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" A minha liderança toda a gente a sente,
mas ninguém a vê" (José Mourinho, 2003)Introdução
De acordo com Murray ☀️ (1991) e Dosil (2004) a liderança é um dos aspectos mais estudados no âmbito da Psicologia do Desporto, sendo um ☀️ tema de grande interesse pelas implicações que tem, tanto nos desportos colectivos como nos individuais, uma vez que as relações ☀️ que se estabelecem entre o treinador e atleta(s) ou no seio de um grupo-equipa são fundamentais na obtenção do rendimento ☀️ desportivo (Serpa, 1990).
Entre outros aspectos, Alves (2000), realça a importância deste processo como elemento fundamental para o desenvolvimento de um ☀️ bom clima organizacional, que por fazer jogo da mega vez é determinante no grau de satisfação das relações interpessoais e na eficácia do ☀️ desempenho das suas tarefas.
Apesar de Murray (1991) afirmar que a liderança é um dos fenómenos menos compreendidos e que a ☀️ constante procura das qualidades que conduzam a uma liderança eficaz ocupa grande parte das preocupações investigadores, os estudos no campo ☀️ desportivo tem sido escassos e as suas primeiras aplicações emergiram dos modelos teóricos provenientes da psicologia organizacional (Noce, 2002).
As teorias ☀️ gerais da liderança evoluíram a partir da pesquisa dos traços e qualidades do líder eficaz, até às teorias situacionais, que ☀️ consideram a este factor como um processo que varia de acordo com a personalidade do líder ou as características inerentes ☀️ à situação (Leitão, Serpa e Bártolo, 1995).
Actualmente, os estudos têm-se centrado na análise das condutas comportamentais do treinador, assim como ☀️ na preferência e percepção das mesmas por parte dos atletas, com a finalidade de identificar quais as condutas que se ☀️ relacionam com a satisfação dos mesmos e que permitam alcançar boas prestações desportivas.
Ao longo dos tempos várias questões têm sido ☀️ levantadas para as quais ainda não há uma resposta definitiva ou completamente satisfatória - O que é um líder? Quais ☀️ as suas qualidades? O que o torna eficaz? Que tipo de liderança deve assumir? Que factores influenciam este processo? Desta ☀️ forma, e numa tentativa de simplificação de um processo que é complexo, será nosso objectivo clarificar estas questões ao longo ☀️ deste trabalho.
Conceito de liderança
Embora no senso comum se envolvam uma série de características para se estabelecer uma concepção teórica deste ☀️ processo (normalmente associadas apenas às qualidades de um líder), a definição de liderança não é tarefa fácil (Dosil, 2004).
De facto, ☀️ existem tantas definições quantas os autores que tentam, dela, dar uma opinião (Jesuíno, 1996).
Segundo Murray (1991), alguns autores definem a ☀️ liderança como um processo de condutas, pelo meio do qual, um individuo influencia outros para que se realize o que ☀️ ele quer.
Na opinião do mesmo autor, ao contrário desta visão redutora, a liderança deve ser percepcionada como uma espécie de ☀️ contrato psicológico que é estabelecido entre os líderes (treinadores) e os seguidores (atletas), onde os primeiros são autorizados, quer no ☀️ plano formal ou informal, a decidir pelos segundos, sendo reconhecido o direito que eles têm em decidir por eles e ☀️ dizer o que tem de fazer.
De acordo com Noce (2002), em toda a literatura a liderança é definida de diferentes ☀️ formas, porém muitas das características são semelhantes e comuns a todas elas, o que as leva a ser aceites por ☀️ diversos autores.
Bass (1990), citado por Noce (2002) e Mendo e Ortiz (2003), sintetizou as definições de liderança, desenvolvendo um esquema ☀️ de classificação deste processo:
O centro do processo de grupo
Um efeito da personalidade (do líder sobre os seguidores)
Uma arte de induzir ☀️ a submissão
Um exercício de influência
Um acto ou comportamento
Uma forma de persuasão
Uma relação de poder
Um instrumento para alcançar objectivos
Um processo de ☀️ interacção
Um papel diferenciado
Uma iniciação da estrutura
Uma combinação de elementos
Apesar de todas as definições produzidas pelos diversos autores sublinharem que a ☀️ liderança implica um processo de influência entre o líder (treinador) e os seus seguidores (atletas), todos os conceitos podem ser ☀️ abordado sob diversas perspectivas (Mendo e Ortiz, 2003), no entanto, Weinberg e Gould (1995), enfatizam a importância dessa influencia ser ☀️ exercida em função de objectivos comuns.
