Goiânia
A operação Penalidade Máxima, que investiga um grupo que fraudava apostas esportivas no futebol brasileiro, inclusive na Série A do 🌧️ nacional, quer avançar sobre um possível esquema de lavagem de dinheiro e contra quem intermediava o contato dos supostos criminosos 🌧️ com os jogadores.
Até aqui, o Ministério Público de Goiás denunciou à Justiça 15 atletas, que viraram réus, além dos operadores 🌧️ e financiadores do esquema.
"Por conta do vasto material que temos, dados de equipamentos eletrônicos que ainda precisam ser apurados, quebra 🌧️ de sigilo bancário, dentre outros, a investigação ainda prossegue, buscando identificar possíveis outros integrantes da mesma organização, bem como outras 🌧️ pessoas que com ela tiveram relações espúrias", afirmou à Folha o promotor Fernando Cesconetto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial 🌧️ de Combate ao Crime Organizado) do MP-GO.
Agente do Gaeco de Goiás recolhe documentos durante operação Penalidade Máxima - Divulgação/Ministério Público
A 🌧️ operação Penalidade Máxima começou em novembro de 2022, após o Ministério Público ter sido procurado pelo presidente do Vila Nova, 🌧️ Hugo Jorge Bravo.
A primeira fase foi deflagrada em fevereiro, e a segunda, em abril.
Foi constatado que o grupo atuou em 🌧️ partidas de estaduais de 2023 e no Campeonato Brasileiro de 2022, inclusive na primeira divisão.
Até agora, não há evidências que 🌧️ indiquem que a elite do nacional deste ano tenha sido alvo.
O homem apontado como chefe do esquema é Bruno Lopez 🌧️ de Moura, dono de uma empresa que agenciava jogadores e um ex-jogador que, segundo o UOL, mentia em seu currículo 🌧️ ter passado por grandes clubes.Ele está preso.
Em nota, bulldog casa de aposta defesa se limitou a dizer que "as acusações serão formal e 🌧️ processualmente respondidas no momento oportuno".
O grupo funcionava em núcleos, e Moura comandava o grupo que o Ministério Público chama de 🌧️ apostadores.
Além dele, mais cinco integrantes faziam as apostas e coletavam o retorno.
Outro núcleo, o de financiadores, era composto por três 🌧️ membros do esquema, sob comando de Thiago Chambó Andrade.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Andrade e não 🌧️ teve resposta até a publicação deste texto.
E, claro, havia os jogadores que eram aliciados pelo esquema e que, por vezes, 🌧️ ajudavam a aliciar outros colegas para realizar o que o grupo havia apostado -por exemplo, tomar cartão amarelo ou vermelho.
Os 🌧️ principais núcleos do esquema
Os apostadores: chefiados por Bruno Lopez de Moura, eram cinco pessoas que faziam as apostas –seguindo o 🌧️ que foi combinado com jogadores– e coletavam os ganhos
chefiados por Bruno Lopez de Moura, eram cinco pessoas que faziam as 🌧️ apostas –seguindo o que foi combinado com jogadores– e coletavam os ganhos Os investidores: liderados por Thiago Chambó Andrade, eram 🌧️ três integrantes que bancavam o esquema
liderados por Thiago Chambó Andrade, eram três integrantes que bancavam o esquema Os intermediadores: eram 🌧️ responsáveis por encontrar e cooptar os jogadoresFonte: MP-GO
Nos autos do processo, mais de 50 jogadores foram citados, dentre os quais 🌧️ 15 já foram denunciados.
Quatro admitiram culpa e fizeram acordo de não persecução penal com o Ministério Público.
As investigações agora seguem, 🌧️ com base nas informações colhidas nos celulares e por informações de quebra de sigilo bancário.
O objetivo é investigar justamente o 🌧️ outro núcleo dessa organização, chamado de "intermediadores", os responsáveis por fazer o contato entre os operadores e os atletas.
A apuração 🌧️ ainda busca entender quão sólido era esse grupo, se havia nomes fixos ou partia de pessoas esporádicas.
Entre os possíveis nomes 🌧️ que cumpriam o papel podem estar jogadores, ex-jogadores, empresários e agentes.
Até o momento, não há indícios que apontem o envolvimento 🌧️ de árbitros ou diretores de clubes.
"Constatou-se, ainda, a existência de atuação do núcleo intermediadores –igualmente ainda a ser cabalmente identificados 🌧️ em investigação que remanesce em trâmite- responsável por indicar contatos e facilitar aproximação entre apostadores e atletas aptos a promover 🌧️ a manipulação dos eventos esportivos", afirma o Ministério Público na denúncia de abril.
Por meio da quebra do sigilo bancário, os 🌧️ investigadores também buscam reconstruir o caminho do dinheiro ganho com as apostas fraudadas.
"A investigação que prossegue busca identificar outros crimes, 🌧️ por exemplo lavagem de dinheiro, procurando para isso refazer as movimentações financeiras dos acusados e possivelmente de outros investigados, podendo 🌧️ incidir em ser oferecida uma denúncia com relação a lavagem de dinheiro também", afirmou Cesconetto.
Já a procuradoria do STJD (Superior 🌧️ Tribunal de Justiça Desportiva) fez um pedido de suspensão de oito jogadores investigados por manipulação de partidas.
A solicitação está nas 🌧️ mãos do presidente do órgão, Otávio Noronha, que analisa a possibilidade de um gancho preventivo de 30 dias.
O pedido de 🌧️ suspensão preventiva foi feito para os seguintes jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Moraes (Aparecidense, ex-Juventude), Gabriel Tota (Juventude), Paulo Miranda (Náutico, 🌧️ ex-Juventude), Igor Cariús (Sport, ex-Cuiabá), Matheus Gomes (ex-Sergipe), Fernando Neto (São Bernardo, ex-Operário-PR) e Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino).
Seis deles 🌧️ foram denunciados pelo MP-GO.
A Justiça de Goiás acatou a denúncia e os tornou réus.
Kevin Lomónaco e Moraes confessaram participação no 🌧️ esquema, fizeram acordo de colaboração com o MP e não foram denunciados na Justiça comum, mas continuam sujeitos a punições 🌧️ esportivas.
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Matheus Gomes não se 🌧️ manifestou publicamente.
Os demais se disseram inocentes ou afirmaram não recordar os pagamentos, caso de Gabriel Tota.
Nesta terça, o Santos informou 🌧️ que, "diante dos fatos relacionados à operação Penalidade Máxima", suspendeu o contrato de Bauermann, que já estava afastado.
De acordo com 🌧️ o procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, ainda que não tenha ocorrido julgamento, as provas apresentadas pelo Ministério Público são suficientes 🌧️ para justificar o gancho preventivo.
O caso pode ser enquadrado pelo Estatuto do Torcedor em seu artigo 41-D: "dar ou prometer 🌧️ vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição".
A pena pode ser 🌧️ de até seis anos de prisão.
Na esfera esportiva, os jogadores foram denunciados com base no artigo do CBJD (Código Brasileiro 🌧️ de Justiça Desportiva) que fala em "atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende".
A pena prevista é de multa 🌧️ de até R$ 100 mil e suspensão de até dois anos.
Em caso de reincidência, é possível o banimento do esporte.