In the last decades the surf has reached a level of representation and organization with typical characteristics of modern sport.
In this perspective, the aim of this paper is to propose a taxonomy for this mode, taking into account the elements of its structure.
From a test of clarity, 24 volunteers evaluated the level of understanding of 59 terms selected, related to the practice of surfing.
The results showed an index of clarity of 95%.
Considering this an unfinished proposal, it was observed that the development of the taxonomy of surfing from its structural elements, allow the teacher to understand the content coverage of the sport, helping him in teaching duties.
Nas últimas décadas o surf tem alcançado um nível de representação e organização com características típicas do esporte moderno.
Nesta perspectiva, o objetivo deste texto é propor uma taxonomia para esta modalidade, levandoaposta futebol nordesteconta os elementos deaposta futebol nordesteestrutura.
A partir de um teste de clareza, 24 voluntários avaliaram o nível de entendimento de 59 termos selecionados, relacionados á pratica do surf .
O s resultados demonstraram um índice de clareza de 95%.
Considerando-se esta uma proposta inconclusa, observou-se que a elaboração da taxonomia do surf a partir dos seus elementos estruturais, permiti ao professor perceber com abrangência os conteúdos da modalidade, auxiliando-o nas tarefas de ensino.
The surfing as a modern sport: a proposal of taxonomyIntrodução
Nas últimas décadas o surf tem obtido um nível de organização formal e de representação social importante e muito semelhante aos esportes tradicionais, nomeadamente o basquetebol, futebol, voleibol, dentre outros.
Dados mais recentes indicam que esta modalidade tem sido praticada por mais de 17 milhões de pessoas, distribuídasaposta futebol nordestemais de 70 países.
No Brasilaposta futebol nordesteparticular, estima-se que são 2,7 milhões de praticantes.
(MOREIRA, 2009; BASE et al.
2007; CARLET, FAGUNDES e MILISTEDT, 2007).
O aumento da popularidade do surf tem sido atribuído à criação de instituições reguladoras a partir da década de 1960, períodoaposta futebol nordesteque se inicia um processo de transformação de uma atividade de caráter preponderantemente lúdico para uma prática desportiva moderna marcada pela competição e profissionalismo.
(MOREIRA, 2009 apud WARSHAW, 2003; BITENCOURT et al., 2006).
A expressão esporte moderno pode ser entendida como uma nova designação de um elemento da cultura corporal,aposta futebol nordesteum contexto histórico-social particular que acompanha a tendência dos sistemas de organização das sociedades industriais modernas.
(GARCIA, 1999; BENTO, 1987).
Nesta perspectiva, a principal característica do esporte é seu caráter sistemático de institucionalização de práticas competitivas, delimitadas, codificadas e regulamentadas convencionalmente, regido sobre quatro princípios elementares: rendimento, hierarquização, organização burocrática e publicidade.(BROHM, 1982).
Partindo de uma definição semelhante, Moreno (1994), sugere que o esporte atual deva ser compreendido a partir de classificações que contemplem um conjunto de critérios ou componentes internos, que levemaposta futebol nordesteconsideração a estrutura formal da atividade ou aaposta futebol nordestedinâmica interna de realização.
Deste modo, o surf com feições típicas do esporte moderno, pode ser classificado a partir de seus elementos estruturais.
Para Funollet (1995), o surf pode ser examinado a partir de três elementos que o determinam, designadamente, o espaço da prática, o praticante e o equipamento utilizado.
O surf, portanto, pode ser identificado como um esporte de caráter psicomotriz, realizadoaposta futebol nordestemeio liquido natural, onde o praticante desliza sobre uma superfície instável, impulsionado pela energia gerada pelo próprio meio.
(GUZMÁN, 2001; GUILLÉN, LAPETRA e CASTERAD, 2000; FUNOLLET, 1995; BETRÁN & BETRÁN, 1995; MORENO, 1994).Figura 1.
Classificação do surf de acordo com seus elementos estruturais
De modo geral, o surf tem sido identificado a partir de varias denominações, com destaque para esporte de aventura ou de natureza, remetendo a idéia de risco e das sensações que a atividade proporciona.
