homens, além de fornecer os nomes de quatro homens escolhidos para o 💴 assassinato, que passaram a ser investigados pela polícia.
A ordem do assassinato teria sido dada de dentro da cela da penitenciária 💴 Bangu 9, onde Siciliano estava preso.
[26] Posteriormente, em meados de 2019, foi revelado que a testemunha, o policial militar Rodrigo 💴 Jorge Ferreira, vulgo Ferreirinha, tinha mentido a mando das milícias para atrapalhar as investigações sobre a autoria dos assassinatos de 💴 Marielle e Anderson Gomes.
[27][28][29] E o miliciano Orlando Curicica, após ser transferido para um presídio federal, deu detalhes em depoimentos 💴 ao Ministerio Público Federal do funcionamento do crime organizado no Rio de Janeiro.
[29] Além de conseguir comprovar não ter tido 💴 participação no assassinato de Marielle Franco, o miliciano Orlando Curicica denunciou nesses depoimentos a cúpula da Segurança Pública do Estado 💴 do Rio de Janeiro nomeada pelo Governador Wilson Witzel, o Secretário da Polícia Militar e o Secretário da Polícia Civil, 💴 respectivamente Rogério Figueredo de Lacerda e Marcus Vinicius Braga.
[29]Curicica também fez acusações contra o braço direito de Marcus Vinicius Braga, 💴 Allan Turnowski.
[29] Allan Turnowski foi chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro entre 2010 e 2011 e nesse período 💴 como chefe da Polícia teve como adido o policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o resposável por fazer os 💴 disparos que tiraram a vida de Marielle Franco e Anderson Gomes.[3][29][30][31]
Em 11 de maio, a polícia fez a reconstituição do 💴 crime, que tomou cinco horas entre a noite e a madrugada.
O objetivo foi reproduzir o momento em que os assassinos 💴 dispararam contra o carro onde estavam Marielle e Anderson, efetuando disparos com armas e munições reais, a fim de que 💴 as testemunhas reconhecessem o barulho da arma usada no crime.
A conclusão da polícia foi que os assassinos usaram uma submetralhadora 💴 HK MP5, uma arma capaz de disparar oitocentos tiros por minuto.
[32] Quatro testemunhas participaram da simulação do crime, incluindo a 💴 assessora parlamentar de Marielle Franco, que foi a única sobrevivente e se mudou para fora do Brasil logo depois do 💴 assassinato da vereadora.[33]
Em outubro, houve um avanço na investigação.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que o uso 💴 da tecnologia da informação permitiu a identificação do biótipo do atirador.
Além disso, a análise de imagens descobriu outros locais por 💴 onde passou o carro dos executores.
O Ministério não precisou essas informações publicamente, mas a família da vereadora foi comunicada.
Os promotores 💴 também visitaram o preso Orlando Curicica e a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, remeteu ao MPRJ o depoimento prestado por 💴 aquele aos procuradores da República, cujo conteúdo também não foi revelado para manter o sigilo das investigações, que era uma 💴 preocupação de todas as autoridades envolvidas nessas atividades.[34]
Em 3 de julho de 2019, a Polícia Civil e a Marinha articularam 💴 uma operação para encontrar as armas que teriam sido usadas no crime.
A suspeita teve origem no depoimento de um barqueiro 💴 da região do Quebra-Mar, na Barra, segundo o qual um homem, mais tarde identificado como Márcio Montavano, o Márcio Gordo 💴 – que teria retirado as armas de endereços ligados ao policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor do 💴 crime – o contratou para um passeio até as Ilhas Tijucas, para a prática de pesca submarina.
Segundo a polícia, além 💴 de Márcio, participaram da ação a mulher de Lessa, Elaine, o irmão dela, Bruno, e um homem chamado Josinaldo.
Conforme o 💴 depoimento do barqueiro, o contratante colocou no barco uma caixa de papelão pesada, dentro da qual havia caixas menores, e 💴 uma mala de viagem.
Então o homem abriu a mala, tirou seis fuzis e jogou as armas e a caixa ao 💴 mar.
Depois ele deu trezentos reais ao barqueiro para pagar o transporte, chamou um táxi e foi embora.
A polícia sabia que 💴 se tratava de um amigo de Lessa.[35]
Ainda em julho de 2019, o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), 💴 Dias Toffoli, suspendeu a investigação referente ao assassinato da vereadora.
A Decisão de Toffoli atingiu temporariamente todos os inquéritos do país, 💴 com o argumento de que eram fundados em relatórios de inteligência financeira feitos com informações obtidas sem autorização judicial.
Ou seja, 💴 eram informações compartilhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e pelo Fisco, sem autorização da Justiça.[36]
Até setembro, sabia-se, 💴 conforme um relatório da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que o 💴 sargento da reserva da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado do assassinato, era chefe de milícia na zona oeste carioca, foi 💴 dono de um bingo clandestino na Barra da Tijuca e planejava, antes de ser preso, expandir seu negócio de distribuição 💴 de água para áreas dominadas por traficantes de drogas na cidade.
O relatório fundamentou o pedido aceito pela Justiça do Rio 💴 de Janeiro, a fim de transferir Lessa para o sistema penitenciário federal.[37]
Tendo estado foragido desde a deflagração da Operação Intocáveis 💴 o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega estava sendo procurado por equipes policiais do Rio de Janeiro e da Bahia, que 💴 estavam alertas para a possibilidade de prendê-lo .
[38][39] Adriano tinha conseguido escapar de um cerco montado pelas policias do Rio 💴 de Janeiro e da Bahia em um resort no final de janeiro de 2020, mas em 9 de fevereiro de 💴 2020 foi cercado pela Polícia num sítio no município de Esplanada e acabou morto em confronto com a Polícia no 💴 interior da Bahia.
