Casos de discriminação repercutem sob holofotes esportivos.
Posicionamentos de entidades e punições ajudam a romper silenciamento sobre racismo, LGBTfobia, machismo e 🍎 outras formas de preconceitos
No esporte, casos de racismo, machismo, LGBTfobia e outras discriminações ganham holofotes e repercutem para além dos 🍎 campos e quadras.
O movimento abre espaço para discussões sobre preconceitos, segundo avalia Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial 🍎 no Futebol.
"É essa quebra de silenciamento.
A partir do momento que mais jogadores começam a expor seus pensamentos, temos uma sociedade 🍎 cada vez mais atenta", comenta.
No entanto, falta ainda apoio de entidades esportivas, federações e clubes para que atletas se sintam 🍎 amparados ao se posicionarem publicamente.
Em 2020, estrelas de diversas modalidades esportivas, como ex-jogador Michael Jordan, hexacampeão da NBA - liga 🍎 de basquete profissional dos Estados Unidos - e as tenistas Serena Williams e Coco Gauff, além de Lewis Hamilton, piloto 🍎 britânico heptacampeão na Fórmula 1, engajaram-se na luta antirracista.
Vozes do esportes contribuem para desconstruir estereótipos e conscientizar o público.
Contudo, para 🍎 Marcelo, a luta contra a discriminação passa pela iniciativa de confederações que comandam o esporte.
"No Brasil, não temos nenhuma campanha 🍎 efetiva de combate ao racismo ou preconceito no esporte", alerta.
Olimpíadas de Tóquio: esporte traz ao debate sexismo, representatividade e gênero
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Rebeca Andrade e o "Baile de Favela"
A ginasta Rebeca Andrade, 22 anos, foi a primeira atleta na ginástica artística feminina 🍎 brasileira a ser medalhista olímpica, com a prata no individual geral.
Ao som do funk "Baile de Favela", a jovem fez 🍎 história e levou a cultura musical brasileira para Tóquio.
"Essa medalha não é só minha, é de todo mundo", disse após 🍎 a conquista.Era só o começo.
Rebeca foi ouro no salto e se consagrou como a primeira mulher do País a subir 🍎 dois pódios na mesma edição dos Jogos.
Vinda da periferia de São Paulo e como mulher negra em uma modalidade historicamente 🍎 branca e repleta de casos de racismo, Rebeca foi símbolo de representatividade nas Olimpíadas.
Alemãs contra sexualização nos uniformes
As atletas femininas 🍎 há muito reclamam de regras sexistas e duplicidade de padrões, em comparação com seus colegas de modalidades masculinas.
Em Tóquio, as 🍎 ginastas alemãs tomaram posição contra a sexualização de seu esporte ao se apresentarem nos chamados unitards, roupas de corpo inteiro 🍎 que elas haviam usado pela primeira vez em competições em abril.
Na época, uma das ginastas, Elisabeth Seitz, disse à DW 🍎 que gostaria que cada atleta do sexo feminino "tivesse a oportunidade de decidir sozinha o que quer vestir".
Em 2017, no 🍎 Brasil, a equipe de handebol de areia CopaBeach/Cepraea, do Rio de Janeiro, foi ameaçada de perder uma partida por W.O.
, 🍎 porque as atletas se recusaram a jogar de biquíni, colocando um shorts por baixo.
Olimpíada mais LGBTQI+
Levantamento do site OutSports mostra 🍎 que pelo menos 185 dos mais de 11 mil atletas de Tóquio-2020 são LGBTQIA+ assumidos publicamente.
O número é mais do 🍎 que o dobro de Londres-2012 e Rio-2016, somados.
São 18 brasileiros assumidos: Marta, Andressa Alves, Bárbara, Formiga, Letícia, Aline Reis e 🍎 Debinha (futebol); Izabela da Silva (lançamento de disco), Babi Arenhart (handebol), Isadora Cerullo e Marina Fioravanti (rúgbi), Silvana Lima (surfe), 🍎 Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Carol, Carol Gattaz e Douglas Souza (vôlei); Ana Patrícia (vôlei de praia); Caroline Kumahara (tênis 🍎 de mesa).
Atletas trans fazem história
A neozelandesa Laurel Hubbard, 43 anos, foi a primeira atleta transgênero a competir em uma Olimpíada.
Hubbard 🍎 fez a transição de gênero há oito anos e pode participar dos Jogos no levantamento de peso graças a um 🍎 consenso de 2015 do Comitê Olímpico Internacional (COI) que permitiu que atletas transgênero competissem em eventos femininos.
"Quero agradecer particularmente ao 🍎 COI, pois acho que é muito afirmativo seu compromisso com os princípios do olimpismo e a demonstração de que o 🍎 esporte é algo para todas as pessoas, que é inclusivo e é acessível", disse a atleta.