(CHALITA, 2005; GUZMÁN, 2001; GUILLÉN, LAPETRA e CASTERAD, 2000; FUNOLLET, 1995; BETRÁN & BETRÁN, 1995).
Para Bento (1991) e Costa (1997), a busca de sentimentos de auto-realização e auto-expressão dos praticantes, através da pratica de atividades desportivasaposta futebol nordesteambientes naturais, pode ser considerada uma importante tendência de alteração no cenário esportivo deste século.
Esta tendência expressa novos significados e valores para a prática do esporte, superando a perspectiva tradicional de antagonismo entre homem-ambiente, na qual o praticante necessita vencer a natureza para estabelecer uma relação de domínio e controle, para instituir uma renovada relação de convivência harmoniosa entre homem e natureza.
Surge, portanto, certa "ética ecológica de convivência" do praticanteaposta futebol nordesterelação à conservação e preservação do seu ambiente desportivo.
O praticante deixa de "ir contra" a natureza para "ir com" a natureza".(COSTA, 1997).
No âmbito da investigação científica, o surf tem ocupado espaços igualmente importantes, contemplando principalmente temáticas relacionadas a aspectos da saúde de surfistas profissionais e amadores, essencialmente quanto à ocorrência de lesões durante a pratica do surf estudado por Base et al.
, (2007); Mariezkurrena et al.
, (2004), a incidência de desvios posturais visto por Peirão, Tirloni e Reis, (2008), e o nível de flexão da coluna de surfistas durante o movimento da remada investigado por Cunha, Soares e Mafra Júnior, (2008).
Em relação ao comportamento de variáveis fisiológicas de surfistas, designadamente a freqüência cardíaca, verifica-se estudos de Brasil et al.
, (2001) e mais recentemente Garcia, Vaghetti e Peyré-Tartaruga, (2009), que analisaram estas variáveis durante a pratica do surf recreativo ou informal.
No âmbito competitivo do surf estas variáveis foram analisadas por e Carlet, Fagundes e Milistedt, (2007) e Mendez-Villanueva e Bishop, (2005).
Relativamente a variáveis psicológicas, Vaghetti, Roesler e Andrade, (2007) investigaram o tempo de reação simples de competidores e, Fernandes e Nunes, (2009) a ansiedade pré-competitiva dos atletas.
Quanto a aspectos do treinamento Liu et al.
, (2006) descreveram a rotina de treino de surfistas profissionais e amadores.
Relativo a questões sócio-históricas do surf, pode-se encontrar estudos como os de Fortes, (2008) que discutiu alguns aspectos relacionados à pesquisa acadêmica na articulação entre história o surf e os meios de comunicação, e também o de Melo e Fortes, (2009) que analisaram questões da participação do surfaposta futebol nordestefilmes produzidos no Brasil entre os anos de 1978 e 1983, eaposta futebol nordesterelação com o tecer de novas dimensões simbólicas para a sociedade brasileira.
Para além da ampliação da ascensão deste esporte e das investigações científicas que tem sido realizada, o surf tem igualmente despertado considerável interesse no âmbito da formação de professores de Educação Física enquanto matéria de ensinoaposta futebol nordestecursos de graduação e pós-graduação no Brasil (BITENCOURT et al, 2006).
Em outros países, o esporte de natureza eaposta futebol nordesteparticular o surf tem sido também incorporado como conteúdo curricular nos vários níveis de ensino, seja escolar, universitário e de pós-graduação.
Entretanto, percebe-se uma carência relativa aos conhecimentos profissionais específicos oferecidos nos currículos de formação de profissionais da área dos esportes praticadosaposta futebol nordestemeio natural, especificamente o surf, fato que pode dificultar na abordagem dos conteúdos durante a realização das tarefas de ensino do surf.
Embora seja evidente o aumento da popularidade e valorização do surf nos mais diversos segmentos sociais, acredita-se que esta modalidade ainda se utiliza de alguma forma de comunicação muito particular, com termos quase sempre no idioma inglês e pouco compreendida por pessoas menos ligadas aaposta futebol nordesteprática.
