"O Brasil é um país em que se torce muito pelo futebol.
E com a popularização das apostas esportivas, agora se 🍌 torce e se aposta também", resume Magnho José, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL).
Impulsionado pela Copa do Mundo, o 🍌 número de apostadores online vem crescendo exponencialmente no país.
Estima-se que cerca de 25 milhões de brasileiros apostem semanalmente, segundo dados 🍌 do BNLData, site fundado por José, que reúne dados do setor.
O gerente regional de vendas, Glauco de Abreu Rezende, de 🍌 43 anos, passou a fazer parte deste grupo há um ano, quando foi apresentado às plataformas pelo cunhado.
Ele conta que 🍌 é um jogador "equilibrado", perde e ganha na mesma proporção: "é mais pra me divertir", explica.
Para Rezende, os sites de 🍌 apostas fizeram sucesso no Brasil devido ao alto nível de competitividade no país.
"Brasileiro já aposta em tudo: joga baralho valendo, 🍌 sinuca valendo.
.
.
As apostas no futebol já existiam, só não eram oficiais.
Quem nunca apostou no seu time valendo uma caixa 🍌 de cerveja?", questiona.
Glauco Rezende, 43 anos, gerente regional de vendas
Com avanço desse mercado, dos 20 clubes da série A do 🍌 Campeonato Brasileiro de futebol, apenas Cuiabá ainda não têm patrocínio dos sites de apostas esportivas neste ano.
A Betano, uma das 🍌 maiores do segmento, patrocina a Copa do Brasil.
As bets, como ficaram conhecidas, são onipresentes ainda nas propagandas da TV, portais, 🍌 placas de gramados, camisas dos times e redes sociais.
"A gente estima que o movimento deste mercado já esteja em R$ 🍌 120 bilhões, em valores brutos.
Dentro desse cenário, R$ 12 bilhões estão sendo para pagar mídia e garantir a rentabilidade das 🍌 operações", afirma Magnho José, que estuda o mercado de apostas há 9 anos.
Toda essa efervescência do setor acabou despertando a 🍌 atenção do Ministério da Fazenda, que já anunciou que irá regulamentar e taxar o setor em breve, conforme anúncio do 🍌 ministro Fernando Haddad no início do mês.
As apostas esportivas foram legalizadas no país pela lei 13.
756/18, em dezembro de 2018, 🍌 pelo então presidente Michel Temer.
A lei previa dois anos para a regulamentação, mas diante da pressão da bancada evangélica, o 🍌 governo Bolsonaro não cumpriu o prazo.
Os sites seguiram operando no Brasil, com representações em outros países, no modelo offshore, conquistando 🍌 cada vez mais adeptos e se livrando de tributos.
"A omissão gerou explosão de oferta de jogo não regulado", observa Magnho 🍌 José.
Por não ser regulamentado, dar um exato panorama dos números de casas de apostas esportivas no Brasil é tarefa complexa.
A 🍌 estimativa, segundo José, é que existam mais de 1 mil sites atuando no país.
"As bancas de apostas na rua nem 🍌 têm como dimensionar.
Mas hoje a gente tem praticamente 90% do mercado na mão de 7 a 8 empresas maiores", explica.
Em 🍌 nota, o Ministério da Fazenda informou que uma Medida Provisória sobre o setor já está sendo elaborada e será encaminhada 🍌 à Casa Civil.
Ainda não há previsão de datas.
A MP vai permitir que o ministério inicie a normatização da atividade, regulamentando 🍌 todas as exigências para o funcionamento dos sites, normas de tributação, publicidade, fiscalização de integridade esportiva e financeira de apostas 🍌 no país, dentre outras, com regras claras estabelecidas em atos normativos específicos.
O presidente da IJL acredita que a regulamentação vai 🍌 tirar os aventureiros do mercado.
"Só vão poder ficar empresas que têm saúde financeira e condições de operar dentro das regras", 🍌 explica.
Ele lembra que com a MP será possível aferir quais sites estão cumprindo a legislação.
"Uma série de normativas vão estabelecer 🍌 requisitos, inclusive para coibir que as casas sejam usadas para lavar dinheiro", lembra.
Na quarta-feira (22), um levantamento do Instituto Paraná 🍌 Pesquisas mostrou que 55,2% dos brasileiros são favoráveis à taxação das apostas online.
Casas temem taxa alta de impostos
A EstrelaBet, que 🍌 patrocina o América em Minas, é uma das empresas favoráveis à regulamentação das casas de apostas esportivas pelo governo federal.
Ela 🍌 faz parte do grupo Star Investments N.
V e está presente no país desde 2021.
"Para os jogadores, é uma segurança maior 🍌 ainda saber que está com uma empresa licenciada; é uma empresa séria", explica o diretor de negócios Fellipe Fraga.
Apesar de 🍌 não divulgar valores, a empresa tem uma expectativa grande de crescimento para 2023 e vê como natural a taxação do 🍌 setor.
Mas o diretor de negócios pondera: "a gente é favorável à regulamentação, mas estamos aguardando para ver como o governo 🍌 vai trabalhar essa questão da taxação".
"Que não seja uma taxação que iniba o próprio mercado, como a gente teve na 🍌 França", destaca Fraga.
Na França, a tributação é de 2% sobre o valor bruto, o que corresponde a cerca de 35% 🍌 sobre o valor líquido das casas - taxa considerada alta no setor.
"Acredito que o Brasil vá adotar uma medida mais 🍌 inteligente do que isso", observa Fraga.
Marcos Sabiá, CEO do Galera.
bet, afirma que após a regulamentação, os investimentos serão maiores no 🍌 Brasil.
"Traremos estruturas de tecnologia, que serão importantes para a geração de empregos e de transferência de conhecimento.
Queremos uma relação de 🍌 longo prazo com o país", detalha.
Sabiá explica que o atual limbo jurídico acaba levando as empresas a operarem no exterior.O 🍌 Galera.
bet é uma marca brasileira sediada em Curaçao, que começou a operar oficialmente no ano passado, e já conta com 🍌 mais de 2,5 milhões de usuários.
A empresa faz parte da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), criada em 15 🍌 de março para representar as casas esportivas no Brasil e fomentar boas práticas no setor, como jogo responsável, proteção de 🍌 dados dos usuários e prevenção de práticas ilícitas no mercado.