10 de abril de 2023 - 15h16
Dando continuidade sobre o papo de representatividade e igualdade feminina do último artigo.
Em 2019, 🍉 apenas 37,4% dos postos de comando existentes eram ocupados por mulheres.
Isso demonstra, segundo o IBGE, que as mulheres estão ainda 🍉 mais sub-representadas em cargos gerenciais mais bem remunerados e com mais responsabilidades – em 2019, receberam 77,7% do rendimento dos 🍉 homens.
Mas me conta aqui, quantas vezes você já esteve em uma reunião de trabalho com a totalidade de homens e 🍉 só você de mulher? Isso não é exclusividade de ninguém, porque os homens são maioria em cargos de liderança, na 🍉 política, nos esportes, e em quase todas as áreas.
Nas últimas semanas me peguei pensando muito nisso, porque a Copa do 🍉 Mundo Feminina se aproxima e vemos muitos homens falando de futebol feminino.
Não que eles não possam falar, mas com a 🍉 profundidade e as nuances que buscamos, só as mulheres conseguem alcançar com o lugar de fala que é só delas 🍉 mesmo.
Hoje, já temos muito mais mulheres no futebol, sejam elas narradoras, comentaristas, repórteres, empresárias, criadoras de conteúdo, torcedoras, técnicas, jogadoras, 🍉 juízas ou ocupem qualquer outra posição dentro do esporte.
É inegável que houve um aumento inacreditável, mas será que veremos mais 🍉 mulheres desempenhando papéis que seriam de homens nessa Copa do Mundo?
Esse ano, eu espero ver a maioria de mulheres exercendo 🍉 os papéis em todas as emissoras, exercendo o seu lugar de representatividade, trazendo as nuances, as dificuldades, as conquistas e 🍉 os gritos de gol.
Fizemos um estudo qualitativo recentemente nomeado "Futebol Feminino e os Efeitos da Representatividade no Esporte", que compilou 🍉 respostas de experiências do público da marca de conteúdo Passa a Bola, além de revisão de fatos históricos, cases e 🍉 outros levantamentos de dados atuais.
Nele, vemos como ainda nos dias de hoje há uma grande falta de incentivo, e até 🍉 olhar de reprovação quando unimos as palavras mulher e futebol no mesmo contexto.
As praticantes ainda não tem seu lugar de 🍉 destaque.
Segundo a revista EFDeportes, que entrevistou jogadoras, 41% delas sempre vivenciam uma experiência que possa ser definida como discriminação.
No Brasil, 🍉 apenas 9 das 16 principais equipes femininas têm vínculos profissionais com as suas atletas atualmente.
Essa falta de profissionalização do futebol 🍉 feminino fomenta o mercado com contratos curtos e baixos salários, o que dificulta a garantia dos direitos trabalhistas das profissionais 🍉 e o avanço da modalidade no país.
Historicamente, o machismo inibe a entrada de mulheres no futebol, e na maioria dos 🍉 esportes.
Um parênteses para uma curiosidade bárbara da história: no Brasil, chegamos a ter a proibição de mulheres sem aparência feminina 🍉 no futebol.
Isso ocorreu quando a jogadora Sissi, fenômeno anterior à Marta, raspou o cabelo em homenagem a uma pessoa que 🍉 morreu de câncer.
Por consequência de um passado e até do presente cheio dessas travas e reprovações, temos menos mulheres no 🍉 esporte.
A luta não para! Estamos diante da segunda Copa do Mundo Feminina televisionada da história.
Os próximos Jogos Olímpicos prometem ter 🍉 50% de representatividade de mulheres em toda a competição.
É papel também das empresas e das pessoas influentes apoiarem projetos que 🍉 dão suporte e incentivo para inserção de mais mulheres no universo esportivo.
Como é o caso do 'Meninas em Campo', um 🍉 projeto sem fins lucrativos, que ajuda 210 meninas de 9 a 17 anos a ter estrutura profissional e um ambiente 🍉 seguro para jogar futebol e se desenvolver por meio do esporte.
As competições da marca de conteúdo Desimpedidos de 2023: Supercopa 🍉 das Mina, Supercopa Desimpedidos e Superclássico, trarão espaço de divulgação durante os episódios para incentivar que pessoas e marcas realizem 🍉 doações e apoiem projetos sociais.
Ainda sobre a Supercopa das Mina, a competição será realizada com toda a equipe de apresentadoras, 🍉 comentaristas e repórteres femininas.
E haverá convocação de participantes do projeto Meninas em Campo para atuarem entre as 64 competidoras.
A passos 🍉 pequenos, porém firmes, vamos gerar visibilidade e incentivo para que tenhamos representatividade em todos os espaços, inclusive no mundo esportivo.
E 🍉 que mais mulheres possam ter espaço para se interessar, falar e participar da prática esportiva, com tamanha relevância e em 🍉 pé de igualdade com homens.