Resumos
O texto trata da relação de influências recíprocas entre esporte e cidade, focalizando a cidade de Vitória/ES e cinco modalidades📈 fomentadas pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte de Alto Rendimento (Lei n° 5892).
O objetivo é identificar a existência ou📈 não de relações de proximidade entre um modelo de vida esportiva e o cotidiano da cidade, isto é, relações de📈 auxílios sociais, políticos e econômicos entre Vitória e as modalidades fomentadas.
Constatou-se uma relação frágil entre o esporte de alto rendimento📈 e a cidade de Vitória, devido à carência em eficácia e efetividade social de tais políticas.
El texto aborda la relación📈 de influencia recíproca entre el deporte y la ciudad, considerando la ciudad de Vitoria / ES y cinco acuerdos impulsados📈 por la Ley Municipal para el Fomento del deporte de alto rendimiento (Ley N º 5892).
El objetivo es identificar si📈 existen relaciones entre el deporte y la vida cotidiana de la ciudad, es decir, las relaciones de la ayuda social,📈 político y económico.
Se encontró una débil relación entre el deporte de alto rendimiento y la ciudad de Victoria, debido a📈 la falta de eficacia y efectividad de tales políticas sociales.
ARTIGOS ORIGINAIS
O incentivo ao esporte de alto rendimento como política pública:📈 influências recíprocas entre cidade e esporte
Incentive to high performance sport as public policy: reciprocal influences between city and sport
Incentivo para📈 el deporte de alto rendimento como política pública: influencias recíprocas entre la ciudad y el deporteDr.
Carlos Nazareno Ferreira BorgesI; Ms.
Grece📈 Teles ToniniII
IProfessor dos Programas de Pós-graduação em Educação Física e Ciências Sociais Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória Espírito📈 Santo Brasil) E-mail: carlos.nazarenopq.cnpq.br
IIMestre em Educação Física Universidade Federal do Espírito Santo (Vitória Espírito Santo Brasil) E-mail:📈 grecetyahoo.com.brRESUMO
O texto trata da relação de influências recíprocas entre esporte e cidade, focalizando a cidade de Vitória/ES e cinco modalidades📈 fomentadas pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte de Alto Rendimento (Lei n° 5892).
O objetivo é identificar a existência ou📈 não de relações de proximidade entre um modelo de vida esportiva e o cotidiano da cidade, isto é, relações de📈 auxílios sociais, políticos e econômicos entre Vitória e as modalidades fomentadas.
Constatou-se uma relação frágil entre o esporte de alto rendimento📈 e a cidade de Vitória, devido à carência em eficácia e efetividade social de tais políticas.
Palavras-chave: Esporte; cidade; políticas públicas;📈 avaliação.
ABSTRACT
The text discuss the relation of reciprocal influences between Sports and the City, by considering the city of Vitoria /📈 ES and five modalities of sports promoted by the Municipal Law to encourage high performance sports (Law No.5892).
The goal is📈 to identify the existence of a relation between a model of sports and the daily life of the city, that📈 is, relations of social aid, political and economic arrangements between the city of Vitoria and the promoted modalities of sports.
We📈 found a weak relation between high performance sport and the city of Victoria, due to lack of efficiency and effectiveness📈 of such social policies.
Keywords: Sport; City; Public Policies; evaluation.
RESUMEN
El texto aborda la relación de influencia recíproca entre el deporte y📈 la ciudad, considerando la ciudad de Vitoria / ES y cinco acuerdos impulsados por la Ley Municipal para el Fomento📈 del deporte de alto rendimiento (Ley N º 5892).
El objetivo es identificar si existen relaciones entre el deporte y la📈 vida cotidiana de la ciudad, es decir, las relaciones de la ayuda social, político y económico.
Se encontró una débil relación📈 entre el deporte de alto rendimiento y la ciudad de Victoria, debido a la falta de eficacia y efectividad de📈 tales políticas sociales.
Palabras clave: Deporte; ciudad; políticas públicas; evaluación.
INTRODUÇÃO
O esporte é garantido formalmente aos cidadãos brasileiros quando a Constituição prevê📈 responsabilização do Estado no atendimento a esse direito .
Dessa forma, investimentos devem ser realizados para que as práticas esportivas sejam📈 fomentadas e atendam àqueles que busquem performance no esporte.
O espetáculo esportivo também é garantido como atendimento a direitos, se pensarmos📈 que este se caracteriza como alternativa de lazer, ainda que na forma contemplativa e, portanto, também deve ser incentivado pelo📈 Estado em atendimento aos interesses dos cidadãos.
Diante do exposto, o presente trabalho pretendeu investigar sentidos e impactos do investimento estatal📈 no esporte de alto rendimento, verificando como os cidadãos pensam essa ação política e como se aproveitam dela.
