Em tempos de exceção, estudar as relações de trabalho no contexto esportivo é um desafio, para não dizer um tabu.
O 💱 esporte de alto rendimento ou profissional é compreendido, principalmente pela mídia esportiva, como o lugar onde atletas e demais profissionais 💱 recebem remunerações diferenciadas, que promovem conforto material acima da média da população e que, em esportes da sorte gremio prática, podem levar o 💱 indivíduo a tão almejada ascensão social, mesmo que essa não seja a realidade da maioria das modalidades esportivas.
Pouco ou quase 💱 nada é dito sobre as relações precarizadas, limitadas e invisibilizadas do campo do trabalho esportivo, tendo importância o status de 💱 celebridade, os cases de sucesso e de superação fortalecendo assim, a dimensão espetaculosa que gera o distanciamento do mundo real.
É 💱 no campo do alto rendimento que se apresentam os desafios da formação da identidade atlética, que, apesar de contar com 💱 uma lei nacional (9.
615/98, conhecida como Lei Pelé), pouco auxiliou nas relações de formação e de trabalho dos atletas profissionais.
Este 💱 fato pode ser observado não só no Brasil, mas na história do Esporte, ao considerarmos que a transição de esporte 💱 amador para esporte profissional decorreu da excessiva competitividade da sociedade contemporânea levando a um abandono das atividades tidas como amadoras 💱 (as realizadas por coração!).
Aqui vale lembrar o incentivo à especialização, estrutura do Esporte Moderno que apresenta os mesmos valores da 💱 sociedade capitalista, como a necessidade de mensuração dos resultados.
A profissionalização no esporte alterou a organização esportiva, sendo que a ideia 💱 de carreira profissional passa a ser, de fato, uma opção de vida.
A competição atlética ganhou visibilidade e complexidade ao se 💱 tornar espetáculo esportivo e produto da indústria cultural e o atleta tem na esportes da sorte gremio força de trabalho corporal o reconhecimento 💱 de transformá-la em ganho financeiro; além disso, é mão de obra qualificada de um sistema que vive as suas custas, 💱 mas que não o respeita e nem o protege.
Principalmente no Brasil, o esporte no século XX é considerado uma estratégia 💱 de mercado pelas grandes empresas que entendiam a importância da visibilidade de suas marcas relacionadas ao resultado atlético: um produto 💱 a ser consumido.
É importante salientar que a modalidade futebol serviu e ainda serve para o mercado brasileiro, como base para 💱 as discussões do mundo do trabalho do alto rendimento, isso porque, do ponto de vista político-financeiro, é a modalidade que 💱 tem maior poder e representatividade nas instituições representativas nacionais.
Tentativas democráticas de discussão sobre o campo de trabalho esportivo foram realizadas 💱 entre 2014 e 2015, no calor dos Megaeventos Esportivos, com a possibilidade da constituição de um Sistema Nacional Esportivo (SNE).
O 💱 fato é que discussões foram feitas, sugestões e teses organizadas, estudos de diferentes modelos mundiais foram apresentados e quase nada 💱 se avançou.
Ainda foram abortados itens propostos nos textos iniciais, sendo que atualmente, o documento que vigora é o Plano Nacional 💱 do Desporto (PND), circunscrito na Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados.
Esta última versão do documento, não apresenta sequer um 💱 item mencionando as condições de trabalho do atleta de alto rendimento e pouco ou quase nada descreve sobre a atual 💱 condição de trabalhos dos demais profissionais do contexto esportivo.
Sendo assim, este GT pretende questionar a participação democrática participativa na formulação 💱 do PND, além de apontar a falta de cuidado e atenção com as condições dos trabalhadores profissionais que se relacionam 💱 com o contexto esportivo.
Vale recordar que o Brasil, somente na década de 90, realizou as primeiras discussões sobre a transição 💱 do esporte como atividade amadora para uma atividade profissional atendendo, principalmente, às demandas das instituições esportivas e mantendo o modelo 💱 de regras a partir de uma única modalidade: o futebol.
Ressaltamos também que as medidas provisórias que hoje são a estrutura 💱 de base da Lei Pelé, foram constituídas em esportes da sorte gremio maioria por interesses empresariais.
Os profissionais envolvidos com o contexto esportivo têm 💱 queixas sobre o pouco espaço dado a eles nas discussões dos documentos oficiais.
Com isso posto, o GT pretende acolher trabalhos 💱 que possam discutir a formação atlética dos praticantes das diferentes modalidades esportivas, entendendo que um indivíduo que assume uma ocupação 💱 desenvolve atitudes profissionais que têm diferentes dimensões: técnica, política, emocional e estética.
Estas dimensões existem dentro dos limites gerais colocados pela 💱 cultura da sociedade o que não significa impedimentos, mas sim, discussões a respeito da cultura esportiva preponderante e a necessidade 💱 de transformá-la.
Para o desenvolvimento de uma identidade profissional, pretende-se que sejam incorporadas definições pré-concebidas de quem é esse profissional, ao 💱 mesmo tempo em que, um processo de idealização e descoberta da realidade ocorra através do enfrentamento de desafios e limites 💱 à questão de quem o indivíduo está se tornando.
Vale aqui integrar as instituições esportivas nesse processo, tão importantes para as 💱 constituições da cultura vigente.
Além disso, agregar soluções e idéias para a elaboração dos contratos de trabalho e práticas profissionais do 💱 campo esportivo considerando as especificidades das modalidades esportivas praticadas.
Esse detalhamento é necessário para que sejam respeitadas as especificidades, o que 💱 não o corre atualmente com a Lei Pelé em vigor.
O GT incentiva as pesquisas que discutem e abordam as formas 💱 de proteção às crianças e adolescentes praticantes de modalidades esportivas que possam estar expostas a exploração do trabalho infantil, às 💱 situações de violência, à discriminação, entre outras, avaliando a necessidade de afastamento das práticas esportivas de base que são imprescindíveis 💱 para o desenvolvimento da carreira esportiva de alto rendimento.
O GT também pretende dar espaço para pesquisas que discutam a formação 💱 e a identidade profissional do Psicólogo do Esporte, profissional que se forma na especialidade após ter concluído seu curso de 💱 graduação, pois nem sempre teve contato com a matéria em esportes da sorte gremio grade curricular.
O mercado promove o aumento de cursos expansão 💱 cultural, com carga horária mínima, apresentando o tema aos alunos, mas não fornecendo os subsídios necessários para uma prática profissional 💱 de qualidade.
A formação do especialista em Psicologia do Esporte se dá oficialmente com a qualificação em cursos de especialização reconhecidos 💱 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e/ou pela aprovação na prova de Concurso para Título de Especialista em Psicologia 💱 do Esporte.