Desta forma, Leitão, Serpa e Bártolo (1995) e Alves (2000), consideram que a definição que ☀️ melhor se pode aplicar ao desporto é a de Barrow (1977) - processo comportamental que visa influenciar os sujeitos e/ou ☀️ grupos de modo a que se atinjam os objectivos determinados anteriormente.
Tipos de abordagem sobre a liderança
Há semelhança do que acontece ☀️ noutros campos de estudo da psicologia, uma das discussões centrais, que tem gerado alguma controvérsia acerca da liderança, é a ☀️ determinação se esta capacidade é uma característica inata ou adquirida (Dosil, 2004).
Se uns defendem que ser líder faz parte da ☀️ personalidade do sujeito, outros sustentam que é o contexto e a aprendizagem que converte o indivíduo.
Estes pontos de vista deram ☀️ origem a 3 perspectivas (Serpa, 1990, Murray, 1991, Weinberg e Gould, 1995, Cruz e Gomes, 1996 e Dosil, 2004).
Traço/Característica
Centra-se no ☀️ estudo das características da personalidade dos líderes, na tentativa de encontrar os aspectos comuns que relacionem a liderança com qualquer ☀️ situação, ou seja, esta abordagem considera a capacidade de liderança uma característica inata.
Apesar de não existirem traços identificáveis da personalidade ☀️ relativos à capacidade de liderança e à eficácia da mesma em todas as situações, uma vez que o sujeito pode ☀️ variar a fazer jogo da mega conduta de uma situação para a outra, ou, manter a mesma postura independente da situação, Stogdill (1974), ☀️ citado por Murray (1991) e Weinberg e Gould (1995), conseguiu enumerar algumas tendências de comportamento: dominância, alta auto-estima, assertividade, elevado ☀️ ambição, iniciativa, segurança, boa comunicação, competência, sentido de humor, etc.
Conduta/Comportamento
Centra-se no estudo das condutas e comportamentos dos líderes e na ☀️ fazer jogo da mega influência sobre os grupos, sendo a liderança uma habilidade adquirida e produto de uma aprendizagem.
Dois tipos de líder podem ☀️ ser equacionados (Noce, 2002 e Mendo e Ortiz, 2003): 1) autocrático - toma todas as iniciativas e decisões sobre a ☀️ organização, os objectivos e as tarefas do grupo; 2) democrático - estimula a discussão e a participação do grupo nas ☀️ decisões a tomar.
Murray (1991) e Mendo e Ortiz (2003) fazem ainda referência a outro tipo de líder - Laissez Fair ☀️ ("Deixa Fazer") - adopta um papel passivo e deposita toda a capacidade de decisão nos membros do grupo.
Segundo Samulski (1995), ☀️ o tipo autocrático pode ser mais eficaz em situações estruturadas e com objectivos bem definidos.
Apesar de oferecer mais segurança aos ☀️ atletas em momentos de tensão, provoca um clima socioafectivo negativo e alguma agressividade interna que pode conduzir a uma fraca ☀️ coesão do grupo.
Por outro lado, o tipo democrático parece ser mais eficaz em situações moderadamente estruturadas e com objectivos pouco ☀️ claros.
O incentivo à participação estimula a satisfação e promove uma elevada coesão do grupo.
No entanto, ao repartir as responsabilidades pode ☀️ aumentar os níveis de ansiedade de alguns membros do grupo.
Interacional/Situacional
Esta abordagem parte do princípio de que existe uma interacção entre ☀️ o sujeito e o contexto situacional, colocando uma atenção especial nos factores da situação que segundo Murray (1991) e Dosil ☀️ (2004) podem ser a estrutura organizativa, as exigências especificas e a flexibilidade dos estilo de liderança.