Em recorte de📈 um estudo maior , no qual buscamos identificar a existência ou não de relações de reciprocidade e de auxílios sociais,📈 políticos e econômicos entre esporte e cidade, tivemos a intenção de verificar as aproximações e influências mútuas entre um conjunto📈 de modalidades esportivas consolidadas em termos de prática hegemônica, em nosso caso o voleibol, o basquetebol, o handebol e o📈 futsal; e uma cidade brasileira: Vitória, capital do Estado do Espírito Santo.
Ao verificar as possibilidades de influências mútuas, procuramos descobrir📈 o que os cidadãos pensam sobre elas no sentido da efetividade.
As modalidades foram escolhidas devido a dois motivos: por estarem📈 frequentemente incluídas em programas esportivos de competições internacionais priorizados pela mídia (como foi o caso dos Jogos Pan-Americanos de 2007,📈 no Rio de Janeiro, e dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim); e porque se organizaram nos últimos anos de📈 forma a manter competições de nível nacional que despertam interesse da mídia e do público, sendo comumente realizadas pelas suas📈 confederações, mas com organização conjunta das "ligas" de clubes filiados.
A escolha deu-se ainda pela implementação de uma lei específica de📈 fomento ao esporte de alto rendimento na cidade a Lei n° 5892, de 26-05-2003, denominada de "Jaime Navarro de📈 Carvalho".
Nossas questões consideraram, então, todo o período que compreende a institucionalização da relação mediada pela legislação municipal (desde o ano📈 de 2003), que permitiu à cidade estreitar as relações com o esporte em nome da responsabilidade estatal pelo atendimento de📈 direitos do cidadão, neste caso, o direito ao esporte e ao lazer.
Através de um olhar interpretativo sobre os dados levantados📈 da relação entre a cidade de Vitória e as modalidades esportivas de alto rendimento aqui elencadas, e de como isso📈 repercute a favor dos cidadãos que ali vivem, pretendemos gerar material empírico para auxílio na instrumentalização de avaliação de Políticas📈 Públicas de Esporte e Lazer no município e, dessa forma, possibilitar potencialmente a implementação dessas políticas, ou mesmo gerar outras📈 que sejam porventura mais significativas.
Um dos interesses que nos moveram a compreender as possíveis relações de proximidade mencionadas foi que,📈 além de a cidade possuir uma privilegiada estrutura adequada às práticas de esporte e lazer, a Prefeitura mantém ainda diversas📈 políticas públicas nessa área, desde 1991.
As instituições esportivas da cidade são beneficiadas por incentivos municipais, sobretudo pela Lei Jaime Navarro📈 de Carvalho que, como dissemos, desde 2003 permite a alguns clubes/associações montar uma estrutura que possibilite formar grupos de atletas📈 em condições de competir nos principais eventos nacionais das modalidades, em termos de nível técnico (as chamadas Ligas Nacionais).
Os apoios📈 advindos dos recursos dessa Lei e do programa "Vitória no Cenário Nacional", liberados pelo Poder Público municipal, atenderam às equipes📈 concorrentes nas modalidades escolhidas para este estudo.
Tais acontecimentos possibilitaram, inclusive, a presença da seleção nacional permanente de ginástica rítmica (conjunto),📈 que esteve se preparando para o PAN 2007 e para os Jogos de Pequim 2008, no Centro de Treinamento Jaime📈 Navarro de Carvalho (espaço de treinamento do Governo do Estado).
Isso, sem dúvida, representou uma iniciativa importante de vínculo entre Vitória📈 e o esporte de alto rendimento, o que nos levou a uma indagação a mais: qual o envolvimento da cidade📈 com esse fato e as repercussões para Vitória?
Diante das realidades de relação entre a cidade de Vitória e o esporte📈 de alto rendimento, acreditamos na pertinência das seguintes questões: considerando o tempo de implementação dos apoios aos clubes/associações para a📈 participação nas Ligas Nacionais, qual o impacto da implementação dessa política sobre a cidade de Vitória? E quanto à presença📈 da Equipe Nacional Ginástica Rítmica (conjunto) na cidade, que relação ela mantém com os cidadãos? No sentido de tentar responder📈 a essas indagações, traçamos como objetivos: a) compreender como se estabelece, ou não, um relacionamento próximo entre um modelo de📈 vida esportiva e o cotidiano da cidade, de modo que possamos observar possíveis contribuições do esporte para a cidade e📈 vice-versa; b) identificar os prováveis impactos da implementação das políticas públicas de apoio ao esporte de alto rendimento, via Lei📈 Jaime Navarro de Carvalho, sobre a cidade de Vitória, considerando os aspectos esportivos, educacionais, sociais e econômicos.
Semelhante objetivo pretendeu focalizar📈 também a presença da Seleção Nacional Permanente de Ginástica Rítmica.
