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DIRETRIZES

Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do 🤶 Esporte

Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega; Artur Haddad Herdy; Carlos Alberto Cyrillo Sellera; Claudio Aparício Silva Baptista; Claudio Gil Soares de 🤶 Araújo; Dalmo Antonio Ribeiro Moreira; Daniel Arkader Kopiler; Daniel Fernando Pellegrino dos Santos; Fernando Eugênio dos Santos Cruz Filho; Giuseppe 🤶 Sebastiano Dioguardi; Gustavo Paz Esteves Ferreira Fonseca; Ibraim Masciarelli Francisco Pinto; Jorge Eduardo Assef; José Kawazoe Lazzoli; Luciana Diniz Nagem 🤶 Janot de Matos; Luiz Gustavo Marin Emed; Luiz Eduardo Mastrocola; Marcelo Bichels Leitão; Odwaldo Barbosa e Silva; Ricardo Contesini Francisco; 🤶 Ricardo Stein; Salvador Manoel Serra; Serafim Ferreira Borges; Sérgio Timerman; Silvana Vertematti; Tales de Carvalho; Thiago Ghorayeb Garcia; Vera Márcia 🤶 Lopes Gimenes; William Azem ChalelaApresentação

No ano de 1986 em Belo Horizonte durante o XLII Congresso Brasileiro de Cardiologia foi formalizada, 🤶 com a coleta de assinaturas de sócios, a criação do Grupo de Estudos em Cardiologia do Esporte, no início diretamente 🤶 ligado à diretoria da SBC e depois integrante do DERC.

A concretização científica dessa verdadeira área de atuação da cardiologia brasileira, 🤶 foi concluída com a primeira Diretriz em Cardiologia do Esporte.

No mesmo ritmo das Sociedades de Cardiologia e de Medicina do 🤶 Esporte de todo o mundo, sem dúvida, irá aumentar a massa crítica dos estudiosos e interessados que atuam no esporte 🤶 e no exercício físico dos profissionais e da população.

O interesse, até governamental, da prevenção das cardiopatias começa pela disseminação da 🤶 atividade física para todos.

A explosão de praticantes das mais diferentes modalidades esportivas e por todas as idades é a atual 🤶 realidade.

A necessidade de termos uma base de consultas compatível com nossos hábitos e costumes se concretizou nesse texto.

Os participantes são 🤶 cardiologistas e médicos do esporte, o que facilitou a integração necessária e um legado, a diretriz, muito bem elaborada feita 🤶 com as dificuldades de ser a primeira, para ser otimizada e modificada periodicamente.

A Cardiologia do Esporte por ser uma área 🤶 nova da cardiologia é baseada em experiência, mas que procura criar suas evidências em nível mundial.

Cada vez mais novas modalidades 🤶 com intensidades e dificuldades esportivas crescentes são "inventadas" e imediatamente incorporadas nas academias, milhares de novos praticantes das longas corridas 🤶 de rua nos procuram para avaliações e questionamentos técnicos, tudo isso obrigam o médico a se manter atualizado para maior 🤶 segurança aos esportistas.

deve ficar claro que não existe risco zero, mesmo com todo o aparato especializado de emergência e conhecimento 🤶 adquirido.

O fundamental que está descrito nessa Diretriz, que foi aprofundada em muitos aspectos das cardiopatias para facilitar o leitor.

Dificuldades e 🤶 falta de evidencias mais consistentes em determinadas situações clinicas ainda vão persistir, mas soluções mais pertinentes estão presentes em todo 🤶 texto.

Também foi buscado um pareamento com as outras Diretrizes da SBC.

Esta Diretriz procurou abordar a avaliação pré-participação e recomendações para 🤶 prevenção de eventos fatais e não fatais nos atletas, nos esportistas em geral e nos paratletas

Ao finalizarmos queremos lembrar que, 🤶 pela primeira vez numa Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia foi incluído um capítulo para indivíduos portadores de necessidades especiais, 🤶 os festejados PARATLETAS.

Um fraterno abraço de parabéns e de agradecimento aos colaboradores.

Aos colegas que a irão utilizar esperamos que possa 🤶 ser útil para o bom exercício da Medicina.

Nabil Ghorayeb1.Introdução

A avaliação clínica pré-participação (APP) para atividades físico-esportivas deve ser entendida como 🤶 uma avaliação médica sistemática, uniformizada, capaz de abranger a ampla população de esportistas e atletas antes de roletas da betano liberação para 🤶 treinamento físico.

Tem como proposta identificar, ou pelo menos aumentar, a suspeita de doenças cardiovasculares que sejam incompatíveis com a realização 🤶 de atividades físicas visando a rendimento.

O objetivo principal desta avaliação, realizada previamente ao início da atividade física e periodicamente com 🤶 roletas da betano manutenção, é a prevenção do desenvolvimento de doenças do aparelho cardiovascular (DCV) e da morte súbita por meio da 🤶 proibição temporária ou definitiva da realização de atividades físicas ou do tratamento de condições que possam ser potencialmente fatais e 🤶 desencadeadas pelo exercício físico.

Tanto a American Heart Association, como a Sociedade Europeia de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Medicina 🤶 do Esporte1-3 são concordantes em recomendar a APP para todos os atletas profissionais.

Também encontra indicação para a correta prescrição de 🤶 exercícios em esportistas não profissionais, mas que realizam atividades em alta intensidade.

Atualmente, a principal discussão na aplicação da APP são 🤶 os custos envolvidos nessa avaliação.

Devido à baixa prevalência de condições capazes de desencadear morte súbita durante atividades esportivas e a 🤶 grande população de praticantes existentes no país, muito tem se debatido sobre qual seria o modelo de avaliação com melhor 🤶 custo-benefício.

Enquanto algumas sociedades como a American Heart Association defendem a simples aplicação de um questionário e exame físico, acreditando que 🤶 o custo financeiro e psicológico atrelado a resultados falsos positivos na realização de exames complementares não justificariam os benefícios que 🤶 poderiam ser encontrados, outras, como a Sociedade Europeia de Cardiologia, reforçam a utilização de métodos diagnósticos complementares, pois roletas da betano realização 🤶 tem capacidade de modificar a incidência de morte súbita na população de atletas3-7.

Apesar de não dispormos de trabalhos randomizados comparando 🤶 os dois modelos de avaliação sugerimos, assim como a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, que a APP deva ser 🤶 associada a métodos complementares para atletas profissionais, considerando ser plenamente justificada roletas da betano indicação na tentativa de garantir a integridade do 🤶 atleta e todo o custo envolvido na roletas da betano formação.

Outro aspecto polêmico refere-se à APP em crianças, sobre a qual até 🤶 o momento não existe consenso sobre protocolos a serem seguidos6,8,9.

Esses aspectos serão abordados neste documento, que visa a estabelecer as 🤶 normas para a APP em nosso país.

Didaticamente e também pelas diferenças relacionadas à fisiologia, epidemiologia e aspectos clínicos, optamos por 🤶 dividir em três grupos os indivíduos a serem avaliados: um formado por esportistas, outro por atletas profissionais e um terceiro 🤶 contemplando crianças e adolescentes e ainda para-atletas ou atletas portadores de necessidades especiais.

Uma zona de interseção entre eles sempre existirá, 🤶 quando considerados vários aspectos do exercício, como intensidade, frequência, volume de treinamento, etc.

O bom senso da prática médica e a 🤶 experiência individual do médico avaliador serão fundamentais na escolha do caminho a trilhar para a realização da APP nesses casos.2.Grupo 🤶 esportista

Caracterizado por indivíduos adultos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira regular, de moderada a alta intensidade, competindo eventualmente, 🤶 porém sem vínculo profissional com o esporte.2.1.

Anamnese e exame clínico

O ideal é que todo indivíduo candidato à prática de exercícios 🤶 ou esportes em nível moderado / elevado de intensidade, seja submetido, obrigatoriamente, a um exame médico que permita a detecção 🤶 de fatores de risco, sinais e sintomas sugestivos de doenças cardiovasculares, pulmonares, metabólicas ou do aparelho locomotor1,10,11.

As técnicas clássicas de 🤶 anamnese clínica devem ser empregadas, com alguns diferenciais, notadamente privilegiando aspectos relacionados ao exercício e à história de doenças familiares 🤶 ou eventos cardiovasculares relacionados à prática de esportes.

Durante a anamnese pode-se aplicar sistematicamente o Questionário de Prontidão para Atividade Física 🤶 (PAR-Q), desenvolvido no Canadá aliado a questionamentos básicos aplicados por um médico (Tabela 1).

Devemos ficar atentos a casos de morte 🤶 súbita ou cardiopatias congênitas na família; história familiar para anemia falciforme ou outras hemoglobinopatias; procedência de áreas endêmicas para doença 🤶 de Chagas ou regiões nas quais haja maior prevalência de doenças congênitas, como descendentes de imigrantes da região do Vêneto, 🤶 na Itália, onde há especial prevalência de casos de displasia arritmogênica do ventrículo direito3-12,13.

Deve-se ter especial cuidado na obtenção de 🤶 informações que possam levar ao esclarecimento do uso de drogas lícitas ou ilícitas que possam ser consideradas como doping, mesmo 🤶 que de forma involuntária, ou que sejam prejudiciais à saúde ou possam causar morte súbita13,14.

Entre os sintomas, devem chamar nossa 🤶 atenção as palpitações, síncope, dor precordial ou desconforto torácico; dispneia aos esforços; tontura/lipotimia; astenia; ou qualquer outro sintoma desencadeado pelo 🤶 exercício.

É necessário ter uma sensibilidade apurada para saber avaliar se os sintomas citados acima podem ser indicativos de algum estado 🤶 patológico ou se são meramente a consequência de um treino mais intenso ou uma competição.

Quanto à síncope no atleta, é 🤶 necessária uma investigação detalhada, pois, até prova em contrário, deve ser encarada como um episódio de morte súbita abortada espontaneamente14.

No 🤶 exame físico, merecem destaque algumas condições clínicas como: anemia; alterações posturais; focos infecciosos (dentários, p.ex.

); doenças sistêmicas ou infecciosas graves; 🤶 asma brônquica, obesidade, diabetes mellitus; hipertensão arterial sistêmica; alterações da ausculta pulmonar e cardiovascular; e situações especiais como a gravidez.

Deve-se 🤶 privilegiar a procura de sinais característicos e relacionados com a possibilidade de uma doença cardiovascular como: a presença de sopro 🤶 cardíaco, terceira ou quarta bulhas, estalidos valvares, alterações na palpação dos pulsos de membros superiores e inferiores, características físicas de 🤶 síndrome de Marfan, além da aferição adequada da pressão arterial (nos dois braços na primeira avaliação)15,16.

Ainda no exame físico, deve-se 🤶 caracterizar o grau de eventual encurtamento musculotendinoso, principalmente de alguns grupos musculares: isquiotibiais, quadríceps, iliopsoas, panturrilhas, adutores da coxa, trato 🤶 iliotibial, musculatura do dorso e ombros, pois a roletas da betano devida orientação terapêutica pode auxiliar na prevenção e tratamento de lesões 🤶 musculares, melhorando o desempenho desportivo.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: C2.2.

Exames complementares (não-cardiovasculares)

Entre os exames laboratoriais de rotina visando à 🤶 saúde, destacamos: hemograma completo, glicemia de jejum, ureia e creatinina, lipidograma completo, ácido úrico, hepatograma (TGO, TGP, gama-GT, bilirrubinas, TAP/INR), 🤶 exame de urina, exame parasitológico de fezes.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: B

Em indivíduos sujeitos a praticar exercícios ou competir 🤶 em altitudes superiores a 2.

000m, é importante a realização de eletroforese de hemoglobina, para descartar a possibilidade de hemoglobinopatias (p.ex.

, 🤶 anemia falciforme).

Em nosso meio, principalmente naqueles com epidemiologia compatível, a sorologia para doença de Chagas está recomendada6,7 (IA).

A telerradiografia de 🤶 tórax em PA (posteroanterior) e perfil esquerdo deve ser solicitada de rotina, pelo baixo custo e por fornecer informações relevantes 🤶 sobre doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e doenças do arcabouço torácico.2.2.1.Eletrocardiograma2.2.1.1.Introdução

É sabido que existem controvérsias na abordagem em grupos de atletas 🤶 mais jovens; a diretriz americana (AHA/ACC/ACSM) não contempla a inclusão do ECG, mas o protocolo italiano, já seguido pela Sociedade 🤶 Europeia de Cardiologia (ESC), justifica e recomenda roletas da betano realização.

Em relação aos indivíduos classificados como máster e idosos, o ECG de 🤶 repouso é mandatório; some-se a isso, a ampla disponibilidade e o baixo custo do método.

Nessa idade já existe uma maior 🤶 prevalência de doenças cardiovasculares, sendo a principal delas a doença arterial coronária.

Essa indicação aplica-se mesmo a indivíduos assintomáticos e/ou sem 🤶 conhecimento de patologia cardiovascular prévia.

