Arthur Moledo do Val (São Paulo, 21 de agosto de 1986)[1] é um youtuber, empresário e ex-político brasileiro,[2] filiado ao 🍐 União Brasil (UNIÃO),[3] ativista do Movimento Brasil Livre[4] e ex-deputado estadual de São Paulo, tendo sido eleito pelo Democratas (DEM) 🍐 e exercido o cargo de 2019 a 2022.
Arthur é um defensor de ideias liberais e usa de seu canal do 🍐 YouTube MamãeFalei para difundir tal ideologia entre seus seguidores, ocupando relevante espaço na direita liberal[5][6] do país.
Em abril de 2022, 🍐 o canal contava com 2,7 milhões de inscritos.[7]
Foi eleito deputado estadual nas eleições gerais de 2018 como o segundo mais 🍐 votado, com 478 mil votos, ficando apenas atrás de Janaina Paschoal.
[8] Inicialmente apoiou o político de direita e então presidente 🍐 do Brasil Jair Bolsonaro, mas em meados de 2019 retirou seu apoio e adotou posturas mais duras contra Bolsonaro.
[9][10] Foi 🍐 candidato à prefeitura da cidade de São Paulo pelo Patriota em 2020 e terminando a eleição (primeiro turno) em quinto 🍐 lugar com uma soma de 522 mil votos.
Em 2022, lançou-se como pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos, mas 🍐 desistiu da candidatura e se desfiliou do partido após o vazamento de áudios de bêt365 autoria sobre refugiadas ucranianas durante 🍐 a invasão russa.
No dia 20 de abril, renunciou ao cargo de deputado estadual após o Conselho de Ética da Assembleia 🍐 Legislativa de São Paulo aprovar, por unanimidade, a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
[11] Em 17 de maio, 🍐 o plenário da Assembleia Legislativa decidiu pela cassação do mandato, tornando Arthur do Val inelegível por oito anos.[12]
Arthur é o 🍐 mais velho de três filhos homens do casal Manoel Costa do Val Filho e Elza Moledo de Souza, divorciados desde 🍐 2003.
[13] Seu pai tem uma empresa de sucata de aço em Guarulhos aberta na época em que Arthur nasceu, e 🍐 onde trabalhou antes de se tornar youtuber.
[14] Frequentou a faculdade de Engenharia Química no Instituto Mauá de Tecnologia[1] mas não 🍐 se formou.[15]
No final do ano de 2015, Arthur criou um canal no YouTube chamado "Mamãe Falei" para expor suas ideias 🍐 e vídeos que fazia na rua.
O canal alcançou notoriedade rapidamente.
[1] Segundo Arthur, o YouTube reúne usuários dispostos a gastar tempo 🍐 assistindo a vídeos longos - os dele costumam ter até dez minutos -, o que, em tese, favorece a construção 🍐 de narrativas mais elaboradas sobre a atualidade política.
[15] Segundo diz, o seu estilo polêmico o ajudou a projetá-lo, mas hoje 🍐 o atrapalha, pois prejudica a imagem de seriedade que quer criar, além de comprometer a receita que poderia fazer com 🍐 seu conteúdo no YouTube.
Os seus primeiros vídeos traziam considerações de inspiração liberal sobre impostos, multas e direitos trabalhistas.[15]
Entre junho e 🍐 julho de 2016, Arthur conheceu os coordenadores do MBL, passando a produzir conteúdos relacionados à ideologia do grupo.[16]
No mesmo período, 🍐 aconteciam manifestações a favor da permanência no cargo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como Ministro da Casa Civil.
[17] 🍐 Arthur aproveitou a oportunidade para pôr em pauta um dos principais pontos de seu trabalho: a crítica à militância política 🍐 cega.
O formato de vídeos em que ele ia a manifestações políticas (sobretudo de esquerda) e questionava manifestantes sobre pautas defendidas, 🍐 na tentativa de expor incoerências, trouxe crescimento ao canal.
[18] O canal alcançou notoriedade rapidamente, se associando a grupos como o 🍐 Movimento Brasil Livre (MBL) e, juntamente com o movimento, recebendo o Prêmio Boletim da Liberdade, do jornal homônimo, em 2017; 🍐 internautas assinantes do jornal participaram da eleição dos vencedores.[19]
Em 19 de novembro de 2019, foi expulso do partido Democratas.
De acordo 🍐 com o diretório estadual da sigla, a decisão foi tomada por unanimidade pela Comissão Executiva Estadual que considerou os atos 🍐 do parlamentar incompatíveis com as deliberações do partido.
