Escândalos, suspensões e muito dinheiro envolvido.
A história das apostas esportivas voltou aos holofotes e trouxe muito debates á tona novamente.
Será 🍎 que você conhece toda essa trajetória?
Início da história das apostas esportivas
Há cerca de dez mil anos, a história das apostas 🍎 esportivas começou com as práticas recorrentes do ser humano.
Sendo assim, as pessoas utilizavam flechas, pedras, lanças, paus e qualquer outro 🍎 tipo de arma para participar dos jogos.
Com as flechas, provavelmente ganhava aquele que acertasse o alvo; e com as pedras, 🍎 quem arremessava mais longe, era o "campeão".
Com o passar dos anos, novos equipamentos e tecnologias surgiram e, no Egito, foi 🍎 criado o dado.
Usado até os dias de hoje, o dado foi criado cerca de três mil anos antes do nascimento 🍎 de cristo.
Além disso, os egípcios inventaram os jogos de tabuleiro.
Com o objetivo de realizar cada vez mais apostas, esses jogos 🍎 logo se popularizaram pela população.
Expansão da história das apostas esportivas
Em direção à Ásia, durante os séculos XII e XII, os 🍎 chineses desenvolveram outra atividade muito famosa ainda atualmente: as cartas de baralho.
Porém, nem todas as sociedades aceitaram a atividade legalmente.
Nas 🍎 regiões islãs e budistas, os apostadores recebiam punições duras, como prisões.
Durante o período do renascimento e do surgimento de novas 🍎 escolas de pensamento, é estudado pela primeira vez o risco verdadeiro de fazer apostas descontroladas.
Sendo assim, foi desenvolvido a "Teoria 🍎 das Probabilidades", que é a base da gestão de riscos moderna e é hoje utilizada pelas casas de apostas e 🍎 pelos apostadores profissionais.
No esporte, há uma disputa entre os ingleses e franceses sobre quem introduziu primeiro as apostas.
Como um orgulho 🍎 nacional, os britânicos alegam que foram através de cavalos que as apostas modernas começaram.
Já os franceses apontam uma data específica 🍎 para esse começo no país: uma corrida em 15 de maio de 1651, no Bois de Boulogne.
Apostas esportivas no Brasil
A 🍎 história das apostas esportivas começou no Brasil no século XIX, mais precisamente em 1822, com as corridas de cavalo sendo 🍎 apresentadas à população, criando um grande alvoroço logo de cara.
No Rio de Janeiro, a popularidade era tão grande que chegava 🍎 a gerar receita para o governo do estado, fazendo com que em 1854 fosse fundado o Jockey Club do Rio 🍎 de Janeiro, onde a classe média/alta apostava e se divertia durante os finais de semana.
Mesmo com tanta popularidade, o governo 🍎 do Rio chegou a proibir qualquer forma de jogo de azar em 1831.
Porém, como não era uma regra tão rigorosamente 🍎 aplicada, logo os jogos voltaram a crescer, continuando assim por todo o século XIX.
Novas formas de apostas no Brasil
No início 🍎 do século XX, a história das apostas esportivas deu um grande pulo, já que novas formas de apostas foram introduzidas 🍎 para o povo no Brasil, aumentando ainda mais a popularidade da prática no país.
Em 1917, a primeira loteria nacional foi 🍎 criada e nomeada como Loteria Federal, que logo já teve muito sucesso entre a população e rapidamente se tornou uma 🍎 das principais formas de apostas no país.
Em meados da década de 30, as apostas cresceram ainda mais, principalmente com a 🍎 chegada dos cassinos aos Brasil, com aval do atual presidente, Getúlio Vargas.
Entretanto, pouco mais de dez anos depois, o então 🍎 presidente Eurico Gaspar Dutra promoveu mudanças drásticas com relação à legalidade das apostas no Brasil.
Dutra assinou o decreto-lei 9.
215, proibindo 🍎 os considerados jogos de azar no país, argumentando que a prática era degradante para o ser humano.
Briga pela regularização
Desde então, 🍎 a prática das apostas foi sofrendo diversas mudanças de década em década.
Em 1941, o governo resolveu legalizar novamente o jogo 🍎 de azar no país, fazendo com os Jockey Clubes voltassem a funcionar e novas práticas de apostas, como Jogo do 🍎 Bicho, bingo e caça-níqueis fossem apresentados à população brasileira.