De acordo com os trabalhos ☀️ de Fiedler (1967), citados por Weinberg e Gould (1995), Mendo e Ortiz (2003) e Dosil (2004), podemos definir dois tipos ☀️ de orientação: 1) líder orientado para o sujeito (relação) - incide a fazer jogo da mega actuação nos aspectos comunicativos do grupo, nas ☀️ relações entre os seus membros e na procura do equilíbrio no seio do grupo (cada um deve sentir-se bem com ☀️ o papel que desempenha); 2) Líder orientado para a tarefa - centra-se no cumprimento dos objectivos propostos e no máximo ☀️ rendimento, deixando para segundo plano as relações interpessoais entre os membros do grupo.
Em termos prático, ambas as orientações tem vantagens ☀️ e desvantagens (Noce, 2002).
A orientação para a relação é mais eficaz quando estamos numa situação moderadamente favorável.
Por outro lado, a ☀️ orientação para a tarefa é mais apropriada quando a situação é muito favorável ou muito desfavorável (Weinberg e Gould, 1995).
Liderança ☀️ eficaz
Um das preocupações fundamentais nesta área de estudo da Psicologia do Desporto é conseguir que os treinadores e se convertam ☀️ em líderes eficazes e contribuam para o desenvolvimento do atleta/equipa (Dosil, 2004).
No entanto, uma questão se levanta: o que é ☀️ um líder eficaz?
De acordo com vários autores (Martens, 1987, Weinberg e Gould, 1995, Alves, 2000 e Dosil, 2004), qualquer tipo ☀️ de liderança, para ser efectivo, deve apresentar um equilíbrio entre quatro componentes.
Qualidades do Líder
Como já foi mencionado anteriormente, os modelos ☀️ baseados nas qualidades inatas do sujeito como líder tem vindo a ser abandonados, reconhecendo-se cada vez mais a importância do ☀️ contexto e o efeito das aprendizagens adquiridas ao longo da vida.
Apesar de não existirem um conjunto bem definido de traços ☀️ da personalidade que garantam a condição de líder com êxito (Mendo e Ortiz, 2003), os estudos realizados indicam que é ☀️ necessário que determinadas características estejam, no mínimo, presentes (Alves, 2000).
Apesar de algumas já terem sido referidas anteriormente, Martens (1987), sintetiza ☀️ essas qualidades da seguinte forma:Inteligência;Firmeza;Optimismo;
Motivação intrínseca;Empatia;
Habilidades de Comunicação;Autocontrolo;
Confiança nos outros;Persistência;Flexibilidade;
Empenhamento, dedicação e responsabilidade;
Estimam e Ajudam os outros;
Identificam e corrigem problemas;
Estilos ☀️ de liderança
Segundo Alves (2000), os líderes excelentes, para atingir as fazer jogo da mega metas e optimizar o rendimento do grupo, utilizam estilos ☀️ de actuação próprios que se designam por estilos de liderança.
Em função das características da situação e dos liderados, o mesmo ☀️ sujeito pode utilizar distintos estilos de liderança (Mendo e Ortiz, 2003), sendo os mais adoptados o autocrático e o democrático.
Apesar ☀️ de já terem sido abordados anteriormente, podemos utilizar a definição elaborada por Martens (1987) e Weinberg e Gould (1995):
Autocrático - ☀️ estilo de comando, centrado na vitória e orientado para a tarefa;
Democrático - estilo cooperativo, centrado no atleta e orientado para ☀️ o sujeito.
Características dos liderados
As características dos liderados (atletas) também são fundamentais para determinar a eficácia do processo de liderança (Weinberg ☀️ e Gould, 1995).
Alguns estudos demonstram que os liderados diferem naquilo que esperam do líder.
Se uns se mostram mais disponíveis para ☀️ aceitar responsabilidades e autonomia, outros sentem-se melhor quando são totalmente orientados (Alves, 2000).