[20] Posteriormente em fevereiro de 2020, filiou-se ao Patriota.[21]
Em setembro de 2020, o 🍐 The Intercept divulgou áudios nos quais Arthur teria feito falsas acusações para retirar um desafeto político do programa Pânico, da 🍐 rádio Jovem Pan.
Nas mensagens, ele afirma que inventou que Felipe Ferreira, ex-militante do Movimento Brasil Livre (MBL),[22] foi o responsável 🍐 por um ataque à sede do MBL ocorrido em 2016.
[23] Arthur também pediu para que se troque um dos participantes 🍐 por André Marinho, filho do empresário carioca Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro no Senado e imitador do presidente.
[22] Em 🍐 um vídeo publicado em seu canal Mamãefalei, Arthur disse que Felipe Ferreira "é meu amigo hoje", e afirmou que ambos 🍐 sabem quem ordenou os ataques.
Arthur também disse que o fato não foi inventado, mostrando imagens dos ataques no vídeo e 🍐 declarando que foi feito um boletim de ocorrência.[24]:0:16-0:56
Candidato a prefeito de São Paulo [ editar | editar código-fonte ]
A candidatura 🍐 à prefeitura da cidade de São Paulo de Arthur foi oficializada em 7 de setembro de 2020.
[25] Participou de protestos[26][27] 🍐 e focou em suas redes sociais.
[28] No dia 15 de novembro, data da votação do 1° turno, Arthur terminou na 🍐 quinta colocação entre os candidatos, com 522 210 votos.
O resultado, entretanto, não fez com que conseguisse ir ao segundo turno, 🍐 encerrando assim bêt365 campanha.[29]
Pré-candidatura ao governo de SP [ editar | editar código-fonte ]
Em janeiro de 2022, Arthur do Val 🍐 se filiou ao Podemos, que pretendia lançar bêt365 candidatura ao governo de São Paulo.
[30] Contudo, após o vazamento de seus 🍐 áudios sexistas sobre ucranianas, retirou a candidatura no dia 5 de março de 2022.
[31] Pediu a desfiliação do Podemos no 🍐 dia 8 de março de 2022.[32]
Em outubro de 2019, integrantes do Conselho de Ética votaram por cinco votos a dois 🍐 pela aplicação de advertência a Arthur do Val, a denúncia apresentada foi em função de uma fala dele em plenário 🍐 utilizando uma palavra de baixo calão para se referir aos deputados presentes a uma sessão em plenário.[33]
Em fevereiro de 2022, 🍐 o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu advertir Arthur do Val por quebra de decoro 🍐 parlamentar no processo em que um assessor parlamentar dele assinou o ponto sem trabalhar.
O relator do caso – deputado Wellington 🍐 Moura (Republicanos) – afirmou que o então chefe de gabinete Marcelo Aguiar de Castro estava no Chile no período de 🍐 11 a 14 de julho de 2019 para resolver problemas pessoais e, mesmo assim, assinou o ponto de trabalho como 🍐 se tivesse prestado serviço à Alesp.[34]
Viagem à fronteira da Ucrânia [ editar | editar código-fonte ]
Fila de refugiados ucranianos a 🍐 caminho da Russia (2022), em áudio vazado, Arthur comenta que "Elas são fáceis, porque elas são pobres" e que "são 🍐 gold diggers(.
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)" uma gíria do inglês para "mulheres interesseiras" [ 35 ]
Arthur do Val e Renan Santos gravaram um vídeo 🍐 no aeroporto de Frankfurt viajando para a fronteira da Eslováquia com a Ucrânia para cobrir a invasão da Ucrânia pela 🍐 Rússia em 2022.
Também criticaram a neutralidade de Jair Bolsonaro e Lula perante a guerra.
[36][37] A dupla foi criticada na internet, 🍐 inclusive pelo Senador da República, Flávio Bolsonaro.
Eles afirmaram ter pago a viagem de ida com o próprio dinheiro.
[38] Em live, 🍐 Arthur apareceu com dois voluntários de um movimento civil que oferece ajuda humanitária para os ucranianos e afirmou que já 🍐 arrecadou R$ 115 mil para ajudar na guerra.
De acordo com ele, parte do dinheiro será usado para comprar suprimentos que 🍐 serão doados aos voluntários, e outra parte irá para o Exército da Ucrânia.
Arthur afirmou já ter feito contato com o 🍐 embaixador ucraniano na Eslováquia.[39]
Áudios misóginos sobre ucranianas [ editar | editar código-fonte ]
Em um furo jornalístico de Gustavo Zucchi, publicado 🍐 no dia 4 de março pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha,[40] foram vazados áudios de Arthur, nos quais ele fez 🍐 diversos comentários misóginos, dizendo, por exemplo, que ucranianas "são fáceis porque são pobres", e que a fila de refugiados teria 🍐 mais mulheres bonitas do que a "melhor balada do Brasil".
