Nota: Para outros significados, veja Para outros significados, veja Samba (desambiguação)
Samba, também conhecido como samba urbano carioca ou simplesmente samba 🍇 carioca, é um gênero musical brasileiro que se originou entre as comunidades afro-brasileiras urbanas do Rio de Janeiro no início 🍇 do século XX.
Tendo suas raízes na expressão cultural da África Ocidental e nas tradições folclóricas brasileiras, especialmente aquelas ligadas ao 🍇 samba rural primitivo dos períodos colonial e imperial, é considerado um dos mais importantes fenômenos culturais do Brasil e um 🍇 dos símbolos do país.
Presente na língua portuguesa ao menos desde o século XIX, a palavra "samba" era originariamente empregada para 🍇 designar uma "dança popular" ou um "bailado popular".
Com o tempo, seu significado foi estendido a uma "dança de roda semelhante 🍇 ao batuque" e também a um "gênero de canção popular".
Esse processo de firmação como gênero musical iniciou-se na década de 🍇 1910 e teve na obra "Pelo Telefone", lançada pela Odeon em 1917, o seu grande marco inaugural.
Apesar de identificado por 🍇 seus criadores, pelo público e pela indústria fonográfica como "samba", esse era muito mais ligado do ponto de vista rítmico 🍇 e instrumental ao maxixe do que ao samba propriamente dito.
Somente no final da década de 1920 que o samba estruturou-se 🍇 como é conhecido modernamente.
Tendo nascido no bairro do Estácio e logo estendido a Oswaldo Cruz e outras partes da cidade 🍇 através de seus ramais ferroviários, esse samba trazia inovações no ritmo, na melodia e também em aspectos temáticos.
Sua mudança rítmica 🍇 baseada em um novo padrão instrumental percussivo resultou em um estilo mais batucado e sincopado – oposto ao samba amaxixado 🍇 inaugural – notadamente assinalado por um andamento mais acelerado, notas mais longas e uma cadência marcada muito além das simples 🍇 palmas usadas até então.
O paradigma estaciano também inovou na formatação do samba como canção, organizada em primeira e segunda partes 🍇 tanto na melodia quanto na letra.
Ao criarem um novo referencial musical reconfigurado, estruturado e delimitado, os sambistas do Estácio definiram 🍇 o samba como gênero de maneira moderna e acabada.
Nesse processo de estabelecimento como expressão musical urbana e moderna, o samba 🍇 carioca contou com o papel decisivo das escolas de samba, responsáveis por delimitar e legitimar definitivamente as bases estéticas do 🍇 ritmo, e do rádio, que contribuiu sobremaneira na difusão e popularização do gênero e de seus intérpretes de canção.
Destarte, o 🍇 samba alcançou grande projeção em todo o Brasil e se tornou um dos principais símbolos da identidade nacional brasileira.
[nota 1][nota 🍇 2] Outrora criminalizado e visto com preconceito por suas origens afro-brasileiras, o gênero de canção também conquistou respaldo entre integrantes 🍇 das classes mais favorecidas e da elite cultural do país.
Ao mesmo tempo que se firmou como gênese do samba carioca, 🍇 o paradigma do samba do Estácio abriu caminho para a estrela bet brazil fragmentação, ao longo do século XX, em novos subgêneros 🍇 e estilos de composição e interpretação.
Principalmente a partir da chamada "época de ouro" da música brasileira, o samba recebeu fartas 🍇 categorizações, algumas das quais denotando sólidas e bem aceitas vertentes derivadas – como a bossa nova, o pagode, o partido 🍇 alto, o samba de breque, o samba-canção, o samba de enredo e o samba de terreiro – enquanto outras nomenclaturas 🍇 foram um tanto mais imprecisas – como samba à moda agrião, samba do barulho, samba epistolar ou samba fonético – 🍇 e algumas ainda meramente depreciativas – como sambalada, sambolero ou sambão joia.
O samba urbano carioca tem ritmo basicamente 2/4 e 🍇 andamento variado com aproveitamento consciente das possibilidades dos refrãos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, em que foram 🍇 acrescidos uma ou mais partes de versos declamatórios.
Sua instrumentação tradicional é composta por instrumentos de percussão como o pandeiro, a 🍇 cuíca, o tamborim, o ganzá e o surdo e de acompanhamento – cuja inspiração é o choro – como o 🍇 violão e o cavaquinho.
Em 2007, o Iphan declarou o samba carioca e três de suas matrizes – o samba de 🍇 terreiro, o samba de partido-alto e o samba de enredo – como patrimônio cultural do Brasil.
Etimologia e definição [ editar 🍇 | editar código-fonte ]
"Batuque", pintura de 1835 do alemão Johann Moritz Rugendas.
Não existe consenso entre estudiosos sobre a etimologia do 🍇 termo "samba".
Uma corrente tradicionalista defende que o étimo seja oriundo das línguas bantas.
Segundo Nei Lopes e Luiz Antônio Simas, precisamente 🍇 dos verbos semba (em quimbundo, "rejeitar, separar" ou "agradar, encantar, galantear"), sàmba (em quicongo, um tipo de dança em que 🍇 "um dançarino bate contra o peito de outro") e samba (em côkwe, "brincar, cabriolar").
Já na América espanhola do passado, os 🍇 termos samba e semba designavam na região do rio da Prata o candombe, uma dança popular com atabaques, enquanto zamba, 🍇 na Bolívia, era uma antiga dança das festas de coroação dos reis negros.
Acredita-se que o primeiro uso da palavra "samba" 🍇 na imprensa brasileira tenha sido no Diário de Pernambuco em 1830.
O termo foi documentado na publicação em uma nota contrária 🍇 ao envio de soldados para o interior pernambucano como medida disciplinar, pois lá poderiam ficar ociosos e se entreter com 🍇 "pescarias de currais [armadilhas de apanhar peixe], e trepações de coqueiros, em cujos passatempos será recebida com agrado a viola, 🍇 e o samba".
Outra aparição antiga foi registrada no jornal humorístico recifense O Carapuceiro de 1838.
Já no Rio de Janeiro, a 🍇 palavra só passou a ser conhecida ao final do século XIX, quando era ligada aos festejos rurais, ao universo do 🍇 negro e ao "norte" do país, ou seja, o Nordeste brasileiro.
Por muitos anos da história colonial e imperial do Brasil, 🍇 os termos "batuque" ou "samba" foram empregados à qualquer manifestação de origem africana que reunisse danças (principalmente a umbigada), cantos 🍇 e usos de instrumentos dos negros.
Ao final do século XIX, "samba" estava presente na língua portuguesa, designando um "bailado popular" 🍇 ou diferentes tipos de danças populares (xiba, fandango, catereté, candomblé, baiano) que assumiam características próprias em cada parte do país, 🍇 não só pela diversidade das etnias da diáspora africana, como pela peculiaridade de cada região em que foram assentadas.
No século 🍇 XX, o termo foi ganhando novas acepções, como para uma "dança de roda semelhante ao batuque" e um "gênero de 🍇 canção popular".
O primeiro uso da palavra em contexto musical teria sido para "Em casa de baiana", de 1913, registrada como 🍇 "samba de partido-alto".
Depois, no ano seguinte, para as obras "A viola está magoada" e "Moleque vagabundo".
E, em 1916, para o 🍇 célebre "Pelo telefone", lançado como "samba carnavalesco" e tido como marco fundador do samba urbano carioca.
Hilário Jovino fundou o primeiro 🍇 rancho do carnaval carioca.
Durante a Missão de Pesquisas Folclóricas no Nordeste de 1938, o escritor Mário de Andrade notou que, 🍇 em meio rural, o termo "samba" associava-se ao evento onde a dança se realizava, à forma de se dançar o 🍇 samba e à música executada para a dança.
O samba urbano carioca foi influenciado por diversas tradições associadas ao universo de 🍇 comunidades rurais pelo Brasil.
A folclorista Oneida Alvarenga foi a primeira estudiosa a listar danças populares primitivas do tipo: o coco, 🍇 o tambor de crioula, o lundu, a chula ou o fandango, o baiano, o cateretê, o quimbere, o mbeque, o 🍇 caxambu e a xiba.
A essa lista, Jorge Sabino e Raul Lody acrescentaram: o samba de coco e a sambada (chamados 🍇 também de coco de roda), o samba de matuto, o samba de caboclo e o jongo.
Uma das formas de dança 🍇 mais importantes na constituição da coreografia do samba urbano carioca, o samba de roda praticado no Recôncavo baiano era tipicamente 🍇 dançado ao ar livre por dançante solista, enquanto outros participantes da roda se encarregavam do canto – alternados em partes 🍇 solo e coro – e da execução dos instrumentos da dança.
Os três passos básicos do samba de roda baiano eram 🍇 o corta-a-jaca, o separa-o-visgo e o apanha-o-bago, além também do miudinho dançado exclusivamente por mulheres.
Em suas pesquisas sobre o samba 🍇 baiano, Roberto Mendes e Waldomiro Junior examinaram que alguns elementos de outras culturas, como o pandeiro árabe e a viola 🍇 portuguesa, foram aos poucos incorporados ao canto e ao ritmo dos batuques africanos, cujas variantes mais conhecidas eram o samba 🍇 corrido e o samba chulado.
No estado de São Paulo, desenvolveu-se outra modalidade primitiva de samba rural conhecida, praticada basicamente em 🍇 cidades ao longo do rio Tietê – a partir da capital paulista, até o seu curso médio – e tradicionalmente 🍇 dividida entre samba de bumbo – com apenas instrumentos de percussão, tendo como regente o bumbo – e o batuque 🍇 de umbigada – com o tambu, o quinjengue e o guaiá.
Constituído essencialmente por duas partes (coro e solo) geralmente feitas 🍇 de improviso, o partido-alto era – e ainda é – a variante cantada mais tradicional do samba rural fluminense.
Originário da 🍇 região metropolitana do Rio de Janeiro, é a junção, de acordo com Lopes e Simas, do samba de roda baiano 🍇 com a cantoria do calango, assim como uma espécie de transição entre o samba rural e o que seria desenvolvido 🍇 no ambiente urbano carioca a partir do século XX.
Raízes do carnaval carioca [ editar | editar código-fonte ]
Durante o Brasil 🍇 colonial, as festas públicas católicas costumavam atrair todos os segmentos sociais, inclusive negros e escravos, que aproveitavam as celebrações para 🍇 fazer suas próprias manifestações, como os folguedos de coroação dos reis congos e os cucumbis (folguedo banto) no Rio de 🍇 Janeiro.
Aos poucos, essas celebrações exclusivas do povo negro foram sendo desvinculadas das cerimônias do catolicismo e mudadas para o período 🍇 do carnaval.
A partir dos cucumbis, surgiram os cordões cariocas, que apresentavam elementos de brasilidade – como negros fantasiados de indígenas.
No 🍇 final do século XIX, por iniciativa do pernambucano Hilário Jovino, nasceram os ranchos de reis (posteriormente conhecidos como ranchos carnavalescos).
Um 🍇 dos ranchos mais importantes do carnaval carioca foi o Ameno Resedá.
Criado em 1907, o autointitulado "rancho-escola" tornou-se um modelo para 🍇 apresentações carnavalescas em cortejo e para as futuras escolas de samba nascidas nos morros e subúrbios do Rio.
O samba urbano 🍇 carioca [ editar | editar código-fonte ]
O nascimento em terreiro baiano [ editar | editar código-fonte ]
"Pelo Telefone" é considerado 🍇 o marco do samba como gênero musical.
Disponível no Acervo de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional.
Composição de Heitor dos 🍇 Prazeres .
Gravação de 1930 por Benedito Lacerda com acompanhamento do Gente do Morro.
Composto por Pixinguinha e Cícero de Almeida.
Interpretação de 🍇 Patrício Teixeira e Trio T.B.T.gravada em 1932.
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Donga registrou "Pelo telefone", tido como o 🍇 marco fundador do samba.
Epicentro político e sociocultural do Brasil, de base escravista, o Rio de Janeiro sofreu forte influência da 🍇 cultura africana.
