Os autores inicialmente comentam que considerando as pessoas que utilizam drogas em associação com a prática esportiva, o número de 🧾 atletas recreacionais é maior do que o número de atletas de competição.
A maioria desses usuários de drogas tem por objetivo 🧾 melhorar a aparência física.
A real estimativa do número de usuários de drogas nos esportes não é possível porque muitos atletas 🧾 de competição conseguem escapar dos testes antidoping e os atletas recreacionais não são testados.
A motivação de dirigentes esportivos para o 🧾 desenvolvimento de técnicas antidoping são os valores morais da competição "limpa".
No entanto, em recente pesquisa, 98% dos atletas avaliados responderam 🧾 que usariam drogas para ganhar uma medalha olímpica se tivessem a garantia de que não seria pegos nos testes.
Uma constatação 🧾 é que a ética esportiva não está se impondo sobre os interesses econômicos e a vaidade pessoal.
Os autores comentam que 🧾 pouca ênfase tem sido dada na saúde dos atletas em textos científicos sobre doping, mas por outro lado muitos atletas 🧾 não parecem estar preocupados com a própria saúde.
Em uma pesquisa citada no texto, 50% dos atletas responderam que usariam drogas 🧾 que garantissem vitórias em todas as competições em que participassem durante cinco anos, mesmo que morressem em seguida.
No entanto, considerando 🧾 que muitos atletas utilizam drogas por influência de seus técnicos e que muitos atletas de competição acham que o único 🧾 risco é ser pego em teste antidoping, os autores levantaram a literatura científica sobre os efeitos e os riscos das 🧾 drogas no esporte em todos os níveis.
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES
Essa classe de drogas é a mais utilizada por atletas em função da 🧾 grande influência do aumento da massa muscular no desempenho esportivo e na aparência física.
Estima-se que utilizam esteroides anabólicos 11% dos 🧾 adultos em academias, 39% dos fisiculturistas e 67% dos levantadores de peso basistas.
Esses números são significantes, mas deve-se notar que 🧾 não é correta a generalização habitual no sentido de que "todos utilizam".
Os efeitos dos esteroides anabolizantes são dose-dependente e paralelamente 🧾 ao aumento da massa muscular, aumentam a força e a potência.
O uso de doses altas de esteroides anabolizantes por tempo 🧾 prolongado tem sido associado a efeitos cardiovasculares deletérios, com vários casos documentados de morte súbita em jovens por infarto agudo 🧾 do miocárdio e por arritmias ventriculares.
Um estudo documentou que 35% dos usuários de esteroides anabolizantes apresentam alterações como hipertrofia cardíaca 🧾 concêntrica, cardiomiopatia dilatada, fibrose, baixa fração de ejeção do ventrículo esquerdo e disfunção diastólica.
A hipertrofia patológica do miocárdio dos usuários 🧾 de esteroides anabolizantes é potencializada pelo uso simultâneo de GH (hormônio do crescimento).
Outros efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes são a 🧾 redução dos níveis sanguíneos de testosterona, atrofia testicular, esterilidade, disfunção sexual, ginecomastia, acne, calvície, hipertrofia de clitóris, aumento de pelos, 🧾 atrofia de seios e irregularidade menstruais.
Também é relatada associação com ruptura de músculos e de tendões, e no caso de 🧾 utilização via oral, disfunções e câncer do fígado.
Os autores chamam a atenção para os distúrbios psiquiátricos como ansiedade e depressão, 🧾 com elevadas taxas de suicídio e de homicídio.
A associação com outras drogas e alcoolismo é muito frequente e usuários crônicos 🧾 de esteroides anabolizantes têm cinco vezes maior a probabilidade de morte.
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
Cerca de 25% dos usuários crônicos de esteroides 🧾 anabolizantes utilizam também o GH (growth hormone).
Essa droga aumenta a síntese de proteínas no organismo e aumenta a retenção de 🧾 água extracelular.
O aumento de massa magra pode ocorrer pela maior quantidade de água extracelular, mas o GH não aumenta a 🧾 massa muscular e nem a força, com muitas dúvidas sobre efeitos benéficos em outras habilidade atlética.
Um efeito benéfico do GH 🧾 é melhorar a síntese de tecido conjuntivo, favorecendo processos de cura de lesões.