Arthur alega ainda que Renan Santos viajava pelos países europeus "só 🍐 pra pegar loira".[41]
O fato foi amplamente noticiado em diversos jornais[42][43][44][45] e teve repercussão internacional.
[46] Diversos políticos pediram a cassação do 🍐 mandato de Arthur e repudiaram o ocorrido.
[47][48][49][50] Deputados da Alesp disseram que acionariam o Conselho de Ética.
[51][52] No dia seguinte, 🍐 Arthur do Val confirmou a autoria dos áudios, dizendo que estava errado, que aquele não era seu pensamento e que 🍐 bêt365 fala "foi um erro, em momento de empolgação".
[53][54] Logo depois, publicou em seu canal um pedido de desculpas,[55][56] e 🍐 anunciou que estaria retirando bêt365 candidatura ao governo de São Paulo.
[31] Seu partido, o Podemos, abriu procedimento disciplinar interno para 🍐 apurar as falas.
[57] Em entrevista para a Folha de São Paulo, Arthur disse que decidiu se afastar do MBL.
[58] No 🍐 dia 8 de março de 2022, desfiliou-se do Podemos[59] e declarou, em carta dirigida à Assembleia Legislativa de São Paulo, 🍐 que não se candidataria à reeleição para deputado estadual.[60]
Violação de direito internacional [ editar | editar código-fonte ]
Arthur pode ter 🍐 de responder por produzir armas incendiárias e interferir num conflito fora do Brasil.
Os deputados Emídio de Souza e Paulo Fiorilo 🍐 acionaram o MP para investigar se Arthur do Val teria violado normas de Direito Internacional ao dizer que fabricou coquetel 🍐 molotov na Ucrânia.
Os deputados afirmaram que há indícios de violação de convenções diplomáticas internacionais ratificadas pelo Brasil.
[61] Para o advogado 🍐 Tarciso Dal Maso, consultor legislativo do Senado para Relações Internacionais e Defesa, a fabricação de coquetéis molotov por parte de 🍐 um parlamentar brasileiro configura uma violação do Protocolo 3 da Convenção de 1980 sobre Armas Convencionais da qual o Brasil 🍐 é signatário.
O advogado Leonardo Magalhães Avelar mencionou ainda um quarto tipo de questionamento jurídico: "trata-se da situação de um parlamentar 🍐 brasileiro, um representante do Estado brasileiro, portanto, tomando posição ativa numa guerra contra a posição nacional já manifestada pelo país 🍐 na Organização das Nações Unidas e eventuais outras instâncias diplomáticas".[62]
Abertura de processo, renúncia e cassação [ editar | editar código-fonte 🍐 ]
Em 18 de abril de 2022, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou, por 🍐 unanimidade, a abertura de processo contra Arthur do Val por quebra de decoro parlamentar.
Foram protocoladas vinte e uma representações pedindo 🍐 a cassação de seu mandato em decorrência das frases sexistas contra refugiadas ucranianas.[63]
Dois dias depois, ele renunciou ao mandato de 🍐 deputado estadual.[11]
Apesar da renúncia, o processo teve seguimento e foi decidido em 17 de maio pelo plenário da Assembleia Legislativa, 🍐 que aprovou a aplicação da penalidade de perda de mandato a Arthur do Val, por unanimidade, tornando-o inelegível por oito 🍐 anos.[64]
Abordagens e importunações [ editar | editar código-fonte ]
Arthur é notório por abordar personalidades e fazer comentários críticos em seu 🍐 canal do YouTube.
Algumas dessas abordagens geraram críticas e processos:
Importunação de menores de idade [ editar | editar código-fonte ]
Em outubro 🍐 de 2016, Arthur foi ao "programa de entrevistas" Pânico no Rádio para justificar suas recentes ações em viagens pelo Paraná, 🍐 estado que então protagonizava uma onda de ocupações nacional dos estudantes mobilizados contra a MP 746, PEC 55 (anteriormente 241) 🍐 e também contra a lei da mordaça.
Arthur e Renan Santos, um dos líderes do MBL, tentaram entrar no Colégio Estadual 🍐 do Paraná.
Esta tentativa acabou expondo adolescentes a situações vexatórias e degradantes e Arthur passou a ser investigado por atentado violento 🍐 ao pudor pela Delegacia da Mulher daquela localidade.
Na escada do colégio, Arthur tentou gravar um vídeo com uma estudante de 🍐 17 anos.
Ela apresentou queixa na delegacia da Mulher alegando ter "sido violentada sexualmente".