BUSCANDO RESPOSTAS
Diante da dificuldade metodológica de coletar material empírico com a📈 população da cidade, pensamos em uma estratégia pela qual os dados pudessem ser coletados a partir de "atores representativos" dos📈 cidadãos, legitimamente seus representantes, em função da condição de especialistas na temática do estudo, no caso, o esporte e sua📈 expressão como política pública.
Portanto, os critérios para a escolha dos atores representativos consideraram: o envolvimento no campo via atuação profissional📈 e a legitimação pelo conhecimento vinculado à função de analista.
Assim, elegemos quatro grupos de atores: três jornalistas esportivos apresentadores das📈 principais emissoras (J); três professores universitários que trabalhavam na área de políticas públicas em cursos de Educação Física na Capital📈 (P); quatro (dirigentes) presidentes de Federações Esportivas do Estado (D); e um gestor municipal (G).
Utilizamos nas falas a identificação do📈 grupo a que o entrevistado pertence, com a finalidade de contextualizar os dados em relação à atividade do sujeito, observando📈 como ele entende o esporte/lazer e as políticas públicas.
Os dados foram coletados a partir da técnica de entrevistas semiestruturadas, gravadas📈 e transcritas, após cada colaborador assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
Como ponto de partida, foram formuladas questões abertas a📈 respeito da representação da implementação da política pública de apoio ao esporte de alto rendimento, na forma como essa política📈 está sendo realizada.
A partir de então, foi feito um agrupamento dos dados em duas grandes categorias, as percepções consensuais e📈 as percepções antagônicas.
A análise dos dados relativos às entrevistas, para além do confronto com a literatura, ocorreu à luz dos📈 referenciais da análise de conteúdo (SOURIOUX; LERAT, 2002).
RELAÇÕES ENTRE ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO E A CIDADE DE VITÓRIA/ES
Devido às novas📈 configurações das cidades e às demandas advindas da população, bem como ao princípio de constitucionalidade alcançado pelo lazer e esporte📈 desde 1988, estes passam a fazer parte das agendas políticas municipais.
De acordo com Linhales (2001, p.54), "[...
] é possível afirmar📈 que a presença do Esporte no conjunto das ações do Estado significa que o fenômeno esportivo ao longo do tempo📈 de copa do mundo fifa de 2026 história, adquiriu relevância e visibilidade pública".
Assim, esporte e lazer, tanto na dimensão da experiência prática, como na contemplativa,📈 geram ações do Estado, entre as quais as leis de incentivo ao esporte, como meio de apoio ao esporte espetáculo📈 e ao lazer contemplativo.
É nesse sentido que trazemos os dados reunidos e interpretados a partir das percepções consensuais e das📈 percepções antagônicas entre os entrevistados neste estudo e, também, à luz de nossos referenciais teóricos, discutimos as influências recíprocas entre📈 esporte e cidade.
PERCEPÇÕES CONSENSUAIS QUANTO À POLÍTICA PÚBLICA DE ESPORTE E LAZER EM GERAL
Entre os entrevistados, há opiniões convergentes quanto📈 à necessidade de investimento em praças esportivas destinadas a eventos de alto nível, grandes espetáculos, com equipes de ponta do📈 cenário nacional.
Percebem que: "Nós temos carências de praças esportivas que possam receber verdadeiramente eventos internacionais ou eventos que contemplem a📈 grande maioria da população, mas isso é uma questão também pontual no Brasil" (J1).
Os investimentos em praças esportivas, da forma📈 apontada pelos entrevistados, têm sido discretos por parte do Poder Municipal, o qual, recentemente, reinaugurou um ginásio (denominado Jones dos📈 Santos Neves, antigo ginásio do DED) com boa estrutura para competições, mas com capacidade de público muito pequena.
Entre os entrevistados,📈 afirma-se: "A gente não tá quase tendo ginásio aqui, ginásios pequenos já não suportam mais um evento [...
], a gente📈 vai fazer um evento [...
] dá cinco mil pessoas e não é qualquer ginásio que suporta cinco mil pessoas" (D4).
Também📈 se admite que a estrutura de praças esportivas para o desenvolvimento do chamado lazer esportivo precisa ser revista, visto que📈 ainda existe uma insuficiência desses espaços disponíveis para as áreas mais carentes da cidade.
Nessa perspectiva, Marcellino (2001) deixa claro que📈 políticas de construção de equipamentos e de atividades de interesses culturais diferenciadas são muito importantes para a efetivação de programas📈 de lazer, contudo, a política do lazer, como direito social, pressupõe também, segundo o mesmo autor, uma concepção de lazer📈 adequada dos gestores, formação do pessoal em serviço e intersetorialidade das ações.
Areias (2008) pondera ainda que pode haver desconexões entre📈 teoria e prática nas ações políticas, e isso se deve à estrutura social na qual estão inseridas as políticas, isto📈 é, com uma estrutura que não possibilita o exercício do lazer como direito social, dificilmente as ações políticas alcançarão esse📈 fim.