Vejamos alguns exemplos:
Idade - de acordo com Serpa ☀️ (1990), os atletas mais jovens apresentam uma preferência maior pelos comportamentos democráticos e de suporte social e evidenciaram uma maior ☀️ rejeição dos comportamentos autocráticos;
Sexo - de acordo com Weinberg e Gould (1995), os atletas do sexo feminino têm preferência por ☀️ estilos de liderança mais participativos (democrático);
Nível de Capacidade - segundo Weinberg e Gould (1995), os atletas com um maior nível ☀️ de habilidades preferem uma liderança orientada mais para o sujeito/relação;
Personalidade - de acordo com Serpa (1990), os sujeitos com um ☀️ funcionamento mais cognitivo preferem comportamentos de instrução.
Por outro lado, os indivíduos que se mostram mais impulsivos preferem comportamentos de suporte ☀️ social;
Experiência - segundo Alves (2000), os atletas com um maior grau de maturidade evidenciam uma preferência por estilos mais democráticos ☀️ que lhes concedam alguma autonomia e responsabilização;
Factores situacionais
Um líder deve ser sensível à especificidade da situação e do envolvimento (Weinberg ☀️ e Gould (1995), sendo a premissa básica desta afirmação: diferentes situações, requerem diferentes actuações de liderança (Martens , 1987).
Desta forma, ☀️ podemos considerar que o líder eficaz é aquele que utiliza um estilo adequado a cada contexto (Alves, 2000).
Nos factores situacionais ☀️ podemos incluir:
Tipo de Modalidade - devido às exigências organizativas e estruturais os treinadores tem utilizado um estilo de natureza mais ☀️ autocrática nos desportos colectivos e mais democrática nos individuais (Alves, 2000).
Nível de Participação - de acordo com Martens (1987), os ☀️ atletas de elite preferem estilos participativos e comportamentos de suporte social, orientados mais para o sujeito;
Tamanho do grupo, tempo disponível ☀️ para a prática, etc.
Nenhuma das quatros componentes atrás mencionadas pode ser entendida isoladamente, todas fornecem um contributo importante para a ☀️ compreensão do que pode ser um processo de liderança eficaz (Weinberg e Gould, 1995).
Modelos e teorias da liderança
Como se sabe, ☀️ ao longo dos tempos, muitos foram os psicólogos que tem centrado as suas preocupações no estudo do papel desempenhado pelos ☀️ líderes e as suas implicações nas diversas esferas sociais (Dosil, 2004).
Este facto conduziu a um desenvolvimento de várias teorias e ☀️ modelos de liderança com a intenção de explicar o seu comportamento e a fazer jogo da mega relação com o êxito do sujeito/grupo.
A ☀️ maioria dessas teorias e modelos surgiram no âmbito de várias áreas que não a desportiva (Weinberg e Gould, 1995).
No entanto, ☀️ o indiano Chelladurai (1978), citado por Weinberg e Gould (1995), Alves (2000) e Dosil (2004), após a identificação das características ☀️ próprias das organizações desportivas e por considerar que as teorias vigentes não se aplicavam na fazer jogo da mega totalidade ao fenómeno da ☀️ liderança no desporto, propôs o seu Modelo Multidimensional e estabeleceu uma teoria que teve uma grande aceitação no âmbito da ☀️ Psicologia do Desporto (Dosil, 2004).
Modelo multidimensional de liderança no desporto de Chelladurai
De acordo com Serpa (1990), Leitão, Serpa e Bártolo ☀️ (1995), Weinberg e Gould (1995), Samulski (1995), Cruz e Gomes (1996), Alves (2000), Noce (2002) e Dosil (2004), neste modelo ☀️ a performance e a satisfação do atleta, resultam dos comportamentos do treinador, aqueles que são exigidos pela situação, aqueles que ☀️ são os preferidos pelos atletas e os comportamentos reais do treinador (adaptativos ou reactivos - conforme a adaptação comportamental do ☀️ líder às condições do sistema organizacional e as reacções deste às necessidades, desejos e pressões dos atletas).
Por fazer jogo da mega vez, estes ☀️ comportamentos podem ser influenciados ou condicionados pelas características do próprio treinador (formação desportiva, capacidade intelectual e instrumental, personalidade, experiência, etc.
), ☀️ pelas características dos atletas (nível de maturidade biológica e psicológica, motivações, idade, sexo, etc.
