Em meio ao escândalo das apostas que tomou conta do futebol brasileiro e virou caso de polícia, há o Instituto 💻 Brasileiro do Jogo Responsável (IBJR), organização que representa nove empresas do setor.
Em entrevista exclusiva à ESPN, o diretor-presidente do órgão, 💻 André Gelfi, foi direto sobre o que é necessário ser feito para evitar, ou ao menos diminuir, novas situações como 💻 esta que o esporte mais popular do país está vivendo.
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Além disto, ele também revelou em 💻 detalhes como as casas de apostas e seus operadores desconfiam de possíveis manipulações e esquemas.
Vale lembrar que o futebol brasileiro 💻 está sob investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que segue a todo vapor em seu trabalho, até aqui com 💻 as operações Penalidade Máxima I e II.
A Justiça já acatou a denúncia e tornou réus 16 pessoas, sendo sete delas 💻 jogadores profissionais (veja lista abaixo).
A investigação apura um esquema envolvendo atletas e grupos criminosos que ganhavam dinheiro com apostas relacionadas 💻 a lances específicos em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, além de jogos de torneios 💻 estaduais de 2023.
É neste imbróglio que estão as casas de apostas, que têm sido o 'campo de jogo' de criminosos 💻 para a tentativa de ganho de dinheiro de forma ilícita.
Para Gelfi, não há outra maneira, é preciso haver a regulamentação 💻 das apostas no país, o que classificou como "fundamental".
E acrescentou que "educação" e "conscientização" são os melhores caminhos para o 💻 combate às manipulações.
"A regulamentação é fundamental para que a gente possa ter controles efetivos.
Não é inventar a roda.
Sabemos como fazer 💻 isso.
A nossa posição como instituto é facilitar que isso exista no Brasil.
Existir um mercado controlado.
Como a gente vai controlar um 💻 mercado internacional? A gente tem que tratar deste problema na causa e não na consequência", afirmou o diretor-presidente do IBJR.
"A 💻 gente tem que esclarecer e explicar como funciona essa dinâmica criminosa e onde as casas estão relacionadas com isso.
Precisamos avançar 💻 com as medidas propositivas.
Estamos falando de um mercado que está para ser regulamentado.
Existem maneiras que fazem com que algumas atividades 💻 sejam coibidas", seguiu.
E a regulamentação?
Na última quinta-feira (11), o governo federal divulgou detalhes a respeito da proposta regulamentadora para o 💻 mercado de apostas esportivas, criada pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com a pasta, as empresas serão taxadas em 16% da 💻 receita obtida.
Já os ganhadores das apostas pagarão 30% de imposto de renda em cima do dinheiro recebido.
Haverá isenção apenas para 💻 valores inferiores a R$ 2.112,00.
De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o governo federal espera arrecadar entre R$ 12 💻 e R$ 15 bilhões por ano.
O projeto chegará como Medida Provisória ao Congresso.
Assim que for editado, o projeto deverá entrar 💻 em vigor em um período de até quatro meses.
A regulamentação ganhou força depois que a Operação 'Penalidade Máxima II' apontou 💻 novos nomes de atletas e intermediadores que participaram de manipulações esportivas no futebol brasileiro.
Para Gelfi, a regulamentação, além de criar 💻 um "ecossistema" de segurança para os apostadores, também ajudará a proteger os esportistas no futuro.
"A partir de então [da regulamentação], 💻 facilitar o trabalho preventivo.
Isso passa por educação.
Estamos alinhados com o que foi discutido com as autoridades brasileiras de regulamentação das 💻 apostas, temos que ter a conscientização.
O esportista está vulnerável.
O nosso papel é acelerar esse processo de conscientização", finalizou.
O que leva 💻 uma casa de apostas a desconfiar de uma manipulação?
À ESPN, André Gelfi explicou ainda como funciona o trabalho dos operadores 💻 de empresas de apostas na identificação de possíveis esquemas de manipulação de resultados.
Trabalho essencial e inicial para ajudar a combater 💻 o ganho de dinheiro de maneira ilícita por parte do apostador.
"A gente tem um histórico e movimenta cada aposta.
E temos 💻 um padrão de comportamento.
Uma base histórica de cada cliente.
Se o cliente é novo, olhamos com mais cuidado", começou.