Em meados do século XIX, mais da metade da população da cidade – então capital do Império brasileiro – 🍇 era formada por negros escravos.
No início da década de 1890, o Rio contava com mais de meio milhão de habitantes, 🍇 dos quais apenas a metade era natural da cidade, enquanto a outra parte era oriunda das antigas províncias imperiais brasileiras, 🍇 principalmente da Bahia.
Em busca de melhores condições de vida, esse afluxo de negros baianos para terras cariocas aumentou consideravelmente após 🍇 a abolição da escravidão no Brasil.
Chamada por Heitor dos Prazeres de "Pequena África", essa comunidade da diáspora baiana na capital 🍇 do país instalou-se nas imediações da zona portuária carioca e, após as reformas urbanas do prefeito Pereira Passos, nos bairros 🍇 da Saúde e Cidade Nova.
Por ação dos negros baianos radicados no Rio, foram introduzidos novos hábitos, costumes e valores de 🍇 matrizes afro-baianas que influenciaram a cultura carioca, especialmente em eventos populares como a tradicional Festa da Penha e o Carnaval.
Mulheres 🍇 negras egressas de Salvador e do Recôncavo baiano, as tias baianas fundaram os primeiros terreiros de candomblé, introduziram o jogo 🍇 de búzios e difundiram os mistérios das religiões de matrizes africanas da tradição jeje-nagô na cidade.
Além do candomblé, as residências 🍇 ou os terreiros das tias baianas sediavam diversas atividades comunitárias, como a culinária e os pagodes, onde se desenvolveria o 🍇 samba urbano carioca.
Dentre as tias baianas mais conhecidas do Rio, estavam as tias Sadata, Bibiana, Fê, Rosa Olé, Amélia do 🍇 Aragão, Veridiana, Mônica, Perciliana de Santo Amaro e Ciata.
Local de encontros em torno da religião, da culinária, da dança e 🍇 da música, a casa de Tia Ciata era frequentada tanto por sambistas e pais de santo quanto por intelectuais e 🍇 políticos influentes da sociedade carioca.
[nota 3] Entre alguns de seus frequentadores, estavam Sinhô, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, 🍇 Donga e Caninha, bem como alguns jornalistas e intelectuais, como João do Rio, Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Francisco 🍇 Guimarães (conhecido popularmente como Vagalume).
Foi nesse ambiente que Vagalume, então cronista do Jornal do Brasil, presenciou em outubro de 1916 🍇 o nascimento de "O Macaco É Outro".
De acordo com o jornalista, o samba ganhou de imediato a adesão dos populares 🍇 que saíram entoando a música em animado bloco.
Donga documentou a obra em partitura e, em 27 de novembro daquele ano, 🍇 declarou a autoria na Biblioteca Nacional, onde foi registrada como "samba carnavalesco" de nome "Pelo telefone".
Pouco depois, a partitura foi 🍇 utilizada em três gravações na Casa Edison.
Uma delas interpretada pelo cantor Baiano e contando com acompanhamento de violão, cavaquinho e 🍇 clarineta.
Lançada em formato 78 rpm pela Odeon em 19 de janeiro de 1917, o samba "Pelo telefone" tornou-se o grande 🍇 sucesso no carnaval carioca daquele ano.
Foram também lançadas duas versões instrumentais – gravadas pela Banda Odeon e pela Banda do 🍇 1º Batalhão da Polícia da Bahia – respectivamente em 1917 e 1918.
O êxito de "Pelo telefone" marcou o início oficial 🍇 do samba como gênero de canção.
Essa primazia tem sido, contudo, questionada por alguns estudiosos, sob o argumento de que a 🍇 obra teria sido apenas o primeiro samba sob essa categorização a fazer sucesso.
Antes, foram gravados "Em casa da baiana", de 🍇 Alfredo Carlos Bricio, declarado à Biblioteca Nacional como "samba de partido-alto" em 1913, "A viola está magoada", de Catulo da 🍇 Paixão Cearense, lançado como "samba" por Baiano e Júlia no ano seguinte, e "Moleque vagabundo", "samba" de Lourival de Carvalho, 🍇 também em 1914.
Outro debate relacionado à "Pelo telefone" diz respeito à autoria exclusiva de Donga, que foi logo contestada por 🍇 alguns de seus contemporâneos que o acusaram de ter se apropriado de uma criação coletiva, anônima, registrando-a como apenas dele.
A 🍇 parte central da canção teria sido concebida nos tradicionais improvisos em encontros na casa da Tia Ciata.
Sinhô reclamou a autoria 🍇 do refrão "ai, se a rolinha, sinhô, sinhô" e criou outra letra em resposta a Donga.
No entanto, o próprio Sinhô, 🍇 que se consolidaria na década de 1920 como primeiro grande nome do samba, foi acusado de se apropriar de canções 🍇 ou versos alheios – ao que ele se justificava com a célebre máxima de que samba era "como passarinho" no 🍇 ar, é "de quem pegar primeiro".
Essa defesa insere-se em uma época a qual figura do compositor popular não era a 🍇 do indivíduo que compunha ou organizava sons, mas aquele que registrava e divulgava as canções.
Na era das gravações mecânicas, as 🍇 composições musicais – sob pretexto de garantir que não houvesse plágio – não pertenciam aos compositores, mas aos editores[nota 4] 🍇 e, posteriormente, às gravadoras, uma realidade modificada apenas com o advento das gravações elétricas, quando o direito à propriedade intelectual 🍇 da obra passou a ser individual e inalienável ao compositor.
Em todo o caso, foi a partir de "Pelo Telefone" que 🍇 o samba ganhou notoriedade como produto no mercado musical brasileiro.
Gradualmente, o nascente samba urbano foi obtendo popularidade no Rio de 🍇 Janeiro, especialmente na Festa da Penha e no Carnaval.
Celebrada no mês de outubro, a Festa da Penha tornou-se o grande 🍇 evento para os compositores da Cidade Nova que queriam divulgar suas composições na expectativa de que fossem lançadas no carnaval 🍇 seguinte.
Outro divulgador nesse período foi o teatro de revista, local que consagrou Aracy Cortes como uma das primeiras cantoras de 🍇 sucesso do novo gênero de canção popular.
A solidificação do sistema de gravação elétrico possibilitou que a indústria fonográfica lançasse novos 🍇 sambas por cantores com vozes menos potente,[nota 5] como Carmen Miranda e Mário Reis, intérpretes que se tornaram referências ao 🍇 criar um novo jeito de interpretar o samba mais natural e espontâneo, sem tantos ornamentos, em oposição à tradição do 🍇 belcanto operístico.
Essas gravações seguiam um padrão estético marcado por semelhanças estruturais ao lundu e, principalmente, ao maxixe.
Por conta disso, esse 🍇 tipo de samba é considerado por estudiosos como "samba-maxixe" ou "samba amaxixado".
Ainda que o samba praticado nas festividades das comunidades 🍇 baianas no Rio fosse uma estilização urbana do ancestral "samba de roda" da Bahia, caracterizada por um samba de partido 🍇 alto com estribilhos cantados ao ritmo marcado das palmas e dos pratos raspados com facas, esse samba era também influenciado 🍇 pelo maxixe.
Foi na década seguinte que nasceria, a partir dos morros cariocas, um novo modelo de samba bastante distinto desse 🍇 estilo amaxixado associado às comunidades da Cidade Nova.
Samba do Estácio, a gênese do samba urbano [ editar | editar código-fonte 🍇 ]
Gravação de 1929 por Almirante (samba composto por Homero Dornelas).
Sucesso no carnaval de 1930.
Gravação de 1931 por Francisco Alves e 🍇 Mário Reis (samba composto por Ismael Silva, Nilson Bastos e Francisco Alves).
Gravação de 1933 por Mario Reis (samba composto por 🍇 Bide e Marçal).
Samba campeão do carnaval de 1934.
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O sambista Ismael Silva, um dos 🍇 grandes compositores do samba do Estácio que nascia nos anos 1920.
Entre o final do século XIX e o início do 🍇 século XX, no contexto da Primeira República, as camadas pobres do Rio de Janeiro enfrentavam sérias questões econômicas relacionadas a 🍇 estrela bet brazil sobrevivência na capital federal, tais como a imposição de novos tributos decorrentes dos fornecimento de serviços públicos (como iluminação 🍇 elétrica, água e esgoto, calçamentos modernos), uma nova legislação que impunha normas e restrições arquitetônicas para construções urbanas, e a 🍇 proibição do exercício de determinadas profissões ou práticas econômicas ligadas à subsistência principalmente dos mais pobres.
A situação dessa população agravou-se 🍇 ainda mais com as reformas urbanas no centro carioca, cujo alargamento ou abertura de vias demandou a destruição de diversos 🍇 cortiços e moradias populares na região.
Por conseguinte, esses moradores desabrigados foram ocupando provisoriamente encostas nas proximidades dessas antigas construções demolidas, 🍇 como o Morro da Providência (principalmente ocupado por ex-moradores do cortiço Cabeça de Porco e ex-soldados da Guerra de Canudos) 🍇 e o Morro de Santo Antonio (especialmente pelos ex-combatentes da Revolta da Armada).
Em pouco tempo, esse tipo de habitação provisória 🍇 fixou-se de modo permanente na paisagem urbana do Rio, originando as primeiras favelas da cidade.
A partir do aumento das populações 🍇 expulsas dos cortiços e da chegada de novos migrantes pobres à capital da República, as favelas cresceram aceleradamente e se 🍇 alastraram por morros e zonas suburbanas cariocas.
Foi nesse cenário que nasceria durante a segunda metade da década de 1920 um 🍇 novo tipo de samba, chamado de "samba do Estácio", que se constituiria na gênese do samba urbano carioca ao criar 🍇 um novo padrão tão revolucionário que suas inovações perduram até os dias atuais.
Localizado próximo à Praça Onze e abrigando o 🍇 Morro do São Carlos, o bairro do Estácio era um centro de convergência do transporte público, principalmente de bondes que 🍇 serviam à zona norte.
Sua proximidade aos nascentes morros bem como estrela bet brazil primazia na formação desse novo samba acabaram por vincular 🍇 estrela bet brazil produção musical, a partir das linhas de trem urbanas, às favelas e aos subúrbios cariocas, como o Morro da 🍇 Mangueira e o bairro suburbano de Osvaldo Cruz.
O samba do Estácio distinguia-se do samba da Cidade Nova tanto em aspectos 🍇 temáticos, como também à melodia e ao ritmo.
Feito para os desfiles dos blocos carnavalescos do bairro, o samba estaciano inovava 🍇 com um andamento mais rápido, notas mais longas e uma cadência para além das palmas tradicionais.
Outra mudança estrutural decorrente desse 🍇 samba foi a valorização da "segunda parte" das composições: em lugar de usar a típica improvisação das rodas de samba 🍇 de partido-alto ou dos desfiles carnavalescos, houve a consolidação de sequências preestabelecidas, que teriam um tema – por exemplo, problemas 🍇 cotidianos – e a possibilidade de se encaixar tudo dentro dos padrões de gravações fonográficos de 78 rpm da época 🍇 – algo em torno de três minutos nos discos de 10 polegadas.
Em comparação às obras da primeira geração de Donga, 🍇 Sinhô e companhia, os sambas produzidos pela turma do Estácio também se destacavam por uma maior contrametricidade, que pode ser 🍇 evidenciada em um depoimento de Ismael Silva acerca das inovações introduzidas por ele e seus companheiros no novo samba urbano 🍇 carioca:
" É que quando comecei, o samba da época não dava para os grupos carnavalescos andarem na rua conforme a 🍇 gente vê hoje em dia.
O estilo não dava para andar.
Eu comecei a notar que havia essa coisa.
O samba era assim: 🍇 tan tantan tan tantan.Não dava.
Como é que um bloco ia sair na rua assim? Aí, a gente começou a fazer 🍇 um samba assim: bum bum paticumbum pugurumdum." - Ismael Silva.