[38][40][41] Ele era conhecido como Capitão Adriano e era apontado como o chefe do grupo de assassinos profissionais 💴 chamado Escritório do Crime, o qual reunia policiais e ex-policiais que cometiam homicídios em troca de dinheiro, e também chefe 💴 de uma milícia no Rio de Janeiro.
Ele era ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio 💴 de Janeiro, foi um dos denunciados da Operação Intocáveis e teve familiares próximos envolvidos, como brazuca cassino ex-esposa e brazuca cassino mãe, 💴 no esquema das rachadinhas do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
[40] As autoridades citaram Adriano no assassinato de Marielle 💴 Franco, mas ele não constava do inquérito que investigava a morte da vereadora.
Embora tenha sido ouvido no inquérito, não figurava 💴 como suspeito.[42]
Em 30 de junho, o delegado responsável pela investigação da morte de Marielle, Daniel Rosa, colocou fim à suspeita 💴 que pairava sobre a organização de milicianos chamada Escritório do Crime.
O "Escritório" já sofria uma investigação devido à suspeita de 💴 ter realizado muitas execuções e se acreditava que a execução da vereadora poderia ser uma dessas, devido à proximidade do 💴 grupo com Ronnie Lessa, mas não foi comprovado que este teria integrado a organização criminosa.
Ainda assim, a investigação tomou tal 💴 rumo a partir do depoimento de Orlando Curicica, este sim preso por suspeita de participação no crime da vereadora.
Segundo Rosa, 💴 os membros do grupo miliciano realmente praticaram uma execução naquela noite, mas de outra pessoa, Marcelo Diotti.
O crime ocorreu em 💴 um restaurante da Barra da Tijuca, e uma minuciosa perícia, com o confronto de horários, afastou a possibilidade de que 💴 esses homens tivessem participado do assassinato da vereadora.[43]
Em meados de julho de 2020, após dois anos sem respostas sobre como 💴 os executores da vereadora tiveram acesso a munições de uso restrito da Polícia Federal, o delegado encarregado do caso requereu 💴 o arquivamento do processo, que havia sido aberto a pedido do Ministério Público Federal.
Entretanto, o procurador Eduardo Benones não aceitou 💴 o arquivamento e solicitou o aprofundamento da investigação, com o argumento de que esta não se destinava apenas à responsabilização 💴 de agentes públicos, mas que principalmente se destinava a ser uma resposta do Estado Brasileiro às muitas perguntas sobre um 💴 crime "cujo caráter é notoriamente transcendental".
Com esse propósito, o Ministério solicitou um exame pericial na munição, para saber se era 💴 uma carga original, e um pedido de explicação para a fabricante dos projéteis, que teria produzido um volume superior ao 💴 permitido pelo Exército.[44]
Em meados de dezembro, a Polícia Civil e o Ministério Público acharam uma importante pista para solucionar o 💴 crime.
Conforme o relato, Eduardo Almeida Nunes de Siqueira, morador da Muzema, favela dominada pela milícia, clonou um carro do mesmo 💴 modelo que foi usado no homicídio.
Além disso, Siqueira era defendido pelo mesmo advogado de Ronnie Lessa, considerado o executor da 💴 vereadora.
Ele confessou que clonou muitos veículos, incluindo um Cobalt prata, ano 2014, que foi exatamente o tipo de automóvel usado 💴 pelos pistoleiros.
Siqueira não sabia como o carro foi usado, mas viu muita semelhança entre o que ele clonou e o 💴 que foi usado no crime.
A polícia também seguia outras linhas de investigação, como a confirmação de que a ordem para 💴 matar Marielle partiu do ex-bombeiro, ex-vereador e miliciano Cristiano Girão, com o objetivo de se vingar do deputado federal Marcelo 💴 Freixo, pois Girão era um dos nomes constantes da lista da CPI das milícias confeccionada pelo parlamentar.[45]
Em julho de 2021, 💴 houve importantes trocas na equipe de investigação do crime.
Na Polícia Civil, Edson Henrique Damasceno, sem explicação oficial, passou a ser 💴 titular da Delegacia de Homicídios, que investiga todas as mortes violentas no estado.
Damasceno era o quarto responsável na linha de 💴 tempo da apuração policial.
Ao mesmo tempo, as promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile saíram da força-tarefa do Ministério Público do 💴 Rio de Janeiro, que também investigava o atentado.
Elas relataram receio e insatisfação com "interferências externas", mas não deram detalhes sobre 💴 essas forças.
Além disso, foi feita a exumação do corpo de Adriano da Nóbrega, e a perícia encontrou contradições entre os 💴 achados da necropsia e os relatos dos policiais militares que o mataram em ação oficial.[46]
Em julho de 2023, Élcio de 💴 Queiroz firmou uma delação premiada com a Polícia Federal e o Ministério Público e contou em detalhes como foi cometido 💴 o crime.
Segundo informações veiculadas na imprensa, o crime estava premeditado desde 2017 e até teria havido uma tentativa frustrada no 💴 mesmo ano.
Quando o homicídio efetivamente ocorreu, tudo começou com um encontro entre Lessa e Élcio no condomínio deste.
Eles se posicionaram 💴 estrategicamente em um carro e partiram em perseguição ao carro da vereadora, disparando tiros no momento em que o veículo 💴 desacelerou.
Após concluído o crime, seguiram para um bar onde ficaram bebendo até três horas da madrugada.
No dia seguinte, concluíram a 💴 operação se livrando do carro usado no crime, antes tomando o cuidado de adulterá-lo.[47]
Prisões e condenações [ editar | editar 💴 código-fonte ]
Em 30 de maio de 2018, a polícia prendeu Thiago Bruno Mendonça, conhecido como "Thiago Macaco", que era acusado 💴 de matar Carlos Alexandre Pereira Maria, "O Cabeça", um colaborador do vereador Marcello Siciliano.