) e pelas características da situação (estrutura ☀️ formal da organização, objectivos a alcançar, normas e valores em vigor, factores da tarefa ou modalidade, etc.).
Em suma, no modelo ☀️ multidimensional o desempenho e a satisfação dos atletas/grupo são a consequência de uma harmonia entre três estados de comportamento do ☀️ treinador (líder), que são influenciados pelas suas próprias características, da situação e da dos membros (Chelladurai, 1990).
Segundo Alves (2000), a ☀️ ideia fundamental que sobressai é que quanto maior for a congruência entre o que é pedido ao treinador (tanto pelos ☀️ atletas, como pela situação) e as suas características, maior será a probabilidade de se obter um clima favorável ao rendimento ☀️ e à satisfação dos membros do grupo.
Avaliação da liderança no desporto
A importância da avaliação da capacidade de liderança de um ☀️ treinador ou dirigente, reside no facto de se poder compreender melhor as características que devemos potenciar ou optimizar para que ☀️ se possa alcançar melhor rendimento e satisfação entre os atletas (Dosil, 2004).
Com base no modelo multidimensional de Chelladurai, foi desenvolvido ☀️ um instrumento de avaliação que goza de uma grande aceitação por parte dos investigadores, o que motivou a fazer jogo da mega tradução, ☀️ adaptação e utilização em diversos países (Dosil, 2004).
A Leadership Scale for Sport (LSS), foi desenvolvida por Chelladurai e Saleh (1978), ☀️ e traduzida e adaptada para a população portuguesa por Serpa et al.
(1989), passando a ser conhecida no nosso país por ☀️ Escala de Liderança no Desporto (ELD).
Este instrumento é composto por 3 versões: autopercepção - que nos revela a percepção do ☀️ treinador do seu próprio comportamento; percepção - que se refere à percepção que os atletas têm do comportamento do seu ☀️ treinador; preferências - que diz respeito às preferências dos atletas pelo comportamento do treinador.
Cada uma das versões desta escala é ☀️ constituída por 40 itens, aos quais se responde numa escala tipo Likert que varia entre 1 (nunca) e 5 (sempre).
Posteriormente ☀️ as respostas são agrupadas em cinco dimensões que representam o comportamento tipo do treinador/líder, que podemos sintetizar da seguinte forma:
Treino ☀️ Instrução - voltado para a melhoria dos aspectos técnicos e tácticos da modalidade;
Suporte Social - interesse em relação ao bem-estar ☀️ dos atletas;
Democrático - favorecimento da participação dos atletas nas tomadas de decisão;
Autocrático - favorecimento da autoridade pessoal do treinador e ☀️ independência na tomada de decisão;
Reforço - relacionado com o reforço positivo dado ao atleta;
De acordo com Cruz e Gomes (1996) ☀️ e Dosil (2004), para além da Escala de Liderança no Desporto de Chelladurai e Saleh (1978), existem outros instrumentos de ☀️ avaliação disponíveis e que são igualmente bem acolhidos no âmbito da investigação e da aplicação prática (consultar a bibliografia referente ☀️ aos testes no anexo suplementar).
Leader Behavior Description Questionnaire (LBDQ), desenvolvido por Danielson, Zelhart e Drake (1975);
Coaching Behavior Assessment System (CBAS), ☀️ desenvolvido por Smith, Smoll e Hunt (1977);
Medford Player-Coach Interaction Inventory (MPCII), desenvolvido por Medford e Thorpe (1986) e traduzido e ☀️ adaptado para a população portuguesa - Inventário de Interacção Atleta-Treinador (IIAT), por Leitão, Serpa e Bártolo (1992);
Scale of Athlete Satisfaction ☀️ (SAS), desenvolvido por Chelladurai, Imamura, Yamaguchi, Oinuma e Miyauchi (1988);
Sport Leadership Behavior Inventory (SLBI), desenvolvido por Glenn e Horn (1993);
Leadership ☀️ Quality Scale (LQS), desenvolvido por Zhang e Pease (1995);
Recomendações práticas para o desenvolvimento da liderança eficaz
Em primeiro lugar, e seguindo ☀️ a sugestão de Dosil (2004), deve-se diferenciar a existência de diferentes tipo de liderança em função dos protagonistas envolvidos no ☀️ contexto desportivo (dirigentes, treinadores, atletas, médicos, etc.
