Segundo o Ministério Público, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado em jogos do Brasileirão de 2022Foto: Divulgação
O 🗝 Ministério Público de Goiás (MP-GO) iniciou a Operação Penalidade Máxima II, em abril deste ano, para investigar a atuação de 🗝 uma organização criminosa na manipulação de resultados de jogos de futebol no Brasil.
Segundo o MP-GO, há suspeitas de que o 🗝 grupo criminoso tenha atuado em jogos do Brasileirão de 2022, além de partidas de campeonatos estaduais deste ano.
A investigação descobriu 🗝 que os criminosos entraram em contato com jogadores de futebol, com ofertas entre R$50 mil e R$100 mil, para que 🗝 interferissem em eventos dos jogos, como receber cartões.
A interferência beneficiaria os apostadores em detrimento das casas de apostas, que estariam 🗝 sendo lesadas pelas manipulações.
A Operação Penalidade Máxima II está sendo executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime 🗝 Organizado (Gaeco) de Goiás e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI).
Os Gaecos dos Estados de Pernambuco, Rio Grande 🗝 do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e o Centro de Inteligência do MP do 🗝 Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, estão dando apoio ao cumprimento das diligências.
Jogadores investigados 🗝 ou citados
Jogadores denunciados na primeira fase da operação : Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio Corrêa), 🗝 Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense) e Romário (Vila Nova).
: Ygor Catatau, Allan Godói, André Queixo, Mateusinho, Paulo Sergio (Sampaio 🗝 Corrêa), Gabriel Domingos (Vila Nova), Joseph (Tombense) e Romário (Vila Nova).
Jogadores denunciados na segunda fase: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota 🗝 (Juventude), Paulo Miranda (Juventude), Victor Ramos (ex-Portuguesa e ultimamente na Chapecoense), Igor Cariús (ex-Cuiabá), Fernando Neto (ex-Operário-PR).
Moraes (Juventude), Kevin Lomónaco 🗝 (Red Bull Bragantino), Nikolas Farias (Novo Hamburgo) e Jarro Pedroso (ex-Inter de Santa Maria) admitiram culpa e estão sendo testemunhas.
A 🗝 maioria dos nomes citados acima foi divulgada pela Veja.
O Fluminense informou que Vitor Mendes está afastado preventivamente das atividades do 🗝 clube.
O zagueiro é um dos jogadores citados pelo Ministério Público de Goiás por possível envolvimento no esquema.
Na época, Vitor Mendes 🗝 atuava pelo Juventude.
O Ministério Público diz que Victor Ramos aceitou R$ 100 mil para cometer pênalti.
O zagueiro não recebeu o 🗝 dinheiro nem cometeu o pênalti por desistência dos apostadores, que não conseguiram encontrar outros atletas para manipulação de resultados na 🗝 mesma rodada, conforme informou o Goal.
O pênalti aconteceria no jogo entre Guarani e Portuguesa, em 8 de fevereiro deste ano, 🗝 pelo Paulistão.
Na época, Victor Ramos atuava pela Lusa.
Hoje, o jogador está na Chapecoense.
Victor Ramos já atuou por clubes como Vitória, 🗝 Vasco, Palmeiras, Goiás, Guarani, CRB e Botafogo-SP.
Foto:Foto:
O ge teve acesso a prints de conversas de Richard, do Cruzeiro, e Nino 🗝 Paraíba, do América-MG, com quadrilha que manipulava jogos por apostas.
Na época, os dois atuavam pelo Ceará.
O combinado era forçar cartão 🗝 contra o Cuiabá.Ambos receberam.
De acordo com os prints do inquérito, Richard teria recebido um depósito R$ 40 mil.
Nino também aparece 🗝 nos prints cobrando o pagamento de um acordo anterior após o apostador lhe enviar mais uma oferta.
O meia Matheusinho, do 🗝 América-MG, também foi citado.
Em um áudio de 14 de setembro de 2022, um apostador diz que está fechado com ele 🗝 e pagará um sinal de R$ 20 mil.
Até o momento, Matheusinho não está sendo investigado pelo Ministério Público.
Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução
Conforme 🗝 noticiou O Globo, Nathan, do Grêmio, também foi citado em operação do Ministério Público de Goiás.
Na época, ele estava no 🗝 Fluminense e teria acordo para receber R$ 70 mil para forçar cartão contra o Fortaleza, mas não foi escalado por 🗝 Fernando Diniz, o que revoltou os apostadores.
Nas conversas, há mensagens dos apostadores indignados: "Fernando Diniz meteu um biruta e mudou 🗝 a escalação no vestiário", "Mano, o Diniz meteu o louco, mudou o time e sacou o Nathan".
Em outros prints, os 🗝 apostadores afirmam que Nathan teria dito a semana inteira que seria titular e que, se ele não entrasse em campo, 🗝 iria arcar com o prejuízo.
Durante a partida, os apostadores ficam na expectativa.
Um dos integrantes envia um print de uma foto 🗝 de Nathan pronto para entrar no jogo.
Porém, Diniz escolhe Martinelli após Cano marcar um gol.
Os apostadores se revoltam mais uma 🗝 vez: "FDP trocou de novo", "Bem na hora que o Nathan ia entrar sai a p**** do gol".
O UOL noticiou 🗝 que o volante Fernando Neto, ex-Operário e atualmente no São Bernardo, tentou forçar um cartão vermelho contra o Sport na 🗝 Série B de 2022 em troca de R$ 500 mil.
Após não conseguir ser expulso, o jogador se explicou para o 🗝 apostador:
"Eu fiz de tudo, chamei o árbitro de cego, xinguei de filho da p***, mandei ele se f**** e tomar 🗝 no c* quando levei o amarelo.