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi propor uma taxonomia, com certo nível de padronização para a modalidade, no idioma português, que inclui também termos de uma linguagem mais usual, para contribuir na ampliação e compreensão do surf nestes contextos de prática desportiva informal e no contexto de formação profissional de professores de Educação Física.
Clareza dos termos
Para elaborar a taxionomia do surf, utilizou-se o teste de clareza que permite estabelecer um nível de entendimento aceitável na validação e utilização dos termos e de suas respectivas descrições.
A primeira etapa do processo de avaliação dos termos consistiuaposta futebol nordesteidentificar, listar e descrever os termos utilizados na prática do surf, no idioma inglês e emaposta futebol nordesteforma usual no Brasil.
Em seguida, os termos e as descrições foram agrupadosaposta futebol nordesteconformidade com os elementos da estrutura da modalidade, nomeadamente, os equipamentos, contexto e praticante.
Utilizou-se 59 termos relacionados à prática do surf.
As referências de base utilizadas para elaborar a listagem dos termos foram: Moreira, (2009); Green, (2005); Alexandre, (2004); Cralle, (2001); Lowdon & Lowdon, (1988).
Na elaboração do instrumento para a aplicação do teste de clareza utilizou-se procedimentos de escala de atitude com valores que variaram de 1 (confusa), 2 (pouco confusa) e 3 (clara), que identificaram o grau de discordância e concordância dos avaliadores, relativamente ao entendimento dos termos e descrições (RICHARDSON, 1999).
Na avaliação (teste de clareza) participaram 24 sujeitos, selecionados através do critério de acessibilidade/ conveniência, organizadosaposta futebol nordestetrês grupos: a) 8 atletas de surf profissionais e amadores com idade média de 33 anos, com o mínimo de 15 anos de experiência de prática sistemática e 8 anos de prática competitiva ao nível estadual e nacional; b) 8 professores de escolas de surf com média de idade de 42 anos e com o mínimo de 7 anos de experiência de prática profissional; c) 8 universitários do curso de graduaçãoaposta futebol nordesteEducação Física e esportes, com idade média de 20 anos, do segundo ano de formação, sem experiência na prática do surf e pouco conhecimento sobre a modalidade.
Os termos obtiveram um índice de clareza médio de 0,28 (mínimo: 0,25; máximo: 0,30).
Estes valores conferem 95 % de clareza para os termos utilizados.
Considera-se, portanto, que a utilização dos termos selecionados pode contribuir para o alcance dos objetivos.
Proposta de taxonomia
Os termos estão apresentadosaposta futebol nordesteinglês, emaposta futebol nordesteforma usual no Brasil e,aposta futebol nordestedescriçãoaposta futebol nordesteportuguês.
Organizou-se de acordo com a classificação contemplando três elementos estruturais determinantes do surf: contexto, praticante e equipamento.
Especificamente no Brasil, alguns dos termos selecionados podem variar emaposta futebol nordesteforma de pronuncia e aplicação de acordo com a região (comunidade).
Porém, boa parte desta nomenclatura,aposta futebol nordestefunção deaposta futebol nordestepopularidade, não possui uma tradução para o português, cultivando de fato, uma linguagem com essência comum entre os diversos grupos de praticantes e aficionados pelo surf.
A tabela 1 mostra os principais termos relacionados aos equipamentos utilizados na prática do surf, nomeadamente, a prancha e suas estruturas, e ainda os implementos utilizados pelo surfista.
Equipamentos (Prancha) Inglês Usual Descrição Surf board Prancha de surf Prancha utilizada para o deslize nas ondas.
Deck Deck Superfície superior da prancha, onde o surfista pisa, que distribui-seaposta futebol nordesteum plano transversal de uma borda a outra.
Bottom Fundo Superfície inferior da prancha, a qual possui o maior contato com a água, que se configuraaposta futebol nordesteum sentido transversal de uma borda a outra.
Stinger Longarina Tira longitudinal de madeira que une as duas metades da prancha, do bico até a rabeta, deixando-a mais resistente a impactos.