Thiago Macaco também é citado no depoimento 💴 de um ex-miliciano apontado uma testemunha-chave do caso.
Segundo a fonte, Thiago seria ligado a Orlando de Curicica, chefe da milícia 💴 da Boiúna, atualmente preso.
Os dois teriam participado do assassinato da parlamentar, que estaria atrapalhando os negócios do grupo paramilitar na 💴 Zona Oeste.
Esses negócios também interessariam a Siciliano, que negava as acusações.
A testemunha ainda relatou que Thiago Macaco teria sido responsável 💴 pela clonagem do Cobalt prata, que foi usado pelos assassinos para cometer o crime.
Os agentes já haviam cumprido a prisão 💴 temporária de Rondinele de Jesus Da Silva, "O Roni", ocorrido no dia 19 de maio, pelo mesmo delito.[48]
Em 24 de 💴 julho de 2018, a polícia prendeu o ex-policial Alan Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e o ex-bombeiro Luís Cláudio Barbosa.
Ambos 💴 foram denunciados por um delator premiado, que também os envolveu em um caso de duplo homicídio.
Eles foram apontados como integrantes 💴 do grupo do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando da Curicica, que atua na Zona Oeste da cidade.
O 💴 duplo assassinato teria sido cometido no sítio de propriedade de Orlando.
Um policial militar e um ex-policial militar também integrantes da 💴 milícia, segundo a polícia, foram assassinados com tiros na cabeça, por traição.
Depois, tiveram os corpos carbonizados.
O delegado disse que não 💴 podia ainda relacionar os dois à execução da vereadora e que a investigação prosseguia em sigilo.
A milícia citada controla, além 💴 da Curirica, as regiões da Taquara, da Vargem Pequena, da Vargem Grande e do Terreirão.
As atividades dos milicianos são extorsão 💴 de comerciantes e moradores, a exemplo da cobrança de taxas pela venda de gás e água mineral, e controle de 💴 pontos de caça-níqueis.[49]
Os primeiros mandados de prisão foram expedidos a partir de 13 de dezembro de 2018.
Policiais civis da divisão 💴 de homicídios executaram quinze mandados no estado do Rio de Janeiro e fora deste, todos dirigidos contra milicianos.
Em Angra dos 💴 Reis, no Morro da Constância, durante o cumprimento de um desses mandados, a equipe foi encurralada por criminosos.
Segundo informação oficial, 💴 os agentes ficaram sob forte ameaça, em local de vulnerabilidade e intensa situação de risco, sendo resgatados em ação das 💴 polícias civil e militar.
Os mandados fizeram parte de um inquérito ligado ao assassinato da vereadora, mas conduzido de forma paralela.
Nesse 💴 momento, haviam transcorrido nove meses desde o crime.[50]
Em 22 de janeiro de 2019, a polícia prendeu o major da Polícia 💴 Militar Ronald Paulo Alves Pereira, por suspeita de envolvimento no assassinato.
Além disso, ele seria julgado no caso da Chacina da 💴 Via Show, no qual quatro jovens foram executados por policiais militares.
O major estava com o processo suspenso, mas este foi 💴 reaberto.
Conforme a informação oficial, ele vinha sendo investigado com base em suspeita de integrar a cúpula do chamado Escritório do 💴 Crime.
Ele também foi denunciado por comandar negócios ilegais, como grilagem de terras e agiotagem.[6]
Em 12 de março de 2019, policiais 💴 da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público no âmbito da operação Lume prenderam dois policiais 💴 militares suspeitos de participação no assassinato.
[3][4] Os mandados de prisão foram executados contra o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie 💴 Lessa, de 48 anos, e Élcio Vieira de Queiroz, que já fora expulso da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
[3][51] 💴 Na casa de um amigo de Ronnie Lessa foram encontrados 117 fuzis M-16 desmontados.
[5] O amigo de Lessa disse ter 💴 guardado os fuzis sem saber do que se tratava e a apreensão desses fuzis se tornou a maior apreensão de 💴 armas da história do Rio de Janeiro.
[5] Segundo a denúncia do Ministério Público, Lessa teria sido o autor dos 13 💴 disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson e Queiroz teria sido o condutor do veículo usado no crime.
[7] Ainda 💴 conforme o MP, o crime teria sido meticulosamente planejado, com três meses de antecedência.[4][7][52]
Em 31 de maio, a polícia prendeu 💴 Rafael Carvalho Guimarães e Eduardo Almeida Nunes, que eram investigados pela possível clonagem do carro Cobalt, usado no assassinato da 💴 vereadora.
As prisões foram parte da Operação Entourage, a qual teve como alvo a milícia de Orlando Curicica, que dominava regiões 💴 da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, a função dos dois na organização de Curicica era clonar carros 💴 para que a quadrilha pudesse se movimentar a fim de praticar crimes sem chamar a atenção.
Além disso, foi preso o 💴 policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, acusado de obstruir as investigações do crime.
[27] A operação contou com trezentos policiais 💴 e oito pessoas foram presas.
Os depoimentos dados por Ferreirinha a mando da milícia de que Curicica teria sido um dos 💴 mandantes do crime provaram-se falsos.