2.2.1.2.Método

O ECG convencional de 12 derivações deve ser realizado com o indivíduo em posição supina, registrado 🤶 em velocidade de 25 mm/s e obtido com no mínimo 24 horas após a última atividade esportiva.

Repouso prévio de ao 🤶 menos 5 minutos é mandatório17,18.

2.2.1.3 Análise

O exame deverá ser avaliado por profissional médico, cardiologista e com experiência na área desportiva, 🤶 para que não sejam confundidas alterações fisiológicas do coração de atleta com eventuais cardiopatias.2.2.1.4.Alterações

O ECG de 12 derivações tem limitado 🤶 valor diagnóstico para detecção de doença arterial coronária em população de indivíduos assintomáticos, principalmente pelas variações dos padrões eletrocardiográficos associadas 🤶 ao treinamento físico17.

Tem roletas da betano maior utilidade quando realizado como parte de uma avaliação pré-participação, quando poderá identificar alterações não esperadas, 🤶 como infarto do miocárdio prévio (em faixas etárias mais elevadas), arritmias, distúrbios de condução, entre outras.

Pode também auxiliar no diagnóstico 🤶 de doenças menos prevalentes, como MCH, síndrome do QT-longo, síndrome do QT-curto, síndrome de Brugada, síndrome de WPW e pré-excitação, 🤶 além de displasia arritmogênica do VD.

O ECG de 12 derivações pode auxiliar ainda na avaliação diagnóstica de valvopatias aórtica e 🤶 mitral, batimentos ectópicos (extrassistoles supraventriculares e ventriculares), bradi e taquiarritmias, outras arritmias ventriculares e supraventriculares, distúrbios do sistema de condução 🤶 (BRE, BRD, BAV de graus variáveis).

Pode ainda detectar alterações do segmento ST, como repolarização precoce, depressão ou elevação do segmento 🤶 ST, inversão de onda T em derivações precordiais e/ou periféricas, aumento de voltagem das ondas R/S sugestivas de HVE2,19.

Podem existir 🤶 variações na prevalência das alterações eletrocardiográficas, sendo maior no sexo masculino que no feminino; em relação à idade, na população 🤶 de másters ou idosos, encontramos maior frequência de ondas T invertidas em derivações precordiais e/ou periféricas, ondas R/S aumentadas sugerindo 🤶 HVE e distúrbios na condução do estimulo.

Também são estatisticamente significativas as variações encontradas no eletrocardiograma convencional de 12 derivações em 🤶 relação ao tipo de esporte praticado e na dependência da faixa etária avaliada na tabela 2.

Grau de recomendação: I

Nível de 🤶 evidência: A2.2.2.Teste ergométrico

O teste ergométrico (TE) pode ser indicado na avaliação inicial de um esportista na identificação precoce de doença 🤶 cardiovascular, assim como contribuir na análise do prognóstico em assintomáticos ou quando houver referência a algum sintoma potencialmente indicativo desta 🤶 condição.

Sua indicação também se impõe com objetivo de avaliação da aptidão cardiorrespiratória na evolução do treinamento em determinadas modalidades esportivas, 🤶 notadamente as com predominância do componente aeróbico21-23.

A sobrecarga cardiovascular imposta pelo estresse da atividade física, realizada como lazer, durante a 🤶 prática de algum esporte ou na competição, exige uma grande demanda metabólica e hemodinâmica periférica.

Para atendê-la, ocorre aumento progressivo do 🤶 consumo de oxigênio pelo miocárdico com o objetivo de possibilitar a elevação do débito cardíaco.

A identificação de eventuais limitações ao 🤶 atendimento a essa demanda crescente por oxigênio pelo músculo cardíaco poderá ser avaliada por meio do TE.

Embora idealmente o TE 🤶 deva ser sempre indicado na APP, na condição específica de atividades de lazer de leve e moderada intensidades, indivíduos assintomáticos 🤶 e sem fatores de risco cardiovascular podem ser liberados sem a necessidade do exame.

Nas demais condições, o TE será sempre 🤶 recomendado24.

No adulto até 65 anos a doença arterial coronariana é a principal responsável pela mortalidade e a indicação do TE 🤶 para esses indivíduos visa, predominantemente, a identificação de isquemia miocárdica, refletindo provável doença coronariana (DAC).

Também naqueles assintomáticos e mesmo nos 🤶 com DAC conhecida, a indicação do TE se apoia na necessidade de uma prescrição adequada da atividade física.

A presença de 🤶 alterações no eletrocardiograma de repouso, frequentemente decorrentes de hipertrofia ventricular esquerda fisiológica do atleta, reduz o poder diagnóstico, no aspecto 🤶 eletrocardiográfico, de isquemia miocárdica no TE.

A análise simultânea de outras variáveis do TE contribuem na avaliação25,26.

A avaliação da resposta da 🤶 pressão arterial no TE possibilita a adoção de medidas preventivas e terapêuticas precoces, além de contribuir para a correta prescrição 🤶 do exercício.

A referência de palpitação durante a atividade física deverá ser investigada por meio do TE com o objetivo de 🤶 reproduzir, sob monitoração, a queixa do paciente.

O diagnóstico de arritmia cardíaca poderá, então, ser realizado, sendo o tratamento adequado orientado.2.2.2.1.

Variáveis 🤶 a serem avaliadas no teste ergométrico2.2.2.1.1.

Capacidade de exercício

A fraca capacidade de exercício expressa mau prognóstico.

A roletas da betano identificação merecerá investigação quanto 🤶 ao motivo da roletas da betano existência27,28.2.2.2.1.2.Dor torácica

Reproduzir por meio do TE a queixa de dor ou desconforto torácico durante o exercício 🤶 possibilitará o provável diagnóstico de isquemia miocárdica por doença coronariana, com consequente prosseguimento da investigação e afastamento das atividades físicas.

Quando 🤶 durante o TE se identificarem características absolutamente não isquêmicas da dor e esta for indicada pelo atleta como semelhante àquela 🤶 que motivou o TE e inexistir alteração em alguma variável do teste, a probabilidade de doença coronariana torna-se insignificante, podendo 🤶 o atleta ser liberado para a competição29.2.2.2.1.3.Segmento ST-T

Desnivelamento de ST

Infradesnivelamento ou supradesnivelamento do segmento ST em ascensão lenta, horizontal ou 🤶 descendente, pode caracterizar DCV, em especial a DAC, principalmente quando ocorrer concomitantemente a referência de dor torácica ou outra manifestação 🤶 que contribui com o diagnóstico de isquemia miocárdica30.

Nos atletas assintomáticos, quando ocorrerem alterações de ST durante o TE, mesmo que 🤶 não sejam acompanhadas de dor torácica ou que ocorram em elevado duplo produto e em alta capacidade de exercício, associadas 🤶 a arritmias cardíacas frequentes, justifica-se o afastamento temporário ou não início das atividades físicas e o prosseguimento na investigação de 🤶 doença cardiovascular.

Esse enfoque pode ser embasado pela maior exigência cardiovascular e o maior risco de eventos cardiovasculares, inclusive morte súbita, 🤶 durante o exercício ou durante a prática esportiva, notadamente acima dos 35 anos e quando um ou mais fatores de 🤶 risco para DAC estiverem presentes.

A análise do segmento ST deverá considerar:

• A característica morfológica, sendo descendente mais grave do que 🤶 horizontal e esta mais grave que ascendente lenta31,32.

• A precocidade do seu aparecimento durante o esforço e a persistência dessas 🤶 alterações tardiamente na fase de recuperação, condições indicativas de maior risco e gravidade33,34.

• A relação da variação da depressão do 🤶 segmento ST em relação à variação da frequência cardíaca [(delta ST em mm x 100) / delta FC].

Considera-se potencialmente isquêmico 🤶 quando igual ou maior a 1,635,36.

• A depressão de ST quando maior do que 10% em relação à amplitude da 🤶 onda R imediatamente anterior.

Esse ajuste da avaliação do segmento ST merece ser considerado principalmente por conta da presença habitual de 🤶 altas ondas R, expressando hipertrofia ventricular esquerda, fisiologicamente presente nos atletas37.

Ainda em relação à fase de repolarização ventricular devemos atentar 🤶 para o fato de que, quando partindo de um ECG em repouso alterado, a normalização dessas alterações durante o exercício 🤶 tem significado importante de benignidade e bom prognóstico.

Diferentemente, alterações que não normalizam ou pioram com a elevação da FC e 🤶 do duplo produto muito frequentemente sinalizam para a presença de coronariopatia ou miocardiopatia subjacente38-40.

Despolarização ventricular

Durante o esforço, na presença de 🤶 depressão do segmento ST, um aumento da amplitude da onda R e, simultaneamente, redução ou manutenção da amplitude da onda 🤶 Q em derivações laterais (V4, V5, CM5, V6), aumentam o poder diagnóstico para isquemia miocárdica41,42.2.2.2.2.

Pressão arterial sistêmica

Valores excessivamente elevados da 🤶 pressão arterial durante o teste ergométrico permitem inferir que durante a prática de exercício e de esporte, de modo semelhante, 🤶 a pressão arterial deverá estar muito elevada.

Esportes que necessitem de um maior componente estático possivelmente cursarão com pressão arterial, sistólica 🤶 e diastólica, ainda mais altas.

A investigação laboratorial e o tratamento da hipertensão arterial deverão se iniciar em seguida, devendo-se interromper 🤶 temporariamente as atividades esportivas até o seu melhor controle43.

Por outro lado, queda progressiva da pressão arterial sistólica durante o TE, 🤶 principalmente quando se alcançam valores da pressão arterial sistólica inferiores ao pré-esforço, merecerá prosseguimento na investigação da presença de doença 🤶 cardíaca.2.2.2.3.Frequência cardíaca

A incompetência cronotrópica indica mau prognóstico e tem sido associada a disfunção endotelial, alteração na modulação autonômica, valores elevados 🤶 nos marcadores de inflamação e doença coronariana.

A inadequada resposta da frequência cardíaca pode ser considerada por meio da incapacidade de 🤶 alcançar 85% da máxima frequência cardíaca estimada.

A equação 208 (idade x 0,70) pode ser utilizada na previsão da frequência cardíaca 🤶 máxima.

O índice cronotrópico inferior a 80% é outro método para identificar incompetência cronotrópica, possuindo valor prognóstico.

Ele é obtido por meio 🤶 da razão [(Reserva de FC obtida/Reserva de FC estimada) x 100]44.

A redução da frequência cardíaca no primeiro minuto da recuperação 🤶 em relação à frequência cardíaca do pico do esforço possibilita inferir a modulação vagal cardíaca.

Essa observação foi inicialmente identificada em 🤶 atletas comparativamente a pacientes com insuficiência cardíaca45,46.

Reduções iguais ou inferiores a 12 batimentos por minuto têm sido associadas a maior 🤶 incidência de mortalidade47.2.2.2.4.Arritmias cardíacas

Arritmias cardíacas com menor grau de complexidade, como extrassístoles ventriculares eventuais ao TE, frequentemente expressam aumento da 🤶 modulação autonômica simpática imposta pelo exercício graduado.

Isoladamente, tais condições, sem a presença de outras alterações, não justificam maior limitação às 🤶 atividades físicas nos indivíduos assintomáticos.

Nos indivíduos sintomáticos ou nos assintomáticos que desenvolvam arritmias ventriculares complexas, como taquicardia ventricular, sustentada ou 🤶 não, merecerão investigação previamente à liberação para as atividades físicas.

Presença de sete ou mais extrassístoles ventriculares exclusivamente na fase de 🤶 recuperação, ou na recuperação e no esforço, expressam um risco potencialmente maior de eventos cardiovasculares futuros48.

Grau de recomendação e nível 🤶 de evidência

Atividade física como lazer, de intensidade leve ou moderada, em indivíduo assintomático e sem fator de risco cardiovascular: realizar 🤶 teste ergométrico ao iniciar programa de atividade física.

Grau de recomendação: IIa

Nível de evidência: A

Atividade física como lazer, de intensidade leve 🤶 ou moderada, em indivíduo assintomático e sem fator de risco cardiovascular: realizar teste ergométrico ao iniciar programa de atividade física.

Grau 🤶 de recomendação: III

Nível de evidência: C

Atividade de lazer de alta intensidade, esporte e competição: realizar teste ergométrico ao iniciar o 🤶 programa de atividade física.

Grau de recomendação: IIa

Nível de evidência: AA qualquer momento:

Referência a dor ou desconforto torácico, início de cansaço 🤶 ou dispneia de causa indefinida, palpitação, identificação de arritmias previamente inexistentes, pré-síncope ou síncope relacionadas a exercício ou elevação da 🤶 pressão arterial em repouso, com ou sem comprometimento em órgão-alvo: realizar teste ergométrico.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A

Observação: a 🤶 solicitação de teste ergométrico estará na dependência da avaliação clínica inicial e poderá ser contra-indicada ou eventualmente antecedida ou sucedida 🤶 de outros exames complementares, quando necessário.2.2.3.