A onomatopeia intuitiva construída por Ismael Silva tentava explicar a mudança 🍇 rítmica operada pelos sambistas do Estácio com o bum bum paticumbum pugurumdum do surdo na marcação da cadência do samba, 🍇 fazendo desse um ritmo mais sincopado.
Tratava-se, portanto, de uma ruptura com o samba tan tantan tan tantan irradiado das tias 🍇 baianas.
Assim, ao final da década de 1920, o moderno samba carioca possuía dois modelos distintos: o samba urbano primitivo da 🍇 Cidade Nova e o novo samba sincopado da turma do Estácio.
Contudo, enquanto a comunidade baiana gozava de certa legitimidade social, 🍇 incluindo a proteção de personalidades importantes da sociedade carioca que apoiavam e frequentavam as rodas musicais da Pequena África, os 🍇 novos sambistas estacianos sofriam discriminação sociocultural, inclusive mediante repressão policial.
Bairro popular e com grande contingente de negros e mulatos, o 🍇 Estácio era um dos grandes redutos de sambistas pobres situados entre a marginalidade e a integração social, que acabaram estigmatizados 🍇 pelas classes altas cariocas como malandros "perigosos".
Por conta dessa pecha, o samba estaciano sofreu grande preconceito social em estrela bet brazil origem.
Para 🍇 evitar perseguição policial e conquistar legitimidade social, os sambistas do Estácio decidiram vincular suas batucadas ao samba do carnaval e 🍇 se organizaram naquilo que batizaram como escolas de samba.
" Acabando o carnaval, o samba continuava porque fazíamos samba o ano 🍇 inteiro.
No Café Apolo, no café do Compadre, em frente, nas peixadas que fazíamos nas casas de amigos, nas feijoadas de 🍇 fundo de quintal ou nas madrugadas, nas esquinas e nos bares.
Aí a polícia vinha e incomodava.
Mas não incomodava o pessoal 🍇 do Amor (rancho carnavalesco), que tinha sede e tirava licença.
E a gente com uma inveja danada.
Em 1927, outubro mais ou 🍇 menos, resolvemos organizar um bloco, mesmo sem licença, que pudesse pela organização nos permitir sair no carnaval e fazer samba 🍇 o ano todo.
A organização e o respeito, sem brigas ou arruaças, eram importantes.
Chamava-se "Deixa Falar" como despique às comadres da 🍇 classe média do bairro, que viviam chamando a gente de vagabundo.
Malandros nós éramos, no bom sentido, mas vagabundos não." - 🍇 Bide.
De acordo com Ismael Silva – também fundador da Deixa Falar e o criador da expressão "escola de samba" –, 🍇 o termo era inspirado na Escola Normal que outrora havia no Estácio, e portanto as escolas de samba formariam "professores 🍇 do samba".
Embora a primazia de primeira escola de samba do país seja contestada pelos núcleos formadores de Portela e Mangueira, 🍇 a Deixa Falar foi pioneira na difusão do termo em estrela bet brazil busca por estabelecer uma organização diferente dos blocos carnavalescos 🍇 daquele tempo e também a primeira agremiação carnavalesca a utilizar o conjunto futuramente conhecido como bateria, unidade composta por instrumentos 🍇 de percussão como surdos, tamborins e cuícas, que – ao se juntarem aos já utilizados pandeiros e chocalhos – deram 🍇 uma característica mais "marchada" ao samba dos desfiles.
Em 1929, o sambista e babalaô Zé Espinguela organizou o primeiro concurso entre 🍇 as primeiras escolas de samba cariocas: a Deixa Falar, a Mangueira e a Oswaldo Cruz (futura Portela).
A disputa não envolveu 🍇 cortejo, mas sim uma competição para escolher o melhor samba entre esses conjuntos carnavalescos – cujo vencedor o samba "A 🍇 Tristeza Me Persegue", de Heitor dos Prazeres, um dos representantes da Oswaldo Cruz.
A Deixa Falar foi desclassificada pelo uso de 🍇 uma flauta e de uma gravata de Benedito Lacerda, então representante do conjunto do Estácio.
Esse veto a instrumentos de sopro 🍇 tornou-se regra dali adiante – inclusive para o primeiro desfile entre elas, organizado em 1932 pelo jornalista Mario Filho e 🍇 patrocinado pelo diário Mundo Sportivo –, pois diferenciava as escolas dos ranchos carnavalescos com a valorização das batucadas, que marcariam 🍇 definitivamente as bases estéticas do samba a partir de então.
O samba batucado e sincopado do Estácio representou um rompimento estético 🍇 com o samba amaxixado da Cidade Nova.
Por estrela bet brazil vez, a primeira geração do samba não aceitava as inovações criadas pelo 🍇 sambistas do morro, visto como uma deturpação do gênero ou mesmo designado como "marcha".
[nota 6] Para músicos como Donga e 🍇 Sinhô, samba era sinônimo de maxixe – espécie de último estágio abrasileirado da polca europeia.
Já para os sambistas dos morros 🍇 cariocas, samba era o último estágio abrasileirado do batuque angolano que propunham ensinar à sociedade brasileira mediante as escolas de 🍇 samba.
Esse conflito de gerações, no entanto, não perdurou por muito tempo, e o samba do Estácio firmou-se como o ritmo 🍇 por excelência do samba urbano carioca no decorrer da década de 1930.
Entre 1931 e 1940 o samba foi o gênero 🍇 de canção popular mais gravado no Brasil, com quase 1/3 do repertório total – 2.
176 sambas em um universo de 🍇 6 706 composições.
Sambas e marchas compuseram juntos os percentuais pouco mais da metade do repertório gravado nesse período.
Graças a nova 🍇 tecnologia de gravação elétrica, foi possível captar os instrumentos percussivos presentes nas escolas de samba.
O samba "Na Pavuna" (de Almirante), 🍇 interpretado pelo Bando de Tangarás, foi o primeiro gravado em estúdio com a percussão que caracterizaria o gênero a partir 🍇 dali: tamborim, surdo, pandeiro, ganzá, cuíca, entre outros.
Embora contado com a presença desses instrumentos percussivos, as gravações de samba em 🍇 estúdio eram marcadas pela predominância de arranjos musicais de tom orquestrado com instrumentos de metais e corda.
Esse padrão orquestral foi 🍇 imprimido sobretudo por arranjadores europeus, entre os quais Simon Bountman, Romeu Ghipsmanm, Isaac Kolman e Arnold Gluckman, maestros cuja formação 🍇 erudita acabou por conferir uma sonoridade sinfônica europeia no ritmo contramétrico e de batuques do samba estaciano.
Outra razão do sucesso 🍇 do samba estaciano no mercado fonográfico foi a introdução da "segunda parte", que estimulou o estabelecimento entre parcerias entre os 🍇 compositores.
Por exemplo, um compositor criava o refrão de um samba e outro compositor concebia a segunda parte, como ocorreu na 🍇 parceira entre Ismael Silva e Noel Rosa em "Para Me Livrar do Mal", resultado da primeira parte do sambista estaciano 🍇 e da segunda parte do sambista da Vila Isabel.
Com a crescente demanda por novos sambas pelos intérpretes, também se tornou 🍇 comum a prática de compra e venda de composições.
Essa transação normalmente se dava por duas maneiras distintas: o autor negociava 🍇 a venda apenas da gravação do samba – isto é, o sambista mantinha-se como autor da composição, mas não receberia 🍇 nenhuma parte dos ganhos obtidos com as vendas dos discos, que ficavam divididos entre o comprador e a gravadora – 🍇 [nota 7] ou da composição inteira – ou seja, o sambista perdia integralmente os direitos sobre o seu samba, inclusive 🍇 de autoria.
Em alguns casos, o sambista vendia a parceria ao comprador e também recebia uma parte dos lucros com as 🍇 vendagens dos discos.
Vender um samba significava ao sambista uma chance de ver estrela bet brazil produção divulgada – especialmente quando ele ainda 🍇 não gozava do mesmo prestígio adquirido pelos sambistas da primeira geração – e também um modo de suprir suas próprias 🍇 dificuldades financeiras.
[nota 8] Para o comprador, era a possibilidade de renovar seu repertório, gravar mais discos e faturar sobre as 🍇 vendagens, e consolidar ainda mais estrela bet brazil carreira artística.
Artistas com bom trânsito com as gravadoras, os populares intérpretes Francisco Alves e 🍇 Mário Reis foram adeptos dessa prática, tendo adquirindo sambas de compositores como Cartola e Ismael Silva.
Era do rádio e popularização 🍇 do samba [ editar | editar código-fonte ]
Composto por Assis Valente.
Gravação de 1939 por Carmem Miranda.
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O sambista Noel Rosa foi o primeiro grande nome do samba a aproximar o gênero da classe média.
Carmen 🍇 Miranda foi a primeira intérprete do samba a divulgar o gênero em âmbito internacional.
A década de 1930 marcou a ascensão 🍇 do samba do Estácio como gênero musical urbano em detrimento do samba de estilo maxixe.
Se as escolas de samba foram 🍇 cruciais para delimitar, divulgar e legitimar o novo samba estaciano como a autêntica expressão do samba urbano carioca, o rádio 🍇 cumpriu também um papel decisivo em popularizá-lo em âmbito nacional.
Embora a radiodifusão no Brasil tenha sido inaugurada oficialmente em 1922, 🍇 o rádio era um veículo ainda incipiente e de natureza técnica, experimental e restrita Na década de 1920, o Rio 🍇 de Janeiro abrigava apenas duas estações de pequeno alcance cuja programação limitava-se basicamente a difundir conteúdo educativo ou música erudita.
Esse 🍇 panorama mudou radicalmente na década de 1930, com a ascensão política de Getúlio Vargas, que identificou o meio de comunicação 🍇 como uma ferramenta de interesse público para fins econômicos, educacionais, culturais ou políticos, bem como para a integração nacional do 🍇 país.
Um decreto varguista de 1932 regulamentando a publicidade no rádio foi crucial para a transformação comercial, profissional e popular da 🍇 radiodifusão brasileira.
Com a autorização de que anúncios pudessem ocupar 20% (e depois 25%) da programação, o rádio tornou-se mais atrativo 🍇 e seguro para os anunciantes e – somada ao aumento nas vendas de aparelhos receptores no período – transformou o 🍇 veículo de estrela bet brazil função outrora educativa para uma potência do entretenimento.
Com o aporte de recursos financeiros oriundos da propaganda, as 🍇 emissoras passaram a investir na programação musical, transformando o rádio no grande divulgador da música popular do país – seja 🍇 ela gravada em disco ou apresentada ao vivo diretamente dos auditórios e estúdios das emissoras.
Tendo o samba como grande atrativo, 🍇 o rádio cedeu espaço para o gênero com os "sambas de carnaval", divulgados para os festejos carnavalescos, e os "sambas 🍇 de meio de ano", lançados ao longo do ano.
Essa expansão do rádio como meio de entretenimento de massa possibilitou a 🍇 formação de um campo profissional tanto para técnicos profissionais vinculados a atividades sonoras, quanto para intérpretes, arranjadores e compositores.
Dessa cenário, 🍇 destacaram-se os radialistas Ademar Casé (no Rio) e César Ladeira (em São Paulo),[nota 9] como pioneiros no estabelecimento de contratos 🍇 de exclusividade com cantores para apresentação nos programas ao vivo.
Isto é, em vez de receber apenas um cachê por apresentação, 🍇 foi fixada a remuneração mensal, modelo que desencadeou uma disputa acirrada entre as estações de rádio, inclusive de diferentes estados, 🍇 para formar seus casts profissionais e exclusivos com as estrelas populares da música popular e orquestras filarmônicas.
Grandes intérpretes do samba, 🍇 como Carmen Miranda, passaram a assinar contratos vantajosos para atuarem de maneira exclusiva com determinada emissora de rádio.
A instituição de 🍇 grandes programas de auditório criou a necessidade de se montar grandes orquestras de rádio, dirigidas por maestros arranjadores, que davam 🍇 uma roupagem mais sofisticada à musical popular brasileira.
