Para atingir um maior número de pessoas e mostrar que jogos eletrônicos podem ser tão divertidos de assistir - e de torcer - quanto uma partida de futebol, é preciso que alguém faça a ponte entre o que acontece na tela e o que o espectador entende, e é aí que entra a magia da narração.
Bons narradores e comentaristas conseguem trazer o conhecimento necessário para entender as jogadas ao mesmo tempobest online casinos canadaque entregam toda a emoção que uma boa partida deve ter, alternando entre informação e bom humor.
Some tudo isso e você tem Octávio Neto, narrador da Esporte Interativo que caiu nas graças da internet logo embest online casinos canadaprimeira aparição na ELEAGUE, campeonato internacional de Counter-Strike: Global Offensive.
Vindo de esportes mais convencionais, Octávio chegou esmerilhando no mundo dos esportes eletrônicos com seus jargões e frases de efeito doutrinadoras.
Com apenas alguns minutos de transmissão, ele conseguiu conquistar a galera fanática por eSports e os novatos ao mesmo tempo, gerando uma enxurrada de memes instantaneamente, claro.
Desde então, ele vem aceitando novos desafios e expandindo horizontes, narrando até mesmo o campeonato de Clash Royale na BGC 2016.
Mas afinal, quem é Octávio Neto? De onde veio? Onde vive? Do que se alimenta? Você confere aqui, nesse mesmo post, na entrevista que fizemos com ele.Vem com a gente:
Natural de Petrópolis, RJ, Octávio conta que nunca imaginou que seria narrador, apesar de claramente mostrar afinidade com a área desde sempre.
"Eu sempre narrei as coisas na vida, mas é algo muito natural.
Narrava videogame, narrava futebol de botão, narrava o dia a dia assim.
Hojebest online casinos canadadia as pessoas dizem que eu falo narrando, sempre foi assim e eu nunca tinha percebido isso."
No começo debest online casinos canadavida profissional, ele até tentou seguir uma carreira jornalística e escrever, coisa que queria desde pequeno.
Porém,best online casinos canadainclinação de comentar tudo o que acontecia chamou a atenção de um de seus chefes, que o colocou para narrar uma partida de futebol.
Mas não era qualquer partida de futebol.
"Achei que ele ia me botar pra narrar um campeonato carioca ali, um jogo do Bangu, do América, enfim, um jogo menor.
Acabou que um dia o narrador do Rio de Janeiro ficou rouco, o outro estava viajando por causa da Libertadores, o outro estavabest online casinos canadaSão Paulo.
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E aí tinha o jogo de estreia do Flamengobest online casinos canadacasa no Engenhão, pela Libertadores no início de 2012, contra o Emelec."
Acha que isso foi muita pressão? Ainda tem mais: "As rádios ficavam no que se chamava de um 'poleiro' né, que é como se fosse um curralzinho no meio da torcida.
Então foi a primeira vez que eu narrei um jogo, in loco e no meio da torcida do Flamengobest online casinos canadauma Libertadores, com o Engenhão lotado."
A partir daí, Octávio deslanchou na carreira de narrador e recebeu a proposta de trabalharbest online casinos canadaum projeto no Esporte Interativo, canalbest online casinos canadaque está até hoje.
"Fui pro Esporte Interativo para um projeto que também era de web rádio, fui pra lá para ser narrador num formato um pouco diferente, num tom torcedor.
Eu e um comentarista, o Fernando Campos, narrávamos os jogos do Vasco torcendo.
E ali foi onde eu consegui implementar o estilo mais irreverente que é muito do que eu uso hoje, eu tive essa liberdade e aí que construí esse estilo de narração.
O Esporte Interativo gostou muito desse projeto e levou a gente pra TV depois."
Mesma TV que, anos depois, transmitiria pela primeira vez um campeonato de Counter-Strike: Global Offensive narrado por ele.
Octávio atribui parte do seu sucesso nos eSports ao timing.
"Eu já trabalhei com diversos outros esportes, nichos específicos como o futebol americano que tem uma galera muito dedicada, é uma comunidade bem legal aqui no Brasil.
Mas de games, eu peguei a parte bem da onda crescente.
A galera é muito aficionada.
A quantidade de likes e seguidores que eu ganhei nas minhas redes sociais, de mensagens, a popularidade foi uma parada assustadora."
Neto é narrador oficial da NFL no EI© octaviobuzz
Ele também conta que recebeu a confirmação de que faria a cobertura da ELEAGUE apenas 3 semanas antes do início da competição.
"Quando eu recebi o convite dos eSports eu fiquei muito preocupado, assustado.
Como que eu vou conseguir transformar um jogo de CS numa transmissão televisiva? Como eu vou trazer elementos pra fazer certinho? E eu já sabia que é um nicho muito específico, com uma galera crítica pra caramba e que geralmente não aceita quem está vindo de fora da parada.
Eu dei sorte porque eles curtiram.
