O Mogi Mirim Esporte Clube, 91 anos, e Rivaldo Vitor Borba Ferreira, que fará 51 em abril, têm vidas entrelaçadas.
O 💱 clube do interior paulista foi a porta de entrada do jovem jogador pernambucano para um grande centro brasileiro.
A catapulta que 💱 o levou a Corinthians, Palmeiras, Barcelona e ao título de melhor do mundo em 1999, pela Fifa.
De carreira vitoriosa nos 💱 gramados, ele se tornou presidente do clube e levou o Mogi Mirim ao título do interior em 2012.
Mas agora estão 💱 em lados opostos.Na Justiça.
A causa envolve dois Centros de Treinamento do Mogi Mirim, que Rivaldo pede como parte do pagamento 💱 de dívidas que o clube teria com ele.
Além de presidente, ele teria sido investidor.
Colunistas do UOL
O adversário de Rivaldo na 💱 polêmica é seu descobridor.
Henrique Stort tem 72 anos.
Foi lateral-direito do Mogi Mirim por 14 anos, de 1968 a 1982.
Depois, foi 💱 por 15 anos vice-presidente (na gestão Wilson de Barros, cartola que transformou o Mogi Mirim em referência, com um ótimo 💱 estádio e times competitivos), por mais 15, diretor de futebol, e por outros cinco, de 2008 a 2013, foi diretor 💱 na gestão de Rivaldo, ex-parceiro que é motivo de orgulho e também agora de angústia.
"Eu descobri o Rivaldo em um 💱 jogo entre Ponte Preta e Santa Cruz.
O Wilson me perguntou se devia contratar e eu mandei que fosse rápido.
Tenho muito 💱 orgulho disso.
E tenho uma decepção muito grande com Rivaldo como gestor.
Ele iniciou a destruição do Mogi Mirim.
Em cinco anos, o 💱 clube ficou devendo muito para ele.
Passou os dois CTs para seu nome.Não vou permitir."
Stort e dois colegas (que já morreram) 💱 processaram Rivaldo para que o clube não perdesse os CTs: "Eu sei como foi difícil construir.
Antes, o Mogi Mirim precisava 💱 treinar em Conchal e outras cidades da região.
Mas agora ele quer ficar com tudo.
O CT é importante para a reconstrução 💱 do clube".
Quem cuida do caso é o escritório SFCB Advogados, de Renato Franco de Campos e Leandro Basdadjian Barbosa.
Renato é 💱 filho de Flavio Campos, companheiro de Stort nos tempos de jogador.
Assumiu a causa sem custos.
"Uma homenagem à amizade de meu 💱 pai com o Henrique Stort."
Os argumentos do processo se baseiam no fato de que o negócio juridicamente deveria ser nulo, 💱 pois Rivaldo era presidente quando decidiu como a dívida seria paga (para ele mesmo) e quais os valores envolvidos.
Também acusam 💱 o ex-jogador de má administração por ter deixado a dívida se acumular.
"Ele jogava no Bunyodkor, do Uzbequistão, e conseguiu um 💱 patrocínio com uma empresa chamada Zero Max, que repassava uma quantia mensal em troca de preferência na compra de futuras 💱 revelações.
Não sabemos se esse dinheiro foi para a conta do Mogi Mirim ou para a conta de Rivaldo", afirma Renato.
Mas 💱 uma perícia foi realizada e deu razão a Rivaldo.
Os advogados de Stort pediram a anulação da perícia e o processo, 💱 iniciado em 2015, está parado.
Do outro lado, Betelen Dante Ferreira, advogado de Rivaldo, contesta os argumentos.
"Rivaldo não estava nas duas 💱 pontas do processo, como eles dizem.
Ele era presidente licenciado porque estava atuando na Grécia, no Uzbequistão, em Angola, no São 💱 Paulo.
Nesse período, a presidência foi assumida por Wilson Bonetti, o vice", diz Dante Ferreira.
1 / 6 Portão do Centro de 💱 Treinamento do Mogi Mirim André Porto/UOL 2 / 6 Cachorro no CT do Mogi Mirim André Porto/UOL 3 / 6 💱 Centro de treinamento do Mogi Mirim abandonado André Porto/UOL 4 / 6 CT do Mogi Mirim André Porto/UOL 5 / 💱 6 Centro de Treinamento do Mogi Mirim André Porto/UOL 6 / 6 CT do Mogi Mirim Rene Couto/Arquivo Pessoal
"É preciso 💱 deixar claro que o Mogi Mirim, mesmo nos tempos de Wilson Barros, não se sustentou sozinho.