Cinco anos depois, as apostas foram novamente proibidas, causando um profundo impacto 🍎 sobre a indústria.
Sendo assim, com o fechamento dos Jockey Clubes das loterias nacionais, muitas pessoas perderam o emprego e o 🍎 governo perdeu uma fonte significativa de renda.
Nos anos 60, o governo tentou regulamentar novamente os jogos, liberando o funcionamento dos 🍎 Jockeys e loterias, mas sem sucesso.
Trinta anos se passaram até o século XXI, onde as apostas online ganharam popularidade com 🍎 o avanço da tecnologia em todo o país.
Apostas esportivas na internet
A história das apostas esportivas mudou drasticamente no século XXI, 🍎 onde tecnologias interativas foram apropriadas pela sociedade.
Assim, houve um crescimento exponencial das indústrias das apostas esportivas.
Especificamente em 1972, no Canadá, 🍎 surgiram os primeiros vestígios desse mercado.
Mas, de forma efetiva, a popularização do fenômeno ocorreu no final da década de 90 🍎 e início de 2000.
Surgiram diversas empresas no mercado de apostas, como Interwetten (1997), Pinnacle Sports (1998), SportingBet (1998), Unibet (1998), 🍎 Expekt (1999), Gamebookers (2000), Bwin (2001) e Bet365 (2001).
Mas, afinal, como funcionam as apostas?
As maneiras de se apostar foram modificadas 🍎 ao longo do tempo e, nos dias atuais, as apostas online são majoritariamente as mais escolhidas pelos apostadores.
Os sites das 🍎 mais variadas empresas do ramo fazem um estrondoso sucesso entre os praticantes e geram grande movimentação de dinheiro em torno 🍎 dos esportes.
Apostar consiste em depositar alguma quantia monetária em alguma situação possível de acontecer durante uma partida (pegando o futebol 🍎 como exemplo, que detém 81% dos apostadores, segundo pesquisa realizada pela Industry Insights).
Assim, caso acerte a aposta, o indivíduo recebe 🍎 a quantia depositada de volta e ainda um valor extra, que varia de acordo com a possibilidade/cotação prévia que aquilo 🍎 tinha de acontecer ou não, isto é, as odds.
Quanto maior as chances de ocorrência do fato, menor o valor conquistado 🍎 em caso de sucesso e, quanto menor as odds, maior a quantia retornada.
Como essas cotações ficam disponíveis, a pessoa sabe 🍎 quanto terá de retorno com a confirmação de seu palpite.
Como funciona na prática?
Vale como exemplo uma situação comum no mundo 🍎 das apostas esportivas atualmente: um indivíduo aposta cinco reais que o jogador X marcará um gol na partida.
Essa possibilidade apresenta 🍎 odds de 2.5.
Então, se o fato realmente se concretizar, o apostador receberá doze reais e cinco centavos como prêmio.
Dito isso, 🍎 é possível compreender a problemática dos jogos de azar, uma vez que te permitem lucrar muito dinheiro com um simples 🍎 acerto ou, da mesma forma, desperdiçar uma quantia altamente significativa.
É importante pontuar também que existem duas formas de jogar dentro 🍎 desse sites: o trading (bolsa esportiva) e o punting.
O primeiro consiste em apostar dentro da plataforma contra outros apostadores, onde 🍎 cada jogador trabalha e toma suas ações com base nas oscilações das odds, que funcionam como as ações de empresas 🍎 na bolsa de valores tradicional.
Já o punting tem como fundamento o duelo entre o participante e a casa de aposta.
Ou 🍎 seja, o jogador faz seu(s) palpite(s) e, caso obtenha sucesso, recebe o dinheiro diretamente da empresa dona do negócio.
Diferente do 🍎 trading, o punting não permite ao participante a possibilidade de alterar suas apostas ao longo do evento em questão.
Ou seja, 🍎 as apostas feitas seguirão até o final da partida.
Escândalo de Totonero
O primeiro grande escândalo da história das apostas esportivas aconteceu 🍎 na Itália.
Um alvoroço causado pela manipulação de resultados, ligados a apostas clandestinas de jogadores da Lazio e do Milan (no 🍎 primeiro momento), marcou a história do futebol local.