É fácil, no bojo dessas discussões, encontrarmos críticas à política de construção de equipamentos que se justificam no cumprimento do📈 compromisso de promoção de lazer ao povo, e que tomam rumos divergentes dessa expectativa, tal qual aconteceu, por exemplo, no📈 caso do legado deixado pelos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro.
Passado o evento, discute-se a localização dos equipamentos📈 (como o estádio de futebol "Engenhão"); a privatização desses equipamentos (o mesmo exemplo); a não democratização de acesso a esses📈 equipamentos, entre outros fatores.
Dessa forma, de pouco adianta somente a construção de equipamentos, se não for pensada na perspectiva do📈 esporte e do lazer para além do consumo pelo espetáculo, mas também considerando o acesso à prática por todos os📈 que têm direitos a esses bens.
Parte do problema é atribuída à atuação de uma parcela da mídia formada pelos que📈 ainda desconhecem as muitas dificuldades enfrentadas por aqueles que fazem o esporte.
Por não conhecer a especificidade de algumas modalidades, ignoram-nas📈 e dão ênfase (e isso é natural) a um pequeno número de modalidades.
Por isso, têm-se dificuldades para que o esporte📈 como um todo receba contribuições homogêneas por parte da mídia.
A própria ginástica rítmica passa por isso, pois, apesar de contar📈 com bons resultados no âmbito nacional e ter um calendário extenso, tem apenas um espaço eventual na mídia local, a📈 qual deixa de dar contribuições mais efetivas ao desenvolvimento dessa modalidade.
Segundo ouvimos, "Dificilmente você pega um repórter que conhece [...
],📈 tem maior dificuldade de estar passando pra ele, porque ele não consegue entender, porque é uma coisa que é nova📈 pra eles.
Aqueles que conhecem vão em cima, fazem reportagem, mas, se ele sair, até você conseguir entrar em contato com📈 o outro, demonstrar para o outro é demorado" (D4).
Não podemos negar que a indústria midiática contribui de modo significativo na📈 difusão do esporte como elemento cultural, porque tem os recursos necessários para produzir o chamado efeito multiplicador, efeito esse que📈 mantém e amplia os gostos pela contemplação e prática do esporte.
Nesse sentido, temos que admitir a impossibilidade da segregação entre📈 o esporte e a mídia; ou seja, é preciso admitir a grande participação da mídia na produção, difusão e transformação📈 do esporte (PIRES, 2002).
Contudo, apesar da relação imbricada da mídia com o esporte, podemos observar, em muitos casos, a fragilidade📈 do conhecimento técnico desse objeto teórico por parte daqueles que fazem a mídia.
Um dos principais equívocos é a homogeneização das📈 iniciativas e opiniões fundadas em desconhecimento conceitual do objeto esporte.
É notório, como nos diz Betti (1998), que, para espetacularizar o📈 esporte e utilizá-lo para a venda de produtos, a mídia chama quase tudo de esporte.
Há uma percepção geral dos entrevistados📈 de que a atual gestão municipal de esporte e lazer trabalha para resgatar a imagem dos clubes da Capital no📈 cenário esportivo do País e, consequentemente, a imagem do esporte de alto rendimento do Estado.
É consenso a ideia de que📈 os clubes estão falidos (desde a parte social) e, sem o apoio do Poder Público, dificilmente conseguem alguma inserção na📈 prática esportiva de alto rendimento.
Segundo ouvimos: "Nós temos gastos além dos eventos e competições.
Até para fazer funcionar, temos telefone, pessoas📈 colaborando, despesas e muitos poderiam achar que os clubes pagariam, mas os clubes são inadimplentes, os clubes estão falidos, não📈 pagam nada, nem os clubes de Vitória" (D2).
Ao que tudo indica, o apoio municipal é uma iniciativa que agrada aos📈 atores sociais ouvidos, apesar da opinião geral de que essa é uma iniciativa louvável, embora devesse partir da Secretaria Estadual📈 de Esportes (Sesport).A opinião é que:
Se a gente tem campeonato de federação, é porque a Prefeitura de Vitória, não só📈 com o gestor João Coser, mas com gestores anteriores, viu que não adianta a gente pensar que a equipe da📈 Prefeitura (Capital) é forte, se não ajudarmos a Federação da Capital, para que elas possam promover campeonatos regionalizados e até📈 estaduais, para que isso force um fortalecimento da equipe da capital (D3).
Todo o esforço pelo investimento no esporte e o📈 aceite dos atores sociais parece ser reflexo de um tipo de mecanismo de fabricação da chamada "Cultura esportiva" (PIRES, 2000).