Em estudos controlados de 40 a 80 % 🧾 dos participantes apresentaram efeitos colaterais atribuídos à retenção hídrica do GH: hipertensão, edemas, artralgias, mialgias, parestesias e síndrome do túnel 🧾 do carpo.
Também foram relatados tonturas, fadiga e sudorese.
O GH aumenta a resistência à insulina, agravando ou desencadeando o diabetes mellitus.
A 🧾 associação com esteroides anabolizantes aumenta os riscos de hipertrofia cardíaca patológica, de hipertrofia prostática e de câncer.
INSULINA E IGF-1
Insulina e 🧾 IGF-1 são medicamentos que têm sido utilizados por atletas para estimular a síntese e diminuir a degradação das proteínas.
O principal 🧾 risco imediato da insulina é a hipoglicemia, com risco de morte.
A longo prazo o IGF-1 tem a possibilidade de estimular 🧾 células cancerosas.
ERITROPOETINA
Essa substância é utilizada em forma injetável para aumentar os glóbulos vermelhos e melhorar o desempenho aeróbico.
Efeito semelhante ocorre 🧾 com o treinamento em altitudes elevadas, quando o ar rarefeito estimula o aumento da eritropoietina.
O uso frequente de eritropoietina aumenta 🧾 o risco de tromboses, anemia autoimune e estimula alguns tipos de câncer.
AGENTES ADRENÉRGICOS
Os estimulantes beta-adrenérgicos são bronco-dilatadores e também têm 🧾 ação anabolizante e anti-inflamatória, mas os seus efeitos em melhorar o desempenho esportivo são discretos.
Taquicardia é um efeito colateral frequente, 🧾 mas têm sido relatados casos de arritmias graves, infarto e insuficiência cardíaca aguda.
Os antagonistas beta-adrenérgicos são utilizados para diminuir a 🧾 ansiedade, controlar tremores e melhorar movimentos de precisão, mas os desempenhos aeróbico e anaeróbico são prejudicados.
DOPING GENÉTICO
A utilização de doping 🧾 genético no presente ainda é pouco frequente entre atletas devido a que a metodologia para sinais realsbet aplicação ainda não está 🧾 bem estudada.
Um dos métodos para transferência de material genético é a injeção dos próprios genes no organismo; outro método é 🧾 a injeção de vírus aos quais foram incorporados os genes; e ainda outra possibilidade é o transplante de células às 🧾 quais foram adicionados os genes.
Os genes com maiores possibilidades de melhorar o desempenho atlético são os relacionados com a hipertrofia 🧾 muscular, entre eles os do IGF-1 e os da miostatina.
Os efeitos colaterais do doping genético ainda não são conhecidos, mas 🧾 são previstos o estímulo ao câncer, agressões hepáticas, doenças auto-imunes e a possibilidade de alterações nas células germinativas, com efeitos 🧾 imprevisíveis sobre a prole.
CONCLUSÕES
Os autores enfatizam que o conhecimento atual sobre os efeitos colaterais das substâncias utilizadas em doping ainda 🧾 é apenas a ponta de um iceberg e que a passagem do tempo trará mais dados relevantes.
A informação adequada para 🧾 atletas e esportistas é considerada pelos autores como uma ação importante na prevenção de efeitos colaterais de drogas em pessoas 🧾 sadias e praticantes de exercícios.
COMENTÁRIOS
1) Muitos dos efeitos favoráveis ao desempenho esportivo decorrentes de drogas são devidos ao aumento da 🧾 massa muscular, o que vem a reforçar a importância da musculação para praticantes de atividade física.
2) O grande fator de 🧾 diferenciação entre atletas é a genética individual.
Se não existissem drogas, os campeões seriam as mesmas pessoas.
3) A superação dos desafios 🧾 do esporte é um grande motivador para a sinais realsbet prática.
Uma atitude saudável e adotada por milhões de pessoas em todo 🧾 o mundo é a manipulação de fatores do treinamento e da alimentação, aceitando os resultados que a sinais realsbet constituição genética 🧾 permite.
4) A única maneira segura para não ter efeitos colaterais devido a medicamentos é não utilizá-los.
Metodologia, tabelas, gráficos e bibliografia 🧾 encontram-se no artigo original.
Comentários: José Maria Santarem