Leandro Demori (São Miguel do Oeste, 6 de janeiro de 1981) é um jornalista e escritor brasileiro especializado em jornalismo 🎅 investigativo com ênfase em sistemas mafiosos.
Foi editor-executivo do site The Intercept Brasil, de 2017 a 2022.[1]
Em junho de 2019, liderou 🎅 a cobertura do caso que ficou conhecido como Vaza Jato, vazamento de conversas travadas no aplicativo Telegram entre o ex-juiz 🎅 Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol, além de outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.
É autor do livro 🎅 Cosa Nostra no Brasil, a história do mafioso que derrubou um império, que conta a vida do mafioso italiano Tommaso 🎅 Buscetta.[2]
Medium e revista Piauí [ editar | editar código-fonte ]
Nascido no interior de Santa Catarina de uma família de agricultores 🎅 e metalúrgicos, seguiu o ofício de jornalista inspirado em um tio que trabalhava no rádio.
Começou a trabalhar como jornalista ainda 🎅 na adolescência[3] editando por conta própria um pequeno jornal impresso em formato A3 chamado 'O Botequim'.
O jornal era disposto sob 🎅 os plásticos das mesas de restaurantes.
Para viabilizar financeiramente o material, Demori vendia patrocínio e distribuía o informativo pela região.
Depois de 🎅 trabalhar em rádios e jornais locais, se mudou para Porto Alegre, onde estudou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio 🎅 Grande do Sul.
[4] Foi um dos editores do blog de sátira política A Nova Corja, selecionado pelo jornal O Estado 🎅 de S.
Paulo como um dos mais importantes blogs da década de 2000.
[5] O blog foi indicado pela rede de televisão 🎅 alemã Deutsche Welle como um dos principais blogs em língua portuguesa do mundo.[6]
Em 2008, mudou-se para a Itália, onde estudou 🎅 na Associação de Jornalismo Investigativo do Lazio, em Roma.
Também se certificou como Investigador Web pela City University London, em Londres, 🎅 na Inglaterra.
Na Europa, atuou como correspondente independente para diversos veículos brasileiros, fazendo coberturas como a do Terremoto de Áquila,[7] além 🎅 de reportagens sobre política[8] e máfia.[9]
De volta ao Brasil, tornou-se editor da plataforma Medium no país[10] e foi editor do 🎅 site da revista piauí,[11] onde ajudou a desenvolver as plataformas digitais da revista.
Em 2013, ganhou notoriedade nacional por publicar o 🎅 Caso Doyen Sports, empresa que adquiriu os direitos econômicos do jogador Leandro Damião, transferindo-o do Santos para o Internacional.
A empresa 🎅 revelou ter pago R$ 41 milhões pelo atleta, sendo que seu provável valor de mercado estava em torno de R$ 🎅 21 milhões.
[12][13] O grupo Doyen possuía negócios diversos - nas áreas de recursos naturais, energia, setor imobiliário, hotelaria, entretenimento e 🎅 desporto,[14] mas com sede em uma casa em Malta.
[15] As implicações desta reportagem levaram à alguns escândalos em clubes portugueses, 🎅 como o Sporting e o Porto.
[16] Este caso levou à FIFA, em 2014, a proibir a participação de terceiros que 🎅 não fossem clubes de futebol e os próprios jogadores a possuírem direitos econômicos de futebolistas.[17][18]
Demori foi anunciado como editor-executivo do 🎅 site americano em dezembro de 2017.
[19] Com casas para alugar no cassino rio grande do sul chegada, o TIB, como é conhecido, ampliou seu alcance e impacto.
[20] O 🎅 site foi o primeiro veículo do mundo a noticiar que milicianos estavam envolvidos no crime da vereadora Marielle Franco.
[21] Em 🎅 22 de dezembro de 2018, durante a cobertura das eleições para Presidente da República, o presidente eleito Jair Bolsonaro bloqueou 🎅 o editor no Twitter antes mesmo de assumir o cargo.
[22] O ato levantou o questionamento sobre um presidente eleito poder 🎅 bloquear um jornalista por não concordar ou não gostar de suas opiniões.
O Supremo Tribunal Federal foi acionado para julgar a 🎅 causa.
[23] Em maio de 2022, Demori anunciou casas para alugar no cassino rio grande do sul saída da sucursal brasileira do site, para se dedicar a projetos pessoais.[24]
Em 🎅 junho de 2019, Demori assinou um editorial no TIB – juntamente com Glenn Greenwald e Betsy Reed – explicando ao 🎅 público o caso Vaza Jato.