Rails Bordas São as laterais da prancha que cortam a onda e controlam as viradas e a saída de água da prancha.
Rocker Curva de fundo Curvatura da prancha vista de um plano horizontal.
Outline Outline Linha externa que circunda a prancha dando forma à mesma.
Nose Bico Parte da frente (dianteira) de uma prancha.
Tail Rabeta Parte de trás (traseira) da prancha.
Fins Quilhas Estruturas fixadas no fundo da prancha para absorver a energia do fluxo de água, dando direção e agregando pressão e velocidade a prancha.
Quiver Quiver Conjunto de pranchas que o surfista possui para surfar as diferentes condições do mar.
(Implementos) Leash Cordinha Equipamento de segurança, feito de material elástico, que une a prancha ao tornozelo do surfista, também conhecido por strep.
Wax Parafina Material composto de cera, utilizado na parte superior da prancha para aumentar o atrito entre o pé do surfista e a prancha, resultandoaposta futebol nordesteuma maior aderência dos pés.
Scraeper Raspador Utensílio para retirar ou raspar a parafina, de forma que esta mantenha suas características antiderrapantes.
Grip Antiderrapante Acessório de borracha aderente, utilizado na parte superior da prancha, dando aderência aos pés do surfista.
(Também conhecido como astro deck) Wet suit Roupa de borracha Roupa feita de um material emborrachado (neoprene), utilizada para proteção térmica do surfista.
Tabela 1 -Termos relacionados aos equipamentos do surf.
A tabela 2 apresenta termos relacionados ao contexto da prática do surf, contemplando todas as estruturas naturais que compõem este meio, as ondulações, os ventos, as marés e os tipos de fundos onde as ondas quebram.
Contexto (Ondulações) Inglês Usual Descrição Swell Ondulação Ondulação formada por ventos e outros fenômenos oceânicos.
Wave Onda Fenômeno físico, relacionado à propagação de energia que gera um movimento oscilatório da água, desnivelandoaposta futebol nordestesuperfície para cima.
Wave face Parede da onda Superfície frontal da onda.
Inside Inside Zona de surf mais próxima da costa.
Outside Outside Zona de surf antes da linha de arrebentação das ondas, sentido mar costa.
Line up Line up Linha antes da arrebentação das ondas, sentido mar para costa onde os surfistas ficam posicionados na linha de formação das ondas.
Lip Crista Parte superior da onda, também chamado de "lábio da onda".
Peak Pico Porção da onda na qual começa arrebentar primeiro.
Bowl Bowl Zona da onda de maior energia, com uma seção de fechamento provável.
Pocket Olho Porção da onda com maior potencial para executar manobras Right Direita Quando a parede da onda arrebenta a direita do surfista que esta de frente para praia.
Left Esquerda Quando a parede da onda arrebenta a esquerda do surfista que está de frente para praia.
Set Série Grupo de ondas que chegam a costaaposta futebol nordesteintervalos espaçados.
Backwash Backwash Ondulação para o mar gerada pelo retorno de água após contato com a costa.
Flat Flat Condição do mar sem ondas.
(Ventos) Offshore Terral Vento que sopra na direção da costa para o mar.
Onshore Maral Vento que sopra na direção do mar para a costa.
Glassy Glassy Ausência de vento, deixando a superfície do mar extremamente lisa.
(Marés) Low tide Maré Baixa ou seca Movimento oscilatório da água do mar, desnivelando a superfície para baixo, gerado por um fenômeno astronômico de variação no nível do mar.
Low high Maré Alta ou cheia Movimento oscilatório da água do mar, desnivelando a superfície para cima, gerado por um fenômeno astronômico de variação no nível do mar..
(Fundos) Beach break Beach break Banco de areia próximo à costa, onde as ondas arrebentam, os quais se modificam de acordo com os ventos, marés, correntes e ondulações.
Point break Point Break Fundo fixo composto por pedra ou areia, onde as ondas arrebentam sempreaposta futebol nordesteuma mesma direção.
Reef break Reef Break Fundo formado por pedras ou corais, onde as ondas arrebentam.