O Rivethead - conhecido como "tronco" no Brasil[1] - é um fã de Música industrial.
[2] A tradução literal da palavra 👍 é "cabeça de rebite".[3]
A Origem do Termo [ editar | editar código-fonte ]
Quem foi o primeiro usar o termo Rivethead? 👍 Há um consenso no rec.music.
industrial que foi Chase,[4] fundador da Re-Constriction Records, uma subdivisão da Cargo Music especializada em Música 👍 industrial.
[5] No começo nos anos 1990 Chase lançou Rivet Head Culture, uma coletânea reunindo vários grupos underground da cena Industrial 👍 americana.
Essa é supostamente a primeira vez que se usou oficialmente a palavra "rivethead" com a contracultura Industrial.
O problema dessa afirmação 👍 é que no mesmo ano que Rivet Head Culture a dupla Chemlab - por sinal, amigos do Chase - lança 👍 Burn Out at the Hydrogen Bar (1993).
E esse disco tinha uma faixa intitulada "Rivethead".
Quando perguntado sobre a origem de "Rivethead" 👍 o vocalista do Chemlab (Jared Louche) se limitando a dizer que não sabe bem da onde surgiu, mas não deixa 👍 de dizer que há anos já estava com esse título na cabeça.
[6] De da pra ganhar dinheiro no aviator parte Chase admite que não inventou 👍 a palavra, mas confirma que foi ele que a popularizou.
As origens reais do termo, dentro do Rock, talvez estejam na 👍 banda Iron Maiden - seus fãs já no começo dos anos 1980 eram chamados de "rivetheads".
[4] Fora do universo pop, 👍 o termo já era usado como uma gíria, um apelido para operários americanos dos anos 1940.
[7] O termo ganhou popularidade 👍 nos EUA com a publicação de Rivethead: Tales From the Assembly Line (1990), de Ben Hamper.[8]
A Cultura Rivethead [ editar 👍 | editar código-fonte ]
Antes mais nada, é preciso é esclarecer que em torno da Música industrial não há uma subcultura, 👍 e sim uma contracultura.
Um dos primeiros ideólogos do movimento, Graeme Revell (ex-SPK), refere-se à Música industrial assim.
[9] Veremos o por 👍 quê agora.
Apesar de admitir que ".
.
.
a distinção entre subcultura e contracultura pode ser sutil, e passível de discussão", Ken Goffman 👍 - vulgo R.U.
Sirius, ex-editor da revista cyberpunk Mondo 2000 - afirma que "as subculturas normalmente são definidas por um tipo 👍 de conformismo alternativo ou minoritário".
[10] Um exemplo perfeito disso são os Indies, que canalizam seu vanguardismo e "rebeldia" única e 👍 exclusivamente para fins musicais, de resto não sendo nada contestadores.
Não é o caso da Música industrial, onde há uma contestação 👍 frontal a todos os valores vigentes da sociedade Ocidental.
Do lado mais acadêmico da discussão, a historiadora Luisa Passerini lembra porque 👍 a aplicação do termo "subcultura" foi bem-sucedido nas ciências humanas: além não parecer "implicar um juízo demasiado duro" ele "sublinhava 👍 as características de subordinação e diferença".[11]
Apesar da "cultura" Industrial existir desde o final dos anos 1970 (graças a grupos como 👍 Throbbing Gristle, SPK e Cabaret Voltaire), foi só no começo dos anos 1990 que o Rivethead se organizou, de fato, 👍 como uma tribo urbana.
Ou seja: finalmente apresentou um conjunto mais ou menos coerente de vestimentas, preferências músicais, linguajar (gírias) e 👍 ideologias próprias.
No seu livro sobre o Nine Inch Nails, o jornalista inglês Tommy Udo descreve uma das primeiras aparições de 👍 Rivetheads na imprensa musical.
Ele os avistou num show do Guns N' Roses no estádio de Wembley em Londres, em Agosto 👍 de 1991.
A razão deles estarem por lá era a banda de abertura: o Nine Inch Nails (naquela época ainda divulgando 👍 o Pretty Hate Machine).
É assim que Udo descreve esses "pós-góticos":
"A maioria eram homens ou casais (.
.
.
).
Tinham a cabeça raspada e 👍 vestiam sobretudos de couro; um tinha até uma máscara de gás e uma roupa de proteção radioativa da OTAN, com 👍 o logotipo do NIN pichado nas costas".[12]
Nas suas várias definições, disponíveis no site Urban Dictionary, se destacam:
Muitos dos fãs de 👍 Música Industrial "Oldschool" e Power Electronics acham que a cena Industrial/Noise não deve ser associada à grupos juvenis ou "tribos 👍 urbanas", tal associação seria danosa à contracultura industrial - qual não necessitaria de "representantes", assim como de elementos de declínio 👍 - como ocorrera em relação a outros movimentos contraculturais como fora o Hippie,Beatnik e Punk.