Uma das mais notórias formações orquestrais do rádio foi a Orquestra Brasileira – 🍇 sob comando do maestro Radamés Gnatalli e com um time de músicos como os sambistas João da Baiana, Bide e 🍇 Heitor dos Prazeres na percussão –, que combinou padrões da canção internacional da época com instrumentos populares na música brasileira, 🍇 como o cavaquinho e o violão.
A Orquestra Brasileira notabilizou-se com o sucesso do programa Um milhão de melodias, da Rádio 🍇 Nacional carioca, um dos mais populares da história do rádio brasileiro.
Nesta fase de ouro da radiodifusão do Brasil despontou uma 🍇 nova geração de compositores oriundos da classe média, como Almirante, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Braguinha, Lamartine Babo e Noel Rosa, 🍇 que construíram carreiras bem sucedidas nesse meio de comunicação.
Crescido no bairro de classe média Vila Isabel, Noel Rosa foi fundamental 🍇 para a desestigmatização do samba do Estácio.
Embora tenha iniciado estrela bet brazil trajetória musical compondo emboladas nordestinas e estilos rurais afins, o 🍇 compositor mudou seu estilo ao ter contato como o samba feito e cantado pelos bambas do Estácio e por outros 🍇 sambistas nos morros cariocas.
Desse encontro, resultaram amizades e parcerias entre Noel e nomes como Ismael Silva, Cartola, Canuto e Antenor 🍇 Gargalhada.
No campo da interpretação do samba, além de Noel, eclodiu uma nova safra de intérpretes, como Jonjoca, Castro Barbosa, Luís 🍇 Barbosa, Cyro Monteiro, Dilermando Pinheiro, Aracy de Almeida, Marília Batista.
Outro destaque foi a cantora Carmen Miranda, a grande estrela da 🍇 música popular brasileira no período e a primeira artista a divulgar o samba em âmbito internacional.
Consagrada no Brasil, Carmen deu 🍇 continuidade a estrela bet brazil bem sucedida carreira artística nos Estados Unidos, onde atuou em musicais em Nova Iorque e, mais adiante, 🍇 no cinema de Hollywood.
Sua popularidade foi tamanha que a cantora chegou a se apresentar na Casa Branca para o presidente 🍇 Franklin D.Roosevelt.
A consolidação do samba como carro-chefe da programação musical do rádio carioca foi marcada pela associação do gênero musical 🍇 com a imagem dos artistas brancos, que mesmo quando proletarizados, eram mais palatáveis ao gosto médio do público, enquanto que 🍇 o sambista negro pobre permaneceu normalmente à margem desse processo como mero fornecedor das composições para os grandes intérpretes brancos 🍇 ou ainda como instrumentistas acompanhantes desses.
Essa forte presença de intérpretes e compositores brancos foi também decisiva para a aceitação e 🍇 a valorização do samba pelas elites econômicas e culturais do país.
A partir disso, a classe média passou a reconhecer o 🍇 valor do ritmo inventado pelos negros brasileiros.
O Teatro Municipal da capital federal passou a ser palco de elegantes bailes de 🍇 carnaval frequentados pela elite carioca.
Tendo contato com o gênero popular a partir de rodas de samba e choro, o renomado 🍇 maestro Heitor Villa-Lobos promoveu um encontro musical entre o maestro estadunidense Leopold Stokowski com os sambistas Cartola, Zé da Zilda, 🍇 Zé Espinguela, Pixinguinha, Donga, João da Baiana e outros, no navio Uruguai, ancorado no píer Mauá em 1940.
O resultado das 🍇 gravações foi editado nos Estados Unidos em vários discos de 78 rpm.
Outro espaço elitizado da sociedade brasileira eram os cassinos, 🍇 que tiveram seu auge no Brasil durante os anos 1930 e 1940.
Além de trabalhar com jogos de azar, essas elegantes 🍇 casas de diversões ofereciam serviços de restaurante e bar e eram palco de espetáculos – entre os quais o samba 🍇 também figurava com destaque.
Dessa forma, os cassinos firmavam contratos de exclusividade com grandes artistas, como foi o caso de Carmen 🍇 Miranda como grande estrela do Cassino da Urca.
Em acontecimento incomum ao universo dos sambistas do morro, o compositor Cartola e 🍇 o Conjunto da Mangueira (com Geraldo Pereira e Aluísio Dias nos violões, Dona Neuma no coro, entre outros) apresentaram-se em 🍇 temporada de um mês no luxuoso Cassino Atlântico, de Copacabana, em 1940.
A consolidação do samba entre as elites brasileiras também 🍇 foi influenciada pela valorização da ideologia da mestiçagem em voga com a construção do nacionalismo da época.
De uma imagem de 🍇 símbolo do atraso nacional, o mestiço transformou-se em representante das singularidades brasileiras, e o samba, com estrela bet brazil origem mestiça, acabou 🍇 vinculado à construção da identidade nacional.
Tendo atuado decisivamente para o crescimento do rádio no Brasil, o governo Vargas percebeu o 🍇 samba como um elemento vital para a construção dessa ideia de mestiçagem.
Especialmente sob o Estado Novo, cuja política cultural ideológica 🍇 de reconceituar o popular e enaltecer tudo que fosse considerado expressão autêntica nacional, o samba foi alçado a posição de 🍇 grande símbolo nacional do país e o ritmo oficial da pátria.
[nota 10] No entanto, uma das preocupações do regime varguista 🍇 era interferir na produção musical a fim de promover o samba como meio de socialização "pedagógica", isto é, banindo composições 🍇 que afrontassem a ética do regime.
Nessa busca de "civilizar" o samba, entrou em ação órgãos políticos como o Departamento de 🍇 Imprensa e Propaganda (DIP) para encomendar sambas que exaltassem o trabalho e censurar letras que abordassem a boêmia e a 🍇 malandragem, dois dos temas mais comuns à tradição do samba urbano carioca.
Também foram instituídos concursos musicais através dos quais a 🍇 opinião pública elegia os seus compositores e intérpretes favoritos.
Sob Vargas, o samba teve um peso expressivo na construção de uma 🍇 imagem do Brasil no exterior e foi um importante meio de divulgação cultural e turística do país.
Em busca de reforçar 🍇 uma imagem positiva nacional, tornou-se frequente a presença de renomados intérpretes do gênero em comitivas presidenciais a países latino-americanos.
No final 🍇 de 1937, os sambistas Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres participaram de uma caravana de artistas brasileiros a Montevidéu 🍇 que se apresentou na Gran Exposición Feria Internacional del Uruguay.
O governo brasileiro também financiou um programa informativo e de música 🍇 popular chamado "Uma Hora do Brasil", produzido e irradiado pela Rádio El Mundo, de Buenos Aires, que teve ao menos 🍇 uma irradiação para a Alemanha nazista.
Quando o regime de Vargas aproximou-se dos Estados Unidos, o DIP fez um acordo para 🍇 a transmissão de programas de rádio brasileiro em centenas de emissoras da rede CBS.
Sob esse contexto, o samba "Aquarela do 🍇 Brasil" (de Ary Barroso) foi lançado no mercado dos Estados Unidos, tornando-se o primeiro sucesso musical brasileiro no exterior e 🍇 uma das obras mais populares do cancioneiro popular nacional.
Em meio a política da boa vizinhança, Walt Disney visitou a Portela 🍇 em estrela bet brazil passagem pelo Brasil em 1941, de onde se aventou a hipótese de que Zé Carioca, personagem criado pelo 🍇 cartunista para exprimir o jeito brasileiro, teria sido inspirado pela figura do sambista Paulo da Portela.
A ascensão do samba como 🍇 gênero musical popular no Brasil também contou com a estrela bet brazil divulgação no cinema brasileiro, especialmente nas comédias musicais, sendo parte 🍇 integrante de trilha sonora, da trama ou mesmo tema principal da obra cinematográfica.
A boa aceitação do público com o curta-metragem 🍇 "A Voz do Carnaval" (de Adhemar Gonzaga) abriu caminho para diversas outras obras cinematográficas relacionadas ao ritmo, muitas das quais 🍇 contavam com forte presença de intérpretes ídolos do rádio no elenco, como "Alô, Alô, Brasil!", que teve as irmãs Carmen 🍇 e Aurora Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Dircinha Batista, o Bando da Lua, Almirante, Lamartine Babo, entre outros.
O advento dos 🍇 populares filmes de chanchada tornou o cinema brasileiro um dos maiores divulgadores de músicas carnavalescas.
Em um dos raros momentos em 🍇 que sambistas do morro protagonizaram programas de rádio, Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres e Cartola comandaram o programa "A 🍇 Voz do Morro", na Rádio Cruzeiro do Sul, em 1941.
Ali, eles apresentavam sambas inéditos cujos títulos eram dados pelos ouvintes.
Contudo, 🍇 no decorrer da década, o samba dos bambas cariocas foi perdendo espaço no rádio brasileiro para novos subgêneros que se 🍇 formavam, enquanto figuras como Cartola e Ismael Silva foram caindo no ostracismo até saírem da cena musical no final da 🍇 década de 1940.
Novas vertentes comerciais do samba [ editar | editar código-fonte ]
Ary Barroso tornou-se um dos grande compositores do 🍇 samba na "época de ouro" da música brasileira.
Graças a estrela bet brazil exploração econômica através do rádio e do disco, o samba 🍇 não apenas se profissionalizou, como também se diversificou em outras vertentes, muitas das quais distintas das matizes originárias dos morros 🍇 cariocas e estabelecidas por interesses da indústria fonográfica nacional.
Período da música do Brasil compreendido entre 1929 e 1945 marcado pela 🍇 chegada do rádio e da gravação eletromagnética do som ao país e pela notabilização de grandes compositores e intérpretes, – 🍇 a chamada "época de ouro" registrou diversas tipificações ao samba, algumas com maior e outras com menor solidez.
Publicações dedicadas ao 🍇 tema difundiram uma abrangente terminologia conceitual, incluindo denominações posteriormente consagradas em novos subgêneros – como o samba-canção, o samba-choro, o 🍇 samba-enredo, o samba-exaltação, o samba-de-terreiro, o samba de breque –, bem como partituras registradas e etiquetas e capas de disco 🍇 lançados estamparam variadas nomenclaturas para o samba na tentativa de expressar uma tendência funcional, rítmica ou temática – como samba 🍇 à moda baiana, samba-batucada, samba-jongo, samba-maxixe –, embora algumas tenham soado bastante inconsistentes – como samba à moda agrião, samba 🍇 de arrelia, samba do barulho, samba epistolar e samba fonético.
Em outros casos, foi a crítica musical que imputou rótulos pejorativos 🍇 com vistas a desaprovar determinadas alterações estéticas ou tendências de moda – como nos depreciativamente chamados sambalada e sambolero para 🍇 nuances estilísticas o samba-canção.
Consagrado na era radiofônica como um dos principais subgêneros do samba, o samba-canção nasceu entre os músicos 🍇 profissionais que tocavam nos teatros de revista do Rio de Janeiro no final da década de 1920 e início da 🍇 década de 1930.
Embora o termo tenha começado a circular na imprensa em 1929 para designar equivocadamente composições amaxixadas "Jura", de 🍇 Sinhô, e "Diz que me amas", de J.
Machado, o marco inicial da vertente foi "Linda Flor (Ai, Ioiô)", melodia de 🍇 Henrique Vogeler e letra de Luis Peixoto,[nota 11] lançada no teatro de revista e em disco pela cantora Aracy Cortes.
De 🍇 uma forma geral, o samba-canção ficou marcado como uma variante de andamento mais lento, com uma dominância da linha melódica 🍇 sobre a marcação rítmica que explora basicamente a temática da subjetividade e do sentimento.
Como seus lançamentos ocorriam fora da época 🍇 carnavalesca, a vertente ficou vinculada aos chamados "samba de meio de ano".
Contudo, durante os anos 1930, o termo samba-canção foi 🍇 empregado para designar arbitrariamente muitas composições contidas essa denominação de "samba de meio de ano", mas que não eram ainda 🍇 sambas-canções propriamente ditos, sejam elas mais tristonhas a mais animadas.
