As investigações sobre o esquema de fraudes em apostas esportivas no futebol brasileiro põem sob suspeita ao menos 20 partidas, 🍐 oito delas da Série A do Campeonato Brasileiro em 2022.
O caso, em apuração pelo Ministério Público de Goiás desde o 🍐 final do ano passado, ganhou nesta semana o reforço da Polícia Federal por determinação do Ministério da Justiça.
Titular da pasta, 🍐 Flávio Dino afirmou, em entrevista ao portal UOL, não descartar a possibilidade de interromper ou suspender torneios – algo que 🍐 vem sendo, até agora, negado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela Justiça Desportiva, entidade privada responsável por sanções 🍐 administrativas.
Como funcionava o esquema das apostas esportivas
Segundo a Promotoria, o esquema da quadrilha consistia na cooptação de jogadores, mediante pagamento 🍐 de valores, para que cometessem faltas e fossem, até mesmo, expulsos de campo.
Apostadores lucravam com lances específicos e os valores 🍐 negociados com os atletas variavam entre 50 mil e 500 mil reais.
Clubes e casas de aposta não saberiam do esquema.
Através 🍐 de sites online, usuários podem, além de apostar num placar específico e time vencedor, palpitar ainda sobre diferentes eventos ao 🍐 longo da partida, como o número de escanteios e cartões, e associá-los a um time ou jogador específico.
De olho nas 🍐 apostas em negociação antes de cada partida, a quadrilha podia escolher dentre elas e combinar antecipadamente com um jogador o 🍐 resultado da aposta.
Quem são os jogadores sob suspeita
Segundo o UOL, são mais 53 atletas citados nominalmente em provas.
Desses, 15 foram 🍐 denunciados e viraram réus na Justiça, 4 estão colaborando com as investigações e os demais 34 são citados em conversas 🍐 entre os envolvidos no esquema, mas, até este momento, não chegaram a ser denunciados formalmente.
Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa), Allan Godói 🍐 (ex-Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa), Mateusinho (Cuiabá), Paulo Sergio (ex-Sampaio Corrêa), Gabriel Domingos (ex-Vila Nova), Joseph (ex-Tombense) e Romário 🍐 (ex-Vila Nova) tornaram-se réus perante a Justiça em março.
A eles se juntaram, nesta semana, Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (ex-Juventude), 🍐 Paulo Miranda (ex-Juventude), Victor Ramos (ex-Portuguesa), Igor Cariús (ex-Cuiabá), Fernando Neto (ex-Operário-PR) e Matheus Gomes (ex-Sergipe).
Além dos atletas, outras 15 🍐 pessoas acusadas de operar o esquema também serão levadas a julgamento.
Quais jogos estão sob suspeita
Pelas duas denúncias aceitas até agora 🍐 pela Justiça, estão sob suspeita oito partidas do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, quatro da Série B de 🍐 2022 e quatro de campeonatos estaduais de 2023.
Eis a lista:Vila Nova x SportTombense x Criciúma
Sampaio Corrêa x Londrina
Palmeiras x Juventude
Juventude 🍐 x FortalezaGoiás x JuventudeCeará x Cuiabá
Red Bull Bragantino x América (MG)Santos x AvaíBotafogo x SantosPalmeiras x CuiabáSport x Operário
Guarani x 🍐 Portuguesa
Red Bull Bragantino x Portuguesa
Esportivo Bento Gonçalves x Novo HamburgoCaxias x São Luiz
Como o esquema de fraudes em apostas veio 🍐 à tona
As investigações começaram no final de 2022, quando o volante Romário, do Vila Nova, teria aceitado uma oferta de 🍐 150 mil reais para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
A fraude – 🍐 que, segundo a promotoria, teria um lucro estimado entre 500 mil e 2 milhões de reais – acabou não se 🍐 concretizando, e o caso veio à tona – há relatos de que os jogadores seriam pressionados pela quadrilha.
À época, o 🍐 presidente do clube, Hugo Jorge Bravo, investigou o caso e entregou as provas às autoridades.
Na esfera criminal, os envolvidos no 🍐 esquema podem responder por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
No âmbito administrativo, além de estarem sujeitos a pagamento de 🍐 multa, os jogadores podem acabar suspensos ou até mesmo banidos do esporte.
Sem regulação, apostas esportivas estão liberadas desde 2018; governo 🍐 enviou MP ao Congresso
Casas de aposta são permitidas no Brasil desde dezembro de 2018 por um decreto do então presidente 🍐 Michel Temer (MDB), mas ainda não há um conjunto de regras estabelecido para esse modelo de negócio.
Reportagem da BBC mostra 🍐 que empresas têm operado esses sites de fora do Brasil, isentando-as do pagamento de impostos em território nacional.
O Governo Federal 🍐 divulgou nesta semana uma proposta para regulamentar as apostas esportivas, que deve ser encaminhada ao Congresso como medida provisória, vigorando 🍐 de imediato até ser apreciada pelos parlamentares dentro de um prazo de 120 dias.
A MP impõe taxação de 16% sobre 🍐 a receita obtida pelas empresas com as apostas (subtraídos os prêmios pagos aos jogadores) e limita a operação desse modelo 🍐 de negócios a empresas habilitadas.