Ecocardiograma com doppler

Deve ser reservado para os casos com história clínica/familiar ou achado de exame 🤶 físico suspeito de cardiopatia, bem como para os casos de eletrocardiograma de repouso com critérios positivos para uma cardiomiopatia (Tabela 🤶 3)49.

Também nos casos conhecidos de cardiopatias congênitas, em especial as de baixa complexidade, em que a prática de atividades físicas 🤶 e mesmo esportivas de alto rendimento não estão contra-indiciadas, a realização periódica do ecocardiograma auxilia na avaliação evolutiva e no 🤶 correto manejo da condição em questão.

Vale ressaltar a importância do ecocardiograma com doppler associado a esforço físico em situações em 🤶 que a verificação da função cardíaca durante o exercício pode auxiliar no diagnóstico e conduta50.

Grau de recomendação: IIa

Nível de evidência: 🤶 B

Com relação aos atletas com idade superior a 35 anos, deve-se aplicar o protocolo padrão associado a questionário para avaliação 🤶 específica de doença arterial coronária.

Em homens >40 anos e mulheres >55 anos deve-se considerar a realização de teste funcional com 🤶 exercício e nos indivíduos com mais de 2 fatores de risco para doença arterial coronária (além do sexo e idade)51,52.

Em 🤶 caso de positividade na avaliação inicial para doença arterial coronária deve-se aprofundar a investigação com exames mais acurados, podendo-se utilizar 🤶 ecocardiograma de repouso, ecocardiografia com estresse ou cintilografia tomográfica do miocárdio, avaliando cada caso individualmente.

Grau de recomendação: IIa

Nível de evidência: 🤶 B2.2.4.

Outros exames complementares

A utilização de outras ferramentas diagnósticas, sejam métodos laboratoriais, gráficos, de imagem, invasivos ou não, devem obedecer a 🤶 critérios clínicos e evidências científicas já estabelecidas na literatura, em função dos achados no decorrer da APP.

Detalhes específicos sobre a 🤶 indicação e interpretação desses exames complementares serão encontrados no tópico sobre prevenção de morte súbita e eventos cardiovasculares na atividade 🤶 física e esportiva dessa diretriz.

3.Grupo atletas

Caracterizado por indivíduos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira regular e profissional, competindo 🤶 sistematicamente, com vínculo profissional com o esporte por meio de clubes e/ou patrocinadores de qualquer natureza.

Esse grupo trabalha sempre na 🤶 busca de superação de limites e recordes, submetendo-se frequentemente a cargas de treinamento de altíssima intensidade, que os colocam invariavelmente 🤶 sob estresse físico e psíquico intenso, com consequências frequentemente danosas.3.1.

Anamnese e exame físico

A avaliação pré-participação (APP) de atletas exige uma 🤶 estratégia exequível em termos econômicos, em especial em um país em desenvolvimento como o Brasil, de dimensão continental, muito habitado 🤶 e de grande diversidade econômica e social.

A abordagem cardiológica merece atenção especial, tendo em vista ser a eventualidade da morte 🤶 súbita dependente principalmente de causas cardiovasculares.

Nesse contexto, torna-se fundamental uma correta anamnese e exame físico53,54.

Deve ser considerado na anamnese, contribuindo 🤶 para uma correta interpretação do exame físico, que as adaptações cardíacas ao exercício físico são dependentes de roletas da betano frequência, quantidade 🤶 e intensidade, variando em decorrência das distintas solicitações observadas nas diversas modalidades desportivas, diferentes sistemas de treinamento e, também, de 🤶 acordo com respostas individuais55.

Esse último aspecto torna possível a existência de diferentes características cardíacas em indivíduos submetidos a atividades físicas 🤶 semelhantes.

Portanto, existem modificações de FC e de PAS que dependem da atividade física habitual e, também, de características próprias de 🤶 cada indivíduo.

Vale ressaltar que as modificações que compõem a síndrome do coração de atleta devem, a princípio, ser consideradas como 🤶 adaptações fisiológicas e normais ao exercício físico, sendo transitórias e sem repercussões negativas para a saúde56,57.

Exames laboratoriais, a princípio, não 🤶 são necessários, devendo a roletas da betano solicitação decorrer dos dados clínicos obtidos, com ênfase nos aspectos cardiocirculatórios.

Os exames laboratoriais listados na 🤶 primeira parte deste documento (grupo esportistas) devem ser considerados também no grupo dos atletas.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A3.1.1.

Considerações 🤶 sobre a síndrome do excesso de treinamento (SET)

Muitas vezes a magnitude e as repercussões clínicas das modificações cardiovasculares e de 🤶 outros sistemas configuram um problema de saúde, como deve ser considerada a síndrome de excesso de treinamento.

Por se tratar de 🤶 um quadro de difícil reconhecimento e depender essencialmente da análise clínica para a suspeição da roletas da betano presença, optamos por incluir 🤶 aqui roletas da betano descrição e as recomendações para seu manejo.

Na confirmação diagnóstica, o laboratório tem papel por vezes fundamental.

Existem dois tipos 🤶 de excesso de treinamento: o simpático, ou do tipo Basedow, e o parassimpático, ou do tipo Addison.

A SET do tipo 🤶 parassimpático é mais comum em atletas veteranos.

Nem sempre é acompanhada de queda do rendimento desportivo.

Muitas vezes, manifesta-se somente por certo 🤶 estado de letargia, consequência do grande predomínio vagal.

As respostas reflexas simpáticas estão inibidas, o que pode levar à ocorrência de 🤶 hipotensão ortostática, tontura, episódios de lipotimia e Stokes-Adams em situações da vida cotidiana.

A SET do tipo simpático, que é a 🤶 mais comum, costuma ocasionar queda de rendimento físico, irritabilidade, insônia, falta de apetite, sudorese profusa, taquicardia persistente e outras taquiarritmias, 🤶 retorno lento à frequência cardíaca basal após o esforço físico e hipertensão arterial.

Pode significar um processo catabólico acentuado, com emagrecimento 🤶 por perda de massa muscular e, até mesmo, osteoporose e fraturas de estresse.

Podem ocorrer alterações laboratoriais, com aumento de excreção 🤶 de nitrogênio urinário, redução de hormônios anabolizantes, como testosterona e hormônio do crescimento, e depleção dos fatores de defesa, com 🤶 menor resistência imunológica.

Configurando o processo catabólico, a redução de hormônios anabólicos se acompanha de aumento de hormônios catabólicos, como o 🤶 cortisol.

Assim, a relação cortisol sérico/testosterona sérica costuma apresentar valores acima do normal.

A queda de rendimento e os sintomas relacionados exigem 🤶 uma imediata redução da carga ou, até mesmo, um período de descanso prolongado, com interrupção dos exercícios físicos.

O tempo de 🤶 recuperação é bem variado, exigindo monitoração que indique a ocasião mais propícia de retomada das atividades.3.2.Eletrocardiograma

A prática esportiva promove alterações 🤶 morfofuncionais no coração relacionadas a tempo e intensidade do treinamento, que são demonstráveis ao ECG de repouso, como sobrecarga ventricular, 🤶 distúrbios do ritmo e da condução atrioventricular, estas impostas pela exacerbação vagal do exercício.

Anormalidades que colocam o atleta em risco 🤶 durante a prática esportiva podem ser detectadas, representando a expressão de uma doença cardíaca subjacente.

Quando o ECG de um atleta 🤶 é analisado, o principal objetivo é distinguir entre os padrões fisiológicos e aqueles que exigem ação e/ou testes adicionais para 🤶 excluir (ou confirmar) a suspeita de uma doença cardiovascular subjacente levando a risco aumentado de morte súbita no esporte58.

Erros na 🤶 diferenciação entre o fisiológico e o patológico podem ter graves consequências.

Atletas podem ser desnecessariamente desqualificados de competições por mudanças no 🤶 ECG que se inserem no intervalo normal para atletas.

Por outro lado, podem ser submetidos a exames desnecessários, elevando de sobremaneira 🤶 os custos da avaliação.

Isso é de particular relevância para o profissional, pois a desqualificação do competidor gera importantes transtornos psicológicos 🤶 e, eventualmente, financeiros.

Alternativamente, sinais de doenças cardiovasculares potencialmente fatais podem ser erroneamente interpretados como variantes do normal no ECG de 🤶 um atleta.

As peculiaridades do eletrocardiograma de repouso de atletas implicam que a interpretação do exame deve ser realizada por médicos 🤶 cardiologistas com experiência na área de fisiologia do exercício ou médicos do esporte com treinamento na área de cardiologia

Dados atualmente 🤶 disponíveis permitem uma definição da utilidade e do custo-benefício do uso do ECG na avaliação pré-participação59,60.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia 🤶 o recomenda em toda consulta inicial de cardiologia.

A Sociedade Europeia de Cardiologia e o Comitê Olímpico Internacional, a FIFA, indicam 🤶 a realização em todos aqueles que queiram ingressar em um programa de exercícios físicos de lazer ou competitivo61.

A American Heart 🤶 Association não o indica como obrigatório na avaliação pré-participação para a prática de exercícios ou esportes62.

No Brasil, em muitas instituições 🤶 onde são avaliados atletas, roletas da betano realização é obrigatória.3.2.1.

Alterações consideradas fisiológicas X sugestivas de cardiopatias

Os esforços concentram-se na melhor compreensão de 🤶 bases para a interpretação, definindo critérios de ECG para a diferenciação entre o coração de atleta e reais doenças cardíacas.

Mais 🤶 estudos são necessários para testar a acurácia, utilidade e custo-eficácia do ECG apresenta variações de critérios em relação ao sexo, 🤶 idade, etnia e diferentes níveis de formação e/ou tipo de esporte63,64.

As alterações no ECG do atleta podem ser divididas em 🤶 dois grupos: comuns e/ou relacionadas com o treinamento esportivo (grupo1) ou pouco frequentes e/ou sugestivas de cardiopatias (grupo2),conforme listadas na 🤶 tabela 4.

Atletas frequentemente (até 80%) mostram alterações eletrocardiográficas tais como bradicardia/arritmia sinusal (13-69%), bloqueio atrioventricular de primeiro grau (35%), repolarização 🤶 precoce (50-80%), resultantes de adaptações fisiológicas decorrentes do aumento do tônus vagal.

Também podem apresentar critérios de voltagem (ou seja, baseados 🤶 apenas em medidas de amplitude do QRS) para hipertrofia fisiológica do ventrículo esquerdo que reflete o remodelamento dessa cavidade, porém 🤶 sem a presença concomitante de ondas Q patológicas, desvio de eixo elétrico, sobrecarga atrial e alterações da repolarização65,66.

Essas mudanças fisiológicas 🤶 no ECG devem ser claramente separadas de padrões sugestivos de cardiopatias reconhecidos por alterações de repolarização, ondas Q patológicas, desvio 🤶 do eixo elétrico, defeitos de condução intraventricular, pré-excitação, intervalo QT curto/longo e Brugada.

Esses achados são raros (5%), mas podem ser 🤶 a expressão de cardiomiopatias, heranças genéticas e canalopatias, que predispõem a morte súbita67.

Alterações por causa de adaptação cardíaca ao esforço 🤶 físico (grupo 1) não devem causar alarme e o atleta pode ser liberado para participar em esportes competitivos sem avaliação 🤶 adicional, assim como devem prosseguir em investigação os atletas com achados sugestivos de cardiopatias mesmo que assintomáticos, na ausência de 🤶 história familiar positiva ou de achados anormais ao exame físico68-70.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A3.3.Teste ergométrico

O teste ergométrico (TE) 🤶 pode ser indicado na avaliação inicial de atletas em qualquer faixa etária como parte da estratégia de identificação precoce de 🤶 doença cardiovascular, assim como contribuir na análise do prognóstico, em assintomáticos ou quando houver referência a algum sintoma potencialmente indicativo 🤶 desta condição71,72.

Sua solicitação estará na dependência da avaliação clínica inicial e poderá ser contra-indicada ou eventualmente antecedida ou sucedida de 🤶 outros exames complementares, quando necessários.

As considerações feitas sobre o método no capítulo dedicado aos esportistas são plenamente aplicáveis também aos 🤶 atletas profissionais.

Sugerimos, portanto, a leitura do texto citado nesse documento.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A3.4.

Teste cardiopulmonar

De longa data, inclusive 🤶 no Brasil, os atletas e indivíduos que participam de atividades físicas de alto rendimento vêm sendo submetidos ao teste cardiopulmonar 🤶 de exercício máximo (TCPE) objetivando avaliação do desempenho e prescrição do treinamento aeróbico73.

Conforme descrito na tabela 5, o TCPE diferencia-se 🤶 primariamente do teste de exercício convencional pela adição de medidas e análises dos gases expirados74,75.

Consoante com seus objetivos primários, quando 🤶 realizado em atletas aparentemente saudáveis, muitas vezes, ao contrário dos testes de exercício com objetivo de diagnóstico clínico, não são 🤶 feitas medidas de pressão arterial e até mesmo de eletrocardiograma, sendo a medida da frequência cardíaca obtida nesses casos pelo 🤶 uso de frequencímetros.