A📈 discussão que se estabelece é se o Poder Público seria o responsável pela animação desse mecanismo, ou se isso deveria📈 ser uma tarefa atribuída à iniciativa privada, querela essa que será tratada adiante neste texto.
PERCEPÇÕES CONSENSUAIS QUANTO AO ATENDIMENTO AOS📈 OBJETIVOS DOS INCENTIVOS VIA LEI
As políticas públicas para o esporte de alto rendimento em Vitória se desenvolvem por meio de📈 duas ações mais evidentes: o projeto "Vitória no Cenário Nacional" e a Lei de incentivo "Jaime Navarro de Carvalho".
O primeiro📈 atende a algumas equipes que representam o esporte capixaba em nível nacional, enquanto a Lei está acessível a praticamente todas📈 as Federações.
Nesse caso, os entrevistados acreditam que a lei atende às demandas das Federações, mas ainda é insuficiente para o📈 desenvolvimento das modalidades.A percepção é que:[...
] hoje se está chegando num ponto que só esse valor da Prefeitura e do📈 Governo já não consegue uma estrutura inteiramente profissional...
Então, pra você manter aí dez meses que normalmente é o contrato de📈 Comissão Técnica e atleta, vamos botar aí 30 mil por mês...
É insuficiente para a demanda, então você não pode reforçar📈 copa do mundo fifa de 2026 equipe (G1).
As leis de incentivo, assim como outros recursos aplicados pelo Poder Público, constituem o conjunto de ações do📈 Estado para atender à prescrição constitucional do direito ao esporte, e do direito social ao lazer (nesse caso, contemplativo).
Mas, no📈 caso específico que estamos observando, a aplicação de recursos públicos no esporte de alto rendimento, apesar de controversa, parece ser📈 uma estratégia de ação do Estado para a manutenção de suas prerrogativas institucionais, as quais variam de acordo com as📈 concepções políticas vigentes originadas tanto em matrizes ditas de "esquerda" como de "direita".
No âmbito do esporte capixaba, a lei de📈 incentivo parece cumprir função de política pública, para tentar reduzir a tensão dos atores sociais que militam nesse campo e,📈 assim, exercer controle sobre a comunidade esportiva, também pelo domínio do poder econômico.
Em geral, um dos limites da lei é📈 que o financiamento se restringe à especificidade (técnicos e jogadores), mas, para o alto rendimento, é preciso uma estrutura com📈 muitos profissionais.
Nesse caso, o financiamento somente consegue atender a uma estrutura de "equipes médias" em relação ao cenário nacional, isto📈 é, dependendo da modalidade, a equipe financiada não consegue se colocar entre as quatro principais do Brasil.
Entre os entrevistados, parece📈 haver a crença em uma lacuna no investimento para uma ascensão profissional de alta qualidade.
Como diz um dos dirigentes:
Nós já📈 temos espaço ideal, uma estrutura ideal para treinamento, porque são poucos Estados do Brasil com essa estrutura, tanto que vamos📈 voltar a receber a seleção brasileira, [...
] mas ainda faltam políticas públicas quanto ao pagamento de técnicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas,📈 preparador físico.
A gente não tem essa parte custeada pelo Estado; ela é mantida pelos pais, então isso dificulta o nosso📈 trabalho (D4).
Ou, ainda, como corrobora outra fala: "Porque é muito difícil manter essas equipes com recursos que aparentemente parecem até📈 altos, mas, para a realidade do esporte de alto rendimento, no fundo, fica abaixo do que se pode pleitear para📈 conseguir resultados mais expressivos" (G1).
Tenório (1995) e Belloni et al.
(2003) nos ajudam a entender que as ações administrativas precisam ser📈 avaliadas em termos da relação custo-benefício e, nas políticas públicas, isso não é diferente.
Dessa forma, ainda que os recursos aplicados📈 pareçam atender a determinadas demandas, são insuficientes, se considerarmos que muitos estão fora do ranking dos bem-sucedidos, e são atendidos📈 de maneira insuficiente ou não são atendidos.
Portanto, se, com a aplicação dos recursos disponíveis, consegue-se somente a montagem de "equipes📈 médias", não se alcançam resultados esperados quanto à aplicação em favor dos direitos sociais de todos (nesse caso ao espetáculo),📈 estabelecendo, dessa forma, uma relação custo-benefício que não constitui indicador de sucesso administrativo e compromete o alcance da efetividade social.
PERCEPÇÕES📈 ANTAGÔNICAS QUANTO ÀS RESPONSABILIDADES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO
Para uma parte dos entrevistados, o Poder Público📈 deve investir em atletas (de modalidades olímpicas e não olímpicas) na ponta, isto é, nas categorias principais.
Então acreditam que "O📈 governo deveria ter centro de treinamento de formação de alto nível, pra você pegar os talentos de cada Estado e📈 levar pra esse centro nacional de esporte, como acontece em vários grandes países olímpicos" (J3).