[29][27] Os crimes praticados pela organização, muito bem estruturada, eram, em brazuca cassino maioria, feitos com o 💴 uso de violência, incluindo execução de testemunhas e tentativas de homicídio de autoridades responsáveis pelas investigações.[53]
Em julho de 2020, após 💴 a prisão do empresário ligado ao Movimento Brasil Livre, Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido na Internet como Luciano Ayan, 💴 foi descoberto que ele foi o responsável por divulgar uma notícia falsa que acusava Marielle Franco de ter se relacionado 💴 com o traficante Marcinho VP, além de ter ligação com a facção criminosa Comando Vermelho.[54]
Em outubro, o ex-policial Elcio Vieira 💴 de Queiroz foi condenado a cinco anos de prisão e pagamento de multa pelo porte de munição e pela posse 💴 de armas de fogo, munições e carregadores, no dia em que foi preso, em 12 de março de 2019.
Nessa data, 💴 policiais civis e dois promotores de Justiça foram à casa de Queiroz para cumprir uma ordem de prisão, pela suspeita 💴 de envolvimento na morte da vereadora e de seu motorista, e outra de busca e apreensão, para recolher possíveis provas 💴 do crime.
Em revista, eles encontraram oito munições de fuzil de calibre 5,56 mm no seu carro e, na brazuca cassino casa, 💴 encontraram uma pistola Glock calibre ponto 380, com cinco carregadores e 46 munições, além de uma pistola Taurus calibre ponto 💴 40, com três carregadores e 72 munições.
A pena seria cumprida em regime aberto se Queiroz já não estivesse preso preventivamente 💴 em razão dos homicídios, na Penitenciária Federal de Porto Velho.
A sentença foi emitida em 11 de setembro pelo juiz André 💴 Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.[55]
Em 7 de agosto de 2022, Ronnie Lessa, que 💴 estava preso preventivamente na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, foi condenado a cinco anos de prisão por 💴 tentativa de tráfico internacional de armas.
Conforme a sentença, ele deveria começar a cumprir a pena já em regime fechado, e 💴 a prisão preventiva motivada pelo homicídio seria mantida.
A justificativa da condenação foi a quantidade e a finalidade dos equipamentos apreendidos.
Além 💴 disso, segundo o texto da sentença, o material importado se destinava a dificultar a identificação da origem dos disparos de 💴 fuzis AR-15, ordinariamente empregados por organizações criminosas que controlam vastos territórios da cidade do Rio de Janeiro, onde aterrorizam, ferem 💴 e matam moradores e agentes da segurança pública de forma indiscriminada.
Por exemplo, esse equipamento serve para reduzir o clarão provocado 💴 pelos disparos dos fuzis, geralmente utilizado por atiradores profissionais, com o intuito de chamar menos atenção no momento em que 💴 atiram.
[56] Em fevereiro de 2023 foi confirmada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro a expulsão de Ronnie Lessa da 💴 corporação.[57]
Mapa de protestos no Brasil contra o assassinato de Marielle Franco.
Clique no mapa para ampliá-lo e nos pontos para ver 💴 mais detalhes.
Um manifestante segurando um cartaz para homenagear Marielle em sessão solene na Câmara dos Deputados, em 15 de março 💴 de 2018.
Roberto Romano, filósofo e professor de Ética da Unicamp, disse que o crime foi um indicativo de fragilidade das 💴 instituições democráticas no Brasil, alertando para uma suposta ameaça de retorno da ditadura militar, dada a aproximação entre o Estado 💴 democrático e o Estado de exceção no país.
Ainda, comparou o caso ao assassinato da missionária americana Dorothy Stang em 2005, 💴 no Pará, o que revelaria as lacunas dos avanços da promoção dos direitos humanos no Brasil.
O filósofo acreditava que o 💴 episódio deveria promover uma mudança no tratamento da crise de segurança, com medidas de médio e longo prazo, como a 💴 melhora da educação e políticas de redução da desigualdade social no país, no que ele não acreditava, dado o tratamento 💴 do caso pelo governo federal.[58]
Todos os presidenciáveis rapidamente emitiram pareceres, pesares e condolências às famílias das vítimas, à exceção de 💴 Jair Bolsonaro,[59] que estava impossibilitado de falar por conta de uma intoxicação alimentar, isto seguindo a assessoria de imprensa do 💴 deputado, contudo a mesma também informou que a opinião dele seria vista como "polêmica", e, por isso, o político preferiria 💴 não se manifestar.
[60] Em 20 de março, declarou publicamente que manteria seu silêncio, criticando o silêncio seletivo de outros políticos 💴 e chamando atenção para a falta de segurança pública no Rio.[61]
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, afirmou que o seu 💴 gabinete estava empenhado na investigação do assassinato, por meio do monitoramento das investigações e da avaliação de federalização do caso.
Para 💴 ela, um atentado contra líderes políticos e a corrupção são exemplos de atentado à democracia e o nível de impunidade 💴 ainda era elevado no país.
Dodge esteve no Rio de Janeiro no dia 15 de março, onde participou de uma reunião 💴 para acompanhar os trabalhos de investigação do crime.[62]
O Presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, emitiu uma 💴 nota no dia 15 de março, na qual denunciou o assassinato como um crime contra toda a sociedade e uma 💴 ofensa direta aos valores do Estado Democrático de Direito.
Apontou ainda que o Conselho Federal da Ordem acompanhava o caso e 💴 esperava agilidade na apuração e punição exemplar para os grupos envolvidos.[63]
A Assembleia da República de Portugal aprovou por unanimidade um 💴 voto de pesar pela morte de Franco, exprimindo "a mais veemente condenação pela violência e pelos crimes políticos e de 💴 ódio que aumentam de dia para dia no Brasil".
O voto foi anunciado no dia do crime pela líder do Bloco 💴 de Esquerda, Catarina Martins, durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro, e foi subscrito pelo presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, 💴 e pelo deputado André Silva, em texto que destacava a militância política da vereadora em prol de minorias e pela 💴 denúncia da violência policial.[64]
Passeata realizada em Vitória em homenagem a Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes.
A desembargadora Marília Castro Neves, 💴 do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, apresentou outra versão do crime.