Genesis P-Orridge, membro fundador do Throbbing 👍 Gristle, descreve os Rivetheads de um jeito mais sarcástico:
"A maioria são homens que calçam botas da Doctor Marten's e vestem 👍 casacos negros de couro, calças militares e pintam o cabelo de preto ou cortam-no ao estilo skinhead.
Eles têm um coleção 👍 de livros sobre assassinatos e crimes sexuais.
Eles gravam da pra ganhar dinheiro no aviator música - que é basicamente microfonia - em fitas K7.
E reclamam 👍 do Throbbing Gristle ter acabado".[15]
Rivethead ultimamente tem ganhando uma reputação extremamente negativa pelos fãs das vertentes mais extremas da música 👍 Industrial devido à crença que tais indivíduos seriam responsáveis pela desastrosa situação que o termo Música Industrial adquiriu nas últimas 👍 décadas, uma situação de extrema regressão conceitual, onde o protesto, o experimentalismo e a agressividade típica do industrial fora reciclada 👍 e embalada como um produto qualquer, perdendo todas as características básicas que o definiam como estilo (sendo assim um processo 👍 de regressão, onde o experimentalismo e o espírito de evolução artística fora trocada por uma manifestação extremamente pobre e superficial).
Porém 👍 tal crítica não se refere somente aós rivetheads, mas também a todas as cenas e tribos urbanas que possam manter 👍 alguma relação com o "Industrial".
Há quem diga que um típico fã de Música industrial não escolhe ter uma vestimenta específica.
Isso 👍 é uma excelente estratégia para evitar os estereótipos que praticamente acabaram com os Punks e os Hippies.
Há outros, no entanto, 👍 que defendem que sim, existe um código visual para os Rivetheads.
Os detalhes dessa vestimenta padrão serão discutidos no tópicos abaixo.
A 👍 Cor Negra [ editar | editar código-fonte ]
É óbvio, mas é preciso dizer isso: os Rivetheads não são a única 👍 tribo urbana preferem usar preto.
Entre as outras tribos que partilham da pra ganhar dinheiro no aviator preferência pela vestuário de cor negra estão os Góticos, 👍 os Headbangers[16] e alguns Punks mais radicais.[17]
Convencidos por Monte Cazzazza,[18] o Throbbing Gristle foi o primeiro grupo a estabelecer roupa 👍 de camuflagem como estética contracultural.
Os Punks já tinham flertado com o visual militarista (botas de combate, p.ex.
), mas nada no 👍 mesmo nível que o Throbbing Gristle.
A estética militar foi levada a outros novas alturas pelo Front 242, que eram inspirados 👍 - paradoxalmente - tanto pelo Futurismo Italiano quanto o Construtivismo Russo.
[19] E por quê "paradoxalmente"? De um lado temos o 👍 Futurismo, com seu elogio à guerra, à tecnologia e seu flerte com o Fascismo Italiano.
De outro temos a arte despojada 👍 do Construtivismo Russo, a serviço da cúpula Soviética.
É a velha tática da ambiguidade sendo posta em prática.
O visual militar passa 👍 um misto de disciplina, poder e agressão.
Além disso, é uma declaração implícita de ser capaz de encarar a "realidade" de 👍 frente.
O uso de fardas por parte dos Rivetheads é também uma sacada irônica, já que a contracultura Industrial é em 👍 grande parte antimilitarista.
O Chachol (ou chochol, ou khokhol) é um corte de cabelo Eslavo típico dos Cossacos, guerreiros Ucranianos que 👍 emigraram para a Rússia no século XVIII.
Os Cossacos fizeram parte do exército Soviético, e foi talvez daí que alguns "Industrialistas" 👍 o adotaram.
Esse corte também é conhecido em inglês como undercut.[20]
Esse corte de cabelo é assim: o couro cabeludo dos lados 👍 da cabeça é raspado, sobrando assim com uma longa mecha de cabelo no topo da cabeça.
Algumas pessoas que já usaram 👍 variações desse corte são: Blixa Bargeld, do Einstürzende Neubauten; Ogre, do Skinny Puppy; Al Jourgensen do Ministry e Burton C.
Bell 👍 do Fear Factory.[21]
Outra tendência estética que teve forte influência sobre o visual Rivethead foi chamado Modern Primitive.
Um exemplo dessa estética 👍 são os Dreadlocks ("cachos do medo"), normalmente associados à músicos de Reggae e/ou praticantes da religião Rastafári.