No meio do jogo ele perguntou se eu estava querendo ser expulso.
Na volta do intervalo 🗝 ele falou a mesma coisa e perguntou o que estava acontecendo.
Eu tentei de todo jeito e aquele fdp não me 🗝 expulsou".
Em seguida, o apostador disse para Fernando Neto que o jogador teria que arcar com o prejuízo.
Uma semana e meia 🗝 depois, Fernando Neto tentou convencer Eduardo Bauermann a participar da fraude, mas o zagueiro do Santos - que também está 🗝 sendo investigado, mas por outro jogo - recusou a oferta.
Foto: ReproduçãoFoto: ReproduçãoFoto: Reprodução
Pedrinho, lateral-esquerdo titular do Athletico, também foi citado 🗝 como envolvido no esquema de manipulação de jogos por apostas.
O jogador teria recebido R$ 80 mil (R$ 40 mil de 🗝 forma adiantada) para receber cartão contra o Cuiabá, no Brasileirão 2022.
O jovem só recebeu o cartão aos 48 minutos do 🗝 2º tempo, o que causou aflição nos apostadores.
Um deles chegou a fazer um comentário racista e falou em matar o 🗝 atleta: "Eu estava em choque, já estava pensando no plano de ir à Curitiba para matar aquele macaco.
Já estava louco 🗝 da cabeça".
Na aposta combinada, os apostadores fizeram 6 seleções: cartão para Sávio, Nino Paraíba, Vitor Mendes, Paulo Miranda, Pedrinho e 🗝 vitória do Internacional sobre o Atlético-GO.
A aposta feita foi de R$ 300 para voltar R$ 110,4 mil.
Foto: ReproduçãoFoto: ReproduçãoFoto: Reprodução
Alef 🗝 Manga, do Coritiba, também foi citado na conversa dos apostadores.
Em nota, a assessoria do atacante nega qualquer tipo de envolvimento 🗝 do jogador em esquema de apostas.
Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução
O jornal O Globo informou que Léo Ralpe (Red Bull Bragantino), Maurício (Internacional), 🗝 Alef Manga (Coritiba) e Rafael Vaz (ex-Avaí e atualmente no São Bernardo) também são citados em esquemas de apostas.
Nas conversas, 🗝 os apostadores afirmam que Maurício e Alef Manga estão "confirmados" e Léo Ralpe e Rafael Vaz estão "aguardando titularidade".
O staff 🗝 do meia Maurício, do Internacional, afirma que, de fato, o jogador foi procurado por apostadores, mas recusou.
Maurício foi abordado primeiramente 🗝 por um intermediário, quando disse o primeiro "não".
Depois, foi procurado de novo, desta vez por ligação telefônica, e respondeu aos 🗝 criminosos: "Não curto esta parada.
Não vou mudar de ideia".
Foto: ReproduçãoFoto: ReproduçãoFoto: Reprodução
Também nos Estados Unidos
A quadrilha investigada pelo Ministério Público 🗝 cita esquema de manipulação em jogos até na MLS, liga dos Estados Unidos.
Há conversas do chefe do esquema com o 🗝 meia Max (ex-Flamengo e atualmente no Colorado Rapids) e com o lateral Zeca (ex-Santos, Inter, Vasco, Houston Dynamo e atualmente 🗝 no Vitória).
As mensagens, que O Globo teve acesso, mostram um pagamento de R$ 45 mil para Max forçar um cartão.
Há 🗝 também negociações com Zeca, que na época estava no Houston Dynamo.
A quadrilha oferece R$ 70 mil, mas o jogador afirma 🗝 que não vai atuar na partida.
Em seguida, o chefe da quadrilha pede para que Zeca indique outro jogador, e o 🗝 lateral responde: "Vou ver e te falo já".
Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução
Em material adquirido pelo GE, conversas mostram que o zagueiro Didi, 🗝 ex-Bahia e atualmente no Avaí, sabia do esquema e também apostou na expulsão de Eduardo Bauermann.
A aposta acabou dando errado, 🗝 pois o santista só foi expulso após o fim do jogo.
Em outra conversa, Didi cobra ao apostador o pagamento de 🗝 R$ 250 mil a um terceiro não identificado.
O apostador chega a falar em matar Bauermann:
''Bauermann quer vender 15% do passe 🗝 dele ou pagar parcelado.
Vou fazer o quê, Didi? Eu não tenho esse dinheiro agora.
Infelizmente vou ter que receber assim ou 🗝 matar o cara e não receber nada'', afirmou.
Pressionado, o apostador explica ao zagueiro Didi que Bauermann quer pagar em parcelas 🗝 de R$ 50 mil e chama o jogador do Santos de 'macaco'.
Em mais uma conversa, o apostador pergunta a Didi 🗝 se ele conhece algum jogador do Vila Nova disposto a cometer um pênalti forçado, em troca de R$ 80 mil.
Foto: 🗝 DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoFoto: Divulgação
O STJD deve anunciar em breve a suspensão preventiva de todos os jogadores que estão sendo investigados 🗝 no esquema de manipulação de jogos por apostas.
Apesar disso, o Campeonato Brasileiro deste ano não deve ser paralisado.
Em contato com 🗝 o Terra, a entidade e a CBF informaram que o Brasileirão de 2022 também não vai sofrer mudanças.
Então, o Palmeiras, 🗝 campeão brasileiro de 2022, não corre o risco de ter seu título suspenso.
As punições devem ser individuais (aos atletas) e 🗝 não coletivas.