Ainda em Tóquio, a jogadora 🍎 de futebol da seleção canadense, Quinn, 25 anos, se tornou a primeira atleta abertamente transgênero e não binária a ganhar 🍎 uma medalha olímpica, após o Canadá vencer a Suécia nos pênaltis.
Quinn estreou em 2014 e conquistou a medalha de bronze 🍎 nos Jogos do Rio 2016.
Declarou-se transgênero no ano passado.
"Quero que minha história seja contada, porque, quando temos muita visibilidade trans, 🍎 é aí que começamos a fazer um movimento e começamos a fazer progresso na sociedade", afirmou.
Fontes: Agência DW, Agência Brasil 🍎 e Gazeta Esportiva
Como combater práticas preconceituosas por meio do esporte?1.
Entidades como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), clubes e federações 🍎 devem divulgar e condenar publicamente os casos de discriminação/preconceitos, incentivando seus atletas e torcidas a fazerem o mesmo.
Também podem apoiar 🍎 coletivos de torcedores que organizam manifestações;2.
Escolas, Governo e clubes devem desenvolver ações e campanhas informativas e educativas que visem conscientizar 🍎 sobre discriminação, ressaltando a contribuição cultural e social do futebol/esporte na formação da sociedade brasileira e valorizando a participação das 🍎 mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+ e outras minorias no desenvolvimento dos esportes;3.
Entidades esportivas devem enfatizar a formação humana no esporte, pensando 🍎 em formações sobre desconstrução de estereótipos e preconceitos para o público interno e externo;4.
Organizadores de competições e campeonatos devem garantir 🍎 a premiação igualitária nas mais diversas categorias esportivas.
Fontes: Otávio Balzano (UFC), Marcelo Carvalho (Observatório da Discriminação Racial no Futebol) e 🍎 Tayane Sales, ativista social pelo surfe feminino e presidente da Diversidade do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM/CE).
Ações no 🍎 Ceará para inclusão e diversidade no esporte
"Caravana de Todxs": projeto vai realizar 30 ações com a duração de um dia 🍎 em instituições escolares da rede pública por meio de palestras, material informativo e apresentações teatrais, levando o debate e conscientizando 🍎 a Juventude sobre temas como diversidade, violência contra a jovem mulher e bullying.
Os eventos estão sendo estruturados a partir dos 🍎 protocolos sanitários da pandemia de Covid-19.
1° Webinar LGBT das Juventudes: organizado em junho, como celebração ao mês da diversidade, o 🍎 evento virtual abordou a luta da comunidade no Ceará, sobretudo frente ao cenário de pandemia.
Os convidados discutiram temas como pandemia/epidemia 🍎 de direitos; educação, trabalho e renda; saúde, bem-estar e combate às violências.
Programa Ceará Atleta: concessão de bolsa esporte para atletas 🍎 com deficiência através e concessão de passagens aéreas para os paratletas participarem de competições nacionais e internacionais.
Outros projetos: a Sejuv 🍎 desenvolve competições esportivas específicas com as minorias, como Jogos dos Povos Indígenas do Ceará, Jogos da Diversidade, Jogos Paralímpicos do 🍎 Ceará, a inclusão das Paralimpíadas Escolares nos Jogos Escolares do Ceará, bem como a garantia da participação da Delegação paralímpica 🍎 Cearense na competição nacional.
Fonte: Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv)
Como o esporte pode contribuir para uma sociedade mais justa?
"O esporte 🍎 é inserido na sociedade na perspectiva de utilizar ferramentas para promoção da equidade de gênero e prevenção de violências contra 🍎 crianças e adolescentes.
Juntamente com o acompanhamento pedagógico, o esporte contribui para o fortalecimento do potencial de desenvolvimento das crianças e 🍎 adolescentes, favorece hábitos de vida saudável, estimula o protagonismo das/os adolescentes, reduz a vulnerabilidades e iniquidades baseadas em gênero e 🍎 estimula relações respeitosas e igualitárias entre homens e mulheres, meninos e meninas, pais/mães/responsáveis e suas filhas e filhos".
- Rogério Pinheiro, 🍎 secretário do Esporte e Juventude do Ceará.
Atletas falam sobre representatividade no esporte
Brasil é destaque nas paralimpíadas
Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, 🍎 o Brasil teve bullsbet no deposit bonus melhor campanha em paralimpíadas.
Os atletas brasileiros alcançaram 72 medalhas.
O Brasil ainda teve recorde de ouros, com 🍎 22 medalhas, superando as 21 dos jogos de Londres 2012, além de 20 pratas e 30 bronzes.
Encerrando os jogos na 🍎 sétima colocação do ranking mundial, o País alcançou a bullsbet no deposit bonus 100ª medalha de ouro na história dos Jogos Paralímpicos.