Ele era o investidor e 💱 foi ressarcido.
É o que Rivaldo pede agora.
Ele nunca foi mecenas do Mogi Mirim, sempre foi um investidor."
Os dois lados - 💱 os advogados se conhecem - acreditam que um acordo seja o melhor para o Mogi Mirim e também para Rivaldo.
Ninguém 💱 deseja que o caso se arraste.
Mas qual acordo é possível? Henrique Stort pede que Rivaldo construa um novo CT para 💱 o Mogi Mirim.
Betelen repele a sugestão.
"Assim não tem acordo.
Nós propusemos que o Mogi Mirim fique com o CT menor, na 💱 estrada para Limeira, mas não aceitaram."Outros processos
Mas não é só essa disputa com Rivaldo que o Mogi Mirim está envolvido.
O 💱 clube está enredado em outros casos judiciais.
Há um processo do ex-jogador contra Vitor Simões, o investidor que o sucedeu em 💱 2013.
"Existia uma diferença entre o valor da dívida do Mogi Mirim com o Rivaldo e o valor dos Centros de 💱 Treinamento.
Ele se comprometeu a pagar e nada fez.
Hoje, com valor corrigido, é de R$ 10,9 milhões".
1 / 27 Fachada do 💱 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 2 / 27 Entrada do Estádio Vail Chaves André Porto 3 / 27 Sapo de 💱 cimento que faz referência ao apelido do Mogi Mirim E.
C, o Sapão da Mogiana André Porto/UOL 4 / 27 Portões 💱 do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 5 / 27 Sapo de cimento na entrada do Estádio Vail Chaves do Mogi 💱 Mirim E.
C, o Sapão da Mogiana André Porto/UOL 6 / 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 7 / 27 Estádio 💱 Vail Chaves André Porto/UOL 8 / 27 Gramado do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 9 / 27 Arquibancadas do Estádio 💱 Vail Chaves André Porto 10 / 27 Arquibancada do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 11 / 27 Arquibancada do Estádio 💱 Vail Chaves André Porto/UOL 12 / 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 13 / 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 💱 14 / 27 Arquibancadas do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 15 / 27 Arquibancada do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 💱 16 / 27 Arquibancadas do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 17 / 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 18 / 💱 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 19 / 27 Portas do Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 20 / 27 Troféus 💱 do Mogi Mirim André Porto/UOL 21 / 27 Treino dos jogadores do Mogi Mirim André Porto/UOL 22 / 27 Jogadores 💱 carregando a trave no Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 23 / 27 Jogador do Mogi Mirim treinando no Estádio Vail 💱 Chaves André Porto/UOL 24 / 27 Jogador do Mogi Mirim treinando André Porto/UOL 25 / 27 Jogadores treinando no Estádio 💱 Vail Chaves André Porto/UOL 26 / 27 Estádio Vail Chaves André Porto/UOL 27 / 27 Materiais esportivos do Estádio Vail 💱 Chaves André Porto/UOL
Vitor Simões assumiu o Mogi Mirim em sociedade com Luis Henrique de Oliveira, o atual presidente, que explica 💱 o processo.
"Era um valor de R$ 11 milhões, divididos em 22 prestações semestrais de R$ 500 mil.
Como o caso foi 💱 para a Justiça, com os valores da dívida e dos CTs sendo contestados pelo Stort, eu paguei uma prestação e 💱 parei.
Estou esperando a decisão".
Desde que Luis Henrique assumiu o Mogi Mirim, foram quedas sucessivas.
Caiu da Série C para a D 💱 do Brasileiro.
E depois ficou sem divisão nacional.
No campeonato Paulista, foi descendo a escada até pedir licença no ano passado.
Agora, em 💱 abril, começa a disputar a Série B, que corresponde à quarta divisão.
"Olha, eu era inexperiente e também fui incompetente, mas 💱 nunca roubei um tostão do clube.
Lamento o dia que assumi, mas fico até o fim porque tenho honra.
Estou trabalhando para 💱 criar uma SAF que salve o clube.
Com um investidor novo, vou pagar todos os credores".
O clube, segundo Luis Henrique, deve 💱 R$ 25 milhões.
E quem é um dos principais credores? "Sou eu.
O clube deve muito para mim.
Como todos os outros, vou 💱 ser ressarcido", diz Luis Henrique.
Por tudo isso, o ciclo de um clube que já foi espelho para muitos outros parece 💱 não ter fim.
Ao que tudo indica, é muito difícil o Sapão do Carrossel Caipira sair do brejo.