Álvaro Trinca e Massimo Cruciani foram os dois pilares do esquema, já que 🍎 possuíam contato com diversos jogadores da Lazio.
Porém, como Trinca e Cruciani frequentemente perdiam dinheiro com esse esquema, os mesmos denunciaram 🍎 os atletas envolvidos.
Assim, no dia 1° de Março de 1980, a Procuradoria da República foi notificada da ocorrência e, com 🍎 investigações, descobriu que atletas de outras equipes também praticavam os jogos de palpites e manipulação.
No dia 23 do mesmo mês, 🍎 durante partidas da 24° rodada da Série A e 27° da Série B, policiais entraram em campo e prenderam diversos 🍎 jogadores apostadores.
O Milan foi o segundo principal time nesse aspecto, uma vez que, juntamente à Lazio, tinha o maior número 🍎 de jogadores envolvidos.
Lazio e Milan tiveram como punição o rebaixamento para a segunda divisão italiana e atletas banidos do futebol.
Além 🍎 disso, outros jogadores pegaram entre três meses e seis anos de proibição para atuar, sendo que Claudio Pellegrini teve a 🍎 pena máxima.
A Máfia do apito
Em 2005, mais precisamente na competição do Campeonato Brasileiro, foi feita uma descoberta envolvendo apostadores esportivos 🍎 e dois árbitros através de denúncia anônima.
André Rizek, jornalista e comentarista dos canais SporTV, foi quem comandou o desdobramento da 🍎 reportagem por trás do escândalo.
A reportagem veio à tona na capa da tradicional Revista Veja, trazendo como personagem central do 🍎 esquema os árbitros Edílson Pereira de Carvalho (na foto) e Paulo José Danelon.
Logo depois, a redação da revista recebeu uma 🍎 denúncia anônima de que o juiz estaria manipulando resultados do futebol brasileiro.
Um empresário do interior de São Paulo estava coagindo 🍎 Edilson recorrentemente via telefone, que vivia um momento de instabilidade financeira na época, para favorecer certos times dentro de campo.
A 🍎 estratégia traçada no esquema era colocar dinheiro na vitória do favorito (por mais que pagasse menos do que apostar em 🍎 uma zebra) e o lucro seria compensado pela alta quantia apostada no ganhador.
Assim sendo, as casas de apostas clandestinas não 🍎 iriam desconfiar de uma alta quantia apostada em um time com baixa probabilidade de vencer a partida.
O acordo para cada 🍎 adulteração de resultado entre o apostador e Edílson era pagando R$10,000 por partida.
Entretanto, mesmo apitando diversos jogos de diferentes competições 🍎 no calendário do futebol sul-americano naquele ano, apenas no Campeonato Brasileiro houve uma intervenção e anulação de partidas apitadas.
Os jogos 🍎 cancelados e remarcados foram:
Vasco 0 x 1 Botafogo – REEDIÇÃO: Vasco 1 x 0 Botafogo
Ponte Preta 1 x 0 São 🍎 Paulo – REEDIÇÃO: Ponte Preta 2 x 0 São Paulo
Paysandu 1 x 2 Cruzeiro – REEDIÇÃO: Paysandu 4 x 1 🍎 Cruzeiro
Juventude 1 x 4 Figueirense – REEDIÇÃO: Juventude 2 x 2 Figueirense
Santos 4×2 Corinthians – REEDIÇÃO: Santos 2×3 Corinthians
Vasco 2 🍎 x 1 Figueirense – REEDIÇÃO: Vasco 3 x 3 Figueirense
Cruzeiro 4 x 1 Botafogo – REEDIÇÃO: Cruzeiro 2 x 2 🍎 Botafogo
Juventude 2 x 0 Fluminense – REEDIÇÃO: Juventude 3 x 4 Fluminense
Internacional 3×2 Coritiba – REEDIÇÃO: Internacional 3 x 2 🍎 Coritiba
São Paulo 3 x 2 Corinthians – REEDIÇÃO: São Paulo 1 x 1 Corinthians
Fluminense 3 x 0 Brasiliense – REEDIÇÃO: 🍎 Fluminense 1 x 1 Brasiliense
As partidas citadas acima válidas pelo Campeonato Brasileiro foram apitadas somente por Edílson Pereira de Carvalho.
