Quarto maior país do mundo, entre os mais ricos de todo o planeta e com infraestrutura de sobra.
Diferentemente de África🌈 do Sul e Brasil, os Estados Unidos não precisavam de uma Copa do Mundo como desculpa para atraírem investimentos ou🌈 terem mais linhas de metrô e melhores estradas, por exemplo.
Já tinham tudo isso.
Lá, o objetivo era outro e bem claro:🌈 despertar no cidadão local a paixão pelo futebol.
Deu certo! Se dentro de campo o futebol não empolgou tanto, fora dele🌈 o Mundial de 1994 foi um sucesso estrondoso, a ponto de a média de público ser a maior da história🌈 até hoje, com 68.
413 espectadores por partida.
Isso em uma nação sem a cultura do "soccer" e louca por futebol americano,🌈 basquete, beisebol...
O legado que ficou? Exatamente o planejado, o esportivo, o do gosto pela bola redonda.
Arte: Gabriel Lucki/ESPN.com.
br Legado da🌈 Copa de 1994: o gosto pelo futebol nos Estados Unidos
Paixão despertada, era hora de alimentá-la, afinal, era preciso desenvolver e,🌈 claro, lucrar na maior economia do mundo com o esporte que é preferência global.
Hora, então, de criar a Major League🌈 Soccer (MLS), a liga de futebol profissional do país e do co-irmão Canadá, o que se deu em 1996.
"A MLS🌈 nasceu justamente como parte do acordo entre a Fifa e os organizadores da Copa de 1994 para trazer o evento🌈 para os Estados Unidos...
É seguro afirmar que sem este acordo, o futebol nos Estados Unidos e a própria MLS não🌈 seriam o que são hoje", garantiu em entrevista ao ESPN.com.
br o consultor sênior de comunicação internacional da MLS, Gabriel Gabor.
"O🌈 impacto de 1994 é direto.
Por causa daquela Copa, o futebol profissional vive um sucesso jamais visto antes nos Estados Unidos",🌈 afirmou ao ESPN.com.
br Sam Farnsworth, diretor de esportes da "KKTV", afiliada da rede norte-americana de TV aberta "CBS" no estado🌈 do Colorado.
Nascida com dez equipes, todas norte-americanas, a liga atualmente tem 19 (três canadenses), ou seja, o número de participantes🌈 praticamente dobrou em 19 anos; a média de público na temporada regular de 2013 foi de 18.
594 espectadores por jogo,🌈 ligeiramente menor que a de 2012, de 18.
807, recorde histórico.
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No "país do futebol" e da próxima Copa do Mundo, o Campeonato Brasileiro de🌈 2013 teve média de 14.
951 fãs por partida, isto é, exatos 3.
643 a menos que na terra do Mundial de🌈 duas décadas atrás.
Em 2012, a MLS foi a sétima maior liga do mundo em média de torcedores nos estádios, ficando🌈 atrás apenas de Alemanha, Inglaterra, Espanha, Itália, Argentina e México, nesta ordem.ESPN.com.
br Palco de cinco jogos em 1994, RFK Stadium🌈 segue sendo usadoE a meta é ousada.
"Nosso objetivo é se tornar uma das maiores ligas do mundo até 2022, trabalhando🌈 em quatro áreas-chave: qualidade dos nossos jogadores e do futebol apresentado, paixão e assiduidade dos torcedores, relevância dos nossos clubes🌈 e valor de mercado desses mesmos clubes", detalhou Gabor.
Para ele, todo novo Mundial é um empurrão para a liga do🌈 país.
"Hoje, o crescimento constante da MLS é complementado a cada quatro anos, quando a Copa domina das ondas do rádio🌈 a conversas no cafezinho.
Em 2010, aproximadamente 25 milhões de norte-americanos assistiram à final, e temos certeza de que um novo🌈 recorde será batido em 2014."
Os números mostram que a meta ousada é possível.