Com a disponibilidade de algumas centenas de equipamentos em nosso meio (laboratórios, clínicas, hospitais, clubes e centros desportivos) 🤶 capazes de realizar essas medidas, na prática há pouco sentido em realizar a avaliação da condição aeróbica de atletas por 🤶 meio de um teste de esforço convencional, no qual há um erro de aproximadamente 20% quando são realizadas estimativas baseadas 🤶 em fórmulas desenvolvidas para protocolos clínicos para esteiras ou cicloergômetros.

Aparentemente consensual para os médicos e profissionais da área de educação 🤶 física que lidam com atletas, na impossibilidade da realização de um TCPE, a tendência é optar por testes de campo 🤶 como o de 2.

400 m ou até mesmo o tradicional teste de Cooper em detrimento do teste de exercício convencional.

No 🤶 contexto clínico da avaliação pré-participação de atletas e indivíduos que pretendem iniciar exercícios aeróbicos intensos, o TCPE apresenta muitas vantagens 🤶 sobre o teste de exercício convencional, conforme é ilustrado na tabela 5, além da mensuração objetiva e válida da condição 🤶 aeróbica ou VO2 máximo.

Em determinadas circunstâncias clínicas e para determinados grupos diferenciados de atletas, como por exemplo, os atletas másteres 🤶 ou aqueles indivíduos com enfermidades cardiovasculares e/ou pulmonares que estão envolvidos com competição desportiva recreativa (ex.

meias maratonas, maratonas, escaladas de 🤶 alta montanha, provas de ciclismo de estrada, travessias aquáticas, etc.

) ou profissional, a inclusão do TCPE na roletas da betano avaliação pré-participação 🤶 pode ser recomendada e até mesmo fundamental para a estratificação do risco individual, em função das informações agregadas pela medida 🤶 e análise de gases expirados.

Nessas circunstâncias e sempre que possível, deverá ser preferida a utilização do ergômetro que mais se 🤶 aproxima da atividade desportiva praticada.

Com o crescente envolvimento de indivíduos de meia-idade em eventos desportivos de massa76, é provável que 🤶 o uso do TCPE seja para obter subsídios objetivos e válidos que orientam mais cientificamente o treinamento ou para ter 🤶 uma maior segurança na caracterização de um baixo risco clínico para eventos cardiovasculares desfavoráveis, especialmente naqueles que possuem fatores de 🤶 risco coronariano, será cada vez mais comum em nosso meio.

Dentre as várias possibilidades de informações clínicas adicionais derivadas exclusivamente a 🤶 partir de um TCPE no atleta ou indivíduo saudável fisicamente ativo, destacam-se duas: a) identificação mais precisa e objetiva do(s) 🤶 fator(es) limitante(s) ao esforço máximo (cardiovascular, respiratório e muscular ou metabólico) e b) avaliação do comportamento do volume sistólico, obtida 🤶 pela análise das curvas e dos valores máximos do pulso de oxigênio (VO2/FC) e dos equivalentes ventilatórios (VE/VO2 e VE/VCO2) 🤶 quando é realizado um protocolo incremental e máximo com pelo menos 8 a 10 minutos de duração (mais comumente protocolo 🤶 de rampa)77.

Em muitos casos, especialmente considerando a elevada prevalência relativa de anormalidades eletrocardiográficas de atletas masculinos com longos anos de 🤶 treinamento predominantemente aeróbico, comprometendo, pelo menos em parte, a especificidade e a sensibilidade diagnóstica dos traçados obtidos no esforço, o 🤶 comportamento das variáveis cardiopulmonares obtidas durante o TCPE pode contribuir para dirimir dúvidas e estratificar apropriadamente o risco individual de 🤶 um dado atleta.

Em outras situações, uma redução da pressão arterial sistólica nos últimos minutos do TCPE em um atleta aparentemente 🤶 saudável, quando acompanhada de respostas ventilatórias normais, muito mais provavelmente reflete uma redução acentuada da resistência vascular periférica resultante de 🤶 franca acidose metabólica com um débito cardíaco preservado ou até mesmo crescente e não de uma disfunção aguda do inotropismo/lusitropismo 🤶 cardíaco decorrente de isquemia miocárdica.

O TCPE, já está incorporado na prática cardiológica para a avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca56 🤶 e para a identificação da etiologia da dispneia de esforço57 e, mais recentemente, consideradado como capaz de identificar isquemia miocárdica58 🤶 ou respostas anormais após cirurgias cardíacas59.

Em se tratando de atletas, é o procedimento de escolha quando se deseja obter uma 🤶 medida válida e precisa da condição aeróbica e da determinação da frequência cardíaca dos limiares para prescrição do exercício.

Grau de 🤶 recomendação: I

Nível de evidência: A

Para a estratificação mais precisa do fator limitante do exercício.

Grau de recomendação: II.a

Nível de evidência: A

Quando 🤶 houver alterações do eletrocardiograma de repouso que possam interferir na roletas da betano interpretação ao exercício ou respostas hemodinâmicas suspeitas.

Grau de recomendação: 🤶 II.a

Nível de evidência: B

O seu uso rotineiro em crianças e adolescentes aparentemente saudáveis, apenas com o objetivo de estratificar risco 🤶 de morte súbita ao exercício não parece ser especialmente útil.

Grau de recomendação: II.b

Nível de evidência: B3.5.Ecocardiograma

A avaliação pré-participação tem como 🤶 objetivo a prevenção de ocorrências que possam colocar em risco a integridade de indivíduos praticantes de atividades físicas sejam elas 🤶 recreativas ou competitivas, priorizando a identificação de alterações cardiovasculares estruturais e/ou funcionais que podem aumentar o risco de morbidade e 🤶 mortalidade durante essa prática40,60,61.

A utilização de métodos complementares na avaliação cardiovascular rotineira é controversa, tendo como aspecto de maior relevância, 🤶 o custo/benefício desta estratégia39.

Nesse cenário, a ecocardiografia assume papel fundamental, pela possibilidade de diagnosticar as principais doenças implicadas em morte 🤶 súbita em atletas (Tabela 6) e, diferenciar alterações fisiológicas do coração de atleta da hipertrofia patológica da cardiomiopatia hipertrófica, de 🤶 forma inócua, rápida e com relativo baixo custo.

A morte súbita em atletas jovens (12-35 anos) afeta, em roletas da betano maioria, indivíduos 🤶 da raça negra (>50%) e do sexo masculino (1:9).

No entanto, o risco de morte súbita independe do nível de competição 🤶 (escolar, amador, profissional)63-65.3.6.Recomendações

Entidades reconhecidas internacionalmente como a Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC), o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Sociedade 🤶 Americana de Cardiologia (SAC) divergem quanto à definição de exames diagnósticos de triagem para o estabelecimento de protocolos de investigação 🤶 em saúde pública66-68.

A complexidade dessa questão parece apoiar-se na relativa infrequência de morte súbita em jovens atletas (entre 1:100.000 e 🤶 1:300.

000 por ano), além da discutível eficiência em prevenir roletas da betano ocorrência, sendo que esse evento invariavelmente provoca imensa comoção e 🤶 repercussão na sociedade3,5.

Considerando esse panorama, a Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) amparada pela consistente experiência italiana que acompanhou atletas por 🤶 25 anos, determina em seu programa de triagem para indivíduos entre 12-35 anos um exame inicial composto por história familiar, 🤶 exame físico, ECG-12 derivações sendo que exames adicionais somente serão realizados com achados positivos durante avaliação inicial.(figura 1)17,69.

Essa estratégia se 🤶 mostrou efetiva em reduzir em quase 90% a incidência anual de morte súbita em atletas no nordeste italiano40.

A utilização da 🤶 ecocardiografia em programas populacionais em jovens atletas (12-35 anos) assintomáticos mostrou-se uma estratégia de alto custo e não há até 🤶 o momento nenhum estudo populacional com acompanhamento adequado que comprove roletas da betano eficácia63-65.

Com relação aos atletas com idade superior a 35 🤶 anos, deve-se aplicar o protocolo padrão associado a questionário para avaliação específica de doença arterial coronária.

Em homens >40 anos e 🤶 mulheres > 55 anos deve-se considerar a realização de teste funcional com exercício e nos indivíduos com mais de dois 🤶 fatores de risco para doença arterial coronária (além do sexo e idade)1,70.

Em caso de positividade na avaliação inicial para doença 🤶 arterial coronária deve-se aprofundar a investigação com exames mais acurados, podendo-se utilizar o ecocardiograma de repouso ou ecocardiografia com estresse, 🤶 avaliando cada caso individualmente40,41.

Diversos estudos têm sugerido a introdução de modalidades ecocardiográficas limitadas com exame restrito ao modo bidimensional sendo 🤶 realizado em 5 minutos.

Os resultados demonstram boa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de diversas afecções relacionadas a morte súbita 🤶 em atletas, principalmente a cardiomiopatia hipertrófica implicada em mais de 30% dos casos de morte súbita em atletas jovens71.

As recomendações 🤶 da tabela 7 levam em consideração a formulação de estratégia investigativa de triagem populacional para políticas de saúde pública e 🤶 podem não ser adequadas para a tomada de decisão em casos singulares, baseando-se em resultado de estudos e registros populacionais 🤶 alicerçados em programas de planejamento de custo.

Atualmente, associações e conselhos dirigentes de atletas profissionais possuem protocolos próprios, visto a apreciação 🤶 de questões legais e econômicas envolvidas ao aspecto profissional40.

A avaliação pré-participação baseada em consulta clínica inicial e ECG-12 derivações permite 🤶 a identificação dos atletas sob maior risco de morte súbita entretanto, não se mostrou como estratégia de triagem definitiva nesse 🤶 segmento.

Outros métodos diagnósticos com maior acurácia devem ocupar maior espaço como exame de screening inicial no futuro72-74,78.

No presente momento, a 🤶 ecocardiografia representa modalidade diagnóstica confirmatória a ser realizada após suspeição durante avaliação pré-participação inicial.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A

Não 🤶 há evidência para roletas da betano utilização rotineira em programas de triagem populacional em indivíduos assintomáticos.

Grau de recomendação: III4.

Grupo crianças e adolescentes

Caracterizado 🤶 por indivíduos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira muito variável, engajando-se na maioria das vezes em esportes recreativos 🤶 mas que atingem níveis de moderada a alta intensidade, sendo tão competitivos como nos níveis atléticos e, mesmo não realizando 🤶 treinamentos sistemáticos, em determinadas ocasiões superam até os de níveis atléticos.

Torna-se, portanto, impossível, em termos de intensidade e gastos energéticos, 🤶 uma diferenciação entre atletas e não atletas.

São crianças e adolescentes que podem competir sistematicamente, por vezes já vinculadas profissionalmente com 🤶 o esporte por meio de clubes e patrocinadores de qualquer natureza.

Por vezes são colocados sob estresse físico e psíquico intenso, 🤶 inclusive em algumas situações pelo posicionamento questionável dos pais ou responsáveis, que devem ser sempre orientados quantos aos riscos inerentes 🤶 de tal prática nessa faixa etária12,75.

As causas de morte súbita mais frequentes relacionadas a atividades físicas nessa faixa etária3 são: 🤶 cardiomiopatia hipertrófica, anomalia congênita de artéria coronária, displasia arritmogênica de ventrículo direito, alterações cardiológicas da síndrome de Marfan (ruptura de 🤶 aorta), síndrome de pré-excitação (WPW), síndrome de Brugada, síndrome do QT longo, repercussões arrítmicas ou hemodinâmicas de cardiopatias congênitas, miocardites, 🤶 comottion cordis, doença de Chagas, infecções e outras como distúrbio de condução, alterações hidroeletrolíticas, anemia falciforme além de causas indeterminadas.

Não 🤶 temos registros epidemiológicos estatísticos no Brasil de mortes súbitas relacionadas a práticas esportivas nessa faixa etária prendendo-se apenas à publicação 🤶 de relatos de casos.

A ordem acima mencionada, portanto, é seletiva, não caracterizando roletas da betano prevalência na população estudada.

Atleta competitivo é aquele 🤶 que participa de um time organizado ou esporte individual que requer treinamento sistemático e competições regulares visando a um objetivo, 🤶 seja ele prêmio ou excelência na modalidade.

Em geral são federados e/ou pertencentes a clubes esportivos.

Nessa faixa etária em especial, a 🤶 diferenciação entre atletas e não atletas "competitivos", como já comentado anteriormente, é praticamente impossível.

A avaliação pré-participação esportiva vem se desenvolvendo 🤶 e se tornando cada vez mais formal, sendo uma atitude legal em alguns países, como a Itália.

Um consenso mundial já 🤶 estabelecido é o da realização de uma história clínica bem conduzida, focando principalmente sintomas e antecedentes pessoais assim como antecedentes 🤶 familiares de cardiopatia, principalmente ocorrência de morte súbita precoce.

A melhor estratégia para realizar a APP nessa faixa etária ainda é 🤶 um motivo de grande discussão em vários países3,75.

Tais dados podem ser muito bem obtidos por meio de questionários validados como 🤶 da American Heart Association (AHA) e das Recomendações para Morte Súbita do Comitê Olímpico Internacional (Lausanne), adaptados na tabela 1.4.1.