"Quando você tem 💻 um indício numa casa de aposta, a princípio é só um indício.
Se ele [indício] aumenta, passa a ser uma evidência.
E 💻 essas evidências são notificadas.
E daí para frente, é notificado para Fifa ou Uefa, dependendo do esporte", detalhou o responsável pelo 💻 IBJR.
"Os operadores, se identificam um movimento estranho, notificam, e a aposta pode ser retirada.
Isso tudo está previsto.
Do ponto de vista 💻 técnico, é factível.
Podemos bloquear as apostas.
Isso é o que você faz quando identifica antes do fato acontecer.
Às vezes, você suspeita 💻 que algo ocorreu e existe uma investigação", finalizou.
Quantas empresas de apostas fazem parte do IBJR?
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável 💻 representa nove grupos que têm empresas atuantes no mercado de apostas.
São eles:1 - Bet3652 - Betsson Group3 - Betway Group
4 💻 - Entain (SportingBet)
5 - Flutter (Betfair)6 - KTO Group7 - Netbet Group8 - Rei do Pitaco
9 - Yolo Group (Sportsbet.io)
Quantos 💻 clubes da Série A do Brasileirão têm empresas de apostas como patrocinador máster?
Dos 20 clubes que compõem a primeira divisão 💻 do futebol brasileiro, 12 deles contam com companhias de apostas como patrocinadores máster.
Veja a lista abaixo:
Veja abaixo quais são os 💻 jogos que estão sob investigação na Série A
Quais jogadores estão sendo investigados?
Eduardo Bauermann (Santos)
Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
Victor Ramos ( Chapecoense )
Igor 💻 Cariús ( Sport )
Paulo Miranda (Náutico)
Fernando Neto (São Bernardo)
Matheus Gomes (Sergipe)
Quais jogadores também foram citados no processo?
Vitor Mendes ( Fluminense 💻 )Richard (Cruzeiro)
Nino Paraíba (América-MG)
Dadá Belmonte (América-MG)
Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)Moraes Jr.(Juventude)
Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)Nathan (Grêmio)
Pedrinho 💻 (Athletico-PR)
Bryan García (Athletico-PR)
Apostadores e membros da organização
Bruno Lopez de Moura
Ícaro Fernando Calixto dos Santos
Luís Felipe Rodrigues de Castro
Victor Yamasaki FernandesZildo 💻 Peixoto Neto
Thiago Chambó Andrade
Romário Hugo dos Santos
William de Oliveira Souza
Pedro Gama dos Santos Júnior
O que a "Operação Penalidade Máxima" investiga
A 💻 investigação da "Operação Penalidade Máxima" aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até R$ 100 mil, a 💻 cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.
Um jogador cooptado, por exemplo, teria 💻 a "função" de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida 💻 - normalmente uma derrota de melhor casino para ganhar dinheiro equipe.
As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante 💻 Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida 💻 válida pela Série B do Brasileiro.
Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso 💻 o plano funcionasse.
Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.
A história chegou até Hugo Jorge 💻 Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado.
A 💻 partir daí, criou-se a operação "Penalidade Máxima" para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.
Na primeira denúncia, havia a suspeita 💻 de manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema 💻 era de âmbito nacional e havia acontecido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileiro.
Além de Romário, outros 💻 sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, 💻 hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau 💻 (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Algum jogador de futebol foi preso?
Nenhum 💻 jogador preso, só pessoas envolvidas nos pedidos de manipulação.
Foram três mandados de prisão em São Paulo, mas só para não 💻 atletas.
Foram apreendidas granadas de efeito moral em um mandado de prisão em São Paulo a armas de fogo em outro 💻 endereço, também em terras paulistas.
Nesse local, houve também um flagrante de armas de fogo sem o devido registro.
Os atletas ou 💻 aliciadores podem ser indiciados via Estatuto do Torcedor e também podem responder por crime por lavagem de dinheiro, se for 💻 o caso.
Segundo o Estatuto do Torcedor, a pena varia de 2 a 6 anos de prisão.
O que os jogadores faziam 💻 para manipular as partidas?
Os atletas e envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação da seguinte forma: receber cartões amarelo ou 💻 vermelho, cometer um pênalti, garantir uma derrota parcial no 1º tempo, número de escanteios, etc.