Diário de Inovações
por Juliana Kanopcka Pacheco Alves / Franciele da Silva Santiago 22 de setembro de 2022
Entre as formações continuadas💸 que a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba oferece aos professores, uma delas é chamada de "Práticas de Movimento", que💸 oferece os estudos sobre o Golf-7.
Criado em 2005 pela pedagoga paranaense Fátima Alves da Cruz, o Golf-7 é um esporte💸 baseado no jogo do golfe e adaptado ao perfil dos estudantes da educação especial: foi pensado para, inicialmente, atender estudantes💸 com TGD (Transtornos Globais de Desenvolvimento) e DI (Deficiência Intelectual).
De acordo com a Federação Paranaense e Catarinense de Golfe, em💸 torno de 35 mil crianças e adolescentes no Paraná já utilizam a modalidade, que apoia a melhora da concentração e💸 coordenação, em escolas especiais.
Mas a prática ainda não existia para o público cego.
Por isso, pensamos em como oferecer acesso a💸 esse esporte aos deficientes visuais.
Tudo começou com uma conversa com o supervisor estadual do paradesporto, Mario Sergio Fontes.
Primeiro profissional de💸 educação física cego no Brasil e referência dos esportes para deficientes visuais (ele presidiu a Associação Brasileira de Desportos para💸 Cegos, apoiou a criação do golbol e futebol de 5, entre outras modalidades), Mario participou de uma formação continuada conosco💸 e questionou por que ainda não tínhamos um material para atender os deficientes visuais.
Trouxemos, então, a pesquisa para o espaço💸 maker da escola.
Chamado Farol do Saber e Inovação Tasso da Silveira, o espaço, vinculado à Escola Municipal Maringá, é um💸 dos 33 Faróis do município, que contam com biblioteca e acesso à internet, promovendo atividades extracurriculares, sempre no contraturno, para💸 estudantes da rede municipal.
Fomos em busca de respostas.
Vedamos nossos olhos, fizemos uma bolinha de papel, com cola e um guizo💸 dentro.
Filmamos todo o processo para, na sequência, poder assistir e estudar como a bolinha poderia ser melhorada.
A ideia de usar💸 o papel surgiu para que o próprio cego possa criar fase de grupo copa do mundo 2024 bolinha, uma vez que são usados materiais de baixo💸 custo e a precisão para confeccioná-la é o tato.
Também testamos outros modelos.
Com uma bolinha colorida, dessas utilizadas em piscinas de💸 bolinhas, fizemos um pequeno corte e colocamos guizo, pedras, arroz, feijão e miçangas.
Fechamos a bolinha com cola instantânea e a💸 lixamos, para que não tivesse aderência.
Realizamos os testes brincando com a bolinha e ouvindo o barulho que a mesma fazia💸 ao realizar o rolamento.
Em outro momento, construímos uma bola com meia.
Dentro, colocamos guizos.
Em outra, pusemos miçangas.
Realizamos os testes como da💸 forma anterior.
E entendemos que as miçangas têm um efeito melhor.
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Usamos, também, um aplicativo 3D gratuito na internet, o Tinkercad.
Nele, realizamos pesquisas💸 de peso, tamanho, circunferência e raio de uma bolinha original de golfe.
Por meio dos estudos feitos a partir de pesquisas💸 no Google e em sites de golfe, conseguimos desenvolver o projeto da bolinha e o enviamos para a impressora 3D.
Entre💸 todos os modelos criados, o que teve melhor desempenho foi justamente esse, em 3D: a bolinha foi impressa em um💸 material chamado PLA – Filamento 3D e se mostrou mais resistente e durável.
Dentro dela, também inserimos miçangas.
Para entender a funcionalidade,💸 precisávamos jogar uma partida de Golf-7.
Até então nunca tínhamos tido a chance de testar a bolinha diretamente com o esporte.
Fomos💸 até a escola municipal Tomaz Edison de Andrade Vieira, que atende estudantes da educação especial e conta com um campo💸 sintético próprio para a modalidade.
Os alunos com deficiência intelectual e atuantes no Golf-7 foram nossos professores e tutores no jogo.
Vendadas,💸 realizamos testes na quadra para fazer uma imersão neste mundo, até então desconhecido para nós que enxergamos.
Foi uma experiência e💸 tanto!
Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy💸 Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto:💸 Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS💸 Crédito: Levy Ferreira/SMCS Foto: Levy Ferreira/SMCS
Nesse mesmo dia, levamos um protótipo para o taco do Golf-7.
Como nunca tínhamos jogado, não💸 sabíamos que existem vários modelos, pois cada distância exige uma tacada.
Estamos em fase de adaptação e testes desses tacos, com💸 o apoio dos alunos de baixa visão tanto aqui da Escola Maringá quanto os da Escola Tomaz Edison, a fim💸 de checar os pesos e os formatos diferentes.
A princípio, usaremos o cabo de vassoura e material PLA.
No teste na escola,💸 com pessoas cegas, notamos o sentimento de pertencimento e pudemos constatar como atitudes simples podem contribuir positiva e efetivamente na💸 sociedade.
Aprovada pelo Mario Sergio, a bolinha está sendo explorada na Escola Municipal Maringá e será divulgada para a rede municipal💸 no dia 28 de setembro, durante o 7° Workshop de Educação Física.
Além de colaborar para a inclusão em todas as💸 esferas possíveis, a bolinha permite que o público cego possa beneficiar na prática do esporte, nos aspectos físico, psíquico e💸 até mesmo social,
O que é preciso para replicar este projeto?
Além do material para a construção das bolinhas, explicado acima, as💸 escolas podem se inspirar no regulamento específico do Golf-7 (disponível no site dos Jogos Escolares do Paraná) para levar o💸 jogo às suas turmas.
Nesta publicação do governo do Paraná, disponível para download, o professor Valdir Bento de Carvalho apresenta uma💸 proposta do Golf-7, com planos de aula detalhados.
Todas as bolinhas podem ser adaptadas para atividades diversas, inclusive nas aulas de💸 educação física.Algumas dicas:
Minigolfe classe especial
Os alunos podem criar um caminho com materiais diversos (como peças de Lego, cordas, cones.
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) para💸 a bolinha sensorial seguir até o buraco.
Taco de bets (também conhecido como taco) e palitos de sorvete ajudam a guiar💸 a bolinha até o ponto final.
Experiência sensorial
Em duplas, uma das crianças deve ficar com os olhos vendados, sendo orientada pela💸 vidente ao caminho correto para encaixar a bolinha sensorial no buraco de golfe.
Sinuca de quatro buracos
Com a orientação do som💸 que o rolamento da bolinha faz, é possível tentar encaixá-la nos buracos de uma mesa de sinuca.
Percussão
Para apoiar o desenvolvimento💸 da coordenação motora e dos movimentos, balançando as bolinhas sensoriais, a fim de observar a amplitude de timbres e singularidade💸 do som de cada movimento.
Juliana Kanopcka Pacheco Alves Professora da rede municipal de Curitiba (PR) há 10 anos, trabalha no💸 Espaço Maker, com aprendizagem criativa, no Farol do Saber Tasso da Silveira.
Formada em pedagogia, tem especialização em alfabetização e letramento.
Franciele💸 da Silva Santiago Professora da rede municipal de Curitiba (PR) há 8 anos, trabalha na Escola Municipal Maringá.
Profissional de educação💸 física, é especializada em educação física escolar.