Pesquisa anual da ESPN dos EUA em 2013🌈 e divulgada em março deste ano mostrou que o "soccer" já conseguiu igualar o beisebol no gosto dos jovens de🌈 12 a 17 anos - 17,98% se declararam ávidos fãs da modalidade da MLS, enquanto 18,04% declararam-se ávidos fãs da🌈 modalidade da MLB, logo, um empate técnico.
NFL (38,81%), NBA (30,11%), NCAA Football - futebol americano universitário - (27,53%) e NCAA🌈 Basketball - basquete universitário - (23,82%) vêm à frente.
O mesmo estudo, mas de 2012, revelou que o futebol jogado com🌈 os pés é o segundo esporte mais popular dos Estados Unidos entre as pessoas de 12 a 24 anos, ficando🌈 apenas atrás do jogado com a bola oval.
Outro ponto de destaque é o fato de apenas um dos nove estádios🌈 (sim, foram nove sedes, três a menos que agora no Brasil, um país menor) do Mundial de 1994 continuar a🌈 ser usado na MLS, o RFK Stadium, que fica na capital Washington, o que mostra que a liga soube se🌈 modernizar.
E o restante, virou "elefante branco"? Nada disso.
As outras arenas voltaram a receber apenas jogos de futebol americano ou foram🌈 demolidas, casos de Giants Stadium, em Nova Jersey, cujo terreno no qual ficava virou estacionamento do MetLife Stadium, construído ao🌈 lado, e Foxboro Stadium, em Foxborough, que deu lugar ao Gillette Stadium; um caso em especial é negativo e serve🌈 até como um pequeno contraponto de todo este legado positivo: o Pontiac Silverdome, em Detroit e palco de Brasil 1🌈 x 1 Suécia pelo grupo B, está em ruínas.
Getty Público da MLS aumentou no período em que Beckham jogou nela
Efeito🌈 e até "Lei Beckham"
Nada melhor que uma estrela vestindo a blaze crash 2024 camisa para turbinar o interesse pelo seu clube.
Foi com🌈 este pensamento que o Los Angeles Galaxy contratou David Beckham em janeiro de 2007, tudo, claro, com a anuência da🌈 MLS, que precisou até alterar suas regras para ter e aproveitar-se da imagem do astro.
Para garantir finanças equilibradas e proximidade🌈 de competitividade entre os rivais, há um teto salarial na liga, que, em 2006, criou uma brecha, a Designated Player🌈 Law (em inglês, Lei do Jogador Designado).
A 'Lei Beckham' permite que os times tenham em seu plantel um atleta com🌈 ganhos acima do máximo estabelecido, o que abriu espaço para a chegada do astro inglês.
Beckham teve contrato por seis anos🌈 com o clube de Los Angeles, sendo que por duas vezes neste período - e por blaze crash 2024 vontade - foi🌈 emprestado ao Milan.
Logo em blaze crash 2024 primeira jornada nos Estados Unidos, a média de público da temporada regular saltou de 15.
504🌈 espectadores por jogo, em 2006, para 16.
770, em 2007; ano do adeus, 2012 registrou o recorde da liga: 18.
807 torcedores🌈 por duelo da temporada regular.
"Grande parte do crescimento da MLS vem da contratação de Beckham pelo LA Galaxy", disse ao🌈 ESPN.com.
br o ex-atacante da seleção norte-americana e atualmente comentarista da ESPN nos Estados Unidos Taylor Twellman, que atuou na liga🌈 por nove anos [de 2002 a 2010] defendendo sempre o mesmo time, o New England Revolution, de Foxborough, em Massachusetts.
"Vários🌈 estádios de 'soccer' foram construídos desde que Beckham chegou aqui e ganhou duas vezes a MLS [2010 e 2011]...
E agora🌈 ele está tentando ter um time em Miami", continuou Twellman.
O inglês já comprou uma franquia e agora negocia para a🌈 construção de um estádio - condição necessária para entrar na MLS - em Miami, no que tem encontrado problemas.
Consultor sênior🌈 de comunicação internacional da MLS, Gabriel Gabor vê no astro inglês a mesma importância para a liga.