Avaliação 🤶 específica: estágios de Tanner l 79,80

No processo de crescimento e desenvolvimento, temos a sequência de eventos puberais que culminam com 🤶 aparecimento de caracteres sexuais secundários resultantes da maturação hormonal, sistematizada por Tanner e classificada em cinco etapas, levando em conta, 🤶 no sexo feminino, o desenvolvimento mamário e a distribuição e a quantidade de pelos pubianos e, no sexo masculino, os 🤶 aspectos dos órgãos genitais e também a quantidade e distribuição de pelos pubianos.

A avaliação desses parâmetros é fundamental, pois o 🤶 aumento de massa muscular, estatura, peso além da especialização motora estão relacionadas a ele.

Apesar de haver uma constância na sequência 🤶 das etapas de Tanner, o tempo de passagem de um estágio para outro é muito variável e, assim, a maturação 🤶 sexual pode durar de 2 a 5 anos.

O grande incremento do crescimento físico que ocorre na puberdade, o conhecido estirão 🤶 do crescimento, é a fase da vida em que o indivíduo mais cresce.

Geralmente, a aceleração do crescimento no sexo feminino 🤶 ocorre no início da puberdade, entre os estágio 2 e 3, e sempre precede a menarca, que geralmente coincide com 🤶 a fase de desaceleração do crescimento, e com o estágio 4.

No masculino, usualmente a aceleração ocorre no estágio 3 e 🤶 tem seu pico no estágio 4.

Eletrocardiograma em repouso nesse grupo se acompanha da mesma controvérsia já descrita como exame rotineiro.

Pelas 🤶 diferenças regionais extremas do país79,81 levando em conta as evidências científicas disponíveis, recomendamos o ECG como segue:

Crianças e adolescentes saudáveis 🤶 assintomáticos e sem nenhum fato clínico importante observado na avaliação médica inicial com história clínica detalhada e exame físico minucioso, 🤶 atendendo aos questionamentos acima aqui mencionados.

Grau de recomendação: IIa

Nível de evidência: C

Na APP em crianças e adolescentes de 5 a 🤶 18 anos em início de treinamento organizado e competitivo em escolas esportivas, academias e clubes.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: 🤶 A

Em todas as crianças e adolescentes com alguma suspeita de cardiopatia de base, detectada com os dados obtidos durante a 🤶 avaliação médica.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A4.2.

Exames laboratoriais

Em relação à realização de exames laboratoriais, na faixa etária em questão 🤶 assumem importância para controle de situações frequentes nessa população como parasitoses, anemias, erros alimentares e até em alguns casos desnutrição.

Consideramos 🤶 os exames abaixo relacionados como passíveis de indicação, sempre na dependência da avaliação clínica prévia76,77:

Hemograma: análise da hemoglobina, associada a 🤶 anemias e leucopenia muito comum principalmente em jovens em treinamento, que pode acarretar aumento no risco de IVAS.

Ferro e ferritina: 🤶 ajuda no diagnóstico de anemia ferropriva e também serve para detectar síndrome de excesso de treinamento, na qual encontramos baixos 🤶 níveis de ferritina.

Sódio, potássio e cloro:detecção de distúrbios hidroeletrolíticos.

Perfil lipídico e glicemia: atualmente devido a constantes erros alimentares das crianças 🤶 e adolescentes, vem adquirindo importância principalmente na prevenção primária da hipercolesterolemia na idade adulta.

Sorologia de Chagas: ainda é uma doença 🤶 endêmica no Brasil e na América do Sul, causa de miocardiopatia, frequentemente subdiagnosticada, principalmente em indivíduos de nível socioeconômico mais 🤶 baixo.

Coprológico: identificação de parasitoses.

Eletroforese de hemoglobina: avaliação de hemoglobinopatias como a anemia falciforme, importante na elegibilidade de indivíduos competitivos.

Grau de 🤶 recomendação: II

Nível de evidência: C

Nos casos selecionados com história pessoal ou familiar de doença cardíaca, alterações no exame físico ou 🤶 no eletrocardiograma, impõe-se uma avaliação cardiológica mais aprofundada antes da liberação para atividade esportiva.

Essa avaliação pode incluir a realização de 🤶 ecocardiograma transtorácico, teste ergométrico máximo e holter de 24 horas77.

Em posicionamento oficial a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte recomenda 🤶 que, do ponto de vista de saúde pública, crianças e adolescentes podem participar de atividades físicas recreacionais de baixa ou 🤶 moderada intensidade sem a necessidade de um exame pré-participação formal.

Quando o objetivo for o esporte competitivo ou atividades físicas de 🤶 alta intensidade, o jovem necessita de uma avaliação médica e funcional, incluindo composição corporal e capacidade aeróbia e anaeróbia76.

Grau de 🤶 recomendação: IIa

Nível de evidência: B

A American Heart Association, em documento publicado em 2006 sobre o teste ergométrico em crianças e 🤶 adolescentes, descreve entre as principais indicações nessa faixa etária: 1- a avaliação específica de sintomas ou sinais induzidos ou agravados 🤶 pelo exercício; 2- avaliar ou identificar resposta anormal ao exercício em crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou em outros sistemas, 🤶 incluindo a presença de isquemia miocárdica e arritmias; 3- avaliação da capacidade funcional para atividades recreacionais ou atléticas77.

Grau de recomendação: 🤶 IIa

Nível de evidência: B

A 36th Bethesda conference e as Recommendations for competitive sports participation in athletes with cardiovascular disease referem 🤶 que a realização do teste ergométrico está indicada na avaliação pré-participação nos indivíduos com cardiopatias congênitas, doenças valvares, miocardiopatias, hipertensão 🤶 arterial, arritmias e outras condições de doença suspeita ou diagnosticada com o objetivo de avaliar a capacidade funcional, sintomas, arritmias 🤶 e orientar a intensidade permitida para o exercício81.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A4.2.1.Ecocardiograma

A ecocardiografia representa modalidade diagnóstica confirmatória a 🤶 ser realizada após suspeição durante avaliação pré-participação inicial.

Em crianças e adolescentes torna-se exame de extrema utilidade na presença de anormalidades 🤶 no exame físico que levantem a suspeita de cardiopatia estrutural, em especial quando da ausculta de sopros cardíacos.

Nos casos onde 🤶 são diagnosticadas alterações no ECG, roletas da betano realização passa a fazer parte do arsenal para o diagnóstico diferencial de cardiopatias graves 🤶 e com potencial para desencadear morte súbita durante a atividade física, como a cardiomiopatia hipertrófica e a displasia arritmogênica do 🤶 VD1,12,79,80.

Grau de recomendação: I

Nível de evidência: A

Em indivíduos assintomáticos não existem, no presente momento, evidências que justifiquem roletas da betano utilização rotineira 🤶 em programas de triagem populacional.

Grau de recomendação: III5.

Grupo portadores de cardiomiopatias e miocardites5.1.

Cardiomiopatia hipertrófica (CH)

A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença 🤶 autossômica dominante que se caracteriza por um desarranjo miofibrilar dos miócitos, acompanhado de hipercontratilidade, hipodiastolia, hipertrofia septal assimétrica com ou 🤶 sem obstrução da via de saída de VE.

Essa doença é a principal causa de morte súbita relacionada com o exercício 🤶 e o esporte em indivíduos abaixo de 30-35 anos na América do Norte, enquanto que na Europa prevalece a displasia 🤶 arritmogênica de VD como principal causa de morte súbita naquela faixa etária3,82.

Até o momento são conhecidos 12 genes implicados na 🤶 gênese dessa doença com mais de 400 mutações genéticas relacionadas com as proteínas contráteis do miocárdio83.

Os portadores de CH podem 🤶 ser totalmente assintomáticos ou apresentar tonteiras, síncope, especialmente relacionadas com o exercício, dispneia, palpitações e angina.

A morte súbita nesses pacientes 🤶 pode ocorrer devido a arritmias ventriculares, supraventriculares (com ou sem pré-excitação), bloqueio AV total, assistolia e infarto do miocárdio3.5.2.

Exames complementares 🤶 na CH5.2.1.Eletrocardiograma

Em torno de 95% dos pacientes com CH apresentam alterações eletrocardiográficas, sendo o segmento ST e a onda T 🤶 comumente afetados.

Cerca de 50% dos eletrocardiogramas apresentam sinais de sobrecarga ventricular esquerda84 e as ondas Q patológicas estão presentes em 🤶 30% dos casos.

É digno de nota que tal achado pode preceder a hipertrofia patológica que se irá encontrar mais tardiamente 🤶 no ecocardiograma85.

As ondas Q da CH surgem por aumento das forças elétricas que são geradas nas áreas de hipertrofia.

A roletas da betano 🤶 direção e magnitude estão relacionadas com o vetor resultante das zonas de maior hipertrofia ventricular84.McKenna e cols.

86 propuseram uma série 🤶 de cinco critérios ecocardiográficos, eletrocardiográficos e clínicos para o diagnóstico dessa doença, especialmente quando ela tem origem familiar.

A tabela 8 🤶 resume as principais alterações eletrocardiográficas nos pacientes com CH.5.2.2.Ecocardiografia

A diferenciação entre a hipertrofia decorrente da MCH daquela secundária ao treinamento 🤶 físico (hipertrofia ventricular do coração do atleta) requer a integração de informações variadas como o padrão e a distribuição da 🤶 hipertrofia, o espessamento parietal, o tamanho das cavidades, a avaliação da função diastólica pelo doppler tissular e ainda a história 🤶 familiar.

Além disso, é importante avaliar a resposta ecocardiográfica dos atletas sob suspeita a um período de destreinamento desportivo87.

Em relação ao 🤶 prognóstico, a identificação de um septo maior do que 30 mm é um fator de risco maior para morte súbita, 🤶 principalmente em adolescentes e adultos jovens88.

O ecocardiograma permite caracterizar o tipo e a extensão do comprometimento do ventrículo hipertrófico em 🤶 um número expressivo de casos, mas a ressonância magnética pode ser útil naqueles nos quais a ecocardiografia não foi capaz 🤶 de fazer o diagnóstico89,90.5.2.3.

Ecocardiograma doppler transtorácicoClasse: I

Nível de evidência: B

Confirmar a suspeita clínica de MCH, determinando o espessamento parietal e 🤶 a presença de gradiente dinâmico.

Investigar a presença de MCH em familiares de primeiro grau.

Reavaliação da evolução clínica, assim como de 🤶 intervenções terapêuticas.

Eco de contraste miocárdico pós-ablação septal para avaliar tamanho da área infartada.

Classe II

Nível de evidência C

IIa: reavaliação anual de 🤶 familiares de pacientes com MCH naqueles com idade entre 12 e 18 anos.

Nos indivíduos maiores de 21 anos a re-avaliação 🤶 deverá ser feita a cada 5 anos;

IIa: doppler tissular para diferenciar MCH da hipertrofia ventricular fisiológica do atleta ou da 🤶 hipertrofia patológica da hipertensão;

IIb: ecoestresse com exercício em pacientes sintomáticos aos esforços na roletas da betano vida habitual que não evidenciam gradientes 🤶 significativos em repouso ou com manobra de Valsalva.5.2.4.

Ecocardiograma doppler transesofágicoClasse: I

Nível de evidência: B

Pacientes com janela transtorácica inadequada;

Para fins de 🤶 avaliação do comprometimento valvar, do mecanismo e da magnitude da regurgitação mitral quando isso não estiver claro na ecocardiografia transtorácica;

Avaliação 🤶 intraoperatória na miomectomia e na ablação septal por alcoolização.

Classe: IIa

Nível de evidência: B

Esclarecer o mecanismo de uma insuficiência mitral atípica.5.2.5.

Testes 🤶 de exercício e (CH)

O teste ergométrico (TE) apresenta valor independente para a identificação de pacientes sob risco aumentado para morte 🤶 súbita.

A presença de alterações marcadas do segmento ST em pacientes com CH pode indicar isquemia sem necessariamente representar enfermidade coronária.

Dessa 🤶 feita o TE apresenta escasso valor diagnóstico, mas pode ser um marcador prognóstico que deve ser levado em consideração84.5.2.5.1.

Indicação do 🤶 TE em pacientes com CHClasse: I

Nível de evidência: B

Pacientes assintomáticos que não apresentam critérios de alto risco como elemento associado 🤶 na estratificação prognóstica;

Pacientes assintomáticos, que não apresentam critérios de alto risco, que desejam realizar atividade física recreativa;

TE como elemento associado 🤶 no diagnóstico diferencial entre síndrome do coração do atleta e CH.

Classe: IIa

Nível de evidência: C

Pacientes com sintomas duvidosos não associados 🤶 com outros critérios de alto risco;

TE submáximo em pacientes com desfibrilador implantado que desejam realizar atividade física de baixa intensidade 🤶 com a finalidade de avaliação da capacidade funcional;

TE submáximo em pacientes com desfibrilador implantado que desejam realizar atividade física de 🤶 baixa intensidade com a finalidade de avaliação da resposta da frequência cardíaca ao exercício.