Em mensagem escrita no Facebook, a magistrada disse 💴 que Marielle não era apenas militante, mas que estaria engajada com criminosos, havendo sido eleita pelo Comando Vermelho e tendo 💴 descumprido pautas de campanha, consequentemente sendo assassinada por não pagar dívidas.
[65] A mensagem da desembargadora gerou protestos[66] e Juliano Medeiros, 💴 presidente nacional do PSOL, anunciou que exigiria a condenação da magistrada no Conselho Nacional de Justiça.[67][68]
Ocorreram também manifestações nas redes 💴 sociais, tendo o Twitter como a principal plataforma de discussões.
Segundo a Fundação Getulio Vargas, foram 567 mil menções ao nome 💴 da política.
O pico foi cerca de duas horas depois do homicídio, por volta de 23h50min, com 594 "tuítes" por minuto.
A 💴 pesquisa apontou que 88 por cento deles foram mensagens de luto e de destaque à trajetória de Marielle, sendo também 💴 constatada uma grande suspeita de que o crime foi uma execução e de que foi promovido por policiais militares.
Os usuários 💴 lembraram que a vereadora, na véspera da brazuca cassino morte, acusou a Polícia Militar do homicídio de um adolescente e fez 💴 críticas à atuação da PM em Acari, bairro da Zona Norte do Rio.
Ao mesmo tempo, uma parcela menor de usuários 💴 da rede fizeram manifestações contra a esquerda e defenderam medidas de segurança mais duras, criticando também a aproveitamento político do 💴 caso pelo PSOL.[69]
A guerra ideológica nas redes sociais levou um escritório de advocacia, o EJS Advogadas, a rastrear o conteúdo 💴 calunioso, tendo recebido mais de duas mil denúncias por e-mail até o dia 19 de março.
O objetivo anunciado foi o 💴 de enviar todos as mensagens, com os seus autores identificados, para uma investigação na Delegacia de Repressão a Crimes de 💴 Informática da Polícia Civil ou para uma retratação pública na Justiça.
Tarcísio Motta, colega de Marielle na Câmara, disse que era 💴 necessário responsabilizar aqueles que estavam propagando discursos de ódio e reproduzindo ou criando notícias falsas que atentavam contra a honra 💴 da vereadora.
[70] A irmã de Marielle afirmou que os propagadores de informações falsas seriam responsabilizados, pedindo mais respeito à família, 💴 à brazuca cassino dor e à imagem de brazuca cassino falecida irmã.
Nas semanas seguintes, a família moveu uma ação judicial em razão 💴 do excesso de mensagens depreciativas.
Em resposta, a Justiça determinou a remoção de publicações contendo conteúdo calunioso ou falso sobre Franco 💴 no Facebook e no YouTube.
Além disso, exigiu que o Facebook prevenisse a publicação de novas postagens ofensivas a Marielle e 💴 que informasse se os perfis de Luciano Ayan, Luciano Henrique Ayan e Movimento Brasil Livre patrocinaram as postagens denunciadas.[71][72][73]
Uma outra 💴 manifestação foi a do diretor José Padilha, o qual disse que a violência no Rio de Janeiro era um processo 💴 recorrente, no qual houve o assassinato silencioso de um número enorme de pessoas nos vinte anos passados.
Afirmou também que a 💴 polícia era despreparada, corrupta e extremamente violenta, além de que não existia assistência social em comunidades carentes, configurando a conjugação 💴 de fatores que levou ao reconhecido número de mortes.
Padilha citou a guerra ideológica corrente, que levava as pessoas a aderirem 💴 a seu próprio viés cognitivo, em vez de atentarem-se para problemas mais palpáveis e gerais.
Ainda conforme o cineasta, a condição 💴 atual não podia ser creditada apenas à pobreza, visto que, como afirmou, haveria países mais pobres que o Brasil com 💴 índices de violência menores, e que a polícia do Rio de Janeiro mataria quarenta vezes mais que a polícia dos 💴 Estados Unidos como um todo.
Concluiu lembrando que o problema só recebia progressiva atenção midiática, trazendo à tona a situação subjacente, 💴 quando acontecia um caso grave, a exemplo da morte da vereadora, as chacinas da Candelária e de Vigário Geral.[74]
Em 13 💴 de abril, trinta dias após o crime, a Anistia Internacional divulgou um comunicado, cobrando das autoridades brasileiras mais agilidade na 💴 condução das investigações, que até ali não tinham apontado nenhum suspeito.
A entidade pediu prioridade no caso, pois, no entender desta, 💴 a cada dia em que o crime permanece sem resposta, aumentam as ameaças contra os defensores dos direitos humanos no 💴 Brasil.
Dessa forma, o texto do comunicado reivindicou "uma investigação imediata, completa, imparcial e independente, que não apenas identifique os atiradores, 💴 mas também os autores intelectuais do crime".
Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional, disse que os estados federal e 💴 fluminense deviam uma resposta à altura da gravidade do assassinato.[75]
Em 14 de março de 2021, houve uma celebração de lembrança 💴 dos três anos do homicídio, com a inauguração de uma placa, na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal do Rio 💴 de Janeiro, no centro da cidade, em uma iniciativa da Prefeitura.
A placa é similar às de identificação das vias e 💴 praças da cidade e contém os dizeres "Vereadora Marielle Franco".
Há também duas frases: "(1979-2018) Mulher negra, favelada, LGBT e defensora 💴 dos direitos humanos"; "Brutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa".
E também se 💴 estendeu uma faixa preta em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que continha uma pergunta: "Quem mandou matar 💴 Marielle?".
Muitas autoridades estavam presentes.
O prefeito Eduardo Paes ressaltou que ninguém deveria ser assassinado em função de brazuca cassino ideologia, de brazuca cassino 💴 visão de mundo.