"Ele foi um ótimo🌈 embaixador da liga e ótimo como jogador para o LA Galaxy...
E agora trabalha para ser dono de uma franquia.
Ele realmente🌈 acredita na MLS e em seu futuro como uma das principais ligas do mundo", afirmou.
Craques norte-americanos, hoje, atuam em casa
A🌈 popularização do futebol não só atraiu o interesse de jogadores estrangeiros pela Major League Soccer como também dos próprios norte-americanos.
Afinal,🌈 se na última Copa mais de 80% da lista dos convocados para a seleção nacional jogavam no exterior, a tendência🌈 é que esse número caia mais de 30% para o Mundial no Brasil.
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Reuters Landon Donovan em treino dos Estados Unidos no CT do🌈 São Paulo
Na pré-lista divulgada pelo técnico alemão Jurgen Klinsmann na segunda-feira 12 de maio, 15 dos 30 atletas atuam nos🌈 Estados Unidos (na verdade, 14, já que Michael Bradley defende o Toronto FC, time canadense que disputa a MLS).
A seleção🌈 não é tão 'nacional' assim desde o Mundial de 1998, quando a liga profissional estava apenas em seu terceiro ano🌈 e apenas seis dos 22 convocados jogavam além das fronteiras.
A atratividade caseira fica ainda mais evidente ao se observar que🌈 Landon Donovan e Clint Dempsey, os dois principais jogadores do país no "soccer" na última década, hoje atuam por equipes🌈 da MLS.
O primeiro defende o Los Angeles Galaxy, enquanto o segundo, o Seattle Sounders.
A porcentagem de 'europeus' nas últimas convocações🌈 dos EUA para as Copas:
1998: 6 de 22 (27,2%)
2002: 12 de 23 (52,17%)
2006: 13 de 23 (56,52%)
2010: 19 de 23🌈 (82,6%)
2014: 15 de 30 (50%)Resultados no campo
Uma liga fortalecida e a presença cada vez maior do futebol no dia a🌈 dia no norte-americano refletiram no desempenho da seleção nacional e também no dos clubes.
Afinal, desde 1990 o país marca presença🌈 na Copa do Mundo, competição que só havia disputado em três oportunidades até então.
Depois de ser o terceiro em 1930,🌈 foi eliminado na primeira fase em 1934 e 1950.
Além disso, quatro dos cinco títulos da Copa Ouro vieram nos últimos🌈 12 anos.
Depois de serem campeões pela primeira vez em 1991, os Estados Unidos também ficaram com a taça em 2002,🌈 2005, 2007 e 2013.
Recentemente, quase conseguiram o título da Copa das Confederações de 2009, mas levaram a virada do Brasil🌈 na final por 3 a 2 após terem aberto dois gols de vantagem.
Em relação aos clubes, todos os grandes feitos🌈 na principal competição continental ocorreram após a relalização da Copa do Mundo de 1994 e a criação da MLS.
O DC🌈 United e o Los Angeles Galaxy conseguiram os únicos títulos do torneio da Concacaf em 1998 e 2000, respectivamente.
Além disso,🌈 o Galaxy, em 1997, e o Real Salt Lake, em 2011, terminaram como vice-campeões.
As conquistas, tanto da seleção quanto dos🌈 times, aliadas à crescente paixão do norte-americano pelo futebol indicam que em 2022 os Estados Unidos podem, sim, ser uma🌈 referência no esporte.
Se conseguirem, terá sido resultado de um trabalho a longo prazo, iniciado no dia 4 de julho de🌈 1988, data de aniversário da independência do país e do anúncio da Fifa de que a nação havia batido Brasil🌈 e Marrocos na briga para sediar o Mundial de 1994.
A seção Lado B da Copa tem como objetivo contar histórias🌈 ligadas ao Mundial que ultrapassam os limites do campo e da bola e terá 18 edições (esta é a 14ª),🌈 sempre com uma novidade a cada terça-feira (esta, excepcionalmente em uma quarta-feira) até 10 de junho, a dois dias da🌈 abertura da Copa.