Classe: III

Pacientes com critérios de alto risco 🤶 sem desfibrilador;

TE convencional com objetivo de diagnóstico diferencial entre CH e hipertrofia fisiológica do desportista.5.2.5.2.

Papel do teste cardiopulmonar de exercício 🤶 na CH

Em atletas que se encontram na chamada zona cinza entre a hipertrofia fisiológica do coração do atleta e a 🤶 patológica da MCH, a mensuração do consumo de oxigênio e do pulso de oxigênio de pico por meio do teste 🤶 cardiopulmonar de exercício (TCPE) pode ser de grande auxílio.

Desportistas altamente treinadas normalmente apresentam valores entre 55-70 mL.Kg-1min-1.Sharma e cols.

89 demonstraram 🤶 que aqueles atletas sem doença de fato tinham um consumo de oxigênio de pico significativamente mais elevado do que atletas 🤶 com CH (66,2 mL.

Kg-1min-1versus 34,3 mL.Kg-1min-1).

É importante frisar que não houve sobreposição entre os grupos.

Por conseguinte, os investigadores postularam como 🤶 ponto de corte a cifra de 50 mL.

Kg-1min-1 para discriminar a hipertrofia patológica da CH daquela secundária ao coração do 🤶 atleta.

5.3.Esporte e CH

Por que existe uma baixa prevalência de CH em atletas de alto nível? A resposta parece estar relacionada 🤶 a um processo de seleção natural que exclui indivíduos com alterações funcionais e estruturais secundárias à CH do treinamento regular 🤶 de alta intensidade requerido para alguém virar atleta89.

Ser atleta competitivo e ter CH é sinônimo de morte súbita? A resposta 🤶 é não.

Todos nós conhecemos casos de atletas que receberam o diagnóstico dessa enfermidade quando já haviam encerrado roletas da betano atividade competitiva 🤶 profissional ou durante ela.

O problema é que o exercício intenso pode ser um gatilho para o desencadeamento de arritmias graves, 🤶 aumento da obstrução da vida de saída do ventrículo esquerdo e/ou isquemia por compressão dos pequenos vasos (possível fibrose por 🤶 isquemias repetitivas), tanto durante o período de treinamento quanto nas competições.

De fato, não existem estudos clínicos ou genéticos que assegurem 🤶 um bom prognóstico.

Quando o diagnóstico desta enfermidade é feito, a exclusão para a prática de esportes competitivos tem sido a 🤶 regra a ser seguida91.

No entanto, é possível que algumas exceções possam ser feitas para atletas assintomáticos e sem critérios de 🤶 alto risco que competem em esportes como golfe, críquete, boliche ou tiro ao alvo.

Persiste a recomendação de exclusão para a 🤶 prática de esportes competitivos para atletas com genótipo positivo, mas com fenótipo negativo para CH, embora na atualidade não se 🤶 disponha de evidências suficientes, uma vez que elas não possuam diagnóstico clínico nem apresentem critérios de risco de risco para 🤶 CH.

Porém, algumas mutações no gene da troponina (cromossoma 1) podem não se expressar como hipertrofia ventricular macroscópica, mas expressar sim 🤶 alterações histopatológicas nas fibras musculares miocárdicas, sendo de maior risco para morte súbita88.

Em atletas com genótipo positivo e fenótipo negativo 🤶 que praticam esportes acíclicos (mudanças bruscas de velocidade com acelerações e desacelerações inesperadas, p.ex.

futebol, basquete, tênis), parece-se ter mais risco 🤶 do que para aqueles que competem em esportes cíclicos (jogging, natação, ciclismo)88.5.4.

Estratificação de risco de MS na cardiomiopatia hipertrófica

Existem critérios 🤶 sugeridos por Rickers e cols.

90 e Colin Lizalde92 para estabelecer os fatores de risco para MS em portadores de CH.

Esses 🤶 critérios encontram-se na tabela 9.5.5.

Recomendações para atletas com diagnóstico de CH

Atletas com diagnóstico provável ou inequívoco de CH devem ser 🤶 excluídos da maior parte dos esportes competitivos, com possível exceção aqueles esportes de baixo componente dinâmico e estático (IA).

Essa recomendação 🤶 independe da idade, sexo, da aparência fenotípica do atleta, da presença ou não de sintomas, de obstrução da via de 🤶 saída do ventrículo esquerdo, de tratamento com drogas, ablação septal, uso de marcapasso ou desfibrilador implantado86.

Classe: I

Nível de evidência: C

Os 🤶 pacientes com diagnóstico de CH devem ser excluídos de competições esportivas de caráter competitivo.

Aqueles classificados como de baixo risco podem 🤶 participar de golfe, biliar, boliche e tiro;

Os esportes recreativos que requeiram alta intensidade ou mudanças bruscas de intensidade não são 🤶 recomendados;

Os sujeitos com genótipo positivo e fenótipo negativo (sem evidências clínicas de doença) podem participar de esportes desde que avaliados 🤶 de forma periódica;

Pacientes sem critérios de alto risco e com teste de exercício normal podem realizar atividade física recreativa cíclica 🤶 de baixa intensidade;

Pacientes com desfibrilador implantado devem ser excluídos de esportes de contato.

Classe: IIa

Pacientes sem critérios de alto risco e 🤶 com teste de exercício normal podem participar em esportes de contato recreativos de baixa intensidade e baixo volume.

Classe III

Pacientes assintomáticos 🤶 com CH, ainda que de baixo risco clínico e genético, capacidade funcional alta e sem antecedentes familiares de morte súbita 🤶 podem participar de esportes competitivos de alta intensidade.6.

Grupo portadores de displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) ou cardiomiopatia de VD

É 🤶 alteração do músculo cardíaco de causa genética por alteração na formação dos desmossomos que se caracteriza por substituição fibrogordurosa patológica 🤶 do miocárdio ventricular direito, podendo acometer também o ventrículo esquerdo92-94.

Essa enfermidade é uma importante causa de morte súbita em jovens, 🤶 incluindo aí atletas competitivos.

Inclusive, essa doença tem sido descrita como a principal causa de morte súbita em atletas na região 🤶 do Vêneto, Itália93,94.

Uma vez que atletas altamente treinados podem ter hipertrofia do VD além de uma variedade de alterações na 🤶 despolarização, repolarização e na condução do estímulo nervoso, o diagnóstico diferencial entre a síndrome do coração do atleta e a 🤶 DAVD deve ser sempre realizado.

O ecocardiograma pode apresentar limitações técnicas para acessar as imagens do VD, podendo ter roletas da betano análise 🤶 estrutural e funcional prejudicada95,96.

A ressonância magnética cardíaca é uma técnica de imagem não invasiva que tem se mostrado promissora96.

A demonstração 🤶 de disfunção segmentar ou global do VD ou um aumento substancial da cavidade dessa câmara cardíaca associada à afilamento do 🤶 miocárdio e presença de fibrose (realce tardio na RM) dá suporte ao diagnóstico da DAVD83,97-100.6.1.

Estratificação de risco de MS na 🤶 displasia arritmogênica de VE

Alguns aspectos devem ser considerados na estratificação de risco de MS na displasia arritmogênica de VD.

Idade Classe: 🤶 IIb, nível de evidência: C

Idade - Há opiniões divergentes se o aparecimento dos sintomas em idade inferior a 20 anos 🤶 teria maior risco.

Síncope Classe: IIb, nível de evidência: A

Síncope - grandes estudos não conseguiram demonstrar uma relação com aumento da 🤶 mortalidade.

ECG AR Classe: IIA, nivel de evidência: C

Eletrocardiografia de alta resolução - a presença de potenciais tardios parece correlacionar-se positivamente 🤶 com a gravidade da doença e a ocorrência de taquicardia ventricular sustentada e fibrilação ventricular, quando está presente disfunção do 🤶 ventrículo direito.

Entretanto, novos estudos serão necessários para predizer o desenvolvimento de arritmias ventriculares.

Ecocardiografia Classe: I, nível de evidência: C

Ecocardiografia - 🤶 a morte súbita é mais frequente em pacientes com dilatação difusa do ventrículo direito e naqueles com envolvimento do ventrículo 🤶 esquerdo, pois a disfunção deste parece ser um marcador de risco para fibrilação ventricular e morte súbita.

Estimulação elétrica programada Classe: 🤶 III, nível de evidência: C

Estimulação elétrica programada - a indução de taquicardia ventricular sustentada varia de 57% a 94% em 🤶 pacientes com taquicardia ventricular sustentada monomórfica, porém é baixa em pacientes que apresentaram fibrilação ventricular ou envolvimento do ventrículo esquerdo.

Quando 🤶 a indução ocorre na presença de disfunção de ventrículo direito, o valor preditivo para morte súbita é maior.

Ressonância Magnética Classe: 🤶 I, nível de evidência C

A RM identifica a disfunção do VD, afilamento de paredes e presença de realce tardio (fibrose 🤶 miocárdica) e a presença de microaneurismas.

Biopsia: pouco utilizada em nosso meio

Holter de 24h, teste ergométrico e dispersão de QT Classe: 🤶 III, nível de evidência: C

Holter de 24 horas, teste ergométrico e dispersão do QT não apresentam valor para identificar pacientes 🤶 com risco de morte súbita bem como o tipo de arritmia ventricular.

Exercício - existem evidências de que o exercício pode 🤶 ser um fator desencadeante de sintomas e arritmias potencialmente graves, sugerindo que essas consequências são dependentes do tônus simpático, especialmente, 🤶 em atletas99,100.

Finalmente, é importante salientar que a forma mais eficaz de se tentar detectar patologias cardíacas silenciosas que, por vezes, 🤶 podem ser causas de morte súbita relacionada com o exercício e o esporte é uma avaliação pré-participação criteriosa e que 🤶 muitas das alterações encontradas nos exames de rotina e que podem ser confundidas com cardiopatias são adaptações fisiológicas resultantes do 🤶 treinamento intensivo e regular, compondo as características conhecidas como síndrome do coração de atleta, cardiomegalia, distúrbios do ritmo e da 🤶 condução e alterações da repolarização ventricular no eletrocardiograma97,98,100,101.

Recomendações para atletas com diagnóstico de displasia arritmogênica de VD

Pacientes/atletas com diagnóstico inequívoco 🤶 de DVD devem ser excluídos da prática de atividades competitiva92,93.7.

Grupo portadores de miocardite

É uma enfermidade associada a um perfil clínico 🤶 heterogêneo, sendo a provável causa da morte súbita em alguns atletas73,102,103.

Geralmente a miocardite é resultado de uma infecção, mas pode 🤶 ser associada ao abuso de álcool ou de drogas103.

A morte súbita pode ocorrer em roletas da betano fase ativa ou até mesmo 🤶 quando já existe uma cicatriz no miocárdio, sendo consequência de arritmias complexas deflagradas a partir de um substrato elétrico de 🤶 instabilidade.

No atleta podemos ter aumento ventricular esquerdo pela doença per se, pela hipertrofia secundária ao treinamento físico ou pela mescla 🤶 de ambas.

O diagnóstico diferencial nesses casos é feito pela clínica do atleta (presença de arritmias, palpitações, pré-síncope ou síncope ou 🤶 ainda pela disfunção sistólica).

A ressonância magnética cardíaca e a realização de biópsia endomiocárdica em certas circunstâncias podem auxiliar no diagnóstico.

É 🤶 importante salientar que inúmeros estudos têm apontado a gripe H1N1 como responsável por um tipo de miocardite grave, quase sempre 🤶 acompanhada de choque cardiogênico.

Recentemente, os comitês organizadores dos Jogos Asiáticos de Cingapura e dos Jogos Olímpicos de Inverno no Canadá 🤶 recomendaram que todos os atletas participantes desses eventos chegassem a esses países vacinados contra a gripe suína.

Lembramos, também, a possibilidade 🤶 de miocardite pelo vírus da dengue em nosso meio em razão das constantes epidemias dessa doença no Brasil.7.1.

Recomendações para os 🤶 atletas portadores de miocardite

Atletas com o diagnóstico de miocardite deverão ser retirados de todos os esportes competitivos e submetidos a 🤶 um período de convalescença por, pelo menos, 6 meses após o início das manifestações clínicas.

Esses atletas poderão ser liberados para 🤶 treinamentos e competições após 6 meses se:

• A função ventricular esquerda, a motilidade da parede ventricular e as dimensões cardíacas 🤶 voltarem aos valores normais (baseados nos estudos ecocardiográficos e com radionuclídeos em repouso e com esforço); • Formas complexas ou 🤶 frequentes de arritmias ventriculares e supraventriculares e arritmias clinicamente relevantes estiverem ausentes; • Marcadores inflamatórios e para insuficiência cardíaca estiverem 🤶 normalizados; • O ECG de repouso estiver normalizado, embora a persistência de alterações de ST isoladamente não seja critério impeditivo 🤶 para retorno aos treinos e competições.8.

Grupo portadores de doença arterial coronariana

A doença isquêmica do coração tem decaído ao longo das 🤶 décadas, no Brasil.