De outra parte, muitos sambas à época de seu lançamento seriam 🍇 posteriormente reconhecidos como samba-canção, como o caso de obras de Noel Rosa e Ary Barroso.
Não por acaso, Zuza Homem de 🍇 Mello e Jairo Severiano consideram que o estilo foi verdadeiramente inaugurado com a segunda versão da canção "No rancho fundo", 🍇 com melodia de Ary Barroso e letra de Lamartine Babo.
Basicamente, o Carnaval era reservado para o lançamento de marchinhas e 🍇 sambas de enredo, variante tipificada dessa forma anos 1930 por causa da letra e da melodia, que devem compreender o 🍇 resumo poético do tema escolhido pela escola de samba para o seu desfile carnavalesco.
Diferente do samba-enredo, o samba de terreiro 🍇 – ou também samba de quadra – era uma modalidade de samba de andamento curto, com a segunda parte mais 🍇 comedida que prepara a virada da bateria para um retorno, mais vivo, ao início.
Seu formato foi também consolidado na década 🍇 de 1930.
Também dessa época, o samba-choro – no princípio chamado de choro-canção ou choro cantado – era uma vertente sincopada 🍇 híbrida de samba com o instrumental choro, mas com andamento médio e presença de letra.
Criada pela indústria fonográfica brasileira, foi 🍇 lançado, ao que tudo indica, com "Amor em excesso", de Gadé e Valfrido Silva, em 1932.
[nota 12] Um dos mais 🍇 populares sambas dessa variante é "Carinhoso", de Pixinguinha, lançado como choro em 1917, recebeu letra e acabou relançado duas décadas 🍇 depois, na voz de Orlando Silva, com grande êxito comercial.
Na década seguinte, o cavaquinista Waldir Azevedo popularizaria o chorinho, uma 🍇 espécie de samba instrumental de andamento rápido.
Difundido durante o Estado Novo, o samba-exaltação foi a uma modalidade marcada pelo caráter 🍇 de grandiosidade, expresso notadamente pela melodia extensa, pela letra de tema patriótico-ufanista e pelo arranjo orquestral faustoso.
O grande paradigma da 🍇 vertente é "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso.
A partir do sucesso da primeira versão gravada por Francisco Alves, em 1939, 🍇 o samba-exaltação passou a ser bem cultivado por compositores profissionais do teatro musical e dos meios fonográfico e radiofônico.
Outro samba 🍇 dessa modalidade muito conhecido foi "Brasil Pandeiro", de Assis Valente, grande sucesso com o grupo vocal Anjos do Inferno em 🍇 1941.
Na virada para a década de 1940, surgiu o samba de breque, subgênero marcado pelo ritmo acentuadamente sincopado e pelas 🍇 paradas súbitas chamadas breques (do inglês break, termo abrasileirado para breque, ou freios de automóveis ), aos quais o intérprete 🍇 encaixava comentários falados, geralmente de caráter humorístico, alusivos ao tema.
O cantor Moreira da Silva consolidou-se como o grande nome dessa 🍇 vertente.
Hegemonia do samba-canção e influências musicais estrangeiras [ editar | editar código-fonte ]
Ficheiro:Wilson Batista, 1951.
tif O sambista Wilson Batista, que 🍇 também se destacou como compositor de marchinhas de carnaval.
O compositor Lupicínio Rodrigues, autor de alguns dos grandes clássicos da vertente 🍇 samba-canção.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o consequente crescimento da produção de bens de consumo, os aparelhos de 🍇 rádio propagaram-se no mercado brasileiro em diversos modelos e com preços acessíveis às diversas camadas da população brasileira.
Dentro desse contexto, 🍇 a radiodifusão nacional também atravessou um momento de mudança de linguagem e audiência que tornou o rádio um veículo ainda 🍇 mais popular no Brasil.
Em busca de uma comunicação mais fácil com o ouvinte, o padrão de programação ficou mais sensacionalista, 🍇 melodramático e apelativo.
Uma das melhores expressões desse novo formato e da nova audiência popular eram os programas de auditório e 🍇 os concursos de "reis" e "rainha do rádio".
Embora cumprissem um papel na legitimação do samba como produto cultural e música 🍇 símbolo nacional e também transformassem a cultura musical popular com a circulação de novos gêneros musicais e performances mais extrovertidas, 🍇 programas de auditório como os paradigmáticos "Programa César de Alencar" e "Programa Manoel Barcelos" – ambos na Radio Nacional, líder 🍇 em audiência e principal veículo de comunicação no país – fomentavam o culto da personalidade e da vida privada dos 🍇 artistas, cujo ápice era o frenesi coletivo gerado em torno dos fã-clubes das estrelas da música popular durante os concursos 🍇 de reis e rainhas do rádio.
No meio do samba mais ligado às tradições do Estácio e dos morros, a década 🍇 de 1950 foi marcada pela presença vitalizante de antigos e novos compositores que conduziram a renovação do gênero pelos próximos 🍇 anos.
Essa renovação esteve presente nos sambas de autores mais conhecidos do grande público como Geraldo Pereira e Wilson Batista, de 🍇 sambistas menos conhecidos mas atuantes em suas comunidades, como Zé Kéti e Nelson Cavaquinho – compositor que estabeleceria uma grande 🍇 parceria com Guilherme de Brito – e também de novos compositores, como Monsueto.
Também se destacavam os sambas de breque de 🍇 Jorge Veiga e, em São Paulo, os Demônios da Garoa consagravam os sambas de Adoniran Barbosa.
Desaparecido por muitos anos, o 🍇 sambista Cartola fora encontrado lavando carros em Ipanema pelo jornalista Sérgio Porto, que o levou para cantar na Rádio Mayrink 🍇 Veiga e lhe conseguiu um emprego no Diário Carioca.
Como parte dos festejos do Quarto Centenário da cidade de São Paulo, 🍇 o compositor Almirante organizou o "Festival da Velha Guarda", que reuniu grandes nomes da música popular brasileira então esquecidos, como 🍇 Donga, Ismael Silva, João da Baiana e Pixinguinha.
No entanto, o período compreendido entre a segunda metade da década de 1940 🍇 e o final da década de 1950 foi profundamente marcado pelo prestígio e domínio do samba-canção no cenário musical do 🍇 Brasil.
Embora em estrela bet brazil época de surgimento não tenha havido tantos lançamentos característicos dessa vertente, muitas alcançaram grande sucesso comercial e, 🍇 já em meados dos anos 1940, esse subgênero começou a dominar a programação do rádio brasileiro e ser o estilo 🍇 mais tocado fora da época carnavalesca.
Essa ascensão do samba-canção como vertente musical hegemônica foi também acompanhada sobretudo pela avalanche de 🍇 gêneros musicais estrangeiros – trazidos ao Brasil sob o contexto político-cultural da Segunda Guerra – que começaram a competir no 🍇 mercado do país com o próprio samba-canção.
O tango e, principalmente, o bolero que ocupavam parte significativa da programação radiofônica se 🍇 proliferavam por clubes e salões de dança do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A música dos Estados Unidos também 🍇 passou a ocupar grande parte das programações das emissoras de rádio brasileiras.
Com as big bands em evidência, algumas rádios faziam 🍇 grande grande divulgação do jazz, gênero que adquiria cada vez mais apreço entre alguns músicos cariocas, mormente aqueles que trabalhavam 🍇 nas boates.
Em ritmo de samba-canção, muitos boleros, foxes e canções francesas também faziam parte do repertório dos pianistas das boates.
Sob 🍇 o influxo da forte penetração desses gêneros importados, o próprio samba-canção do pós-guerra acabou influenciado por esses ritmos.
Em certos casos, 🍇 a mudança ocorreu por meio de um tratamento musical baseado nos timbres do cool jazz e performances vocais mais contidas, 🍇 e estruturas melódico-harmônicas mais complexas, distintas, portanto, da sensualidade rítmico-corpórea do samba tradicional.
Em outros casos, foi com a forte passionalidade 🍇 exercida pelo bolero e por baladas comerciais estrangeiras.
Ambas influências desagradavam os críticos mais tradicionalistas: no primeiro, acusavam o samba-canção de 🍇 ter se "jazzificado", especialmente pelos sofisticados arranjos de orquestra; no segundo, o andamento ainda mais lento e romântico da vertente 🍇 levou a rótulos pejorativos como "sambolero" ou "sambalada".
De fato, os acompanhamentos orquestrais do samba-canção nesse tempo ficaram marcados por arranjos 🍇 contendo sopros e cordas que substituíam os tradicionais regionais[nota 13] e possibilitavam uma dramatização nos arranjos em conformidade com o 🍇 tema das canções e a expressividade dos intérpretes.
Se para alguns críticos esses atributos orquestrais e melódico-harmônicos do samba-canção moderno dos 🍇 anos 1950 eram oriundos da cultura norte-americana do pós-guerra, para outros essa influência era muito mais latino-americanos do que norte-americanos.
Outra 🍇 marca estética da vertente no período era a performance vocal dos intérpretes desta música, ora mais inclinados à potência e 🍇 expressividade líricas, ora mais apoiados sobre um canto entoativo e próximo da dinâmica coloquial.
Com uma nova geração de intérpretes surgida 🍇 no pós-guerra, o cenário musical brasileiro foi tomado pelos sambas-canções de "fossa" e "dor de cotovelo" na década de 1950.
A 🍇 vertente estava dividida entre uma geração mais tradicional e outra mais moderna.
Se no primeiro grupo estavam compositores como Lupicínio Rodrigues 🍇 e Herivelto Martins e intérpretes como Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, Angela Maria, Jamelão, Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso, o 🍇 segundo grupo tinha como principais expoentes Dick Farney, Lúcio Alves, Tito Madi, Nora Ney, Dolores Duran, Maysa e Sylvia Telles, 🍇 dentre outros.
O samba-canção moderno também fez parte de uma fase da carreira de Dorival Caymmi e do início da obra 🍇 musical de Tom Jobim, um dos grandes nomes da nova vertente do samba que marcaria estilisticamente o gênero e a 🍇 própria música brasileira nos próximos anos.
Bossa nova, a nova revolução no samba [ editar | editar código-fonte ]
O compositor Tom 🍇 Jobim, autor de sambas clássicos da bossa nova.
O período compreendido entre a posse de Juscelino Kubitschek, em 1956, até a 🍇 crise política no governo João Goulart que culminou no Golpe de Estado no Brasil em 1964, foi marcado por grande 🍇 efervescência da cena musical brasileira, em especial no Rio de Janeiro.
Embora tenha perdido a condição de capital do país após 🍇 a inauguração de Brasília, a cidade manteve estrela bet brazil posição de grande polo cultural do país e do samba urbano, cujas 🍇 transformações no ambiente do rádio, da indústria fonográfica, das casas noturnas e entre os círculos da juventude de classe média 🍇 universitária resultaram na bossa nova – termo pelo qual ficou conhecido um novo estilo de acompanhamento rítmico e interpretação do 🍇 samba difundido a partir da zona sul do Rio de Janeiro.
Em um momento em que o apelo ao tradicional ganhava 🍇 um novo impulso, a bossa nova marcaria toda a estrutura de criação e audição apoiada nos gêneros estabelecidos, tendo em 🍇 vista que buscava uma renovação dentro da tradição do samba.
Inicialmente chamado de "samba moderno" pela crítica musical nacional, essa nova 🍇 vertente foi inaugurada oficialmente com a composição "Chega de Saudade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, lançada em 1958 🍇 em duas versões: uma interpretada por Elizeth Cardoso e outra com o cantor e violonista João Gilberto.
Baiano radicado no Rio, 🍇 João Gilberto mudou radicalmente a forma de interpretar o samba até então, modificando as harmonias com a introdução de acordes 🍇 de violão não convencionais e revolucionando a síncope clássica do gênero com uma divisão rítmica única.
Essas experiências formais gilbertianas foram 🍇 consolidadas no LP Chega de Saudade, lançado em 1959, e desencadearam o surgimento de um movimento artístico em torno de 🍇 João Gilberto com artistas profissionais como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Alaíde Costa, Sylvia Telles, entre outros, que 🍇 atraiu jovens músicos amadores da zona sul carioca – quase todos oriundos da classe média e com formação universitária – 🍇 como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Boscoli.
