Rodrigo Cardoso (rcardosoistoe.com.
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br/autor/rodrigo-cardoso-rcardosoistoe-com-br/ 06/02/2015 - 20:00 Compartilhe
Não foram poucas as pessoas que atravessaram a madrugada diante 🏵 da televisão no domingo 1º, para prestigiar o maior ídolo brasileiro dos esportes de luta na atualidade.
Em uma jaula de 🏵 oito lados cercada por grades, Anderson Silva, a grande atração do UFC 183, o maior evento de MMA do mundo, 🏵 realizado em Las Vegas, bateu, esquivou-se e apanhou do seu rival, o americano Nick Diaz.
Em São Paulo e no Rio 🏵 de Janeiro, a audiência da luta que marcou o retorno do atleta 399 dias depois de ter fraturado a perna 🏵 esquerda foi espetacular para o horário – 15 pontos (ou um milhão de domicílios sintonizados) e 18 pontos (1,2 milhão), 🏵 respectivamente.
Silva venceu o combate e foi aclamado por cassino online novo capacidade de superação.
Dois dias depois, porém, o mundo assistiu, surpreso, à 🏵 divulgação da notícia de que o brasileiro fora flagrado no exame antidoping.
O fato deve reverter a vitória do brasileiro para 🏵 luta "sem resultado".
Como se encurralado nas cordas estivesse, o atleta iniciou um embate jurídico para contestar o resultado e não 🏵 perder a credibilidade que o tornou o maior lutador de MMA da história.
Mas é o UFC, à margem das regras 🏵 do esporte, quem sai mais arranhado desse episódio.
SHOW
Nick Diaz e Anderson Silva, na luta que deixou milhões de
espectadores grudados na 🏵 TV.
Abaixo, o todo-poderoso dono
do UFC, Dana White: à margem das regras do esporte
O exame que acusou no brasileiro a presença 🏵 de drostanolona, um tipo de anabolizante, e androsterona, uma testosterona endógena, foi realizado 22 dias antes da luta entre Silva 🏵 e Diaz e divulgado dois dias depois dela.
As perguntas que se instalaram são: por que a demora na conclusão do 🏵 resultado do teste? E por que a divulgação poucos dias depois do combate? Há a possibilidade de que os organizadores 🏵 já soubessem do doping e tenham segurado a informação para que o tão lucrativo confronto não fosse cancelado e causasse 🏵 prejuízo aos donos do evento, os irmãos Frank e Lorenzo Ferrita e Dana White.
Somente o público pagante rendeu R$ 12,3 🏵 milhões.
Mas é pouco provável que essa suposta complacência consiga ser provada.
Após a enxurrada de questionamentos sobre o procedimento de análises 🏵 e divulgação do material coletado de Silva, a Comissão Atlética de Nevada (NSAC), órgão do governo que regulou o controle 🏵 antidoping dessa luta, achou por bem assumir parte da culpa.
"Eu deveria ter ligado para o laboratório e checado o andamento 🏵 dos exames", disse o diretor executivo Bob Benett.
"Infelizmente, nós estávamos ocupados.
Foram seis eventos em 30 dias."
Entidade privada, o UFC não 🏵 segue o protocolo da Agência Mundial Antidoping (Wada), como os esportes olímpicos.
O futebol americano e o beisebol, duas das modalidades 🏵 mais populares nos Estados Unidos, também não seguem essas regras.
Como a luta do brasileiro foi realizada em Las Vegas, coube 🏵 a um órgão do governo, a Comissão Atlética de Nevada (NSAC), regular o controle antidoping.
Ocorreria da mesma forma com outra 🏵 comissão, se o evento fosse em outro Estado.
"A Comissão Atlética de Nevada tinha os testes de Silva antes da luta 🏵 e o deixou lutar? Estou confuso", questionou, via Twitter, o lutador americano do UFC Cody Gibson.
O brasileiro foi submetido a 🏵 dois testes surpresa.
A análise ficou a cargo do Laboratório de Pesquisa de Medicina Esportiva e Exames, de Utah.
De acordo com 🏵 o ex-lutador e comentarista de MMA do canal Combate, da Globosat, Carlão Barreto, é o UFC quem financia os exames 🏵 feitos fora da competição.
"Essa lacuna entre a data da coleta do material e a divulgação dele joga contra a imagem 🏵 da comissão e, por tabela, do MMA", diz ele.
Se o MMA fosse regulado por essa agência, qualquer atleta flagrado com 🏵 anabolizantes poderia ser banido do esporte por até oito anos.
No UFC, se a culpa de Silva for confirmada após os 🏵 esclarecimentos que dará à NSAC, na terça-feira 17, cassino online novo pena pode ser de até nove meses.
"Fica evidente a importância do 🏵 que representa o 'show' e o show nunca pode parar, não é mesmo? Precisamos discutir se o MMA pode ser 🏵 considerado esporte", afirma Alexandre Velly Nunes, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que integrou grupos de controle 🏵 de doping em quatro olimpíadas.
O código mundial antidoping é reconhecido pela Unesco, o que implica que todos os países signatários 🏵 deveriam segui-lo.
"Se os padrões internacionais não são utilizados, a modalidade fica sob suspeita."
Em 2014, Georges Saint Pierre, eleito por três 🏵 vezes o maior atleta canadense do ano por cassino online novo performance no UFC, considerado o melhor meio-médio da história, revelou ter 🏵 se afastado das lutas por discordar da política antidoping do evento.
"Sou atleta e sei o que acontece.
Infelizmente, algumas pessoas, talvez 🏵 por medo de perder dinheiro, não queiram mudar nada.
Como ficaria a imagem do esporte se você fosse obrigado a cancelar 🏵 lutas porque o atleta testou positivo?" Anderson Silva nega ter usado as substâncias apontadas no teste e pediu que uma 🏵 contraprova fosse feita em outro laboratório, o que foi negado pela Comissão de Nevada.
Resta saber se só a imagem do 🏵 UFC sairá manchada dessa história.
Foto: Jeff Bottari/Getty Image
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