), uma vez que cada um deles desempenha um papel distinto no seio do ☀️ colectivo.
De acordo com o mesmo autor, as lideranças mais usuais e aquelas que maior interesse tem para os psicólogos do ☀️ desporto são:
Dirigentes - no essencial, devem ter em linha de conta as características próprias de cada modalidade e utilizar técnicas ☀️ semelhantes às da psicologia organizacional;
Treinadores - devem "aprender e treinar" as suas competências neste domínio e caminhar no sentido de ☀️ serem líderes eficazes (ver modelo de Martens, 1987);
Jogadores - quer de uma formal (através da fazer jogo da mega escolha entre os membros), ☀️ quer informal (emergir da interacção entre os membros), não se pode negar a existência de líderes/jogadores dentro dos grupos (Mendo ☀️ e Ortiz, 2003).
Compreender a fazer jogo da mega influência nos comportamentos do colectivo e criar alianças de intervenção com ele pode fazer a ☀️ diferença.
No âmbito da liderança, o psicólogo do desporto pode assessorar e ajudar os treinadores e dirigentes a realizar uma análise ☀️ das situações de modo a que tenham outra visão dos problemas e tomem decisões eficazes.
Porém dois factores são fundamentais, para ☀️ ter êxito como treinador/líder é necessário ser bom comunicador e ter uma boa coesão de grupo (Dosil, 2004).
Martens (1987) também ☀️ reforça este ponto, treinar as competências de comunicação e melhorar as relações interpessoais são as pedras basilares para o sucesso ☀️ da liderança no desporto.
Para além desses factores, Murray (1991), Cruz e Gomes (1996) e Noce (2002), sugerem algumas linhas de ☀️ orientação prática que se baseiam em 3 estratégias principais:
Nova Concepção de Sucesso - dado que um dos poucos factores que ☀️ os atletas podem controlar é o seu esforço e empenho, podemos fazer equivaler o conceito de sucesso à ideia de ☀️ "dar o máximo de esforço";
Abordagem Positiva face ao Treino - a utilização do reforço positivo pelo esforço, pelo desempenho e ☀️ pelo encorajamento após o erro motiva melhor o sujeito face às suas dificuldades, cria um clima muito mais agradável e ☀️ diminui a ansiedade e o stress;
Percepção mais Realista dos Comportamentos - só com uma percepção realista e correcta das suas ☀️ condutas é que o treinador pode melhorar e modificar os seus padrões de comportamento, no sentido de ir ao encontro ☀️ das preferências dos seus atletas;
Como se pode verificar, não é tarefa fácil o desenvolvimento da liderança no desporto, uma vez ☀️ que as variáveis envolvidas neste processo são inúmeras.
No entanto, num aspecto concordamos com Dosil (2004, pp.
229), a conjugação destas variáveis ☀️ pode ser "a chave do êxito ou fracasso de uma equipa ou desportista".
Como se pode constatar, através do modelo de ☀️ multidimensional de Chelladurai de 1978, o objectivo principal da liderança eficaz é possibilitar o rendimento e a satisfação de cada ☀️ um dos membros da organização desportiva.
No entanto, importa saber que para atingir esse objectivo devemos ter em linha de conta ☀️ que esses factores resultam dos comportamentos do líder (treinador) que são influenciados, não só pelas suas próprias características, mas também ☀️ pelas características da situação e dos liderados (atletas).
Para concluir esta tentativa de simplificar a explicação deste processo complexo que é ☀️ a liderança no desporto, deixamos uma reflexão final que faz um sumário de tudo aquilo que aqui foi escrito sobre ☀️ este tema - "a liderança eficaz passa por uma grande flexibilidade na adopção do estilo adequado a cada situação e ☀️ pelo desenvolvimento de uma cultura própria do grupo que una todos os seus membros à volta dos mesmos objectivos" (Alves, ☀️ 2000, pp.133).
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