A coluna do atletaA coluna do atleta
O aumento do número de adultos e adolescentes que participam regularmente em atividades físicas 🔑 aumentou a consciência dos atletas para as lesões da coluna vertebral.
Felizmente a maioria das dores da coluna causadas pela atividade 🔑 física não ameaçam a continuidade no esporte.
Entretanto, quando estão presentes lesões maiores (ex.
: hérnia de disco, espondilolise/espondilolistese, fraturas, etc), alguns 🔑 cuidados devem ser tomados.
Para o atleta amador e até o atleta "de final de semana", o aumento inadequado ou desproporcional 🔑 da intensidade do exercício pode ocasionar problemas na coluna vertebral.
Para os atletas profissionais, que dependem de alta performance, o preparo 🔑 muscular para evitar lesões deve ser muito maior.
Além disso, é fundamental a manutenção regular do treinamento para evitar lesões e 🔑 queda de rendimento.
Falaremos aqui de algumas lesões frequentes na coluna vertebral do atleta.
A prevalência de dor na coluna vertebral é 🔑 quase 80%, sendo que quase 30% dos atletas acabam experimentando dor lombar aguda em algum momento do esporte.
O tipo de 🔑 lesão varia com a idade.
Quase 70% das lesões da coluna lombar em adolescentes atletas, os quais ainda possuem esqueleto imaturo, 🔑 podem ocorrer nos elementos posteriores da coluna.
Já nos atletas adultos, a maioria das lesões estão relacionados com distensões/contraturas musculares e 🔑 problemas nos discos intervertebrais.
Algumas características anatômicas, bem como o tipo de esporte praticado, podem dar indícios da probabilidade de um 🔑 atleta ter lesão na coluna vertebral.
Atletas que têm troncos longos e membros inferiores menos flexíveis são mais propensos a lesão 🔑 da coluna lombar.
A reabilitação motora visa corrigir esses problemas quando possível.
Esportes que envolvem hiperextensão repetitiva, carga axial (saltar), torção do 🔑 tronco ou contato direto ,apresentam riscos mais elevados de lesões na coluna.
As taxas de lesões são mais elevadas nos jogadores 🔑 de futebol, ginastas, lutadores, e remadores.
Em um estudo que avaliou 4790 atletas universitários, a incidência de lesões da coluna lombar 🔑 foi de 7%; a maioria eram jogadores de futebol ou ginastas.
Curiosamente, 80% das lesões lombares ocorreu durante a prática, 14% 🔑 durante a pré-temporada e 6% durante a competição real.
Um pouco mais do que 50% dessas lesões eram de agudas.
As forças 🔑 exercidas sobre os segmentos de movimento lombar são regidos pela lordose natural deste segmento da coluna vertebral; como resultado, as 🔑 forças axiais estão dirigidas tanto horizontalmente como perpendicularmente ao disco.
Quando a distância do centro de gravidade para a coluna vertebral 🔑 é considerada, o centro de gravidade é anterior à coluna vertebral lombar, colocando a maior parte da força de resistência 🔑 sobre os músculos eretores da espinha, fáscia dorsolombar, e glúteos.
O eixo de rotação está perto do centro do disco em 🔑 lordose normal e move-se para trás em extensão.
O ânulo fibroso do disco (a capa que envolve o disco intervertebral) e 🔑 elementos posteriores da coluna podem suportar diferentes forças de tensão e compressão e forças de cisalhamento.
Já os tecidos moles posteriores 🔑 (músculos e ligamentos) podem suportar considerável estresse em resistência.
Estas forças são encontrados em diferentes graus em todos os esportes.
Tipos de 🔑 Lesões Comuns no Atleta
Lesões em tecidos moles
Entorses e distensões musculares na coluna são extremamente comum.
O termo "entorse" refere-se a danos 🔑 ligamentar, enquanto que uma "distensão" representa um problema no músculo ou tendão.
Na região da coluna, os sintomas desses tipos de 🔑 lesões são semelhantes e se apresentam na forma de dor na musculatura paravertebral, sem sintomas neurológicos.
Os sintomas pioram à flexão 🔑 (edema/sobrecarga dos ligamentos), torção e carga axial.
Os pacientes podem relatar dor que irradia para os quadris, o que pode ser 🔑 um sinal de espasmo da fáscia dorsolombar extendendo o tensor da fáscia lata.
Os sinais físicos podem incluir hematomas no local 🔑 ou aumento de volume por contraturas musculares.
Contusões mais intensas devem ser investigadas pela possibilidade de fraturas ou até lesão renal.
Nos 🔑 casos mais leves a investigação com imagens (raio-x, ressonancia, etc) geralmente não é necessária.
Daí a importância de uma avaliação médica 🔑 para determinar a conduta mais apropriada.