Além 🍎 disso, Paulo José Danelon não apitou jogos do campeonato de elite nacional na edição de 2005.
Após a reedição dos jogos, 🍎 o Corinthians assumiu a primeira colocação, no lugar do Internacional, pois tinha tido o time mais prejudicado e recuperou quatro 🍎 pontos.
Além disso, embalou uma boa fase e contou com os tropeços dos demais rivais diretos na busca do título.
O escândalo 🍎 serviu para fortalecer a profissionalização e aprimoramento da arbitragem, fazendo com que ações de controle e fiscalização mais rigorosas entrassem 🍎 em cena, visando evitar situações semelhantes no futuro.
A Máfia das Apostas (2022/2023)
Estourando agora em 2023, a investigação profunda da máfia 🍎 das apostas de fato começou a acontecer ao final de 2022.
Jorge Hugo Bravo, Não somente atuando como presidente, Jorge também 🍎 é um representante da Policial Militar, facilitando na investigação do processo.
Sendo assim, Jorge recebeu levantamentos de que dois atletas da 🍎 própria instituição estariam sendo corrompidos para manipular os jogos do clube.
A ponta do iceberg estava sendo descoberta.
Uma quadrilha criminosa estava 🍎 aliciando jogadores não somente do Vila Nova, mas de outras equipes do futebol nacional para manipulação de lances factuais das 🍎 partidas.
Liderados por Bruno Lopez, que de forma mascarada era autointitulado como "empresário de jogadores", os atletas recebiam antecipadamente um pagamento 🍎 que lhes faziam estar comprometidos com a corrupção.
Assim, de maneira friamente calculada, bastava escolher quais lances iriam manipular dentro do 🍎 campo sem que pudesse levantar suspeitas.
A princípio, a quantidade de escanteios, laterais, cartões amarelos, vermelhos, fazer um pênalti e outras 🍎 tantas ações aparecem como disponíveis nas mais diversas casas de apostas esportivas no Brasil e no mundo.
Era esse o alvo 🍎 da quadrilha.
Mas de onde vem toda a teia? Qual a motivação de tal grupo? Em síntese, tais apostas improváveis rendem 🍎 bastante dinheiro para os apostadores.
Basta ter contato dentro de campo em pelo menos 5 jogos simultâneos para arrecadar uma boa 🍎 quantidade de dinheiro fácil.
Mas como funcionava o esquema?
Segundo investigações, um grupo de financiadores emprestava dinheiro para a quadrilha de apostadores.
Sendo 🍎 assim, tal quadrilha não encontrava barreiras para aliciar e ir facilmente de encontro com os jogadores.
Seja combinando por ligações de 🍎 videochamada ou até mesmo troca de mensagens e áudios por aplicativos do próprio celular.
Ameaças de morte, ameaças contra a família 🍎 e o risco eminente de tudo ser descoberto eram os riscos e preço que os próprios atletas e quadrilhas aceitavam 🍎 quando entravam neste processo.
Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos Futebol Clube, foi um dos jogadores que aceitou fazer parte do esquema 🍎 dos apostadores, porém não conseguiu cumprir com um combinado.
Bauermann deveria tomar um cartão vermelho durante a partida contra o Botafogo, 🍎 mas só recebeu a punição depois do apito final.
Sendo assim, a aposta não foi concluída e o zagueiro acabou sendo 🍎 ameaçado pelos apostadores, muito por conta do prejuízo do dinheiro investido.
Nomeada como Operação Penalidade Máxima e conduzida pelo Ministério Público 🍎 de Goiás, a operação se encontra no segundo estágio e não descarta quaisquer outros envolvimentos de atletas e quadrilhas de 🍎 apostadores em novos episódios do futebol nacional.
Qual é a conclusão de tudo isso?
Com o crescimento da tecnologia e do número 🍎 de apostadores, dificilmente não veremos novos casos envolvendo manipulação de resultados em outros esportes.
Caso não haja uma grande mobilização, é 🍎 possível que um novo escândalo acontece mais cedo ou tarde, muito por conta da falta de fiscalização.
Acima de tudo, tudo 🍎 indica que a história das apostas esportivas está apenas no começo e ainda teremos muitas surpresas pela frente.
