Falar sobre o futebol no Brasil é fácil, já que todo mundo sabe pelo menos do que se trata.
A frase🌧️ "no Brasil, todo mundo é técnico de futebol" expressa bem a força com que esse esporte alcança as pessoas aqui🌧️ em nosso país.
Neste momento, prestes ao início da Copa do Mundo, começa a se manifestar a tradição de enfeitar as🌧️ ruas, pendurar bandeiras e, por que não, falar mal da convocação que Dunga fez ao selecionar o time representativo do🌧️ Brasil.
Mas e falar da ética no futebol? O que envolve essa ética? Este texto pretende introduzir o conceito de ética🌧️ e analisar de que forma essa ética influencia os mais diversos alcances do futebol.
Entende-se por ética quaisquer regras que são🌧️ dadas de modo normativo.
Ou seja, existem normas de conduta que uma pessoa deve seguir, que variam de sociedade para sociedade,🌧️ e que ao agir de acordo com essas normas, fazem com que essa pessoa aja de modo ético.
Portanto, falar de🌧️ ética significa falar de uma ação que é guiada por um padrão construído socialmente.
A partir desse conceito, faz-se interessante pensar🌧️ sobre como a ética "casa" com o futebol nas suas mais diversas partes: durante a partida; na relação entre os🌧️ jogadores; na relação entre os jogadores e técnico; entre as esquipes; com o juiz; com os patrocinadores dos times.
Talvez a🌧️ manifestação mais expressiva da ética no futebol seja a introdução do "fairplay".
Fairplay significa "jogo limpo" e foi difundido pelo Barão🌧️ de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos modernos, a partir dos ideais aristocráticos ingleses de lealdade e honra.
Bem, a partir dos🌧️ elementos lealdade, honra e jogo limpo já dá para imaginarmos o que fairplay significa na prática: honestidade na execução da🌧️ tarefa e respeito pelo adversário.
Entregar a bola para o adversário, quando o juiz marca em prol do seu time, é🌧️ um exemplo bastante comum da prática do fairplay em campo.
Outro exemplo menos usual é o jogador assumir quando comete uma🌧️ falta, pedindo desculpas para o adversário e ajudando-o a se levantar.
A ideia do fairplay é bastante bonita, pois procura tratar🌧️ o esporte como uma prática lúdica, que remete ao prazer de jogar.
No entanto, vivemos em mundo capitalista em que o🌧️ dinheiro e a profissionalização norteiam essa prática.
Você já deve ter ouvido seus pais ou avôs comentando que os jogadores de🌧️ hoje não têm ética; que bons eram os de antigamente que não pensavam em dinheiro: gostavam de jogar e entravam🌧️ em campo para ganhar.
Ou ouvido sobre o caso do Garrincha que nem queria saber contra quem ele estava jogando.
Histórias como🌧️ essas eram muito comuns e cabiam naquele contexto histórico.Não pare agora...
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Hoje, com a extrema profissionalização🌧️ e, junto com ela os super salários, muitos jogadores têm medo de ser machucar, jogando de modo mais cauteloso.
Alguns até🌧️ colocam suas pernas no seguro...
Mas, voltando ao assunto, é correto dizer que hoje os atletas de futebol não atuam com🌧️ ética? Se jogo de damas análise for racional, perceberá que eles atuam com ética sim, haja vista que fazem tudo o que🌧️ é exigido deles.
O que é preciso lembrar é que atletas são profissionais e que "jogar com o coração", embora faça🌧️ o esporte ficar mais bonito e apaixonante, não é uma exigência de contrato e, portanto, a falta com esse item🌧️ não faz com que o jogador seja menos ético no exercício de jogo de damas profissão.
Tudo isso faz com que cheguemos a🌧️ uma conclusão: o futebol talvez seja o esporte que mais esteja próximo de se tornar uma mercadoria: o jogador é🌧️ "vendido" ou "comprado"; os preços dos ingressos são abusivos; assim como as camisas oficiais.
Nesta época de copa do mundo, o🌧️ futebol fica ainda mais comerciável: álbum de figurinhas da copa; lanchonete oficial da copa; pipoca oficial da copa; refrigerante oficial🌧️ da copa; cerveja oficial da copa...
Restam então as perguntas: Qual é a ética existente no uso do jogador como mercadoria?🌧️ E no uso de um esporte e de um campeonato (como é o caso da Copa do Mundo) como instrumento🌧️ de marketing é uma ação conduzida eticamente? Enfim, também não tenho respostas, mas vale a pena a reflexão!
Por Paula Rondinelli
Colaboradora🌧️ Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela🌧️ Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo -🌧️ USP