Esses pacientes geralmente são tratados sintomaticamente com medicações, repouso, massagem, Acupuntura e Técnicas de Fisioterapia.
Uma 🔑 boa reabilitação deve incluir os ajustes mecânicos necessários e ênfase no fortalecimento da musculatura core, flexibilidade dos membros inferiores, e 🔑 aumento da amplitude de movimento global.
O atleta com um entorse ou uma distensão muscular pode retornar ao esporte quando os 🔑 sintomas diminuem e a amplitude de movimento global completa é restaurada sem limitações.
Hérnia de disco
Em muitos casos, os sintomas relacionados 🔑 a uma hérnia de disco começam durante o treinamento com pesos ou durante um movimento; em outros, o início é 🔑 mais insidioso e é provavelmente o acúmulo de múltiplas lesões menores.
Atletas expostos a considerável carga axial, flexão e rotação, que 🔑 ocorrem durante o levantamento de peso (e esportes que exigem trabalho pesado na competição ou treinamento) e esportes de impacto 🔑 podem ter taxas mais elevadas de hérnia discal.
Os sintomas podem aparecer de forma sutil, com dor nas costas e espasmos, 🔑 com pouco ou nenhum componente radicular (dor irradiada para o membro), embora a radiculopatia é freqüentemente presente.
Em muitos casos ocorre 🔑 ruptura do disco (fissura do ânulo fibroso) sem necessariamente formar uma hérnia.
O exame físico com hérnia de disco às vezes 🔑 pode revelar escoliose leve ou unilateral.
A avaliação médica e estudos com imagens são muito importantes quando existe suspeita de hérnia 🔑 de disco ou dor persistente.
As condutas de tratamento são mais difíceis no atleta de elite, porque a pressão para voltar 🔑 a jogar é confrontada com as altas taxas de sucesso do tratamento conservador da hérnia discal.
Como em todos os pacientes, 🔑 indicações absolutas para a cirurgia no atleta com hérnia de disco incluem síndrome da cauda eqüina e déficit neurológico progressivo; 🔑 indicações relativas incluem dor e incapacidade persistente a ponto de impedir a competição atlética.
Essa última situação deve receber atenção especial; 🔑 o limiar para a intervenção cirúrgica no atleta de elite é menor se hérnia de disco é uma limitação ao 🔑 retorno à competição.
Se a dor é considerável e há opções conservadoras inadequadas para permitir que o atleta retorne para o 🔑 desempenho em tempo hábil aceitável para todas as partes envolvidas, a cirurgia pode ser considerada.
A abordagem cirúrgica à hérnia de 🔑 disco é guiada pelo princípio que a ruptura do tecido deve ser minimizada para que o atleta possa retornar ao 🔑 seu nível pré-lesão da mesma forma e o mais rapidamente possível.
Sempre que possível, a microdiscectomia ou discectomia endoscópica são as 🔑 técnicas de escolha.
Em ambas as técnicas, uma pequena incisão de 1,5 a 2 cm pode retirar a hérnia e resolver 🔑 os sintomas.
A Fisioterapia pós-operatória é um fator determinante para determinar o tempo que o atleta pode voltar a jogar.
Como sempre, 🔑 a segurança do atleta é fundamental: a bônus betfair 5 reais longevidade no esporte e a função que o jogador terá após a 🔑 bônus betfair 5 reais carreira de atleta deve ser considerada.
Um programa de reabilitação pode ser diferente se a lesão ocorre no final de 🔑 uma temporada ou no meio dela.
O fortalecimento da musculatura core e aumento da flexibilidade com ganho de amplitude de movimento 🔑 são a base da maioria dos programas.
Os atletas podem voltar a jogar depois de um tempo suficiente para a recuperação, 🔑 quando os sintomas são mínimos ou inexistentes.
Esta decisão é tomada conjuntamente pelos atletas e profissionais de saúde.
É preferível que o 🔑 atleta siga o curso padrão de reabilitação após a cirurgia, e apenas retorne depois de um tempo adequado para que 🔑 a chance de novas lesões sejam minimizadas.
Defeitos da Pars – Espondilólise e Espondilolistese
Espondilólise e espondilolistese são lesões da coluna lombar 🔑 relativamente comuns em atletas e geralmente ocorrem no segmento lombar (L5-S1) em atletas jovens envolvidos em esportes com hiperextensão repetitiva 🔑 e carga axial.
De fato, quase 40% dos atletas com dor nas costas com duração de mais de 3 meses apresentam 🔑 alterações das pars interarticularis na coluna lombar.
Os jogadores de futebol e ginastas são particularmente suscetíveis, porque ambos os esportes envolvem 🔑 graus enormes de hiperextensão e carga axial.
Até 15% dos jogadores de futebol universitários podem ter espondilólise, ao passo que os 🔑 ginastas podem ter uma incidência de 11% desse problema.