Consolidada nos anos seguintes como um tipo de samba de concerto, não dançante, e 🍇 comparável ao cool jazz estadunidense, a bossa nova tornou-se uma vertente sambística de grande reputação no cenário nacional e, com 🍇 seu ritmo, mais assimilável pelo estrangeiro do que o do samba tradicional, se tornou conhecida mundialmente.
Depois de ser lançada no 🍇 mercado estadunidense em uma série de concertos em Nova Iorque no final de 1962, foram editados discos brasileiros de bossa 🍇 nova em diversos países, gravaram-se outros, e compuseram-se novas canções, inclusive com artistas estrangeiros.
Várias dessas obras – com o samba 🍇 "Garota de Ipanema", de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, à frente – converteram-se em grandes sucessos internacionais.
Contudo, em meio 🍇 à turbulência que marcava o cenário político brasileiro da época, o movimento sofreu uma dissidência, que resultou na chamada "corrente 🍇 nacionalista".
Com a pretensão de realizar uma obra mais engajada e em sintonia com o contexto social do período, os bossa-novistas 🍇 nacionalistas formaram-se em torno de Nara Leão, Carlos Lyra, Sergio Ricardo, Edu Lobo, e da parceria entre Vinicius de Moraes 🍇 e Baden Powell, estes dois últimos firmando uma fértil parceria que resultou no LP "Os Afro-sambas", de boa repercussão internacional.
Além 🍇 da bossa, emergiram outras vertentes de samba nesse período entre o final dos anos 1950 e começo da década de 🍇 1960.
Com a ascensão das boates como os grandes espaços de diversão noturna no Rio, difundiram-se espetáculos como shows de variedades 🍇 com a participação de ritmistas e passistas do samba e apresentações musicais para dançar, principalmente executadas por conjuntos instrumentais com 🍇 teclado, guitarra, contrabaixo acústico, bateria e percussão, e interpretados por crooners.
Moda na década de 1960, esse formato de "samba para 🍇 dançar" resultou em estilos como o sambalanço – um tipo de samba bem animado e dançante, do qual se destacaram 🍇 músicos como Ed Lincoln e intérpretes como Silvio Cesar, Pedrinho Rodrigues, Orlandivo, Miltinho e Elza Soares.
Nesse mesmo ambiente, também surgiu 🍇 o samba-jazz, vertente consolidada com o sucesso da bossa nova que aproximou o samba com o jazz bebop, tendo inicialmente 🍇 como base a trinca instrumental piano-baixo-bateria e posteriormente formações mais amplas.
Também sob esse novo contexto musical, o compositor Jorge Ben 🍇 despontou com seu peculiar e híbrido jeito de tocar samba, mesclando elementos da bossa nova e do blues e do 🍇 rock'n'roll estadunidenses e que levaria, inclusive, sambas como "Mas que nada" e "Chove Chuva", lançados por Sergio Mendes e o 🍇 conjunto Brazil 66, às paradas de sucesso dos Estados Unidos.
E, no final da década de 1960, surgiu o samba-funk, capitaneado 🍇 pelo pianista Dom Salvador e o seu Grupo Abolição, que mesclava os compassos binário do samba e o quaternário do 🍇 funk estadunidense recém-chegado ao mercado musical brasileiro.
O período também ficou marcado pela grande profusão de danças performáticas em par de 🍇 samba.
Foram os casos do samba de gafieira, estilo de dança desenvolvida nos bailes de clubes suburbanos cariocas frequentados por pessoas 🍇 de baixo poder aquisitivo ao longo dos anos 1940 e 1950 e que se tornou modismo também entre pessoas de 🍇 classe média alta nos anos 1960, e o samba rock, estilo de dança nascido nos bailes da periferia paulistana na 🍇 década de 1960, misturando passos vindos do samba, do rock e de ritmos caribenhos como a rumba e a salsa.
Os 🍇 "bailes blacks" viveram seu auge notadamente no Rio e em São Paulo na década de 1970, época de grande profusão 🍇 da cultura musical negra oriunda dos Estados Unidos, em torno da qual se divulgavam tais bailes.
Isso também gerou um novo 🍇 debate sobre a influência estrangeira na música brasileira e também do próprio samba.
O samba como "música de resistência" [ editar 🍇 | editar código-fonte ]
Cartola viu estrela bet brazil carreira musical ressurgir nas décadas de 1960 e 1970.
Clementina de Jesus gravou seu primeiro 🍇 LP somente aos 65 anos.
Em 1962, era tornado público a "Carta do samba", documento redigido pelo escritor Édison Carneiro que 🍇 expressava a necessidade de preservar características tradicionais do samba, como a síncopa, sem, no entanto, "lhe negar ou tirar espontaneidade 🍇 e perspectivas de progresso".
Esse manuscrito veio ao encontro de uma série de circunstâncias que fizeram com que o samba urbano 🍇 tradicional fosse não apenas revalorizado em diversos círculos culturais brasileiros, como também passasse a ser considerado por esses como uma 🍇 espécie "música de resistência" contra-hegemonia musical no rádio carioca da época.
Em uma década marcada no mercado fonográfico brasileiro pelo domínio 🍇 do rock internacional e da estrela bet brazil variante brasileira, a Jovem Guarda, esse samba teria começado a ser visto como expressão 🍇 da maior autenticidade e pureza do gênero, o que levou a criação de termos como "samba autêntico", "samba de morro", 🍇 "samba de raiz" ou ainda "samba de verdade".
Uma das maiores expressões desse "samba de resistência" na primeira metade da década 🍇 de 1960 foi o Zicartola, um bar aberto em um sobrado da Rua da Carioca no ano de 1963.
Iniciativa do 🍇 sambista Cartola e de estrela bet brazil companheira Dona Zica, o Zicartola transformou-se em pouco tempo em um famoso ponto de encontro 🍇 de sambistas da velha guarda, o que atraiu a frequência de muitos estudantes e intelectuais da esquerda carioca, e se 🍇 tornou célebre por suas noitadas de samba que, além de revelar novos talentos, como Paulinho da Viola, reavivaram as carreiras 🍇 de antigos compositores então no ostracismo do mercado fonográfico.
Em fevereiro de 1964, ano do golpe militar, era lançado Nara, álbum 🍇 de estreia de Nara Leão, que incluía sambas de compositores do samba tradicional como Cartola, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e 🍇 Zê Kéti, além de sambas da corrente mais nacionalista da bossa nova.
E no final desse ano, a cantora bossa-novista reuniu-se 🍇 com Zé Kéti e João do Vale para o espetáculo musical Show Opinião, que se tornou uma referência como manifestação 🍇 artística em protesto ao regime autoritário instaurado.
No ano seguinte, o compositor Hermínio Bello de Carvalho produziu o show Rosa de 🍇 Ouro, espetáculo musical que lançava para o grande público a sexagenária Clementina de Jesus.
Era o nascimento da carreira artística profissional 🍇 de uma das vozes mais expressivas da história do samba, marcada por um repertório voltado às matrizes africanas do universo 🍇 do samba, como jongos, curimbas, lundus e sambas da tradição rural.
O conjunto de acompanhamento à Clementina nesse espetáculo foi composto 🍇 por Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho e Nelson Sargento.
Conhecidos à época como "conjuntos regionais", 🍇 essas formações à base de violão, cavaquinho e pandeiro, e ocasionalmente algum instrumento de sopro, foram revalorizadas e ficaram associadas 🍇 a ideia de um samba mais autêntico e genuíno.
A partir daí, a ideia de formar grupos vocais-instrumentais de samba para 🍇 apresentações profissionais amadureceu e, com o sucesso obtido por conjuntos como A Voz do Morro e Os Cinco Crioulos, impulsionou 🍇 a criação de outros grupos compostos apenas por sambistas com relação direta ou indireta com as escolas de samba nos 🍇 anos seguintes, como os grupos Os Originais do Samba, Nosso Samba, Brasil Ritmo 67, Os Batuqueiros, Exporta-samba, entre outros.
Outros dois 🍇 espetáculos significativos desse momento de revalorização estética do samba urbano carioca tradicional foram "Telecoteco opus N°1", com Cyro Monteiro e 🍇 Dilermando Pinheiro, que ficou cartaz no Teatro Opinião, e "O samba pede passagem", que reuniu os veteranos Ismael Silva e 🍇 Aracy de Almeida com os jovens Baden Powell, Sidney Miller e MPB4, entre outros.
Nesse contexto da efervescência dos movimentos de 🍇 resistência do samba, surgiu o programa "Adelzon Alves, o amigo da madrugada".
Apresentado pelo radialista Adelzon Alves na Rádio Globo do 🍇 Rio de Janeiro, o programa dedicava um repertório exclusivamente dedicado ao gênero – em um cenário no qual o rádio 🍇 ante a supremacia da televisão como grande meio de comunicação do Brasil havia se convertido em um divulgador de músicas 🍇 gravadas em disco.
Frente a hegemonia do rock estrangeiro e da Jovem Guarda especialmente por influência das gravadoras nas emissoras comerciais 🍇 do país, o programa de Adelzon Alves tornou-se o principal porta-voz do samba e dos sambistas cariocas no meio radiofusor 🍇 e grande propagador de termos, que repercutem até hoje, referentes ao legado do universo do "samba do morro" como música 🍇 nacional "de resistência" e "de raiz".
Além da força da Jovem Guarda, movimento catapultado pelo programa homônimo exibido pela TV Record, 🍇 a música brasileira vivenciava o surgimento de uma nova geração de artistas pós-bossa-novistas que, consagrados no âmbito da era dos 🍇 "festivais da canção", se tornou o embrião da chamada MPB.
Um desses nomes mais notáveis foi o compositor Chico Buarque de 🍇 Hollanda, autor de sambas como "Apesar de você", que se tornaram clássicos do gênero.
Na contramão das disputas ideológicas entre o 🍇 violão brasileiro e as guitarras da música internacionalizada que marcaram esses festivais, o sambista iniciante Martinho da Vila inscreveu "Menina 🍇 moça", um partido-alto estilizado, no terceiro Festival de Música Popular Brasileira em 1967.
Embora eliminado precocemente dessa competição, a canção projetou 🍇 o nome de Martinho na cena musical da época, cujos êxitos seguintes abriram caminho para a afirmação no mercado fonográfico 🍇 desse tipo de samba marcado por refrão forte e, normalmente, três partes soladas.
Como a orientação estética voltada à música jovem 🍇 da época, esses "festivais da canção" praticamente ignoraram o velho samba, o que gerou críticas de sambistas como Elton Medeiros, 🍇 que reivindicava a inclusão da "verdadeira música brasileira" nessas competições musicais.
Na contracorrente dessa tendência, ocorreu a primeira Bienal do Samba 🍇 em 1968, ano também marcado pelo lançamento do primeiro disco solo de Paulinho da Viola e também de um outro 🍇 álbum desse compositor em dupla com Elton Medeiros.
No início da década seguinte, Paulinho consolidava seu prestígio com sucesso comercial do 🍇 samba "Foi um rio que passou na minha vida" e também como produtor do primeiro registro fonográfico do conjunto da 🍇 Velha Guarda da Portela.
O samba na expansão da indústria fonográfica [ editar | editar código-fonte ]
Clara Nunes, primeira cantora brasileira 🍇 a vender mais de 100 mil cópias de um LP.
Beth Carvalho, intérprete que deu visibilidade aos "pagodes de fundo de 🍇 quintal" dos subúrbios cariocas.
Entre 1968 e 1979, o Brasil passou por um grande crescimento da produção e do consumo de 🍇 bens culturais.
Neste período, houve uma forte expansão da indústria fonográfica no país, que se consolidava como um dos maiores mercados 🍇 mundiais.
