A Ansiedade é uma das Emoções vivenciadas no desporto, que decorre de um processo de percepção (momentânea ou prolongada no tempo) que um indivíduo tem acerca do desequilíbrio entre as exigências percebidas de uma determinada situação e o que considera serem as suas próprias capacidades para lidar com essa mesma situação, onde o resultado é importante para o próprio – seja ele atleta, treinador, dirigente, árbitro ou familiar.
Por isso, hoje, no nosso Blog, é dia de apresentar mais um Convidado Especial, se trata de Pedro Jorge, português, que atualmente é Psicólogo do FC Porto (Sub-16).
Pedro nos contará acerca dos Aspectos Mentais no Futebol, comentando sobre os pormenores da Ansiedade nos atletas.
Mas, por que o conhecimento deste transtorno é tão importante?
Você vai entender agora.
Boa leitura!Introdução
O futebol é um jogo de decisões – os Aspectos Mentais estão presentespalpites campeonato alemão hojetodos os momentos, do treino ao jogo, passando pelos momentos de descanso, dos iniciantes aos atletas mais experientes.
Se por um lado temos a componente física, técnica e tática, por outro temos uma vertente agregadora que faz com que estes três componentes funcionem de forma síncrona e equilibrada – o lado Mental.
No entanto, estes aspetos mentais variam de dia para dia, caso contrário o Tiger Woods ganharia sempre o US Open, o Usain Bolt seria sempre o campeão olímpico dos 100m e o Brasil seria sempre campeão do mundo de futebol.
A verdade é que nunca sabemos quem vai ganhar.
Esta incerteza é uma das fontes de grande frustração, que vai gerar pensamentos, emoções/sentimentos e comportamentos inadequados nos atletas, treinadores, dirigentes e famílias.
"Não há espaço na mente para pensamentos negativos.
Quanto mais ocupado estiveres com os detalhes de um remate, menores oportunidades terás para te debruçar nas emoções.
Isto é pura intensidade."Jack Nicklaus
considerado melhor jogador de golf de todos os temposTraço vs.Estado
Podemos distinguir estado e traço relativamente à ansiedade.
A ansiedade, como estado, refere-se às Reações Emocionais Desagradáveis, caracterizadas por sentimentos subjetivos de apreensão, nervosismo e preocupação, intensificando a atividade do sistema nervoso autónomo, causado por uma tensão específica momentânea.
Por outro lado, traço de ansiedade é definido nos termos das diferenças individuais relativamente estáveis, que se prolongam no tempo, quanto à propensão para a ansiedade, isto é, diferenças interindividuais na tendência para percepcionar situações estressantes, como perigosas ou ameaçadoras e na inclinação para reagir a tais situações com elevações mais frequentes e intensas do estado de ansiedade.
Fontes de Ansiedade
Do ponto de vista do atleta (e pode ser adaptado a qualquer interveniente no jogo), independentemente do estado ou traço, existem fontes potencialmente Ansiogénicas que vão proporcionar experiências mais ou menos desreguladas, sendo elas as fontes situacionais, de onde se destacam a importância da situação, a incerteza quanto ao resultado, à titularidade, a lesões e ao comportamento dos outros e o grau de dificuldade, e as fontes individuais, como o traço de personalidade, o autoconceito, a percepção da perda de controlo da situação e a dúvida sobre talento e estilo de raciocínio/gestão das emoções.
Não obstante, existem algumas diferenças relativamente às fontes de estresse entre atletas de elite e jovens atletas:Atletas de Elite:
o Preocupação com rendimento esperado, conflitos, relação com o treinador, exigências e custos da modalidade (tempo e recursos financeiros).
Jovens Atletas:
o Medo de falhar – durante a prática desportiva o atleta começa a experimentar sensações e experiências que o ajudam a desenvolver formas de lidar com as mais variáveis desportivas (estresse e ansiedade, frustração, resiliência, espírito de grupo, etc.).