No entanto, vários músicos 👍 da cultura Industrial adotaram esse estilo de cabelo, incluindo membros do Nine Inch Nails (Trent Reznor), Pigface (Chris Connely), Ministry 👍 (Al Jourgensen) e Apoptygma Berzerk (Angel Stengel).
Isso talvez se deva talvez a uma aderência aos princípios estéticos (e "filosóficos"?) dos 👍 Modern Primitives, aqueles que trouxeram piercings, tatuagem e a scarificação (esse último em menor grau) para o mainstream.
Segundo o DSM-IV, 👍 o fetichismo consiste "em fantasias, anseios sexuais ou comportamentos recorrentes, intensos e sexualmente excitantes"[22] envolvendo "o uso de objetos inanimados".
[23] 👍 O fetichismo é uma sub-categoria das Parafilias, das quais incluem o Travestismo Fetichista, o Masoquismo e o Sadismo Sexual (assim 👍 classificadas assim quando prejudicam socialmente e psiquicamente o indivíduo).
No caso de artistas do gênero Industrial, eles exploram esses temas dentro 👍 da diretiva das táticas de choque.
Entre eles incluem o COUM Transmissions (predecessor do Throbbing Gristle), o DAF, Marilyn Manson e 👍 Nine Inch Nails.
Uma boa pedida é O Maquinista (2004), de Brad Anderson.
O filme narra a história de um maquinista que 👍 não dorme há um ano, corroído pela culpa e sofrendo de delírios persecutórios.
[24] O nome do personagem principal do filme, 👍 Trevor Reznik (Christian Bale), é quase um anagrama de Trent Reznor.
Não é coincidência; o roteirista do filme (Scott Kosar) é 👍 fã do Nine Inch Nails, e queria inclusive usar a música do grupo como trilha sonora.[25]
O cinema pós-surrealista de David 👍 Lynch e David Cronemberg foi influente para os artistas norte-americanos do estilo, incluindo gente como Skinny Puppy, Trent Reznor (Nine 👍 Inch Nails) e Marilyn Manson.
Na obra desses dois cineastas se vê o que o crítico Mark Dery chamou de "a 👍 estética do Neogrotesco".[26]
Uma cena de Eraserhead (1977) foi usada no encarte do primeiro EP do Godflesh [1].
Bill Leeb (do Front 👍 Line Assembly) diz que gostaria de fazer a trilha de um filme de David Cronemberg.[27]
Trent Reznor citou Cronemberg ao tentar 👍 explicar à revista Raygun como sairía o The Fragile.
"Eu diria que o (The Fragile) está mais para um filme de 👍 David Cronemberg do que Tetsuo: O Homem de Ferro".[28]
Assim como o cinema, a literatura foi igualmente inspiradora para o movimento.
Um 👍 sub-tipo de literatura especialmente inspiradora para a Música industrial foram as chamadas distopias.
Dentre elas destacam-se:
O Rivethead e outras Tribos Urbanas 👍 [ editar | editar código-fonte ]
Apesar de alguns críticos influentes - como Simon Reynolds,[30] p.ex.
- colocarem a Música industrial dentro 👍 do Pós-punk, o fato é que ela, cronologicamente, é contemporânea ou até anterior ao Punk rock (uma coisa que o 👍 próprio Reynolds admite[31]).
Tanto Punks quanto Rivets assumem uma postura contra-cultural, e ambos costumam admirar músicas noise, desestruturadas sonoramente.
Porém a relação 👍 entre os Punks e os primeiros "Industrialistas" foi ambígua.
O Cabaret Voltaire, principalmente na da pra ganhar dinheiro no aviator fase pré-1982, chegou a fazer covers 👍 de bandas pré-Punk e também tocou com bandas Punk.
Do outro lado, a banda anarco-punk Crass fazia o uso de colagens 👍 de som e efeitos experimentais, técnicas características do Industrial.
Já o pessoal do Throbbing Gristle não gostavam nem do Punk como 👍 tribo e nem do Punk como música.
Nos anos 1990, o Atari Teenage Riot seria uma das primeiras bandas a misturar 👍 o som industrial e o techno com a agressividade e a temática ativista do punk rock.
Há também uma certa ligação 👍 à geração do Metal industrial: seja o vocalista do KMFDM usando um moicano ou Al Jourgensen colaborando com Jello Biafra 👍 (do Dead Kennedys) e Ian Mackaye, ex-Minor Threat, explorarando essa ligação entre as duas cenas.
Chris Ho, da revista asiática BigO, 👍 escreveu em 1992 que o Rock industrial "é o punk rock da música eletrônica", enquanto o Acid house seria a 👍 outra face da moeda, caindo no hedonismo e no escapismo químico herdado da Disco music.