[nota 14] Dentre os principais fatores para a expansão do mercado brasileiro, estavam: a consolidação da produção de MPB estimulado 🍇 por artistas como Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethania,[nota 15] e também do segmento 🍇 das canções românticas, puxado pelo campeão de vendagens Roberto Carlos; o estabelecimento do LP como formato dominante, onde era possível 🍇 inserir várias composições em um mesmo disco, e também tornava o artista mais importante do que suas canções individualmente; a 🍇 significativa participação da música estrangeira no mercado, com o predomínio de música jovem nas paradas de sucesso e o crescimento 🍇 do repertório internacional nas trilhas de telenovelas, principalmente da TV Globo.
Outro aspecto importante no setor fonográfico do período foi o 🍇 tecnológico, com uma modernização dos estúdios de gravação no Brasil que se aproximava dos padrões técnicos internacionais, e ainda a 🍇 consolidação de gravadoras estrangeiras no país, como a EMI (que compraria a brasileira Odeon) e a WEA.
Esse verdadeiro ingresso do 🍇 Brasil no âmbito da indústria cultural global também afetou profundamente o universo do samba, que se tornou um dos fenômenos 🍇 de massas do mercado musical nacional dessa década representado pela aparição, na lista de discos mais vendidos no período, de 🍇 LPs de Martinho da Vila, Originais do Samba, Agepê, Beth Carvalho, Clara Nunes, Alcione, Jair Rodrigues e Benito de Paula, 🍇 entre outros, e de sambas de enredo das escolas cariocas do Grupo I.
No reduto do samba tradicional, foram lançados os 🍇 primeiros LPs dos veteranos compositores Donga, Cartola e Nelson Cavaquinho.
Outros dois compositores já consagrados nesse ambiente, Candeia e Dona Ivone 🍇 Lara também estrearam com trabalhos solo no mercado fonográfico.
O mesmo ocorreu em São Paulo com os lançamentos dos primeiros álbuns 🍇 de estúdio de Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini.
Revelados na década anterior, os sambistas Paulinho da Viola e Martinho da Vila 🍇 consolidaram-se como dois dos grandes nomes de sucesso do mundo do samba nos anos 1970, que também viu o surgimento 🍇 dos cantores Roberto Ribeiro e João Nogueira.
Entre as intérpretes da nova geração, despontaram os nomes de Clara Nunes, Beth Carvalho 🍇 e Alcione como as grandes cantoras de samba no mercado fonográfico brasileiro, cujas boas vendagens de discos – marcados pela 🍇 valorização de músicas dos compositores das escolas de samba cariocas – contribuíram sobremodo para a popularidade do samba.
A esse "ABC 🍇 do samba" também se somaram Leci Brandão, que já ostentava a condição de membro da ala de compositores da Mangueira, 🍇 e Cristina Buarque, com um trabalho de resgate a sambas e sambistas das escolas de samba.
Dos novos compositores, destacaram-se Paulo 🍇 Cesar Pinheiro, Nei Lopes, Wilson Moreira, além da dupla Aldir Blanc e João Bosco.
Sob esse mesmo contexto da expansão do 🍇 samba no mercado fonográfico brasileiro da década de 1970, a indústria fonográfica investiu em uma linha menos tradicional e mais 🍇 romântica de samba, cuja estrutura rítmica simplificada deixava a percussão – o principal traço do samba – um pouco de 🍇 lado.
Rejeitado como brega tanto por parte de músicos mais conceituados do país quanto por parte da crítica, essa fórmula ficou 🍇 estigmatizada sob o rótulo depreciativo de "sambão-joia".
A despeito disso, esse samba mais romântico transformou-se em um grande sucesso comercial no 🍇 repertório de cantores como Luiz Ayrão, Luiz Américo, Gilson de Souza, Benito Di Paula e Agepê, bem como da dupla 🍇 Antonio Carlos e Jocafi, autores do mundialmente famoso samba "Você abusou".
Outra aposta da indústria fonográfica da época foi em discos 🍇 de partido-alto, tradicional forma do samba muito cantada nos terreiros (posteriormente quadras) das escolas de samba cariocas e nos habituais 🍇 "pagodes" – confraternizações festivas, regadas a música, comida e bebida – desde as primeiras décadas do século XX.
[nota 16] De 🍇 remotas raízes africanas, a vertente é caracterizada por uma batida de pandeiro altamente percussiva (com uso da palma da mão 🍇 no centro do instrumento para estalos), uma harmonia em tom maior (geralmente tocado por um conjunto de instrumentos de percussão 🍇 normalmente surdo, pandeiro e tamborim e acompanhado por um cavaquinho e/ou por um violão) e pela arte de cantar e 🍇 criar versos de improviso, quase sempre em caráter de desafio ou disputa.
Essa essência baseada na improvisação foi levada aos estúdios 🍇 das gravadoras brasileiras, onde o partido-alto converteu-se em um estilo dotado de mais musicalidade e feito com versos mais concisos 🍇 e solos escritos, em vez da cantoria improvisada e espontânea conforme os cânones tradicionais.
Esse partido-alto estilizado foi lançado em vários 🍇 LPs coletivos, lançados no decorrer da década de 1970, cujos títulos traziam embutido o próprio nome do subgênero, como "Bambas 🍇 do partido alto", "A fina flor do partido alto" e "Isto que é partido alto", que incluíram sambistas como Anézio, 🍇 Aniceto, Candeia, Casquinha, Joãozinho da Pecadora, Luiz Grande e Wilson Moreira, embora nem todos fossem versados na arte do improviso.
Outro 🍇 artista que se destacou como partideiro foi Bezerra da Silva, intérprete que se notabilizaria na década seguinte com sambas análogos 🍇 ao partido-alto e tematizados no mundo e no submundo das favelas cariocas.
A década de 1970 foi também um momento de 🍇 grandes transformações nas escolas de samba cariocas.
Acompanhando de perto essas mudanças, a indústria fonográfica começou a investir na produção anual 🍇 de LPs dos sambas de enredo apresentados nos desfile carnavalescos.
Nos primeiros anos, era comum o lançamento de até dois discos 🍇 o primeiro contendo os sambas de enredo dos desfiles e o segundo com sambas alusivos a história de cada escola.
A 🍇 partir de 1974, o lançamento anual passou a se concentrar em um único LP para cada a primeira e segunda 🍇 divisão.
Ainda nesse período, começava a se difundir como moda rodas de samba pelo Rio de Janeiro e por outras cidades 🍇 brasileiras.
Originalmente restritas a quintais de residências de sambistas e aos terreiros/quadras das escolas de samba, essas reuniões informais ganharam um 🍇 novo sentido em clubes esportivos e recreativos, teatros de arena, churrascarias, entre outros, com a promoção de rodas com palco 🍇 e microfones e a participação de sambistas ligados às escolas.
Enquanto isso, novas rodas musicais eram formadas informalmente nos subúrbios cariocas, 🍇 cujo resultado levaria ao gérmen, no final da década de 1970, de uma nova e bem sucedida vertente do samba 🍇 urbano nos anos 1980.
Pagode, a nova renovação do samba [ editar | editar código-fonte ]
O sambista Jorge Aragão, que integrou 🍇 a primeira formação do grupo carioca Fundo de Quintal.
O sambista Zeca Pagodinho, um dos principais intérpretes do pagode.
Designado originariamente no 🍇 universo do samba carioca para os encontros musicais de sambistas e, logo, também se ampliando aos sambas neles cantados, o 🍇 termo pagode popularizou-se com a ressignificação das rodas de samba no Rio de Janeiro, a partir da década de 1970, 🍇 com os "pagodes de mesa", onde os sambistas reuniam-se ao redor de uma grande mesa, situada frequentemente em um "fundo 🍇 de quintal" residencial, em oposição às rodas de samba em voga feitas em clubes e afins.
Alguns dos mais afamados pagodes 🍇 da cidade eram o pagode do Clube do Samba (feito na residência de João Nogueira no Méier), do Terreirão da 🍇 Tia Doca (com os ensaios da Velha Guarda da Portela em Oswaldo Cruz), do Pagode do Arlindinho (organizado por Arlindo 🍇 Cruz em Cascadura) e, principalmente, do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, na zona suburbana da Leopoldina.
Na década de 1980, os 🍇 pagodes viraram uma febre em todo o Rio de Janeiro.
E, muito além que simples locais de divertimento, tornavam-se centros irradiadores 🍇 de uma nova linguagem musical que se expressou com um novo estilo interpretativo e totalmente renovado de samba fincado à 🍇 tradição do partido-alto.
Dentre as inovações desse novo samba e marcado pelo requinte nas melodias e por inovações na harmonia e 🍇 na percussão com o acompanhamento de instrumentos como o tantã (em lugar do surdo), o repique e o banjo de 🍇 quatro cordas com afinação de cavaquinho.
A estreia do samba desses pagodes do Cacique de Ramos nos estúdios de gravação ocorreu 🍇 em 1980 com o Fundo de Quintal, conjunto musical apadrinhado por Beth Carvalho.
Já em seus primeiros trabalhos, o Fundo de 🍇 Quintal deu visibilidade não somente a esse novo samba, como também a compositores como Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Jorge 🍇 Aragão – todos eles integrantes do grupo – e Luiz Carlos da Vila – este ligado ao pagodes do Cacique 🍇 de Ramos.
Ao caminho aberto pelo Fundo de Quintal, foi lançado em 1985 o disco coletivo "Raça Brasileira", que revelou ao 🍇 grande público intérpretes como Jovelina Pérola Negra e Zeca Pagodinho.
Priorizando especialmente sambas da vertente partido-alto, esse LP, assim como os 🍇 trabalhos desde 1979 de Beth Carvalho, de Almir Guineto e do grupo Fundo de Quintal, formataram o novo estilo que 🍇 acabou denominado pelo mercado musical como pagode.
A novidade do pagode no cenário musical do Brasil ocorreu em um momento de 🍇 grande reorganização da indústria fonográfica no país, cujos investimentos na primeira metade da década tinham sido concentrado sobretudo no rock 🍇 brasileiro e na música infantil.
Embora alguns artistas do samba tivessem tido algum sucesso comercial no período, como Bezerra da Silva, 🍇 Almir Guineto e Agepê – que, em 1984, se tornou o primeiro intérprete de samba a superar a marca de 🍇 1 milhão de cópias vendidas em um único LP –, o momento não era promissor para o samba no âmbito 🍇 comercial.
Intérpretes bem populares como Beth Carvalho, Clara Nunes, João Nogueira e Roberto Ribeiro puxaram a queda nas vendas de discos 🍇 do gênero.
Desgostoso pelo pouco reconhecimento e interesse na divulgação de estrela bet brazil obra, Paulinho da Viola deixou a gravadora Warner em 🍇 1984 e só voltou a ter um álbum lançado no final daquela década.
Com o êxito do LP "Raça Brasileira", o 🍇 fenômeno pagode viveu um período de ascensão comercial no mercado fonográfico do Brasil.
Os principais artistas da vertente alcançaram o topo 🍇 das paradas de sucesso e se tornaram conhecidos nacionalmente graças a exposição na grande mídia e dos investimentos crescentes das 🍇 gravadoras estimulados pelas grandes vendagens a partir de 1986, puxados tanto pelos LPs dos já estabelecidos Almir Guineto e Fundo 🍇 de Quintal – o grande paradigma do subgênero – quanto pelos trabalhos de estreia de Zeca Pagodinho, Marquinhos Satã e 🍇 Jovelina Pérola Negra.
Embora tenha havido um certo arrefecimento do interesse das gravadoras e dos meios de comunicação ainda no decorrer 🍇 da segunda metade dos anos 1980, o pagode firmou-se como um importante subgênero do samba.
Na década de 1990, surgiu uma 🍇 nova geração de artistas que compartilhavam, até certo ponto, algumas características afins, como a incorporação de elementos musicais tradicionalmente incomuns 🍇 ao universo do samba, e um repertório dedicado em boa parte a letras românticas.