[25] Ele também assinou uma das três primeiras reportagens que dariam início à série.[26]
Como editor-executivo do 🎅 site, o editor coordenou a equipe de jornalistas do TIB no caso que publicou quase 100 reportagens.[27]
As transcrições de conversas 🎅 obtidas no aplicativo Telegram por uma fonte, cujo nome o site nunca revelou, indicaram que o ex-juiz e então ministro 🎅 da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, cedeu informação privilegiada à acusação, auxiliando o Ministério Público Federal (MPF) 🎅 a construir casos, além de orientar a promotoria, sugerindo modificação nas fases da operação Lava Jato e troca de promotores 🎅 em audiências; também mostraram cobrança de agilidade em novas operações, conselhos estratégicos, fornecimento de pistas informais e sugestões de recursos 🎅 ao MPF.
As reportagens mostram também que o MPF vazava informações para a imprensa, usava jornalistas para fins políticos; os procuradores, 🎅 segundo as reportagens, também acessaram arquivos da investigação ilegalmente.
Todos atos são considerados ilegais pela lei brasileira.
Os vazamentos tiveram ampla repercussão 🎅 global[28][29][30][31]-[32][33] e levaram a ONU a pedir ao governo brasileiro a proteção de Greenwald e Demori por conta de ameaças 🎅 contra suas vidas.[34]
Sérgio Moro, a força-tarefa da Lava Jato e o MPF questionaram a autenticidade, a legalidade e a origem 🎅 dos dados, mas admitiram, em alguns casos, a autenticidade do conteúdo revelado.[35][36]
Em 24 de julho de 2019, noticiou-se que Walter 🎅 Delgatti Neto, o "Vermelho", preso pela Polícia Federal, confessou ser o responsável pela invasão do celular do ministro Sérgio Moro 🎅 e de várias outras autoridades.
O hacker, preso durante a Operação Spoofing, posteriormente confirmou à Polícia Federal ter dado ao The 🎅 Intercept as informações furtadas.
Em seu depoimento, Delgatti disse que não adulterou o conteúdo das mensagens e que nem vendeu seu 🎅 conteúdo a Greenwald.[37]
No relatório final da operação, a Polícia Federal inocentou o jornalista, declarando que ele havia agido nos limites 🎅 da lei.
[38] Sem ouvir novas testemunhas, o MPF usou as mesmas provas da Polícia Federal e denunciou Greenwald.
O caso ainda 🎅 não foi aceito pela Justiça.[39]
Demori é autor de um livro reportagem sobre a presença da máfia italiana Cosa Nostra no 🎅 Brasil.
A obra, intitulada Cosa Nostra no Brasil, a história de um mafioso que derrubou um império, centra seu foco na 🎅 figura de Tommaso Buscetta, um mafioso siciliano que viveu no país entre os anos 1950 e 1980 até ser preso 🎅 e expulso pela Ditadura Militar.
[40] Graças a seu depoimento, redes com centenas de mafiosos foram desmanteladas na Itália e nos 🎅 Estados Unidos.
Um filme sobre a vida do criminoso, chamado O Traidor – que tem como uma das protagonistas a atriz 🎅 brasileira Maria Fernanda Cândido – foi indicado pela Itália ao Oscar 2020,[41] mas não foi escolhido pela Academia.
Intimação da Polícia 🎅 Civil [ editar | editar código-fonte ]
Em 09 de junho de 2021, Demori foi intimado a depor pela Polícia Civil 🎅 do Rio de Janeiro, após ter publicado reportagem sobre a atuação de policiais civis na operação na favela do Jacarezinho 🎅 - a operação matou 28 pessoas, sendo a mais letal da história da história do estado.[42]
Prêmios e honrarias [ editar 🎅 | editar código-fonte ]
Demori foi eleito um dos principais blogueiros da década de 2000 por seu trabalho como editor do 🎅 blog A Nova Corja, criado por Rodrigo Alvares.[43]
Ele também recebeu, em 2016, juntamente com Alexandre de Santi e Carla Ruas, 🎅 o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na categoria especial[44] pela reportagem O Rei do Mato,[45] a história de um dos 🎅 principais desmatadores da Amazônia.
A reportagem também foi a vencedora na categoria Jornalismo WEB do Prêmio República,[46] concedido pela Associação Nacional 🎅 dos Procuradores da República.
Sua reportagem sobre o aparato de espionagem da Fiat do Brasil durante a Ditadura Militar foi finalista, 🎅 em 2019, do Prêmio Vladimir Herzog.
[47] A história, assinada também por Pedro Henrique Moreira Grossi, Janaína Cesar da Silva e 🎅 Alessia Cerantola, conta a história dos 145 espiões que ajudaram a montadora a monitorar e entregar operários para o aparato 🎅 de repressão.
[48] Como editor, foi finalista do Prêmio Gabriel Garcia Marques 2019 com a reportagem O Fim de Uma Facção,[49] 🎅 assinada por Cecília Olliveira e Yuri Eiras com design de João Brizzi e Rodrigo Bento.