A mãe da vereadora, Marinete Silva, disse que a placa não reduzia a dor da família, mas que 💴 era um símbolo de esperança e ativismo, mantendo Marielle viva.
Marinete acrescentou que permanecia acreditando na solução do caso e confiava 💴 nas apurações conduzidas pelo Ministério Público do Estado.[76]
A vereadora Marielle Franco também ganhou uma estátua em brazuca cassino homenagem, no centro 💴 do Rio de Janeiro, no local onde ela costumava se reunir com seus eleitores para prestar conta do seu mandato.
A 💴 inauguração foi no dia 27 de julho de 2022, data em que Marielle estaria completando 43 anos de idade.
Compareceram diversos 💴 políticos, admiradores e eleitores da parlamentar, além de brazuca cassino família, lotando a Praça Mário Lago, mais conhecida como Buraco do 💴 Lume.
O público teve a possibilidade de tirar fotos ao lado da estátua de 1,75 metro, forjada em bronze pelo artista 💴 plástico Edgar Duvivier, em tamanho natural, mostrando Marielle com o braço esquerdo erguido e punho cerrado.[77]
Repreensão judicial à Rede Globo 💴 [ editar | editar código-fonte ]
Em novembro de 2018, a divisão de homicídios da Polícia Civil e o Ministério Público 💴 do Rio de Janeiro ajuizaram uma ação judicial demandando que a Rede Globo fosse proibida de divulgar qualquer informação do 💴 inquérito policial que apurava os assassinatos de Franco e seu motorista.
O magistrado Gustavo Gomes Kalil, titular da Quarta Vara Criminal 💴 do Rio de Janeiro, aceitou o pedido, decidindo que a Rede Globo vazava conteúdo dos autos de forma "prejudicial", expondo 💴 dados das investigações e das testemunhas.
Porém, os dados até então divulgados pela Rede Globo foram reportados sem expor informações pessoais, 💴 com alguns sendo apresentados de forma anônima.
A Globo considerou que a decisão judicial foi excessiva e que feria gravemente a 💴 liberdade de imprensa.[78]
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou uma nota:
[ 78 ] A Abraji considera que a decisão 💴 do juiz viola o direito dos brasileiros à livre circulação de informações de interesse público.
A imposição de censura é uma 💴 afronta à Constituição.
A liberdade de imprensa, fundamental para a democracia, deveria ser resguardada por todas as instâncias do Poder Judiciário, 💴 mas é frequentemente ignorada por juízes que, meses ou anos depois, são desautorizados por tribunais superiores.
Nesse meio tempo, o direito 💴 dos cidadãos de serem informados fica suspenso, o que gera prejuízos irreparáveis para a sociedade.
O caso em questão é um 💴 exemplo dessa prática absurda, que precisa acabar.
Cabe ao Poder Judiciário preservar direitos constitucionais, não atacá-los.
Falta de questionamento jornalístico [ editar 💴 | editar código-fonte ]
Escrevendo para a coluna de Análise & Opinião, do Jornal Já, o jornalista, ex-editor executivo da revista 💴 Exame, editor e diretor da Gazeta Mercantil e editor chefe do Jornal da Globo, José Antônio Severo,[79] criticou o fato 💴 do caso não ter sido questionado pela imprensa, até março de 2020:
Foi preciso o professor da FGV UnB Nelson Barbosa 💴 descer da brazuca cassino cátedra e botar o dedo na ferida com a grande interrogação: por quê Marielle Franco foi assassinada? 💴 No dia seguinte à coluna do ex-ministro da Fazenda e do Planejamento da presidente Dilma Rousseff, na Folha de S.
Paulo, 💴 parece que a mídia acordou e nas páginas do sábado pontilhavam de referências aos motivos inexplicados do crime.
Entrava uma pergunta 💴 essencial, que até esse dia não era sequer mencionada nas análises e narrativas sobre o assassinato, que circularam pelo mundo 💴 inteiro.
Com a judicialização do caso, para levar os acusados, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, ao tribunal do júri, foi necessário 💴 introduzir esse quesito: por que matar a moça? O motivo apresentado nos autos é 'de crime de ódio'.
Certamente nos tempos 💴 dos grandes repórteres policiais do passado, como os falecidos Pena Branca (Otávio Ribeiro), Vanderlei Soares ou o ainda atuante [ 💴 80 ] Certamente nos tempos dos grandes repórteres policiais do passado, como os falecidos Pena Branca (Otávio Ribeiro), Vanderlei Soares 💴 ou o ainda atuante Percival de Souza , nos seus tempos de Jornal da Tarde , essa questão já teria 💴 sido levantada nas páginas policiais.
Além disso, a Associação de Engenheiros da Petrobrás (AEPET) denunciou a omissão do Instituto Marielle Franco 💴 em relação às investigações que tinham como alvo os militares federais do Exército.[81]
Menção a Jair Bolsonaro pelo porteiro do Vivendas 💴 da Barra [ editar | editar código-fonte ]
Segundo uma reportagem exclusiva no dia 29 de outubro de 2019, veiculada pelo 💴 Jornal Nacional, que teve acesso a detalhes do processo, o nome do Presidente da República foi mencionado em um depoimento 💴 feito pelo porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde moram Jair Bolsonaro e Ronnie Lessa, um dos principais suspeitos de 💴 ter assassinado Marielle Franco e Anderson Gomes.
Segundo o porteiro, o outro suspeito pelo crime, Élcio de Queiroz, que seria o 💴 motorista do carro utilizado no crime, entrou no condomínio no dia 14 de março de 2018, horas antes do assassinato, 💴 alegando que iria para a casa de número 58, que pertence a Bolsonaro.
