De Wiki PsicoeducESPORTE ESCOLARINTRODUÇÃO
A escola é uma instituição que possui seus próprios códigos e funções.
Sendo assim, podemos inferir que a 6️⃣ escola pode produzir uma cultura escolar, ao invés de reproduzir uma prática hegemônica desenvolvida pela sociedade.
Porem, é preciso identificar a 6️⃣ gênese do sistema.
Bach (1992) nos coloca: "Em que medida um sistema não tem slots bacana identidade ou o sentido norteador de 6️⃣ suas ações determinadas por outros sistemas mais poderosos?" A partir desse ponto de vista, começamos a pensar como anda o 6️⃣ sistema educacional brasileiro.
As nossas escolas estão produzindo conhecimento, cultura, desenvolvimento ou apenas reproduzindo as características de um sistema dominante?
A Educação 6️⃣ Física (EFI), por ser uma disciplina dessa escola, também se encontra envolvida por essas dúvidas.
A Educação Física brasileira, ao longo 6️⃣ da história, recebeu influência das instituições militares e esportivas.
Aí nos perguntamos qual é o grau de autonomia pedagógica alcançado pela 6️⃣ EFI? O esporte como um instrumento da EFI, trás algumas peculiaridades em relação a essa abordagem temática.
A EFI se apresenta 6️⃣ com duas propostas de trabalho em relação ao esporte segundo Bracht: a EFI assume códigos de uma outra instituição.
A instituição 6️⃣ do esporte, de tal forma que temos então não o esporte da escola e sim o esporte na escola, o 6️⃣ que significa a slots bacana subordinação aos códigos/sentidos da instituição esportiva.
Esse quadro não trás uma relação de escola/aluno como produtores de 6️⃣ conhecimento e cultura, mas sim uma situação de reprodução de um conhecimento/cultura, determinados por um sistema mais poderoso, ditador das 6️⃣ regras e códigos dentro da escola, também na prática de esportes.
Bracht: "Nessa sociedade, o esporte alcança uma unanimidade: ser esportivo, 6️⃣ aparentar boa forma física, quase já não é uma opção, mas uma imposição social.
Ligada a este boom do corpo ou 6️⃣ das práticas corporais, temos o boom da indústria do lazer e dos materiais esportivos".
Inclui-se aí, o boom da poderosa força 6️⃣ nacional, a mídia.
O dia-a-dia dos alunos é bombardeado pelos códigos das instituições esportivas.
Há uma grande valorização dá competição, do individualismo, 6️⃣ do sucesso, da superação, etc.
Esses códigos são essencialmente oriundos de clubes esportivos, por exemplo.
Segundo Kátia Rubio "é possível afirmar que 6️⃣ toda manifestação esportiva é socialmente estruturadora, na medida em que o esporte revela, em slots bacana organização, no processo ensino aprendizagem 6️⃣ e na slots bacana prática, os valores subjacentes à sociedade na qual ele se manifesta".
Ora, se o esporte é estruturador e 6️⃣ se relaciona com os objetivos subjacentes à sociedade, temos um problema: A dura realidade do país não é projetada para 6️⃣ os milhões de brasileiros.
O que assistimos são espetáculos de esporte de alto nível que se pautam pelo individualismo e competitividade, 6️⃣ e não o esporte como jogo, como lazer, como educação.
A mídia televisiva tem duas preocupações centrais quando transmite jogos:
-um relacionado 6️⃣ à especulação de limites humanos como recordes, marcas e pontos,
-a comparação das performances entre homens e mulheres, atribuindo ao sexo 6️⃣ masculino o paradigma "superior".
Daí se percebe o porque da dificuldade de se trabalhar com esporte em escolas.
O individualismo impede a 6️⃣ integração menino x menina.
A busca pela vitória acirra as disputas.
O marketing sobre futebol e, talvez, um pouco, sobre o voleibol 6️⃣ impede que outros desportos sejam trabalhados.
PAPEL DO ESPORTE
A história do esporte nos mostra que ele tem estreita relação com a 6️⃣ sociedade, por ter sido usado como fins políticos e ideológicos como Hitler o fez nas olimpíadas da Alemanha.
É claro que 6️⃣ não seria possível excluir o esporte com as características das instituições competitivas.
Ora, a sociedade em que vivemos se movimenta dessa 6️⃣ forma.
Mas então, qual seria a relação do esporte com essa realidade e como trabalhá-lo? Em 1988, em Genebra foi lançada 6️⃣ uma carta com os Direitos da Criança.
Em 1996, a mesma foi relançada no congresso de Panathlon em Avignone (1996).
Esta carta 6️⃣ trás contido os seguintes direitos:
1 – Direito de praticar esportes;
2 – Direito de se divertir e de jogar;
3 – Direito 6️⃣ de usufruir um ambiente sadio;
4 – Direito de ser tratado com dignidade;
5 – Direito de ser rodeado e treinado por 6️⃣ pessoas competentes;
6 – Direito de seguir treinamentos apropriados aos ritmos individuais;
7 – Direito de competir com jovens que possuem as 6️⃣ mesmas possibilidades de sucesso;
8 – Direito de participar de competições apropriadas;
9 – Direito de praticar o próprio esporte com absoluta 6️⃣ confiança;
10 – Direito de tempos de repouso;
11 – Direito de não ser um campeão.
ESPORTE ESCOLAR E SUAS CARACTERÍSTICAS Kunz 1994 6️⃣ "assim como nas outras áreas da educação, a Educação Física ( EFI) não deve ser praticada de modo automatizado e, 6️⃣ sim, criativo, que leve algo a mais do que resultado de vitórias ou derrotas.