Inicialmente tido pelo mercado fonográfico e pelos 🍇 meios de comunicação como uma continuidade do pagode da década anterior, essa nova onda foi caracterizada, posteriormente, sob o rótulo 🍇 de "pagode romântico" – ou também "pagode paulista", devido ao grande número de artistas dessa cena que despontaram, principalmente, de 🍇 São Paulo, embora tenha havido também nomes oriundos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Essa distinção foi estabelecida justamente 🍇 porque o samba interpretado por esses novos artistas e grupos musicais – ainda que mantivesse algumas semelhanças com o padrão 🍇 consagrado pelo Fundo de Quintal – não tinha como maior referencial musical os sambistas da década anterior nem guardava aspectos 🍇 tradicionais e informais de matrizes do samba urbano.
Por exemplo, as produções de estúdio de boa parte desses grupos, como o 🍇 Raça Negra, abria mão do uso de instrumentos comuns ao pagode dos anos 1980 – como o repique de mão, 🍇 o tantã e o banjo – em troca de instrumentação característica da música pop internacional daquele período, sobretudo o saxofone 🍇 e o teclado eletrônico.
O emprego destes instrumentos da música pop foi menos ou mais comum a cada grupo,[nota 17] mas 🍇 estrela bet brazil finalidade era a mesma, ou seja, o uso de samplers e teclados reproduzir o som de diversos instrumentos.
A despeito 🍇 dessas diluições, o "pagode romântico" conquistou grande êxito comercial no mercado fonográfico e espaço nos meios de comunicação de massa, 🍇 colocando em evidência conjuntos como Art Popular, Negritude Jr, Exaltasamba, Katinguelê, Raça Negra, Só Pra Contrariar, Soweto, entre outros.
O samba 🍇 no século XXI [ editar | editar código-fonte ]
Durante a segunda metade da década de 1990, o aumento da venda 🍇 ilegal de fitas cassetes e, principalmente, compact discs provocou uma profunda crise na indústria fonográfica no Brasil, que se agravou, 🍇 a partir da década de 2000, com a possibilidade do download digital, muitas vezes gratuito, de obras musicais via internet.
Nesse 🍇 contexto, houve uma queda vertiginosa na comercialização de discos oficiais de samba e suas vertentes, especialmente o pagode.
Grupos de grande 🍇 êxito comercial na década de 1990, como Raça Negra e Só Pra Contrariar, viram suas vendagens caírem substancialmente na virada 🍇 para os anos 2000.
Em adição, em um espaço de poucas décadas, as execuções de samba nos meios de difusão diminuíram, 🍇 sendo que o gênero é quase sempre representado pela vertente pagode nas listagens.
Dos 100 artistas mais ouvidos nas rádios brasileiras 🍇 entre 2010 e 2019 da Crowley Official Broadcast Chart, apenas 11 eram do samba - e todos do pagode.
Em um 🍇 outro levantamento, feito em conjunto entre a Kantar Ibope e a Crowley Broadcast Analysis, o pagode correspondia apenas 9% da 🍇 audiência de rádio no Brasil em 2019, bem distante da dominante música sertaneja, cuja fatia representava cerca um terço da 🍇 audiência radiofônica no país.
Ainda assim, as primeiras duas décadas do século XXI confirmaram o pagode como referência hegemônica de samba 🍇 como projeção comercial.
No primeiro decênio desse século, surgiram novos artistas que se destacaram comercialmente, como os grupos Revelação, Sorriso Maroto 🍇 e Turma do Pagode, e de alguns intérpretes que deixaram seus conjuntos originais para se lançar em carreira solo, como 🍇 Péricles (ex-Exaltasamba), Belo (ex-Soweto) e Alexandre Pires (ex-Só Pra Contrariar).
Na década seguinte, foi a vez de despontarem Xande de Pilares 🍇 e Thiaguinho, ex-vocalistas do Revelação e Exaltasamba respectivamente, e dos cantores Mumuzinho, Ferrugem e Dilsinho.
Uma característica comum a todos estes 🍇 artistas foi a quantidade significativa de lançamentos de álbuns ao vivo com registros de shows.
Isso ganhou ainda maior força com 🍇 o desenvolvimento do streaming, plataforma para música digital que se popularizou na década de 2010.
Fora do âmbito hegemônico comercial do 🍇 subgênero pagode, o final da década de 1990 foi também um período de grande visibilidade e notoriedade do samba mais 🍇 tradicional na cidade do Rio de Janeiro.
Uma nova geração de músicos emergiu em rodas de samba que se espalharam por 🍇 vários bairros da cidade, em especial na Lapa, região central da cidade que passou a concentrar diversos bares e restaurantes 🍇 com música ao vivo.
Por ter se identificado com o bairro boêmio, esse movimento ficou conhecido informalmente como "samba da Lapa".
Com 🍇 um repertórios composto por clássicos do gênero e sem concessões a vertentes mais modernas, esse novo circuito promoveu o encontro 🍇 entre músicos iniciantes e veteranos de diversas gerações de sambistas, todas identificadas com os elementos tradicionais que compõem o samba 🍇 urbano carioca.
Dentre alguns artistas que atuavam no âmbito de rodas de samba desse bairro, estavam Teresa Cristina e o grupo 🍇 Semente, Nilze Carvalho e o Sururu na Roda, Luciane Menezes e o Dobrando a Esquina, Eduardo Gallotti e os Anjos 🍇 da Lua, entre outros, além de veteranos como Áurea Martins.
E, mais tarde, surgiram Edu Krieger e Moyseis Marques.
Outras novos artistas 🍇 ligados às tradições do samba, mas sem vínculos diretos com o movimento da Lapa carioca, que surgiram foram Dudu Nobre 🍇 e Diogo Nogueira, além de Fabiana Cozza em São Paulo.
No campo institucional, o Iphan declarou em 2007 o samba urbano 🍇 carioca e suas matrizes samba de terreiro, partido-alto e samba-enredo do samba carioca como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
Instrumentos do samba 🍇 urbano [ editar | editar código-fonte ]
Com ritmo basicamente 2/4 e andamento variado, o samba urbano é tocado basicamente por 🍇 instrumentos de percussão e acompanhado por instrumentos de corda.
Em determinadas vertentes, foram acrescentados outros instrumentos de sopro.
Principais instrumentos de percussão 🍇 do samba urbano carioca PandeirosurdoTamborimCuícaGanzáNotas
↑ "Muitos grupos e indivíduos (negros, ciganos, baianos, cariocas, intelectuais, políticos, folcloristas, compositores eruditos, franceses, milionários, 🍇 poetas - e até mesmo um embaixador norte-americano) participaram, com maior ou menor tenacidade, de estrela bet brazil 'fixação 'como gênero musical 🍇 e de estrela bet brazil nacionalização".↑ "(...
)a transformação do samba em música nacional não foi um acontecimento repentino, indo da repressão à 🍇 louvação em menos de uma década, mas sim o coroamento de uma tradição secular de contatos(...
) entre vários grupos sociais 🍇 na tentativa de inventar a identidade e a cultura popular brasileiras.
" ↑ Apesar da forte segregação racial , havia um 🍇 contato cultural permanente entre a comunidade baiana e as elites locais do período.
↑ Durante o século XIX, boa parte das 🍇 composições pertencia aos editores das partituras, que compravam, editavam e as divulgavam por meio da contratação de pianistas – o 🍇 próprio Sinhô trabalhou por muito tempo como pianista em lojas de partituras e de piano.
↑ Na era das gravações mecânicas, 🍇 os intérpretes precisavam ser dotados de um timbre quase operístico para a ter a estrela bet brazil voz captada pelos estúdios.
↑ Em 🍇 entrevista registrada pelo jornalista Sérgio Cabral no fim da década de 1960, Donga e Ismael Silva divergiram sobre o seria 🍇 samba.
Donga: Samba é isso há muito tempo.
"O chefe da policia/ pelo telefone mandou me avisar/ Que na Carioca/ Tem uma 🍇 roleta para se jogar".
Ismael: Isto é maxixe.
Donga: Então, o que é samba? Ismael: "Se você jurar/ Que me tem amor 🍇 / Eu posso me regenerar/Mas se é/ para fingir mulher/ A orgia assim não vou deixar".
Donga: Isso não é samba, 🍇 é marcha.
↑ Se o sambista integrasse algum órgão regulamentador de direitos autorais, ele também estaria apto a receber por esse 🍇 meio.
↑ Um dia doente, num hospital, fui procurado por Alcebíades Barcelos (Bide).
Perguntou-me se queria vender o samba ao Chico Viola 🍇 [Francisco Alves].
Cem mil réis era o que ele oferecia.
Aceitei depressa e o samba, que ficou sendo propriedade dele, apareceu com 🍇 meu nome.
Depois vendi "Amor de Malandro", por quinhentos réis, mas desta vez eu não figurei na gravação como autor.
Fiquei zangado, 🍇 é claro.
O mesmo acontecia com outros sambistas: vendiam músicas que surgiam como se fosse dos compradores.
Em depoimento a Muniz Sodré 🍇 , Ismael Silva relata suas parcerias com Francisco Alves: ↑ (...
)Empenhado em valorizar seus artistas, Ladeira lançou a moda de 🍇 apresentá-los por epítetos ou frases de efeito.
'A pequena notável' designava Carmem Miranda; 'o cantor das mil e uma fãs' era 🍇 Ciro Monteiro; e 'o cantor que dispensava adjetivos' era Carlos Galhardo." ↑ "(...
)O samba, não mais aquele samba inscrito em 🍇 seu projeto de trânsito pela sociedade, era o ritmo oficial da pátria, e como tal, passou a ter história.
Só que 🍇 uma história na qual o passado era refeito em função do presente.
" ↑ Com melodia do pianista Henrique Vogeler, "Linda 🍇 Flor" teve três versões diferentes para cada letra, sendo a mais famosa delas, "Ai, Ioiô", de autoria de Luis Peixoto.
De 🍇 acordo com José Ramos Tinhorão, a primeira versão, intitulada "Linda Flor" e gravada por Vicente Celestino na Odeon, exibiu na 🍇 etiqueta do disco, pela primeira vez, a expressão "samba-canção brasileiro".
Por estrela bet brazil vez, Tinhorão comenta que a voz e o estilo 🍇 meio operístico de Celestino não eram apropriados à configuração da nova vertente: "sua empostação de voz (...
) não permitia reconhecer 🍇 a dose certa de balanço rítmico de samba, que Henrique Vogeler tentava introduzir como um elemento perturbador da melodia clássica 🍇 da canção.
" ↑ O selo do disco, contudo, só apresentava a indicação de choro ↑ Os conjuntos regionais eram geralmente 🍇 formados por um ou mais instrumentos com função melódica, como flauta e bandolim; cavaquinho, com importante papel rítmico e podendo 🍇 também assumir parte da harmonia; um ou mais violões, formando a base harmônica do conjunto; e o pandeiro atuando na 🍇 marcação do ritmo base.
↑ De acordo com a ABPD, a venda totais de discos saltaram de 9,5 unidades vendidas em 🍇 1968 para 25,45 milhões em 1975 e atingiram 52,6 milhões em 1979.
↑ De acordo com Nelson Motta, o selo Philips 🍇 era, ao final de 1972, "a TV Globo das gravadoras", detendo em seu cast todos os "grandes" nomes da música 🍇 brasileira da época, à exceção de Roberto Carlos, que estava na Som Livre.
↑ Segundo Candeia e Isnard, "O samba de 🍇 partido-alto nasceu das rodas de batucada, onde o grupo ficava marcando o compasso, batendo com a palma da mão e 🍇 repetia o verso envolvente.
O refrão servia de estímulo para que um dos participantes fosse ao centro da roda sambar e 🍇 com um gesto ou ginga de corpo convidava um dos componentes da roda, a ficar de pé, plantado (termo usado 🍇 para significar o indivíduo que ficava parado com os pés juntos a espera da pernada que era a tentativa de 🍇 derrubar com os pés aquele que estava parado em pé).
Esse elementos eram considerados "batuqueiros" ou seja, bom de batuque, bom 🍇 de "pernada" (passar a perna no companheiro tentando fazê-lo cair).
" ↑ "Dos grupos que estouraram nessa época, todos eles tinham 🍇 diferenças entre si, musicais.
Porque quando começava a tocar um, todo mundo já sabia quem [sic] era o grupo.
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