Alguma literatura associa os estilos de parentalidade com facto dos jovens demonstrarem uma certa tendência para ter medo de falhar, assim como parecem apresentar baixa capacidade de resiliência;
o Sentimentos de incapacidade – no seguimento do ponto anterior, questões como a autonomia, baixa resiliência, estratégias de coping deficitárias, que parecem ter origem nos estilos culturais de educação, acaba por produzir um sentimento de incapacidade no atleta.
A aparente incapacidade de superação, associada a uma Imaturidade Emocional, leva a que o estresse se apodere dos atletaspalpites campeonato alemão hojemomentospalpites campeonato alemão hojeque se adivinhem dificuldades na performance;
o Avaliação social (que os adultos e grupo de pares fazem acerca do rendimento do atleta) – na maioria das vezes, a prestação desportiva é medida pela sociedade através do resultado, ao invés da preocupação com o processo da aprendizagem e consequente prestação propriamente dita.
Esta avaliação é geradora de estresse e, ainda que inconscientemente, faz que o atleta se preocupe mais com o resultado (variáveis externas de difícil controlo) do que com o processo (variáveis internas mais passíveis de serem controladas), dado que é este o principal indicador de sucesso para muitos pais (e grupos de pares).
Ansiedade e Outros Aspetos Mentais
A ansiedade está inevitavelmente ligada ao desporto.
No entanto, parece ser um constructo que é influenciado por diversas variáveis, tais como a sensação de controlo (Rotter, 1966), a autoeficácia (Bandura, 1997), as atribuições causais (Weiner, 1979) e o desânimo aprendido (Seligman, 1975), assim como as variáveis sociocognitivas (também consideradas como variáveis pessoais), capazes de influenciar o desempenho individual do atleta.
As crenças que o sujeito constrói ao longo dapalpites campeonato alemão hojeformação desportiva e social, sobre as suas competências e aptidões, sobre as expectativas de Sucesso e Fracasso, sobre o valor da aprendizagempalpites campeonato alemão hojedetrimento do resultado, da equipa ou de si mesmo e os sentimentos, positivos e negativos, que resultam dos processos desta autoavaliação, influenciam a forma como cada situação (potencial geradora de estresse) é interpretada, influenciando cada aprendizagem e, consequentemente, o desempenho.
Identificar Sinais Fisiológicos e Comportamentais de Ansiedade
A ansiedade é um dos termos mais tratados das diversas variáveis que integram a Psicologia do Desporto.
A ansiedade é uma perturbação clínica que pode ser incapacitante e, desta forma, talvez seja interessante definir ansiedade segundo a Associação de Psiquiatria Americana e adaptá-la para o contexto desportivo: "(.
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) preocupação excessiva (expectativa apreensiva) que ocorre na maioria dos momentos desportivos (treino e/ou competição) por um período de pelo menos 6 meses, acerca de diversos eventos ou atividades (Critério A).
O indivíduo considera difícil controlar a preocupação (Critério B)".
Diversos estudos demonstram que a elevada incidência de estresse e ansiedadepalpites campeonato alemão hojecontextos desportivos, independentemente da idade dos atletas e do nível competitivo, pode influenciar o rendimento desportivo.
Hoje sabe-se que a ansiedade é, de facto, desadaptativa, mas pode também ter o efeito contrário – para duas situações idênticas, dois atletas podem interpretar o contexto e controlar a ansiedade de forma diferente: um atleta pode superar-se e atingir níveis máximos de rendimento, enquanto que outro falha ou evidencia uma diminuição no rendimento sem explicação aparente.
A ansiedade manifesta-se de diversas formas, e pode ser percebida através de Indicadores Fisiológicos e Comportamentais, sendo eles, tanto para atletas, treinadores, pais, dirigentes ou árbitros:
Indicadores fisiológicos (somáticos, não verbais):
o Mãos frias e suadas;
o Necessidade constante de urinar;o Sudação intensa;
o Dilatação pupilar;
o Aumento da tensão muscular;
o Tensão no estômago (formigueiro);
o Agonia e dor de cabeça;
o Boca de "bêbado" (boca seca que impede a fala);o Entre outros.