Em 1980, a taxa padronizada de óbitos por doença arterial coronariana (DAC) era de 65/100.

000 habitantes e, em 🤶 2005, os dados mostravam 46/100.000 habitantes104.

A doença arterial coronariana responde pela maioria dos eventos de morte súbita relacionados ao exercício 🤶 em indivíduos com idade superior a 35 anos105.

Os mecanismos responsáveis por deflagrar eventos coronarianos, durante a atividade física vigorosa decorrem 🤶 do aumento da atividade simpática e da maior liberação de catecolaminas, adesão e ativação plaquetárias (levando a risco de eventos 🤶 tromboembólicos), alterações eletrolíticas por elevação do potássio (servindo de gatilho para taquiarritmias ventriculares) e complicações como isquemia subendocárdica,levando a ruptura 🤶 da placa106,107 ou possível erosão da placa108,109, fatos implicados como causas imediatas de eventos relacionados ao exercício em adultos.

No individuo 🤶 jovem, a principal causa de morte súbita durante a prática esportiva é a cardiomiopatia hipertrófica110.

Na última década, a prática da 🤶 atividade física passou a ser recomendada como parte intervenção primária e secundária na prevenção da doença arterial coronariana estável por 🤶 proporcionar uma melhora na capacidade funcional (classe I), atenuando a angina em repouso (classe I), com melhora na gravidade da 🤶 isquemia induzida pelo esforço (classe IIa), além da redução de alguns fatores de risco cardiovasculares(classe IIa).

Os mecanismos propostos e descritos 🤶 para os benefícios do exercício físico na DAC são: incremento da função endotelial, regressão da placa aterosclerótica, formação e aumento 🤶 de fluxo da circulação colateral, vasculogênese, remodelamento e diminuição da apoptose108.

Porém, para que essa população inicie uma prática física é 🤶 necessária uma estratificação quanto à chance de ter um evento cardiovascular109,111.

O algoritmo para a estratificação do paciente inicia-se com anamnese 🤶 e exame físico detalhados e a posterior aplicação de um teste ergométrico progressivo e máximo para uma possível indução de 🤶 arritmias cardíacas, isquemia de esforço induzida, disfunção ventricular e distúrbios na condução atrioventricular.

Os dados fornecidos pelo teste ergométrico irão orientar 🤶 na prescrição da prática física, que deve seguir alguns princípios fundamentais, como frequência, duração, intensidade e tipo de exercício112,113.

Tipo de 🤶 exercício: programa de exercícios aeróbicos são os que trazem melhores benefícios para o sistema cardiovascular e controle dos fatores de 🤶 risco.

Esse tipo de programa é caracterizado por exercícios cíclicos de grandes grupamentos musculares, como caminhadas, corridas, natação, ciclismo, dança, hidroginástica, 🤶 entre outros.

Frequência do exercício: a frequência de exercícios físicos recomendada é de 3-5 vezes por semana, sendo que em alguns 🤶 grupos (hipertensos e obesos) a frequência pode ser até 7 vezes semanais

Intensidade do exercício: a melhor maneira de se mensurar 🤶 a intensidade física do exercício é por meio da frequência cardíaca, determinada por teste ergométrico (TE) máximo.

A frequência cardíaca de 🤶 treinamento deve se situar entre 70 e 85% da FC máxima obtida no TE, podendo ser utilizada a fórmula de 🤶 Karvonen (FC treino= (FCmáxima-FCrepouso) x % da FCreserva recomendada + FCrepouso) ou pela frequência cardíaca correspondente entre o limiar anaeróbico 🤶 e o ponto de compensação respiratória, avaliados pela ergoespirometria.

Nos pacientes iniciantes deverá ser usada a faixa de 50-60% da FC 🤶 de reserva e 60-80% da FC de reserva para os condicionados.

Nos pacientes em uso de betabloqueador devemos associar a FC 🤶 de treinamento determinada pela prova funcional à sensação subjetiva de esforço pela escala de Borg.

Nos exercícios de resistência muscular localizada 🤶 para os principais grupos musculares, deve-se usar de 40-60% da contração voluntária máxima (baixa a moderada intensidade) com 8-15 repetições, 🤶 de uma a três séries, ou de maneira empírica, iniciando com cargas baixas e evoluindo até que a sensação de 🤶 esforço seja de baixa a moderada.

Duração dos exercícios aeróbicos: 30-60 minutos contínuos8.1.

Anamnese e exame físico

Os dados fornecidos pela anamnese e 🤶 exame físico do paciente são imprescindíveis para a avaliação da doença arterial coronariana, se esta se encontra em curso estável 🤶 ou não, auxiliando na estratificação do individuo e programação do exercício (classe IIa, nível de evidência B).8.1.1.História clínica

A história clínica 🤶 é de extrema importância na estratificação do paciente candidato a prática física supervisionada ou não, orientando o médico em relação 🤶 à evolução e ao estágio atual da doença.

Pode-se identificar a presença ou não de sintomas (dor, cansaço, falta de ar) 🤶 e com que grau de esforço eles são desencadeados.

Deve-se fazer um inventário em relação às medicações utilizadas, pois podem influenciar 🤶 na dinâmica da programação e prática dos exercícios, devendo ater-se a algumas características dos sintomas que orientam a probabilidade da 🤶 presença de angina como:

Localização: precordial, retroesternal, ombro, epigástrio, cervical, hemitórax, dorso;

Tipo: constritiva, aperto, peso, opressão, desconforto, queimação, pontada;

Irradiação: membros superiores 🤶 (direito, esquerdo, ambos), ombro, mandíbula, pescoço, dorso, região epigástrica;

Fatores desencadeantes: esforço físico, atividade sexual, posição, alimentação, respiração, componente emocional, espontânea;

Fatores 🤶 de alívio: repouso, nitrato sublingual, analgésico, alimentação, antiácido, posição e apneia;

Sintomas associados: sudorese, náusea, vômito, palidez, dispneia, hemoptise, tosse, pré-síncope 🤶 e síncope.

A classificação da dor torácica torna-se fundamental, sendo divida esta classificação em três grupos: típica, atípica e não cardíaca114,115.

Angina 🤶 típica (definitiva)

• Desencadeada pelo exercício ou estresse emocional; • Desconforto ou dor retroesternal; • Aliviada com o repouso ou uso 🤶 de nitroglicerina

Angina atípica (provável)

• Presença de somente dois fatores acima • Dor torácica não cardíaca • Presença de somente um 🤶 ou nenhum dos fatores acima

Além da história clínica da dor torácica os fatores de risco para DAC devem ser considerados 🤶 na estratificação dos indivíduos, tais como: presença de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, historia familiar de DAC precoce (<55 anos 🤶 para homens e <65 anos para mulheres), sedentarismo e estresse.8.1.2.Exame físico

O exame físico pode ser normal ou apresentar algumas alterações 🤶 identificadas pela ectoscopia, palpação e ausculta, como um ictus desviado para a esquerda, a presença de uma bulha acessória (B3 🤶 e ou B4), identificação de um sopro que podem dar indícios sobre o "status" do coração.

A medida da pressão arterial 🤶 deve ser realizada em ambos os braços, e nas posições ortostática, sentado e deitado e em pelo menos um membro 🤶 inferior, com o objetivo de identificar hipotensão postural ou determinados problemas que podem fazer com que haja diferença significativa da 🤶 pressão arterial entre os membros.

O exame físico é usualmente normal nos pacientes com angina estável27.

Presença de aterosclerose em outros sítios 🤶 pode fornecer dados para uma investigação de DAC em alguns indivíduos que apresentam pulsos de membros inferiores diminuídos, endurecimento arterial 🤶 e aneurisma de aorta abdominal.

Apesar do exame físico nos indivíduos com DAC ser pouco elucidativo, a propedêutica completa, em particular 🤶 a do sistema cardiovascular, deve ser realizada cuidadosamente, pois pode fornecer informações importantes sobre outras condições associadas, como doenças valvares, 🤶 cardiomiopatia hipertrófica e outras.8.2.

Ecocardiograma na DAC crônica:

O uso do ecocardiograma transtorácico tem sido usado como importante método diagnóstico na doença 🤶 arterial coronária assim como método para a avaliação do prognóstico nesses pacientes30.

Nos pacientes que a história clínica e o eletrocardiograma 🤶 são inconclusivos, o ecocardiograma pode demonstrar anormalidades reversíveis ou não da motilidade segmentar, identificando áreas de hipocinesia, acnesia, discinesia e 🤶 aneurismas (classe I) e a extensão dessas alterações, fornecendo também uma variável importante na avaliação da função ventricular esquerda, a 🤶 fração de ejeção (classe I)116.8.3.

Benefícios do exercício na doença coronariana

Existem vários benefícios fisiológicos elicitados pelo exercício em pacientes com DAC 🤶 estável.

A tabela 10 resume os benefícios por grau de evidência.Obs.

: de acordo com a Diretriz da SBC sobre reabilitação cardíaca, 🤶 a melhora da isquemia miocárdica decorre do aumento do volume sistólico (nível A), atenuação da taquicardia durante o exercício para 🤶 cargas submáximas de esforço (nível B), melhora da resposta vasodilatadora dependente do endotélio (nível B) e aumento da perfusão na 🤶 microcirculação coronariana (nível B)117.8.4.

Estratificação de risco para inclusão de pacientes em programas de exercícios e reabilitação cardíaca

O risco de pacientes 🤶 em programas de exercícios e reabilitação cardíaca pode ser categorizado de acordo com a tabela 11117.8.5.

Tomografia computadorizada, ressonância magnética e 🤶 coração de atleta

A despeito da grande utilidade e aplicabilidade prática da doppler-ecocardiografia na avaliação de diferentes cardiopatias, existem situações nas 🤶 quais faz-se necessário utilizar outras modalidades de imagem para o esclarecimento diagnóstico e também para a estratificação de risco.

Em especial 🤶 na avaliação de atletas com suspeita de cardiopatia o emprego dessas metodologias pode ser importante, tais como a distinção entre 🤶 cardiomiopatia hipertrófica discreta e hipertrofia miocárdica secundária à atividade esportiva118,119.

A complexidade dos movimentos cardíacos requer que os equipamentos que se 🤶 destinam a imageá-lo sejam sofisticados o suficiente para reproduzir a anatomia do coração sem artefatos resultantes da própria mobilidade do 🤶 coração118.

Os equipamentos de ressonância magnética de 1,5 Tesla ou superior podem ser utilizados para essa finalidade118.

Na tomografia os dados disponíveis 🤶 na literatura se baseiam em estudos feitos em equipamentos de 64 fileiras de detectores.

Os sistemas com pelo menos 32 fileiras 🤶 de detectores podem ser utilizados de modo eficaz, havendo apenas a necessidade de uma preparação mais adequada do paciente, para 🤶 se aprimorar a qualidade das imagens obtidas118.

Os profissionais envolvidos devem ter recebido treinamento adequado em centros especializados, para assegurar maior 🤶 segurança e melhor qualidade dos exames realizados118.

O uso da ressonância magnética e da tomografia computadorizada para a estratificação de risco 🤶 e a liberação de indivíduos assintomáticos para a prática esportiva ainda é limitado.

Não existem trabalhos disponíveis na literatura avaliando a 🤶 contribuição potencial que a ressonância poderia ter nesse sentido.

Além disso, a tomografia tem, pelo menos em parte, roletas da betano aplicação limitada 🤶 pelo fato de utilizar radiação ionizante, o que restringe seu uso indiscriminado, em especial na população mais jovem.

Contudo, essa tecnologia 🤶 tem papel definido em algumas condições que podem estar presentes na avaliação de assintomáticos que desejam fazer atividades esportivas118,120,121.

A presença 🤶 de sinais sugestivos de isquemia miocárdica em jovens pode estar relacionada à existência de origem anômala de uma artéria coronária.

Essa 🤶 é uma condição na qual a utilização da tomografia ou a ressonância têm papel fundamental e bem definido122.

Em indivíduos de 🤶 idade mais avançada que desejam praticar atividades físicas, a tomografia também pode contribuir, em especial se há conflitos entre os 🤶 resultados de outros exames não invasivos no que se refere à existência de isquemia miocárdica silenciosa.

A situação mais habitual é 🤶 quando há teste ergométrico compatível com a presença de isquemia e cintilografia do miocárdio normal ou duvidosa.

Nessa condição, o elevado 🤶 poder preditivo negativo do exame pode ter papel fundamental para excluir a presença de doença coronária obstrutiva ou para indicar 🤶 a necessidade de se prosseguir na investigação diagnóstica invasiva.

A elevada resolução espacial da tomografia também possibilita que ela seja utilizada 🤶 para a investigação diagnóstica de outras condições, tais como cardiopatias congênitas, cardiomiopatias e anomalias vasculares, mas tais fins também são 🤶 alcançados com a ressonância, que tem a vantagem adicional de não utilizar radiação ionizante118.

Outras condições clínicas que podem envolver a 🤶 utilização de ressonância para a liberação para a prática esportiva envolvem a existência de cardiopatias subjacentes que não tenham apresentado 🤶 manifestação clínica até então.