Com isso, o porteiro teria entrado em contato 💴 com a moradia, ponderando sobre a permissão da entrada de Queiroz no condomínio.
Segundo o porteiro, a autorização foi dada por 💴 alguém dentro da casa, a quem ele chamou de "Seu Jair".[82]
Após a entrada no condomínio, o veículo teria seguido para 💴 a casa de número 66, que pertence a Ronnie Lessa, o qual seria o principal suspeito dos disparos, segundo o 💴 Ministério Público, e não para a casa de Bolsonaro.
O porteiro então ligou uma segunda vez para a casa 58 e 💴 uma pessoa que atendeu o interfone confirmou que o carro iria para a casa 66.[82]
Após a repercussão, o segundo filho 💴 de Jair Bolsonaro, Carlos, foi até a administração do condomínio onde obteve autorização para acessar as gravações das ligações da 💴 portaria.
Logo em seguida, Carlos Bolsonaro publicou em suas redes sociais os áudios do momento em que o porteiro autoriza a 💴 entrada de Élcio de Queiroz; no áudio o porteiro liga para a casa 66, de onde recebe autorização de Ronnie 💴 Lessa para que deixe Élcio de Queiroz entrar no condomínio.
Por ter acesso a os áudios do condomínio, a oposição política 💴 acusou Carlos de invasão de privacidade e interferência.[83][84][85][86]
No mesmo dia em que Carlos divulgou os áudios da portaria do condomínio 💴 mostrando Ronnie Lessa autorizando a entrada de Élcio Queiroz, o Ministério Público do Rio de Janeiro realizou uma coletiva de 💴 imprensa onde afirmou que o porteiro mentiu em seu depoimento a Polícia Civil e que as gravações periciadas não são 💴 compatíveis com a versão dada pelo porteiro.
O Ministério Público disse ainda que a pericia confirmou que a voz no interfone 💴 era de Ronnie Lessa e não de Jair Bolsonaro, como afirmou o porteiro; e apesar da planilha de controle escrita 💴 pelo porteiro constar o número da casa de Bolsonaro (58), o registro do interfone mostra a ligação para a casa 💴 66.
[87][88][89][90][91]
No mês seguinte, o porteiro que havia citado Bolsonaro afirmou em depoimento a Polícia Federal que havia se enganado ao 💴 citar o presidente.
[92][93] No dia 11 de fevereiro de 2020, uma pericia da Polícia Civil concluiu que a voz do 💴 porteiro que liberou a entrada de Élcio Queiroz não é a mesma do porteiro que citou Bolsonaro no depoimento; o 💴 laudo foi assinado por seis peritos que confirmaram que não ouve alteração nas gravações e confirmou que a voz que 💴 liberou a entrada de Élcio era de Ronnie Lessa.[94][95][96]
O Jornal Nacional pesquisou os registros da Câmara dos Deputados e encontrou 💴 uma contradição no depoimento do porteiro.
Jair Bolsonaro, então deputado federal, estava em Brasília naquele dia, como mostraram os registros de 💴 presença em duas votações no plenário: às 14h e às 20h30.
Portanto, ele não poderia estar no Rio, o que levantou 💴 dúvidas sobre quem atendeu o interfone na casa do Presidente naquele dia.[82]
Pouco tempo depois da reportagem, Bolsonaro, que estava na 💴 Arábia Saudita em visita oficial, fez uma live no Facebook para demonstrar brazuca cassino indignação com a reportagem.
Nela, acusou o Governador 💴 do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de ter vazado informações confidenciais para a Globo, já que o processo corria em 💴 segredo de Justiça.
"Digo mais, seu governador Witzel...
Também diz aqui na (revista) Veja que o senhor teria vazado esse processo, que 💴 está em segredo de Justiça, para a Globo.
O senhor só se elegeu governador porque o senhor ficou o tempo todo 💴 colado com o Flávio Bolsonaro, meu filho.
Ao chegar ao governo, a primeira coisa que o senhor fez foi transformar-se inimigo 💴 dele" [ 97 ] - -Jair Bolsonaro, segundo reportagem da BBC Brasil
O Presidente também acusou a Polícia Civil do Rio 💴 de ter orquestrado uma "farsa" e disse acreditar que o porteiro pode ter sido levado a assinar algo que não 💴 correspondia ao seu verdadeiro depoimento.
"Ou o porteiro mentiu, ou induziram o porteiro a cometer o falso testemunho, ou escreveram algo 💴 que o porteiro depois assinou embaixo (sem checar o teor)", disse.[97]
Confissão de interferência pelo governador do Rio de Janeiro [ 💴 editar | editar código-fonte ]
Em 4 de maio de 2020, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, admitiu, em 💴 entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que interferiu nas operações da Polícia Civil em relação aos suspeitos do 💴 atentado.
Witzel declarou que pediu ao delegado Giniton Lages a prisão, em março de 2019, do policial militar aposentado Ronnie Lessa 💴 e a do ex-policial militar Élcio de Queiroz, sob a acusação de atuarem no duplo homicídio.
Essas prisões, como admitiu o 💴 governador, foram recomendadas apesar de não haver ainda a confirmação do eventual mandante do crime.
Witzel explicou que não tinha acesso 💴 à investigação, mas se serviu da brazuca cassino experiência como juiz federal e sugeriu as prisões quando o delegado afirmou que 💴 já sabia quem eram os executores.
A intenção era abrir uma nova fase da investigação, com o propósito de descobrir o 💴 mandante.
A confissão de Witzel aconteceu em meio às acusações contra o presidente Jair Bolsonaro de interferência na Polícia Federal.[98]
Mensagens a 💴 ex-ajudante de ordens de Bolsonaro [ editar | editar código-fonte ]
Em maio de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação 💴 Venire, a fim de apurar suspeitas de inserção de dados falsos no Conecte SUS em favor de Bolsonaro, e prendeu 💴 o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e o ex-major Ailton Barros (ex-candidato a deputado estadual pelo PL), 💴 entre outros investigados.