Esse suposto "dever" do Poder Público📈 se justificaria por três razões: a primeira é que esse tipo de investimento é necessário, uma vez que isso gera📈 sensação de pertencimento no povo, que passa a torcer por equipes do município; em segundo lugar, a existência de atletas📈 de ponta no município representa referência de ídolos para os garotos, os quais passam a se interessar mais pelas práticas📈 e procuram as "escolinhas"; finalmente, a existência de esporte de alto rendimento, com atletas de referência, atrai público para os📈 jogos, e esses passam a se constituir em alternativas de lazer.
Quanto ao último item mencionado, é bem verdade, refere-se a📈 um lazer de consumo, por meio do esporte espetáculo, e que apenas mantém as relações de pertencimento.
Os atores percebem que,📈 na relação esporte - lazer, o esporte leva a melhor, pois: "Na execução desses calendários, a Federação não faz nada📈 em relação ao lazer, apenas para as pessoas que vão assistir.
A finalidade principal é de fomentar o esporte de alto📈 rendimento" (D2).
Também se acredita que: "A lei não se preocupa com isso; ela, na verdade, não se preocupa com o📈 lazer.
Esse Lazer de contemplação vem de forma secundária e natural.
Eu acho que, então, os clubes deveriam ter oficinas onde essas📈 pessoas poderiam procurar para praticar e aí, quem sabe, até ser descoberto um talento" (P1).
Por outro lado, há muitos defensores📈 de que a iniciativa privada é quem deveria incentivar o esporte de alto rendimento, sobretudo nas equipes de ponta, ainda📈 que com mediação do Estado, por meio de políticas mais eficazes do que as estratégias de descontos percentuais pequenos na📈 tributação.
Há opiniões incisivas, como a do jornalista que diz:
Aqui eu não posso admitir ter empresas do porte como: Vale do📈 Rio Doce, CST, Aracruz Celulose, Samarco, Chocolates Garoto, Águia Branca, Petrobrás, que tá chegando aqui e tá chegando com força,📈 e você não ter como ter um time forte na liga de voleibol, um time forte na liga de futsal,📈 um time forte na liga de handebol, tanto no masculino quanto no feminino? (J2).
Há entrevistados acreditando que, com o apoio📈 da iniciativa privada às equipes de ponta, o Poder Público poderia concentrar seus esforços em outros empreendimentos, como o apoio📈 às categorias de base.
No âmbito desse debate, há opiniões também de que a responsabilidade de investimento por parte das empresas📈 pode e deve se concentrar no esporte de alto rendimento, porque isso representa uma estratégia de comunicação entre a empresa📈 e seus clientes.
Esse argumento reforça a ideia de o Estado investir de outra forma.
No caso, parece haver a percepção de📈 que caberia ao investimento público a função de apenas estimular o privado.
Entre as falas que se posicionam nesse debate, encontramos:📈 "Na minha concepção, as políticas públicas deveriam estar atreladas às iniciativas privadas, estas, sim, deveriam ser incentivadas a investir no📈 esporte que aqui eles chamam de alto rendimento" (P2).
Ainda: "Na minha visão, esse tipo de verba deveria vir da iniciativa📈 privada, e a verba da Lei Jaime Navarro deveria ser muito mais usada nas escolhinhas, na iniciação esportiva, com boa📈 estrutura com equipamento adequado" (J3).
Há quem estabeleça equilíbrio entre as concepções mais recorrentes nas falas, concordando que os incentivos nas📈 equipes de ponta ajudam a criar referências em ídolos, mas a base é importante, porque ela pode gerar futuros ídolos.
Segundo📈 acredita um dos entrevistados: "A ligação é muito forte, porque o alto rendimento é o espelho pra base.
Não existe nada📈 sem referência.
Se você não tem o alto rendimento, você até vai ter a base, mas terá muita dificuldade de criar📈 uma referência pra ela" (D2).
Supõe-se que há uma relação de interdependência, isto é, se a base precisa de referências locais,📈 é verdade também que uma boa base pode fornecer tais referências e até mesmo uma cultura da prática esportiva, como📈 afirma um entrevistado:
A princípio, a gente vê que as equipes têm que proporcionar grandes espetáculos aqui dentro...
Criar essa cultura de📈 você torcer por uma equipe do seu município, isso pode fomentar o esporte de uma criança, ou até mesmo para📈 uma pessoa que está indo lá para torcer porque é um espetáculo (G1).
Em nosso caso específico, estamos tratando de clubes📈 esportivos e/ou de pessoas físicas com interesses próprios, para além do envolvimento em causas de interesse público.
Porém, quando se fala📈 de investimento público em pessoas jurídicas particulares, é algo discutível, porque envolve questões de legalidade e moralidade.
Contudo, o problema dos📈 incentivos é muito discutido.
