O catarinense Marcelo Galizio, 31, tem uma paixão que para todo mundo seria um pesadelo: descer (melhor dizendo, despencar) do 👄 alto de grandes cachoeiras com um caiaque.
Loucura? Não, esporte: a mais técnica e radical categoria da canoagem mundial, da qual 👄 ele é o mais ativo representante brasileiro.
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"Adoro este esporte", diz Marcelo, que hoje vive e treina nos Estados 👄 Unidos, para aperfeiçoar a habilidade que tem em lidar com serenidade em situações extremas - tão extremas que o nome 👄 desta modalidade da canoagem é justamente "Caiaque Extremo".
E basta ver este vídeo para saber por quê.
"Já perdi as contas de 👄 quantas vezes me chamaram de maluco", brinca Marcelo, que, no entanto, tem patrocinadores, treina com afinco e leva o esporte 👄 muito a sério.
"Loucura seria descer uma cachoeira dessas sem saber como se faz isso", diz.
"Como todo esporte levado ao máximo 👄 possível, o Caiaque Extremo embute algum risco, sobretudo se for encarado sem planejamento, o que nunca foi o meu caso", 👄 explica.
"Antes de entrar numa corredeira e deslizar até a cachoeira, eu passo muito tempo observando a fluidez da água e 👄 traçando uma estratégia, porque isso é que irá determinar os movimentos com o remo, a posição do corpo e a 👄 diferença entre o sucesso e o susto na queda", diz Marcelo, que pratica este tipo de esporte há 11 anos 👄 e nunca sofreu um acidente mais sério.
Medo? Ele diz que tem, mas vê aspectos positivos nisso.
"O medo me ajuda a 👄 concentrar ainda mais e a analisar meticulosamente todos os riscos envolvidos.
Durante uma queda livre, meu cérebro processa as informações com 👄 uma rapidez incrível.
Milhares de coisas são processadas ao mesmo tempo.
É como se tudo acontecesse em câmera lenta.
Uma experiência que mostra 👄 bem o potencial da mente humana".
Apesar de reconhecer os riscos, Marcelo jamais pensou em mudar de atividade.
"Todos os dias, milhares 👄 de pessoas morrem em acidentes de automóvel mas nem por isso deixamos de andar de carro, certo?".
A maior cachoeira descida 👄 por Marcelo até hoje fica no município de Jaciara, no Mato Grosso, com 32m de altura – o mesmo que 👄 um prédio de 11 andares em queda livre.
Mas ele diz que não existe relação direta entre altura e risco.
"Depende muito 👄 mais do comportamento da água e da presença de pedras no fundo", explica.
"Se a abordagem da cachoeira acontecer com a 👄 estratégia e a remada certa, ou o caiaque mergulha de bico e sobe em seguida, porque ele é uma grande 👄 boia, ou plaina no ar e aterrissa sem nenhum problema", garante Marcelo, que completa: "Técnica é tudo neste esporte".
Mesmo assim, 👄 quem vê um praticante de Caiaque Extremo despencando do alto de uma grande cachoeira sempre se arrepia.
E inevitavelmente lembra de 👄 outras ousadias, como os saltadores de penhascos de Acapulco ou os aventureiros que se lançavam dentro de barris de madeira 👄 nas Cataratas de Niágara, o que, embora proibido, acabou fazendo parte da história de uma das mais famosas cachoeiras do 👄 mundo, com consequências nem sempre felizes, como pode ser conferido clicando aqui.
Fotos: Arquivo Pessoal Marcelo Galízio