Nesses casos, as recomendações clínicas para o uso da ressonância seguem as normas estabelecidas na prática cardiológica 🤶 habitual118.

Para avaliação de cardiopatias em atletas que competem em categorias destinadas a indivíduos com mais de 40 anos e com 🤶 testes não invasivos conflitantes entre si118, a tomografia pode ser um exame útil, pois apresenta poder preditivo negativo maior do 🤶 que 97% e pode ser útil para excluir a possibilidade de doença obstrutiva.

Em outras condições clínicas pode haver necessidade de 🤶 investigações adicionais, tais como a presença de arritmias ou ainda o desenvolvimento de alterações ao eletrocardiograma120.

O coração do atleta profissionais 🤶 ou amador de elite à ressonância se caracteriza por ter dimensões maiores de massa, volume diastólico final e volume sistólico 🤶 final.

Tais alterações, por outro lado, ocorrem sem que exista alteração da fração de ejeção, da contratilidade regional ou do padrão 🤶 de contração dos ventrículos.

Esse aspecto deve ser sempre considerado, pois casos de cardiomiopatia hipertrófica habitualmente mostram alteração do padrão de 🤶 contratilidade cardíaca, mesmo que exista discreto aumento da espessura do miocárdio ventricular.

Assim, a forma de torção ventricular, tanto no plano 🤶 longitudinal como no plano transverso, encontra-se preservada em atletas, mesmo os de elite, o que não ocorre nos casos de 🤶 cardiomiopatia hipertrófica119.

Nos casos de adaptação do coração ao esforço encontrado nos atletas de elite o grau de hipertrofia que compromete 🤶 o ventrículo esquerdo difere daquele que interessa ao ventrículo direito, sendo mais pronunciado na cavidade sistêmica.

Além disso, quando há hipertrofia 🤶 fisiológica a relação entre os volumes, as dimensões e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo em relação ao ventrículo 🤶 direito são superponíveis nos atletas e nos indivíduos sedentários sem cardiopatia estrutural119,120.

Uma das principais causa de morte em atletas jovens 🤶 é a cardiomiopatia hipertrófica condição que deve ser lembrada e pesquisada sempre que surgirem indícios de anormalidades para esse subgrupo.

A 🤶 literatura reporta existirem casos de até 13 mm de espessura no miocárdio ventricular esquerdo como resposta adaptativa, em especial no 🤶 caso de atletas de elite do sexo masculino.

É importante lembrar que em diferentes esportes dentre os quais o levantamento de 🤶 peso, o remo, o ciclismo, a natação, maratonas e futebol profissional os atletas também podem ter aumentos expressivos das dimensões 🤶 cardíacas, sem apresentar cardiopatia121.

A miocardiopatia hipetrófica à ressonância também pode compreender a presença de realce tardio, que pode indicar a 🤶 existência de fibrose e estar presente em graus distintos, independentemente da manifestação clínica da cardiopatia.

Alguns estudos têm associado esse padrão 🤶 de imagem à maior presença de arritmias e à evolução para a forma dilatada da doença, sendo um achado que 🤶 deve aumentar a cautela na condução do caso118,119.

A displasia arritmogênica mostra-se também como um desafio em atletas, em especial devido 🤶 à ampla variedade de padrões de imagem que ela pode apresentar.

Deve ser lembrado que a simples presença de tecido gorduroso 🤶 no miocárdio não é patognomônica dessa entidade, uma vez que a presença de gordura no músculo cardíaco pode ser uma 🤶 consequência de outras condições inflamatórias, degenerativas e isquêmicas, além de ser um achado habitual em pacientes acima dos 65 anos.

O 🤶 diagnóstico de displasia é feito a partir da existência de anormalidades regionais nos ventrículos, além da existência de áreas de 🤶 realce tardio nas paredes ventriculares, o que traduz a presença de processo inflamatório e/ou fibrose miocárdica.

A combinação desses achados, com 🤶 ou sem a presença de gordura associada, é que possibilita a identificação da displasia.

Um dado de importância nesses casos resulta 🤶 do fato de que, devido à natureza evolutiva dessa entidade, o diagnóstico implica no afastamento de atividades esportivas121,122.

Outra condição que 🤶 tem importância clínica é a miocardite.

Essa entidade pode ter roletas da betano ocorrência facilitada pela existência de condições que levam à diminuição 🤶 da atividade imunológica, tal como a que ocorre quando há treinamento excessivo por período prolongado, condição habitual dos atletas de 🤶 elite.

A ressonância tem-se mostrado como uma forma eficaz na avaliação desses pacientes, revelando a presença de realce tardio, até mesmo 🤶 nos casos em que não há modificação da contratilidade ventricular, que permitem definir a presença destas alterações.

Alguns autores mencionam que 🤶 o padrão de imagem pode até mesmo permitir que se infira o agente causador da entidade121.

As alterações na presença, na 🤶 extensão e na intensidade do realce tardio nessas condições têm importância prognóstica121,122.

A ressonância e a tomografia computadorizada podem ser importantes 🤶 aliados na estratificação de risco e na avaliação de cardiopatia estrutural em atletas.

Embora seu uso rotineiro seja o de, essencialmente, 🤶 complementar a avaliação realizada pelo exame clínico, eletrocardiográfico e eventualmente pela ecocardiografia, em algumas condições tais como a origem anômala 🤶 de artérias coronárias, na pesquisa de displasia arritmogênica e da miocardite, eles podem compor a linha de frente e são, 🤶 indiscutivelmente, etapas importantes da avaliação diagnóstica tabela 12.9.

Estratificação de risco de MS relacionada com exercício/esporte nas síndromes genéticas arritmogênicas.

9.1.Canalopatias

As canalopatias 🤶 são doenças cardíacas hereditárias arritmogênicas, sem comprometimento estrutural, causadas por alterações genéticas que resultam em disfunção dos canais iônicos cardíacos, 🤶 expondo os seus portadores a um risco de morte súbita123.

As canalopatias mais conhecidas são a síndrome do QT longo (SQTL), 🤶 a síndrome do QT curto, a síndrome de Brugada e a taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica TVPC.

A doença do nó sinusal 🤶 e doença de Lenegre ou doença do sistema de condução também são exemplos de canalopatias.

Os canais iônicos, as correntes de 🤶 íons que transitam através desses canais, as proteínas que ligam a estrutura da membrana das células miocárdicas e as junções 🤶 entre essas estruturas fazem parte da formação do impulso elétrico e da transmissão desses impulsos em todo o músculo cardíaco 🤶 de forma sincrônica, gerando o potencial de ação cardíaco124,125.

O desempenho de cada uma dessas funções é determinado por diferentes genes.

As 🤶 mutações que ocorrem em tais genes causam disfunções específicas e ocasionam as doenças conhecidas como canalopatias126,127.

Os canais iônicos presentes na 🤶 membrana celular permitem a entrada e a saída de íons, seguindo um gradiente de voltagem.

A alteração causada pela mutação genética 🤶 em cada um desses canais pode gerar um ganho ou uma perda da função.

Existem canais iônicos responsáveis pela despolarização e 🤶 repolarização da membrana celular.

O primeiro canal, da direita para a esquerda, chamado de canal eletrogênico, permite a entrada de 3 🤶 íons sódio (Na+) para cada saída de íon cálcio (Ca 2 +) através da membrana.

Os canais de despolarização são: 1) 🤶 I Na , canal de sódio carreado pelo gene SCN5A, cujas mutações que geram ganho da função resultam na SQTL 🤶 3, enquanto a perda da função gera síndrome de Brugada e doença do nó sinusal congênita; 2) I CaL canal 🤶 de cálcio tipo L; 3) I Na/Ca canal de sódio e cálcio, chamado de canal eletrogênico.

Os canais envolvidos na repolarização 🤶 da célula miocárdica são: 1) I K1 canal de potássio gene KCNJ2.

Este canal é responsável pela saída de potássio no 🤶 final da fase 3 do potencial de ação.

O ganho de função desse canal resulta na síndrome do QT curto tipo 🤶 3.

enquanto a perda da função desse canal resulta na sindrome do QT longo tipo 7 e síndrome de Andersen.

2) I 🤶 To1 e I To2 , responsável pelo início da repolarização - fase 1 do potencial de ação; 3) I Kr 🤶 - Canal de potássio - Gene KCNH2/KCNE2.

Este canal é responsável pela saída de potássio no início da fase 3 do 🤶 potencial de ação.

O ganho de função deste canal resulta na síndrome do QT curto tipo 1.

4) I Ks canal de 🤶 potássio gene KCNQ1/KCNE1.

Esse canal é responsável pela saída de potássio no meio da fase 3 do potencial de ação.

O ganho 🤶 de função desse canal resulta na síndrome do QT curto tipo 2.

A perda da função do gene KCNQ1 (que forma 🤶 a subunidade alfa nos poros da membrana celular) e do gene KCNE1 (que codifica a proteína que forma o componente 🤶 lento do canal I Ks ) causa a síndrome do QT longo tipo 1.9.2.

Síndrome do QT longo

A síndrome do QT 🤶 longo é o protótipo das canalopatias.

Relatada há mais de 50 anos, inicialmente como doença autossômica recessiva a síndrome de Jervell 🤶 e Lange-Nielsen128 (surdez congênita, aumento do intervalo QTc e síncope ou morte súbita) e, posteriormente, autossômica dominante síndrome de Romano-Ward 🤶 (QTc prolongado sem surdez), a SQTL demonstrou uma característica hereditária de morte súbita em pacientes sem cardiopatia estrutural.

Atualmente, existem vários 🤶 tipos de SQTL conhecidas, determinadas por mutações em genes que causam alterações distintas na despolarização e repolarização ventricular (tabela 13).

As 🤶 características clínicas típicas da SQTL incluem síncope ou morte súbita associada a aumento do intervalo QTc e presença de taquiarritmia 🤶 ventricular e torsadesdepointes.

Classicamente, existem fatores desencadeantes da síncope na SQTL, atividade adrenérgica na SQTL 1 e despertar súbito ou estímulo 🤶 auditivo na SQTL 2.

Entretanto, existe uma ampla variedade de apresentações, podendo o portador da mutação ser desde assintomático, sem aumento 🤶 do intervalo QTc, até ter síncope ou morte súbita já nos primeiros dias de vida.

Por isso, foram desenvolvidos critérios diagnósticos 🤶 com pontuação para as alterações em 3 critérios principais: história clínica, história familiar e alteração eletrocardiográfica129 (tabela 14).9.2.1.

Alterações genéticas da 🤶 síndrome do QT longo (SQTL)

As alterações genéticas são conhecidas em aproximadamente 60% dos casos clínicos de SQTL.

São conhecidos atualmente 7 🤶 genes responsáveis por essas síndromes.

Entretanto, centenas de mutações já foram descritas, sendo essa a canalopatia cardíaca com maior número de 🤶 mutações descritas130.

A mutação mais comum ocorre no gene KCNQ1, responsável pela SQTL 1 (40-50%) e pela síndrome de Jervell-Lange-Nielsen tipo 🤶 1.

Essa mutação causa uma perda da função da corrente de potássio I Ks , que tem papel importante na repolarização 🤶 celular e na adaptação do intervalo QT à frequência cardíaca.

O gene KCNE1, cuja mutação causa a SQTL5, é muito menos 🤶 frequente (2-3%) e também é responsável pela função de I Ks 123,131,132.

Os genes KCNH2 (HERG), que codifica a subunidade alfa 🤶 dos canais rápidos de potássio e KCNE2, que codifica a subunidade beta, são responsáveis pela entrada rápida de potássio durante 🤶 a fase 3 do potencial de ação131,133.

A perda da função da subunidade alfa representa 40% das SQTL genotipadas e é 🤶 responsável pela SQTL 2134.

A SQTL 3 representa aproximadamente 10% de todas as mutações diagnosticadas na SQTL, ocorre por alterações no 🤶 gene SCN5A, cujo ganho de função produz uma entrada contínua de sódio durante a fase de platô, facilitando despolarizações precoce 🤶 da célula cardíaca.

Centenas de outras mutações tem sido descritas.

Entretanto, as aplicações clínicas de se identificar estas mutações para tratamento e 🤶 acompanhamento dos pacientes e familiares de SQTL são restritas às formas mais conhecidas125.9.2.2.

Estratificação de risco na SQTL

A análise genética tem 🤶 sido muito utilizada na estratificação do risco e em intervenções terapêuticas específicas em pacientes com intervalo QT prolongado, assim como 🤶 em seus familiares, para a identificação de portadores com intervalo QT normal.

A recomendação de estratégias de estratificação de risco e 🤶 tratamento, por serem condições clínicas pouco frequentes, e, portanto, os dados sobre a doença obtidos mediante estudos de coorte, alguns 🤶 com grande número de participantes, com seguimento longo, outros com número mais limitado ou seguimento mais restrito, limita o nível 🤶 de evidência para as recomendações para B.

O marcador de risco mais robusto identificado é um episódio prévio d

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