Quando consultamos a literatura, encontramos um intenso debate, principalmente entre os economistas, sobre os investimentos públicos ou📈 os incentivos estatais a empresas ou a instituições de interesse privado.
Nesse particular, muitos especialistas, entre os quais Brant (2003) e📈 Sarkovas (2006), argumentam que o Estado tem o dever de fomentar a cultura.
Atrelamos a esse dever também o esporte, como📈 manifestação da cultura e direito constitucional.
Não se trata somente dos incentivos por descontos em impostos, porque isso é irrisório para📈 as empresas e nem representa um investimento, uma vez que continua a ser dinheiro público (repassado).
No caso específico dos investimentos📈 em esporte de alto rendimento em Vitória, algumas questões devem ser formuladas: há geração de ídolos? (Quem são? São mesmo📈 ídolos? São capixabas?); as modalidades beneficiadas têm gerado maior adesão de praticantes e espectadores (há dados disso?); os resultados das📈 equipes são considerados satisfatórios pelos cidadãos? Respostas a questões como essas, e outras, poderão fornecer indicadores de bons resultados na📈 relação custo-benefício, e que podem informar a eficácia e a efetividade social das políticas públicas para esse setor.
PERCEPÇÕES ANTAGÔNICAS QUANTO📈 À RESPONSABILIDADE DE INVESTIMENTO EM ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO NA BASE
Retomando a ideia daqueles que acreditam que, em se tratando📈 de esporte de alto rendimento, a Secretaria Municipal de Esportes deveria investir na base, os dados indicam que essa Secretaria📈 se descuida da base.
Apesar de existir algum apoio às categorias juvenis (sub 17 anos) e um apoio particular à ginástica,📈 segundo os entrevistados, o trabalho com a base, em geral, não recebe apoio.
Além da falta de estrutura multiprofissional, mesmo na📈 ginástica, não há intercâmbios internos e externos ao Estado, e isso faz muita falta no trabalho de formação ao esporte📈 de alto rendimento.
No outro lado do discurso o mais recorrente , a crença é de que o local de📈 formação da base para o esporte de alto rendimento é a escola.
Os que assim defendem, o fazem por acreditar no📈 consenso de que os clubes estão falidos, desde suas expressões sociais, isto é, a maioria das pessoas prefere seus condomínios📈 aos espaços sociais dos clubes, ficando esses sem condição estrutural para desenvolver o esporte.
Talvez por isso se acredite que "o📈 esporte de rendimento tem que começar incentivando onde todos têm acesso, na escola.
Ali, sim, deveria receber um incentivo, assim como📈 é feito nos países mais desenvolvidos" (P3).
Observa-se, então, que parece existir a ideia fixa, sobretudo espelhada no modelo americano, de📈 que a escola deve ser o local da iniciação esportiva, com vistas a descobrir e favorecer o primeiro desenvolvimento necessário📈 ao esporte de alto rendimento.
Há até quem acredite que:A base é escolar.
Se você pensar o esporte americano é escolar, mediano📈 é universitário, e alto nível são as federações nos clubes, mas isso não existe aqui mais.
Só que aqui a gente📈 não tem mais universitário no estado.
Hoje o clube pega tudo, mas cadê o ápice do esporte? Deixa a molecada jogar📈 na 4ª série na 5ª série, a base é escolar.
Deixa seus municípios jogarem com seus 11, 12, 13, 14.
Daqui a📈 pouco, temos aí 17, 20, jogando nos clubes com bolsas (D3).
Diante dos pontos ligeiramente comentados no tópico anterior, a discussão📈 sobre o investimento na base dos clubes fica desprovida de sentido.
Quanto ao investimento na base para o esporte de alto📈 rendimento via as escolas, aí a polêmica se instala.
Caparroz (1998), Bracht (2000) e Assis (2001) são alguns dos estudiosos brasileiros📈 que têm discutido e refutado que a escola seja o lócus para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento.
Os argumentos📈 desses autores se fundamentam na ideia de que a escola é o lugar da Educação, a Educação Física é a📈 responsável pela socialização dos conteúdos da cultura corporal de movimento, e o esporte, como conteúdo, deve ser partilhado de forma📈 inclusiva, lúdica e pedagógica.
Todos esses argumentos nos convencem.
Entretanto, podemos pensar na escola apenas como lócus predial, isto é, o ambiente📈 em que políticas públicas podem ser implementadas em intersetorialidade, e onde as crianças e os adolescentes vivenciam seus currículos formais,📈 porém com oportunidade de dar vazão às suas habilidades.
Assim, o investimento aqui é no sentido de atender a direitos, no📈 caso, o de desenvolvimento de habilidades, que pode ser o da prática de esporte, música, teatro, ou qualquer outra que📈 meninos e meninas vislumbrem, mas não têm possibilidades de acesso (porque não há instituições locais, ou porque essas estão "quebradas"📈 e são seletivas).