Algumas pessoas acham que os Rivetheads 👍 são uma sub-tribo gótica,[32] o que é uma crença no mínimo polêmica porquê:
A confusão aumentou ainda mais com o advento 👍 dos Cybergoth.
Eles são uma variação recente do arquétipo gótico: além de preservar o fetichismo, da decadência chic e preferência por 👍 cores escuras do gótico "clássico", o Cybergoth pegam emprestados alguns adereços visuais dos Clubbers (piercings, tatuagens, scarificações) e adotaram como 👍 preferência musical algumas variações mais recentes da Música industrial, como o Futurepop e o Terror EBM (ou Hellektro).
Uma característica conhecida 👍 dos Headbangers - alcunha dos fãs de Heavy metal[36] - é seu radicalismo.
[37] Suas "inquisões" quanto à bandas que se 👍 desviaram musicalmente do estilo são notórias, condenando qualquer tipo de mistura que venha diluir o Metal "puro".O New Metal, p.ex.
, 👍 têm sido duramente criticado justamente por esse e outros motivos.[38][39]
A cena Industrial/Rivethead tinha pouco contato com o mundo Metal até 👍 aparecerem bandas como o Ministry, Godflesh e KMFDM.
Esses grupos se apropriaram do Heavy metal e dessencraram-no: o KMFDM misturava batidas 👍 dance com riffs Thrash, enquanto o Godflesh casava Black Sabbath com o caos eletrônico do Throbbing Gristle.
E mais: o Godflesh 👍 tocava ao vivo com uma bateria eletrônica, um sacrilégio para a tribo headbanger, que sempre têm a habilidade instrumental de 👍 seus músicos em alta estima.
Como disse um frequentador do fórum online da Rock Brigade, ".
.
.
não vejo a necessidade de adicionar 👍 efeitos eletrônicos ao Rock/Metal.
Sendo por natureza iconoclastas, esses grupos bateram de frente com esses limites virtuais, promovendo misturas insólitas (bem 👍 ao gosto do público Rivethead).
Apesar de inovadoras, essas "misturas" incomodaram os fãs mais tradicionais do Metal, que foram rápidos em 👍 denunciar essa "heresia" musical.DI PERNA, Alan.
Jackhammer of the Gods .Guitar World, vol.15, no.6, p.
54-60; 62; 67; 69; 71, jun 1995..Guitar 👍 World, vol.15, no.6, p.
54-60; 62; 67; 69; 71, jun 1995.JÁNOS, Pánczél.
Battlenoise: The Blows of Martial Industrial.
Hungary: MozgaloM Records, 2007.
The Blows 👍 of Martial Industrial.
Hungary: MozgaloM Records, 2007.KEENAN, David.
England's Hidden Reverse: A Secret History of the Esoteric Underground.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 👍 2007.
A Secret History of the Esoteric Underground.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 2007.MAHAN, Michael.
Welcome to the Machine .
Alternative Press, vol.8, no.66, 👍 p.42-3, jan 1994..
Alternative Press, vol.8, no.66, p.42-3, jan 1994.NEAL, Charles.
Tape Delay: Confessions from the Eighties Underground.
London: SAF Publishing Ltd, 2001.
Confessions 👍 from the Eighties Underground.
London: SAF Publishing Ltd, 2001.THOMPSON, Dave.
Industrial Revolution.
Los Angeles, CA: Cleopatra, 1994.CONNELLY, Chris.
Concrete, Bulletproof, Invisible + Fried: My 👍 Life As A Revolting Cock.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 2007.
My Life As A Revolting Cock.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 2007.DWYER, 👍 Simon.
Rapid Eye Movement .
New York: Creation Books, 2000..
New York: Creation Books, 2000.
FISH, Mick; HALLBERY, D.
Cabaret Voltaire: the Art of the 👍 Sixth Sense.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 1989.
the Art of the Sixth Sense.
Harrow, Middlesex: Serious Art Forms, 1989.MANSON, Marilyn.
The Long Hard 👍 Road Out of Hell .
New York: ReganBooks, 1998..
New York: ReganBooks, 1998.METZGER, Richard.
Disinformation: the Interviews.
New York: Disinformation Company, 2002.the Interviews.
New York: 👍 Disinformation Company, 2002.MONROE, Alexei.
Interrogation Machine: Laibach and NSK.
Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2005.Laibach and NSK.
Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2005.
VALE, 👍 Vivian; JUNO, Andrea (Org).
RE/Search 4 & 5: William S.
Burroughs, Brion Gysin & Throbbing Gristle.
San Francisco, CA: RE/SEARCH PUBLICATIONS, 1982.
Outras fontes 👍 consultadas para este artigo [ editar | editar código-fonte ]ROSZAK, Theodore.A Contracultura.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1972.
Notas