Eu fui o mesmo Octávio que eu soubest online casinos canadatodos os outros esportes que eu faço, e deu certo porque a galera curtiu."E curtiram mesmo.
Em questão de minutos, vários memes já circulavam pela internet com as frases de efeito e jargões de Octávio.
Muita gente que não tinha o costume de assistir partidas se rendeu ao carisma do carioca, que cumpriu com excelênciabest online casinos canadamissão de entreter o grande público - e o hardcore também.
"Rolou essa aceitação de uma maneira mais fácil porque a galera viu que eu tava me esforçandobest online casinos canadaaprender o jogo, eles perceberam que era um cara que tecnicamente estava engatinhando ali na parada, voltando a tentar entender, mas por um outro lado tendo a preocupação de trazer novos adeptos, de abraçar uma galera, de quebrar o preconceito do jogo que é uma das paradas que talvez seja o escudo maior dessa galera.
Eles viram que eu tava do lado deles da guerra, isso foi legal e botou eles do meu lado também."
Tanto carisma e esforço renderam a Octávio Neto uma legião de fãs, que ele considera como uma das partes mais gratificante de seu trabalho.
"A galera pedindo pra eu autografar mousepad, camisa, tirar foto, selfie, falando pra eu 'doutrinar a mãe deles', me chamando de 'homem maravilhoso'.
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Não estava acostumado.
É a primeira vez que eu tenho isso de uma maneira mais efusiva.
Também existe esse assédio dos fãs dos outros esportes, mas não é algo assim tão feroz quanto no mundo dos games, porque parece que eles estão vendo pela primeira vez os ídolos deles decolando junto com os eSports que tão crescendo pra caramba, então eles estão extasiados, eufóricos e querem participar disso também."
Além de seu trabalho com os esportes eletrônicos, Octávio também é o narrador oficial da NFL e de vários programas do Esporte Interativo.
Mas antes de chegar a esses esportes mais "tradicionais", ele teve que se virarbest online casinos canadaoutras modalidades mais peculiares.
"Eu peguei um evento que se chamava Jogos Mundiais, é uma competição com esportes que são reconhecidos pelo comitê olímpico mas que não estão nos Jogos oficiais, então você tem os esportes mais bizarros do mundo.
Eu narrei natação com pé de pato, squash, cabo de guerra, paragliding, sumô - umas paradas absurdas assim no meu início de carreira.
Isso foi uma credencial muito legal pois eu mostrei pros meus chefes que eu era capaz num momento que ninguém queria fazer aquilo, e também foi como uma afirmação própria de que eu realmente posso narrar qualquer coisa."
E quando a gente fala qualquer coisa, é qualquer coisa mesmo.
Apesar de toda essa experiência variada, ainda tem uma coisa que o carioca não fez e gostaria muito de fazer: narrar a Fórmula 1.
"Sempre fui muito fã por causa do meu pai.
Ele é um cara que não curte muito esporte, e eu sempre morei com ele desde pequeno, até ir pro Rio fazer faculdade.
Meu pai não gosta de futebol, vôlei.
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O negócio dele era boxe e Fórmula 1, então essa é uma parada que eu me via do lado dele.
É uma coisa lúdica na minha mente, é algo que eu tenho muita vontade de narrar e nunca narrei."
Para quem quer começar a narrar
Octávio também deu algumas dicas para quem almeja ser uma narrador profissional.
"O importante é você acreditar que você pode fazer aquilo, é a primeira coisa.
É muito difícil, às vezes você olha pra TV e pensa que nunca vai conseguir fazer aquilo, é algo inalcançável pra mim.
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Não é.
É possível chegar lá.
Você vai ter que abdicar de várias coisas pra estudar isso assim, eu segui o rumo de cursar jornalismo e fiz um curso específico de narrador esportivo, pra rádio, lá no Rio de Janeiro."
O narrador da EI também diz que é vital deixar a timidez de lado e expandir o vocabulário: "é necessário saber usar muito bem as palavras, ter um bom vocabulário, boa dicção, fonética e todas essas coisas."
Como dica final, ele diz que o segredo para seu sucesso é ser autêntico e se divertir com o que faz.
"Observe as pessoas que você admira, trejeitos, abertura de transmissão, como chama um intervalo, como recepciona os convidados.
E daí você vai tirando um pouquinho de cada um que você admira para construir o seu perfil.
O importante é ser você mesmo.
Se você é um cara zoeiro, que gosta de incluir coisas do cotidiano, de internet, memes, desenhos, filmes, séries, videogame.
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Vou botando isso nas transmissões porque eu sou um cara assim, eu cresci gostando dessas coisas e eu acho que isso deixa a transmissão mais divertida e menos maçante pras pessoas e pra eu mesmo que estou lá trabalhando isso.
Acho que é muito particular de cada um, mas no meu ponto de vista, para alguém que queira ser um narrador o importante é você observar as coisas, tentar implementar o seu estilo e se divertir no processo."