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A desigualdade de gêneros no esporte
Adriana Bernardes Pereira, pereiraabgmail.
com, Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Gislane Ferreira Ferreira, gislane.melogmail.
com, Universidade Católica de Brasília
Luciana Ferreira Angelo, lufangelogmail.
com, Instituto Sedes Sapientiae
Na sociedade contemporânea o esporte é considerado uma dimensão importante para a promoção da qualidade de vida, para educação, promoção de saúde e, por muitas vezes é entendido como forma, ferramenta para a discussão de direitos.
Para a discussão dos direitos, o esporte revela-se campo fértil onde as desigualdades estão presentes no cotidiano social.
O esporte nos fornece subsídios suprir o campo de pesquisa desde o acesso até a efetividade das práticas.
Não foi preciso esperar os megaeventos acontecerem no Brasil para que pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento estudassem como se dão as questões de gênero no contexto esportivo.
O esporte foi, e por muitos ainda será considerado um espaço masculino...
de poucos, para poucos.
Este mundo que pratica a primitiva masculinidade de símbolos que enaltecem a força, a virilidade, o potente, o que não tem medo, o que não se emociona e demais estereótipos reconhecidos e conhecidos por nós.
Mesmo que masculino, há uma seleção para quem dele possa participar.
Sim, parece estranho, mas não basta afirmar-se como masculino e naApostas on-line com bônusmasculinidade, existem provas a serem ultrapassadas.
Pesquisas comprovam que o acesso ao contexto esportivo por muito tempo, e aindaApostas on-line com bônusalgumas culturas atuais é exclusivo para homens.
Por exemplo, no Brasil até meados da década de 1970, as mulheres foram proibidas de praticar lutas e futebol, modalidades que foram consideradas pouco adequadas tanto naApostas on-line com bônusforma de expressão que demonstrava um alto nível de agressividade, fato incompatível como universo feminino.
Esse exemplo revela a luta e a resistência de mulheres, que por meio de leis, conseguiram conquistar direito à participação.
A insistência fez com que movimentos relacionados a igualdade de gênero, fomentassem a viabilidade de políticas públicas, questionando as diferenças e os recursos destinados aos esportes masculinos e femininos, que ainda pouco tem sido destinado para a prática de certas modalidades.
Outro aspecto a ser contemplado é a pouca visibilidade das mulheres trabalhadoras no esporte; a mídia trata a figura feminina com certo desrespeito e muitas vezes com segundas interpretações ou intenções.
Nestes casos, a discriminação e o preconceito fazem parte das coberturas dos espetáculos esportivos que passam a ser mais atraentes ao público consumidor quando veiculadas pela mídiaApostas on-line com bônusrede nacional confirmando a visão preconceituosa dos meios de comunicação a respeito do tema.
Seja pelo fato dos textos que são elaborados a respeito do feminino, pelos closes das câmeras de TV, de fotografias tiradas de ângulos duvidosos ou mesmo dos comentários do locutor.
E o que falar do mundo do trabalho das atletas profissionais ou das profissionais que atuam no contexto do esporte de alto rendimento, poucas ocupam posição de destaque, de liderança ou mesmo funções técnicas relevantes.
É bom lembrar que o esporte tem emApostas on-line com bônusconstituição o movimento humano, e por isso, a exposição de corposApostas on-line com bônusmovimento apresenta características divergentes dos modelos preconizados pela sociedadeApostas on-line com bônusgeral.
Faz-se necessária uma leitura estética do movimento e não só da beleza estética da forma do corpo que se apresenta.
O esporte é um ambiente com potencial para a desestabilização de um padrão binário dos gêneros, dando força ao questionamento do padrão heteronormativo dominador.
Portanto,Apostas on-line com bônusmodalidades ditas tradicionais como o futebol, até mesmo as torcidas tem levado ao público um posicionamento divergente da sociedade, ao questionar a legitimidade de gritos de guerra onde o termo bicha é utilizado no sentido de hostilizar, diminuir, menosprezar o adversário.
Em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro (RIO 2016), a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres do Brasil atuou de forma a explicitar o papel do esporte no empoderamento de jovens e as medidas adotadas por diversos países para que as mulheres fossem inclusas no contexto esportivo.
A organização dos Jogos via Comitê Olímpico Internacional (COI) externouApostas on-line com bônuspreocupaçãoApostas on-line com bônusdecorrência das desigualdades de gênero propondo como meta da Agenda 2020 que o número de atletas olímpicasApostas on-line com bônusTokyo seja igual ao número de atletas homens.
Mesmo que tenhamos modalidades esportivas exclusivamente femininas, como o nado sincronizado e a ginástica rítmica, o número de atletas mulheres ainda foi menor no RIO 2016.
Alguns fatores podem ser uma barreira para que o COI atinja esta meta, como por exemplo, o fundamentalismo religioso.
No jogo de resistências, para que possamos nomear o inominável é necessário fazer uma proposta de espaço para discussão dos estigmas que permeiam o contexto esportivo.
Portanto, é interessante ao GT incentivar que pesquisadores apresentem dados a respeito da realidade nacional e regional, que discutam as diferentes formas de expressão das questões de gênero e as soluções que estão sendo produzidas para que a desigualdade deixe de ser palavra chave.
O interesse pelo esporte de alto rendimento é um dos campos a ser explorado, já que é fato que pouco se sabe desse tema na realidade da formação de atletas desde as categorias de base até a profissionalização, considerando neste desenvolvimento a família, as instituições esportivas e seus atores (comissão técnica, profissionais da área da saúde, entre outros).
Interessante também são as vivencias internacionais e suas conquistas a respeito da diminuição das desigualdades e as práticas democráticas.
A narrativa de atletas homens e mulheres a respeito de suas experiências relacionadas a este tema também são fundamentais para a constituição de histórias e caminhos que foram percorridos e que podem apontar soluções para um futuro próximo e diferente.
Discutindo a relatividade das categorias feminino e masculino que regra quase todas as modalidades, o estereótipo da dualidade de gênero que reforça a desigualdade entre homens e mulheres fica fortalecido no contexto do rendimento esportivo e instiga diálogos acerca das identidades de gênero e de sexualidade.
Por ser o tema um tabu, considerando-se o aspecto da masculinidade exacerbada da lógica do rendimento, a proposta do Minicurso busca apresentar o tema por meio de pesquisas e visões sócio-políticas que agreguem conhecimento, provocações, práticas e ideias relacionadas a tolerância às diversidades e aos fundamentalismos não só religiosos, mas sexuais e de gênero.
Entende-se que o rendimento não necessariamente está relacionado com o esporte profissional, mas também com aspectos que fomentam o desempenhoApostas on-line com bônuslocais como parques, academias e escolas, além de momentos de lazer na comunidade.
Também serão compartilhados fontes e procedimentos teórico-metodológicos como etnografia, história oral, dentre outros.
esporte, gênero, desigualdades