Foi descoberta uma discussão entre ambos em que Barros agia como intermediário em favor do ex-vereador Marcello Siciliano.
Siciliano, 💴 então investigado pelo assassinato, requeria uma reunião com o cônsul dos Estados Unidos no Rio de Janeiro em troca da 💴 inserção de dados.
Um trecho vazado de uma transcrição de um áudio de Barros a Cid foi:[99][100]
De repente, nem precisa falar 💴 com o cônsul.
Na neurose da cabeça dele, que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e 💴 ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a 💴 palavra final.
Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, 💴 entendeu? Que tá nessa história de bucha.
Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha.
Eu 💴 sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou.Sei a porra toda.
Entendeu? [ 100 ] - -Ailton Barros
Considerações sobre 💴 o crime cinco anos mais tarde [ editar | editar código-fonte ]
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista 💴 Anderson Gomes completou cinco anos em 14 de março de 2023 e seguia sem resposta sobre o mandante do crime.
As 💴 investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o 💴 motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz.
Os motivos e os líderes do atentado permaneciam desconhecidos.[2]
A complexidade de caso se traduziu 💴 pelas sucessivas trocas de investigadores.
A Polícia Civil teve cinco delegados responsáveis pelo caso na Delegacia de Homicídios do Rio de 💴 Janeiro.
No Ministério Público Estadual, três equipes diferentes atuaram no caso durante esses anos.[2]
A última mudança aconteceu dez dias antes, quando 💴 o Procurador-Geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do 💴 Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos 💴 sociais nesses cinco anos e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.[2]
A título de exemplo, em maio de 2019, a 💴 Polícia Federal apontou que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios.
Procuradoras abandonaram o caso em julho de 💴 2021, com a afirmação de que houve interferência externa na investigação.[2]
O avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 💴 2019, quando Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos no Rio de Janeiro.
O primeiro era acusado de ter atirado 💴 em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato.
Quatro anos depois, eles continuavam presos, mas não 💴 foram julgados.
Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle Franco, única sobrevivente do atentado, foi procurada em janeiro de 2023 pelo Ministério da 💴 Justiça, quando participou de uma reunião com assessores da pasta, ocasião em que fez diversas acusações contra o andamento do 💴 processo.[2]
Entretanto, a reunião de Fernanda marcou uma mudança de postura do governo federal em relação ao caso.
A federalização das investigações 💴 esteve em pauta desde o início e chegou a constar em um pedido da então Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, 💴 em setembro de 2019.
Em fevereiro de 2023, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal abrisse um 💴 inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.
Em 13 de março, o ministro disse que o caso era uma prioridade da 💴 corporação e que pretendia identificar todos os envolvidos.[2]
Para aumentar a pressão sobre as investigações, foi criado, em julho de 2021, 💴 o Comitê Justiça por Marielle e Anderson.
Ele era formado pelos familiares das vítimas, pela Justiça Global, Terra de Direitos, Coalizão 💴 Negra por Direitos e Anistia Internacional Brasil.
Esta última organizou e participou de campanhas desde que os assassinatos aconteceram.[2]
Essa pressão foi 💴 compartilhada por organismos internacionais, que pressionaram o Brasil a solucionar o atentado.
Jan Jarab, representante da ONU Direitos Humanos para a 💴 América do Sul, defendeu que era preciso inserir o caso em um contexto mais amplo de ataques contra defensores dos 💴 direitos humanos.[2]
O portal BBC levantou perguntas fundamentais sobre o homicídio, que serão discutidas a seguir.
Quem matou Marielle e Anderson? Duas 💴 pessoas foram acusadas pelos homicídios da vereadora e seu motorista, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar 💴 Élcio Queiroz, que foram presos preventivamente em março de 2019 e aguardavam julgamento.
Lessa era suspeito de ter feito os disparos, 💴 e Queiroz teria dirigido o carro usado na emboscada.
Quem mandou matar Marielle e Anderson? Havia suspeitas sobre o ex-vereador Cristiano 💴 Girão, ex-chefe de uma milícia que agia na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Outro suspeito era Domingos Brazão, conselheiro afastado 💴 do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, acusado pela Procuradoria-Geral da República de arquitetar o crime e obstruir a 💴 investigação.
Bolsonaro tem ligação com o caso? Ronnie Lessa era vizinho do então presidente e recebeu benefícios deste, mas não havia 💴 indícios maiores.
Por que mataram Marielle e Anderson? A vereadora era porta-voz de uma pauta política-eleitoral ligada a grupos minoritários e 💴 conquistou muitos votos em áreas antes dominadas por seus rivais políticos.
Isso sugeriu motivações políticas no crime.
De onde vieram a arma 💴 e as munições? A arma usada no crime, uma submetralhadora HKMP5, nunca foi encontrada.
Lessa foi condenado pela Justiça por destruição 💴 de provas ao descartar armas de fogo no mar do Rio de Janeiro e a submetralhadora poderia ter sido uma 💴 delas, mas não foi recuperada pelas operações de busca.
O que vai acontecer com a investigação? As polícias federal e civil, 💴 com a abertura de inquérito federal, passaram a trabalhar juntas no caso.
Porém, a investigação conjunta não estava federalizada, isso só 💴 ocorreria caso o Supremo Tribunal de Justiça concordasse que as autoridades estaduais não estavam fazendo um bom trabalho e aceitasse 💴 transferir a competência da investigação para a esfera federal, mas o tribunal rejeitou um pedido oficial em 2020.[ 101 ]