[65][66][67] Em 17 de junho de 2017, o 🍐 MP arquivou o inquérito sob o argumento de falta de provas porque uma testemunha não foi localizada e outra disse 🍐 que Arthur havia passado a mão na nádega, e não na cintura da vítima, configurando divergência entre os depoimentos.
Após o 🍐 arquivamento, Arthur do Val protocolou em 15 de maio de 2018, quando a vítima já era maior de idade, uma 🍐 ação com pedido de indenização, cobrando da jovem o valor de 15 mil reais por falsa acusação de crime de 🍐 estupro.
O caso, no entanto, foi arquivado.[68]
Em junho de 2018, durante a gravação de um de seus vídeos no Fórum da 🍐 Liberdade, Arthur abordou o então pré-candidato à presidência Ciro Gomes,[69][70][71] indagando-lhe sobre uma declaração em que o político teria dito 🍐 que iria "receber a turma do Moro na bala"[72] (em referência ao ex-ministro da justiça Sergio Moro).
Após isso ele foi 🍐 agredido na cabeça com um tapa de Ciro; Arthur ironizou o ex-governador perguntando "Você acha que eu sou a Patrícia 🍐 Pillar pra você bater?", Arthur continuou: "é um frouxo mesmo.
Frouxo! Aí, o Ciro Gomes, me bateu na cabeça.
Tá achando que 🍐 cê tá no Nordeste ô Ciro, que cê é coronelzão lá?".
Thais Bilenky, escrevendo para o jornal Folha de S.
Paulo, considerou 🍐 que, no ato, Ciro teria "encostado" no pescoço do ativista, alegando não ser possível medir a intensidade do suposto tapa; 🍐 Ciro comentou o acontecido à Folha dizendo "'Tu acha' que se eu tivesse batido não tinha uma marquinha não? Do 🍐 jeito que eu sou? Eu falei 'deixa de ser um merda, rapaz' e saí de perto".[73]
Comentários sobre Padre Júlio Lancelloti 🍐 [ editar | editar código-fonte ]
Em 1º de outubro de 2020, Arthur foi condenado pela Justiça Eleitoral por ataques ao 🍐 padre Júlio Lancellotti após solicitação do Ministério Público Eleitoral.
Foi constatado que Arthur "passou a produzir propaganda eleitoral antecipada e vedada 🍐 em que, seguidamente, calunia, difama e injuria o Padre Júlio Renato Lancellotti, objetivando tornar-se mais conhecido do eleitorado, ao criar 🍐 polêmica em relação à figura publica do referido padre".
Arthur respondeu dizendo que "Ele [Júlio Lancelotti] é nocivo e minha proposta 🍐 é totalmente diferente em relação à dele.
Eles atacam minha pessoa, tentam me desqualificar mas, se você não pode fazer uma 🍐 crítica política, aí é uma ditadura.
Em nenhum momento da minha vida fiz ameaça ou incitação à violência e não incentivei 🍐 outra pessoa a fazer contra o padre ou contra qualquer outra pessoa".[74]
Arthur se considera liberal.
Apoiou durante um tempo o aborto 🍐 apenas em gestações que põem em risco a vida da mãe ou são o resultado de um estupro, casos em 🍐 que a legislação brasileira atual permite às mulheres interromperem a gravidez.
Mas posteriormente assumiu que cometeu erros de julgamento e informação, 🍐 esclarecendo em um vídeo e desde então, não voltando a se posicionar sobre o assunto.
Atualmente, seus pontos de vista têm 🍐 sido criticados por setores da esquerda política devido ao seu posicionamento pró-capitalismo.
[75] Ele também é a favor de privatizações e 🍐 criticou o sistemas de cotas raciais, defendendo cotas sociais.
Em 2015, ele assumiu abertamente ser a favor da pena de morte 🍐 e da redução da maioridade penal com certas restrições.[76]
Projetos de lei [ editar | editar código-fonte ]
Entre seus projetos de 🍐 lei, estão:
Membro de comissões [ editar | editar código-fonte ]
CPI - Fake News - Eleições 2018, comissão Parlamentar de Inquérito 🍐 criada pelo Ato 06/2020, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº 290/2019, com a finalidade de "investigar os casos das 🍐 Fake News (Notícias Falsas) que surgiram durante as eleições de 2018, no Estado de São Paulo";
CPI - Violência Sexual Contra 🍐 Estudantes de Ensino Superior, comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Ato 03/2020, do Presidente da Assembleia, mediante Requerimento nº 287/2019, 🍐 com a finalidade de "apurar denúncias de violência sexual praticada contra estudantes de instituições de ensino superior no Estado de 🍐 São Paulo, no último ano".