Os defeitos da pars interarticularis são mais comuns em atletas adolescentes em 🔑 comparação com adultos.
As crianças entre as idades de 9 e 15 anos que participam de competições atléticas estão em maior 🔑 risco de progressão.
Os sintomas apresentados são dor lombar exacerbada por extensão, geralmente sem irradiação.
Os pacientes podem compensar com joelho e 🔑 flexão do quadril na deambulação (sinal de Phalen-Dickson).
Em casos de escorregamento grave, um abaulamento pode ser palpável; caso contrário, o 🔑 exame físico pode revelar contraturas e espasmo muscular lombar.
Exames de imagem devem incluir radiografias e tomografia computadorizada.
O grau de deslizamento, 🔑 se for o caso, pode ser determinado utilizando as radiografias.
A tomografia computadorizada é a modalidade de escolha para definir a 🔑 arquitetura óssea das pars.
O uso de PET-Scan pode permitir a detecção de fraturas "stress" ocultas e agudas se filmes de 🔑 raio-x simples não revelarem um defeito.
Os objetivos do tratamento do atleta com defeitos pars são o alívio da dor e 🔑 prevenção da progressão e instabilidade.
Tratamento não cirúrgico de defeitos pars sintomáticos depende do grau de escorregamento.
Em pacientes com escorregamentos de 🔑 baixo grau, o ideal é um período de restrição de atividades até que a dor diminua, seguido de retomada gradual 🔑 da atividade.
As radiografias devem mostrar cicatrização do defeito em cerca de três meses; um PET-Scan pode ajudar a avaliar o 🔑 grau de cicatrização se radiografias simples forem duvidosas.
Após a diminuição do quadro doloroso, ações voltadas ao fortalecimento muscular CORE, flexibilidade 🔑 de membros inferiores, e aumento da amplitude de movimento podem ser retomadas.
Atletas com escorregamento de baixo grau geralmente podem voltar 🔑 à competição depois de um programa de reabilitação agressivo.
Tal como no não atleta, atletas com escorregamentos de alto grau, escorregamentos 🔑 progressivos, ou sintomas refratários ao tratamento conservador são considerados candidatos à cirurgia.
Considerando escorregamentos de baixo grau, pode ser abordado pela 🔑 fusão direta do defeito da pars, com taxas favoráveis para o retorno de atletas para jogar em esportes sem contato.
A 🔑 artrodese da articulação afetada é geralmente realizada para espondilolistese de alto grau.
Fraturas menores
As fraturas que podem causar instabilidade espinhal são 🔑 incomuns.
Podem ocorrer nos esportes de impacto e de alta velocidade, tais como corridas de automóveis e esqui.
Em outros esportes de 🔑 contato, em que o atleta está exposto a golpes diretos, rotação forçada, flexão e compressão, fraturas dos processos transversos, processos 🔑 espinhosos, facetas, corpos vertebrais, e placas terminais podem ocorrer.
A maioria dos indivíduos com fraturas agudas apresentam-se com dor nas costas 🔑 imediatamente após a lesão.
Na maioria dos casos, os resultados do exame neurológico são normais.
As fraturas menores são geralmente conduzidas de 🔑 forma conservadora, porque a estabilidade da coluna vertebral não está ameaçada.
O atleta com uma fratura do processo transverso e/ou processo 🔑 espinhoso pode retomar a plena atividade quando os sintomas desaparecerem e a amplitude de movimento completa retornar.
Fraturas por compressão leves 🔑 podem ocorrer em levantadores de peso, geralmente região anterior do corpo vertebral, que é mais susceptível devido a menor quantidade 🔑 de trabeculações ósseas horizontais.
Exercícios como o agachamento envolvendo flexão repetitiva e compressão dos corpos vertebrais lombares podem levar à fratura 🔑 da placa terminal, colapso do disco ou fratura leve do corpo vertebral.
Uma vez tratadas, essas atividades devem, posteriormente, serem restringidas 🔑 para reduzir os riscos de recorrência.
Como a maioria das fraturas são estáveis, os atletas podem retornar à atividade quando os 🔑 sintomas e alterações radiológicas compressivas forem resolvidas.
Conclusões
Atletas em todos os níveis de competição podem ter lesões na coluna vertebral.
Os objetivos 🔑 do tratamento incluem alívio dos sintomas e recuperação de força e flexibilidade, de modo que a plena participação em esportes 🔑 poderá ser retomada.
Quando é necessária a cirurgia, procedimentos minimamente invasivos são preferidos.
Uma reabilitação agressiva pode acelerar o retorno do atleta 🔑 ao esporte.
Publicações científicas:
Sociedade Brasileira de Coluna – //www.coluna.com.br/
AO SPINE – //aospine.aofoundation.org/
Sociedade norte americana de cirurgia de coluna – //www.spine.org/Veja também:
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