Do total 🍎 de medalhas conquistadas, 68 foram de integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal.
Casos de discriminação crescem 🍎 no esporte no Brasil
O que diz a Federação Internacional de Futebol (Fifa) sobre discriminação A Fifa reconhece a bullsbet no deposit bonus responsabilidade 🍎 nos esforços para acabar com todas as formas de preconceito no futebol, como descrito no Artigo 4 do seu estatuto.
"A 🍎 discriminação de qualquer tipo contra um país, uma pessoa ou grupos de pessoas por causa da raça, cor da pele, 🍎 etnia, origem social, gênero, língua, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, saúde, local de nascimento ou qualquer estatuto, orientação 🍎 sexual ou qualquer outra razão é estritamente proibida e passível de punição por suspensão ou expulsão.
" Protestos contra racismo marcaram 🍎 esporte em 2020 O movimento BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam, em português), eclodiu em uma onda de protestos nos Estados Unidos, 🍎 após assassinato do norte-americano negro George Floyd, asfixiado até a morte por um policial branco, em Minnesota.
As imagens repercutiram no 🍎 mundo e protestos antirracistas também ocorreram no esporte.
Jogadores da NBA boicotam partidas
Em uma atitude inédita na história da NBA, a 🍎 equipe do Milwaukee Bucks não entrou em quadra no dia 26 de agosto em protesto contra o racismo e a 🍎 violência policial.
O episódio ocorreu três dias após o norte-americano negro Jacob Blake, de 29 anos, ser baleado por policiais com 🍎 quatro tiros nas costas, em Wisconsin.
Diante da atitude do Bucks, a NBA suspendeu as três partidas programadas para aquela noite.
Naomi 🍎 Osaka desiste de semifinal
Após o protesto na NBA, a japonesa Naomi Osaka desistiu de disputar a semifinal do WTA de 🍎 Cincinnati (Estados Unidos).
Em post no Twitter, no dia 27 de agosto, a terceira melhor tenista do mundo justificou o boicote: 🍎 "Antes de ser uma atleta, sou uma mulher negra".
Horas mais tarde, os organizadores do torneio desmarcaram as partidas agendadas para 🍎 aquela quinta-feira em solidariedade à luta contra a desigualdade racial e injustiça social.
Neymar acusa jogador de racismo
O atacante brasileiro Neymar, 🍎 camisa 10 do Paris Saint-Germain (PSG), não se calou ao vivenciar uma situação de racismo em campo.
Em setembro, durante uma 🍎 partida do PSG contra o Olympique de Marseille, pelo Campeonato Francês, o brasileiro acusou o zagueiro Álvaro González de injúria 🍎 racial.
No decorrer do jogo, Neymar chegou a falar com o quarto árbitro, pedindo "Racismo não".
O camisa 10 acabou sendo expulso 🍎 de campo, ao desferir um tapa na cabeça de González, defensor do Olympique.
Após a partida, Neymar revelou nas redes sociais 🍎 ter sido chamado de "macaco filho da p.
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" pelo zagueiro.
Lewis Hamilton protesta na F1
Lewis Hamilton, sete vezes campeão mundial de 🍎 Fórmula 1, vestiu uma camiseta preta em uma prova da categoria automobilística com a mensagem "prendam os policiais que mataram 🍎 Breonna Taylor".
Paramédica negra de 26 anos, Breonna foi assassinada em seu apartamento em Louisville (EUA).
Policiais brancos invadiram o local atirando 🍎 em março, sendo que dois não foram processados pela morte dela, pois o uso da força foi justificado, enquanto um 🍎 terceiro foi indiciado.
"A polícia continua escapando com assassinatos todos os dias e isso precisa parar! Ela era inocente.
Dói saber que 🍎 alguém foi morto e ninguém foi responsabilizado", declarou ainda o piloto no Instagram.
Fonte: Agência Brasil
OPINIÃO | Quando o esporte cava 🍎 a trincheira de batalha para minoriasAPOSTA DO ENEM
O tema dessa inforreportagem foi escolhido por professores que compõem a banca o 🍎 concurso "Redação Enem: chego junto, chego a 1.
000", uma realização da Fundação Demócrito Rocha (FDR).
A partir deste tema, estudantes da 🍎 3ª série do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede de escolas públicas do estado 🍎 do Ceará são convidados a escrever uma redação nos moldes do exame.
Na próxima terça-feira, o próximo e último tema será: 🍎 A banalização do Holocausto nos dias atuais e os efeitos na sociedade moderna.
Sobre o assunto O POVO estreia inforreportagens com 🍎 temas para redação do Enem 2021 na terça-feira, 24
Redação Enem 2021: as limitações do SUS no contexto da Covid -19
Redação 🍎 Enem 2021: a dificuldade de erradicar o trabalho infantil no BrasilTags