Daí a intersetorialidade, pois envolve investimentos e ações de várias vertentes administrativas e de várias especialidades técnicas, que📈 podem e devem atuar em conjunto com a educação, como é o caso do setor de Esporte e Lazer, Cultura,📈 Saúde, Assistência Social, entre outros.
E A GINÁSTICA RÍTMICA NA DISCUSSÃO?
Em meio às percepções consensuais e antagônicas quanto à relação entre📈 o esporte de alto rendimento e a cidade de Vitória, a ginástica rítmica parece ser o paradigma que indica o📈 caminho das outras modalidades, e de como o Estado deve agir para com essas modalidades.
Porém, se o dissenso não aparece📈 claramente entre os atores, ele se expressa nas interpretações, afinal, entre os atores encontramos a seguinte fala:
A seleção brasileira aqui📈 contribuiu muito para que fosse feito uma massificação, que a ginástica tivesse uma credibilidade, para que todas as pessoas conhecessem📈 a ginástica.
Nós conseguimos levar a ginástica em quase todos os municípios capixabas.
Se você chegar a qualquer parte do município, eles📈 conhecem a ginástica e muitos estão praticando a ginástica (D4).
O mesmo entrevistado complementa:
Por não ter políticas públicas no esporte é📈 que não conseguimos hoje superar um clube como o da Sadia, um clube da Unopar, que são faculdades que investem📈 tudo na ginástica, Sadia é um clube que tem grandes investimentos na ginástica [...].
Se nós não tivermos um investimento maior📈 dentro da ginástica, nós não vamos aguentar superar isso aí (D4).
O que se vê? Que a ginástica rítmica reflete aquilo📈 que os outros querem: um investimento estatal que massifique o esporte, que gere referências, favoreça o espetáculo.
Mas as principais concorrentes📈 no território nacional são mantidas pelo Estado? Os investimentos estatais locais têm sido suficientes para fazer frente à concorrência externa?📈 Vê-se, tautologicamente, que, mesmo a ginástica rítmica sendo uma referência local para o que fazer, traz à tona novamente a📈 ambivalência dos discursos e dos debates, de modo que possamos terminar nos questionando: qual deve ser a política pública de📈 apoio ao esporte de rendimento de modo a cumprir responsabilidades constitucionais para os cidadãos, mediante o uso do esporte?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando📈 observamos falas de atores representativos, constatamos que, para os indicadores de funcionamento qualitativo das políticas públicas apontados por Belloni et📈 al.
(2003), as iniciativas do Poder Público em Vitória não vêm alcançando bons resultados.
Do ponto de vista mais geral, a eficiência📈 aparece, na medida em que as equipes auxiliadas competem em níveis médios, levam público às praças esportivas e alcançam resultados📈 classificatórios médios (não ficam entre os primeiros, mas também não ficam entre os últimos).
Mas, se considerarmos que eficácia se mede📈 por resultados finais, e as expectativas prévias dos investimentos não parecem ser alcançadas em plenitude, então o investimento não é📈 eficaz.
Agora, se perguntarmos pelos ídolos, matrículas de escolinhas, médias de público nas praças esportivas e pelos sentidos de pertencimento capazes📈 de qualificar uma cultura esportiva, então as falas dos atores parecem mostrar a não percepção de efetividade social nas políticas📈 públicas implementadas para o esporte de alto rendimento.
É possível inferirmos que os problemas de eficácia e efetividade social estão atrelados📈 às abordagens conceituais de esporte e lazer que subjazem à implementação das políticas públicas de fomento ao desenvolvimento em alto📈 nível das modalidades apontadas neste estudo.
No caso da ginástica rítmica no Espírito Santo, embora com muito sucesso atual na mídia,📈 mas sem a consolidação de outras modalidades esportivas coletivas, observa-se que ganhou notoriedade na Capital.
Pode-se dizer que a presença da📈 Seleção Nacional Permanente (conjunto), sem dúvida, representou uma iniciativa importante de vínculo entre a cidade de Vitória e o esporte📈 de alto rendimento.
Nesse caso, parece que, ao contrário das modalidades coletivas a que nos referimos ao longo do texto, na📈 ginástica rítmica, a política de incentivos vem dando certo, isto é, admite-se certa vantagem em relação à avaliação dessa modalidade,📈 com algum impacto no que tange aos indicadores eficiência, eficácia e efetividade social, embora, pela característica de excelência do trabalho,📈 não se possa dizer que a atividade seja democrática no acesso, apesar de vir cumprindo suas funções, inclusive colocando Vitória📈 no cenário nacional, mesmo que ainda não se satisfaçam as condições de excelência pretendidas pelos atores locais.Recebido: 3 dez.2010Aprovado: 20📈 jun.2011