Faltavam poucos minutos para o jogo entre Santos e Avaí acabar quando Romário Hugo dos Santos, o Romarinho, acusado de 🍌 integrar a quadrilha de manipulação de resultados do futebol brasileiro, enviou uma mensagem, pelo WhatsApp, para Luiz Taveira, empresário do 🍌 zagueiro Eduardo Bauermann, que estava em campo.
"Meu Deus do céu, o Bauermann quer matar nós do coração?", perguntou.
O empresário respondeu: 🍌 "Pqp, você foi comigo nele.
Não sei o que falar".
'É a linha de zaga toda, filho': Como a máfias das apostas 🍌 conseguiu manipular o número de escanteios de um jogo do estadual do Mato Grosso
Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), 🍌 a quadrilha havia pago um adiantamento de R$ 50 mil a Bauermann para que ele tomasse um cartão amarelo naquela 🍌 partida, em 5 de novembro do ano passado - o jogador, no entanto, descumpriu o acordo.
Depois do apito final, diante 🍌 da revolta de Romarinho, o empresário marcou um encontro entre jogador e apostador:
"Vocês me encontram na minha casa e vamos 🍌 na dele".
Além de Taveira, que não foi denunciado pelo MP-GO, a investigação identificou outros três empresários, agentes e até amigos 🍌 de jogadores que intermediaram negociações dos atletas com a máfia das apostas.
Conversas obtidas pela Operação Penalidade Máxima indicam que houve 🍌 casos em que os intermediários encontraram pessoalmente os apostadores, indicaram novos jogadores para o esquema e até receberam valores da 🍌 quadrilha.
Taveira manteve contato com Romário de novembro até fevereiro de 2023.
No jogo seguinte, contra o Botafogo, apostador e jogador combinaram 🍌 que Bauermann deveria receber um cartão vermelho para compensar o prejuízo da partida anterior.
Ele de fato foi punido, mas depois 🍌 do apito final, por reclamação.
Logo após o jogo, Taveira enviou ao apostador um print de uma notícia sobre a expulsão 🍌 do seu cliente."Vai aprender...
Tirou a virgindade", escreveu Taveira, em seguida.
O cartão, no entanto, não foi contabilizado pelo site de apostas 🍌 - e a quadrilha tomou novo prejuízo.
Ao longo do mês seguinte, o empresário marcou novos encontros com o apostador para 🍌 tentar resolver o impasse.
"Tinha que rachar o cara no pau, ser expulso e dane-se", enviou Taveira a Romarinho em 9 🍌 de dezembro.
Gustavo Poli: Uma fábula do apito
Ao GLOBO, o empresário negou que tenha participado de acordos de apostas.
- Tenho 30 🍌 anos de profissão.
Nunca me envolvi com apostas e falei com Bauermann para que ele não se envolvesse.
Um dos intermediários de 🍌 jogadores junto à quadrilha acabou denunciado pelo MP-GO: o empresário Pedro Gama dos Santos Junior, amigo do zagueiro Victor Ramos, 🍌 é acusado de ter negociado com os apostadores um pagamento de R$ 100 mil para que Ramos cometesse um pênalti 🍌 no jogo entre Portuguesa e Guarani, pelo Paulistão deste ano.
Na semana anterior ao jogo, Bruno Lopez, o BL, apontado como 🍌 chefe da quadrilha de apostadores, contou aos comparsas como foi seu contato com Gama.
"Esse cara aí é irmãozão do Victor 🍌 Ramos.
Mano, o cara é mil grau, ele já trabalhou assim lá na Chapecoense, trabalhou também no Goiás, entendeu? Ele falou: 🍌 'Meu, é a primeira de muitas'.
Falou que cem conto ele pega, entendeu? Metade antes, metade depois.(...
)Já deu pra ver que 🍌 o Victor Ramos é do game, tendeu? Aí amanhã provavelmente eu vou encontrar pessoalmente com esse assessor", disse BL.
Hoje, Ramos 🍌 e Gama são réus na Justiça de Goiás.
Dois intermediários de jogadores chegaram a receber valores da quadrilha.
Os investigadores encontraram dois 🍌 comprovantes de pagamentos, que somam R$ 40 mil, para Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, o Clebinho Fera, empresário que 🍌 se descreve no Instagram como "Amigo dos Amigos".
O depósito teria sido feito por Camila Silva da Motta, mulher de BL.
De 🍌 acordo com as conversas, os valores eram referentes a acordos para que dois jogadores tomassem cartões amarelos: Pedrinho, do Athletico, 🍌 e Sidcley, à época no Cuiabá.
Em setembro de 2022, BL disse aos comparsas que tratou diretamente com Clebinho a participação 🍌 de Sidcley no esquema: "Direto com o empresário dele, sabe quem que é? O Clebinho Fera, Clebinho Fera, ele tem 🍌 metade dos caras do Athlético Paranaense lá mano, cê é louco".
Clebinho não foi denunciado pelo MP-GO.
Os promotores também localizaram um 🍌 comprovante de pagamento no valor de R$ 35 mil em nome de Antônio Polidoro Jr.
, citado pelos apostadores como intermediário 🍌 do acordo com o jogador Nathan, ex-Fluminense e hoje no Grêmio.
Polidoro é uma figura conhecida nos bastidores da bola.
Ele é 🍌 jogador, atualmente atua nas divisões inferiores da França e já namorou celebridades como Jojo Toddynho e Karol Conká.
Seu nome também 🍌 foi citado num áudio enviado por BL aos comparsas: "Rapazeada, o pix tá no nome do Polidoro, não sei se 🍌 cês conhece.
Ele trampa comigo tem uns dias já...
ele tá na França, tá ligado? E ele que intermedia bastante jogador aí 🍌 pra mim, ele traz bastante jogador, ele que tá na bala direto com o Nathan aí, fechou?".
Nathan acabou não sendo 🍌 escalado por Fernando Diniz para o jogo seguinte e não cumpriu o acordo.
O GLOBO não conseguiu contato com Polidoro, Clebinho 🍌 Fera e Pedro Gama