Indicadores comportamentais (verbais e não verbais):
o Velocidade discursiva e falhas da voz (dificuldadepalpites campeonato alemão hojecontrolar a respiração);
o Movimentos repetidos das mãos e dos pés;
o Contração muscular (uma das causas do aumento da possibilidade de lesão);
o Expressão facial carrancuda;
o Tremer e bocejar (pode ser interpretado como o atleta ter dormido pouco, de forma errada);
o Aumento do pestanejar e olhar "volátil" (perdido);o Entre outros.
A percepção do controle da situação, isto é, a leitura que o indivíduo faz de si próprio e do contexto que o rodeia, é decisiva para a resposta de estresse.
O comportamento verbal e não-verbal é percebido como uma forma de comunicação primária.
No meio selvagem, alguns predadores cheiram o medo das presas.
Em contexto desportivo, os adversários também podem sentir o medo (ou a confiança).
Os sinais são transmitidos constante e inadvertidamente para o exterior e podem demonstrar que o indivíduo está ansioso e, consequentemente, não se sente tão capaz como seria de esperar para fazer frente ao adversário (ou à situação adversa).
Assim, deve apenas preocupar-se com a execução da tarefa que domina e estão dependentes dele si próprio, que foram treinadas "durante a semana" e não se deve deixar influenciar por fatores externos que vão, inevitável e constantemente, bombardeá-lo.
A Teoria Multidimensional da Ansiedade Competitiva
Este modelo parte do princípio de que a ansiedade se dividepalpites campeonato alemão hojeComponentes Cognitivas e Somáticas e que estas têm efeitos diferentes na performance, segundo esta teoria a Ansiedade Cognitiva tem um efeito linear negativo na performance, uma vez que os recursos cognitivos serão afetados pelas preocupações inerentes à competição e não são aproveitados ao máximo Por outro lado, esta teoria defende que a Ansiedade Somática tem uma relaçãopalpites campeonato alemão hoje"U" invertido com a performance, sendo que a performance ótima acontece com um nível moderado de ansiedade somática (Weinberg & Gould, 2001).
Para Controlar a Ansiedade:
Reconhecer o Nível de Ativação associada a uma boa performance;
associada a uma boa performance; Aprender a relaxar e a facilitar uma Ativação Ótima ;
; Assegurar que não se mede a Autoestima através de resultados, mas antes através de passos que apenas o próprio controla;
através de resultados, mas antes através de que apenas o próprio controla; Criar expectativas realistas de si próprio;
de si próprio; Controlar o controlável;
Aprender a amar a adversidade – identificar, aceitar e apaixonar-se pelas próprias qualidades!
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Pedro Jorge Barros de AssisFORMAÇÃO ACADÊMICA:
Licenciatura e Mestradopalpites campeonato alemão hojePsicologia Clínica e da Saúde;
Pós-graduaçãopalpites campeonato alemão hojePsicologia do Desporto e da Atividade Física;
Certificadospalpites campeonato alemão hojePsicologia do Desporto através do FC Barcelona Innovation HUB;
Formaçãopalpites campeonato alemão hojePNL e Coaching.
EXPERIÊNCIAS:
Psicólogo do Desporto:
o Psicólogo dos Sub 16 do FC Porto;
o Gestor da Casa do Dragão do FC Porto.
Formador / Palestrante:
o Formador de cursos de treinador UEFA C e B (futebol e futsal) de diversas Associações de Futebol;
o Formador de cursos de treinador UEFA C do FCPorto;
o Formador da Ordem dos Psicólogos Portugueses;
o Formador da Federação Portuguesa de Natação;
o Palestrante convidado de diversas faculdades.
Psicólogo Clínico:
o Diversas clínicas particulares de apoio psicológico.