Desde o início da Copa do Mundo, as propagandas dos sites de apostas ganharam ainda mais espaço.
Seus garotos-propaganda incluem o 😆 narrador Galvão Bueno e jogadores e ex-jogadores como Hernanes, Marcelo, Vampeta, Adriano e Paulinho.
Mas a exposição já era grande no 😆 ambiente dos fãs de futebol: logomarcas de empresas do ramo estão nas camisas de quase todos os times das séries 😆 A e B do Campeonato Brasileiro.
Como isso é possível, já que cassinos, por exemplo, são proibidos no Brasil?
A respostas está 😆 na Lei 13.
756, publicada em dezembro de 2018.
Ela autoriza que casas de aposta operem no país, desde que estejam sediadas 😆 em outros países e não tenham pontos de venda físicos.
Elas estão autorizados a utilizar sites, desde que estejam hospedados em 😆 domínios de redes internacionais.
Os apostadores realizam cadastros simples e depois tentam adivinhar os resultados das partidas, apostando dinheiro.
São informados de 😆 antemão o valor que podem receber ao acertar.
Dependendo do site, podem apostar em eventos específicos, como um gol depois dos 😆 40 minutos do segundo tempo.
Quanto menos provável, maior a promessa de lucro.
Em 2020, o mercado de apostas esportivas no Brasil 😆 movimentou mais de R$ 12 bilhões, de acordo com um levantamento da H2 Gambling Capital.
Outro estudo, este da Zion Market 😆 Research, prevê que, em termos globais, este mercado deverá crescer 10% ao ano, alcançando US$ 155,5 bilhões de dólares em 😆 2024.
Vácuo legal
A lei previa a regulamentação definitiva deste mercado, em dois anos, prorrogáveis por mais dois.
Mas, quatro anos depois, a 😆 lei definitiva não foi apresentada pelo governo.
Em outubro, o presidente Jair Bolsonaro declarou que há um decreto "maduro" e "bastante 😆 avançado".
Mas ele ainda não foi divulgado nem assinado.
Enquanto isso, toda vez que gasta dinheiro em resultados de jogos de futebol 😆 ou outros esportes, o apostador está operando com empresas internacionais, que seguem as leis dos países de origem.
A maior parte 😆 atua a partir de países como Curaçao, no Caribe, e Malta, no Mediterrâneo.
Estima-se que operem no Brasil, neste momento, mais 😆 de 500 sites de apostas.
Da maneira como o mercado opera neste momento, as empresas de apostas esportivas não podem ter 😆 uma pessoa jurídica no Brasil, o que significa que não recolhem impostos nem geram empregos no país.
Tampouco são sujeitas a 😆 seguir leis que outras companhias precisam cumprir, como o Código de Defesa do Consumidor.
Falta de regulamentação
Além das apostas esportivas, a 😆 legislação atual autoriza atividades consideradas esportes da mente, como o pôquer.
Mas não libera os chamados "jogos de fortuna", que dependem 😆 exclusivamente da sorte, como cassinos, bingos e jogo do bicho.
Uma série de projetos tramita no Congresso Nacional, há décadas.
Um deles, 😆 o Projeto de Lei 442/91, foi aprovado na Câmara dos Deputados depois de 31 anos de tramitação.
O chamado Marco Regulatório 😆 dos Jogos no Brasil agora segue para o Senado.
Ele estabelece condições para a legalização dos cassinos, do jogo do bicho, 😆 das apostas on-line e do bingo – seria a primeira vez que jogos de azar são liberados desde o decreto-lei 😆 9.
215, de 30 de abril de 1946, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra.
Mas não menciona as apostas esportivas.
Para estas, seria 😆 necessária a regulamentação própria, que ainda não aconteceu.
"O jogo no Brasil não é crime, mas é contravenção penal", informa Acácio 😆 Miranda da Silva Filho, advogado especialista em Direito Penal e Constitucional.
Para ele, seria recomendável regulamentar não apenas as apostas esportivas, 😆 como os jogos de azar em geral.
"A melhor forma de evitar a corrupção é regular as atividades que a incentivam", 😆 argumenta.
"As empresas que fornecem serviços de apostas precisam de regras claras, inclusive para evitar abusos".
Já para o professor de Direito 😆 Constitucional Alessandro Chiarottino, as apostas esportivas são diferentes de bingos ou cassinos.
"A sociedade brasileira resiste à liberação de casas de 😆 jogos em que a pessoa fica imersa num ambiente que incentiva a aposta, sem controle dos valores aplicados.
As apostas esportivas 😆 estão numa situação diferente, porque são baseadas em cotas fixas, como também são, por exemplo, as loterias".
Mas Chiarottino também defende 😆 a regulamentação das apostas esportivas.
"Sem regulamentação, estas empresas não recolhem tributos nem prestam contas à sociedade".