Leve uma aprendizagem".
Vago 2001 "sugere a problematização 6️⃣ do esporte como fenômeno sociocultural, a partir do confronto dos valores e códigos que o fazem excludente ou seletivo, com 6️⃣ valores e códigos que privilegiem a participação, o respeito, a corporeidade, o coletivo e o lúdico".
A escola é lugar para 6️⃣ se resgatar valores que privilegiam o fazer com o companheiro e não contra o adversário.
Assim, o esporte da escola tem 6️⃣ um grande papel além da prática de atividades, ele é formador de valores.
A primeira vista parece que a melhor decisão 6️⃣ é excluir a competição do processo pedagógico.
Porém, ignorar a competição e excluí-la do processo educativo constitui um grande erro pedagógico.
Seria 6️⃣ muita ignorância excluir a competição numa sociedade que a mantém em slots bacana mais dura face.
Assim como o esporte é um 6️⃣ instrumento da EFI, a competição deve ser um instrumento do esporte, ou seja, um recurso didático usado para um determinado 6️⃣ fim.
O professor deverá saber como dosar o conteúdo, embasado no seu conhecimento e no vínculo que possuí com cada criança 6️⃣ que educa.
ESPORTE DA ESCOLA OU NA ESCOLA?
Segundo Bracht, "a EFI tem seu papel no processo de socialização.
E, socialização é uma 6️⃣ forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes como condição alegada para a funcionalidade e 6️⃣ desenvolvimento da sociedade".
Percebe-se que, assim como as outras disciplinas, a EFI tem seu papel na construção de valores e códigos 6️⃣ que permeiam a sociedade.
Bracht ainda coloca que "...
realmente o esporte educa.
Mas, educação aqui, significa levar o indivíduo a internalizar valores, 6️⃣ normas de comportamento, que possibilitarão adaptar-se à sociedade capitalista.
Educação que leva ao comportamento e não ao conhecimento".
É com essa afirmação 6️⃣ que percebemos o que pode nos dizer essas duas terminologias: esporte na escola e esporte da escola.
O esporte da escola 6️⃣ se caracteriza por um esporte de rendimento, de treinamento, baseado no esporte olímpico, injetado na escola por uma cultura dominante, 6️⃣ televisiva e mercadológica.(Rita 2004).
Como isso se dá na prática? Desenvolvem-se modalidades esportivas mais conhecidas como futebol e, no máximo vôlei; 6️⃣ privilegia como conhecimento de determinadas modalidades esportivas, exclusivamente a execução técnica e tática dos seus fundamentos; reforça a idéia de 6️⃣ ascensão social através do esporte; "sobe essa característica cabe uma análise: vivemos em um país de população predominantemente, na linha 6️⃣ da pobreza e, por isso, com muitas dificuldades de ascensão social pela educação.
O esporte acaba sendo visto como uma possibilidade 6️⃣ imediata para se" dar bem na vida "tanto, filhos como a família".
Além dessas, outras características como reforço do individualismo e 6️⃣ privilégio das atividades repetitivas e mecânicas.
Os PCNs para a área de Educação Física escolar trazem três aspectos que evidenciam as 6️⃣ característics básicas do esporte na escola: o da inclusão, que sistematiza objetivos, conteúdos, processos de ensino-aprendizagem e de avaliação com 6️⃣ o intuito de inserir o aluno na cultura corporal de movimento; o da diversidade, mais aplicado à construção dos processos 6️⃣ de ensino e aprendizagem, assim como uma orientação da escolha de objetivos e de conteúdos, visando a ampliar as relações 6️⃣ entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e os sujeitos da aprendizagem.
Por último, as categorias de conteúdos (conceitual, atitudinal 6️⃣ e procedimental) (BRASIL, 1998).
Elenor Kunz: "É uma irresponsabilidade pedagógica trabalhar o esporte na escola que tem por conseqüências provocar vivências 6️⃣ de sucesso para uma minoria, e vivência de insucesso ou fracasso para a maioria".
Em contraposição, o esporte na escola privilegia 6️⃣ a manifestação cultural e coletiva, própria de cada comunidade e carrega a perspectiva da autonomia.
Trabalha-se com os aspectos de cooperação 6️⃣ e coletivismo, onde nos sensibiliza para a percepção de que a sociedade é construída a partir dos relacionamentos e dependências 6️⃣ com os outros indivíduos que nela coexistem.
E que isso, dar valor ao outro, é atuar com inteligência e estratégia na 6️⃣ construção de uma sociedade construtiva e pacífica.
Também encaminha as crianças para uma prática prazerosa sem se furtas às competições pedagógicas.
Pode-se 6️⃣ aliar técnica, disciplina e estudo rigoroso sobre determinada atividade.
A partir daí, o esporte na escola contribui para se identificar os 6️⃣ talentos às mais variadas modalidades e encaminhá-la aos clubes de competição.
CONCLUSÃO
Embora a educação no Brasil, como vimos, está muito impregnada 6️⃣ de valores de um capitalismo selvagem, disseminado pela mídia, existem, em alguns momentos, brechas que podem, e devem, serem ocupadas 6️⃣ pelos professores.
A EFI não precisa estar a serviço do capitalismo do esporte, mas a serviço da criação de valores e 6️⃣ de uma cultura de movimento, anti-sedentária promotora de saúde.
Pode servir como uma base da pirâmide esportiva, quando se depara com 6️⃣ os talentos no ambiente do esporte na escola.
A iniciação esportiva deve ser promovida nos pólos de treinamento, e o esporte 6️⃣ escolar ser concebido como prática diversificada com ênfase no lúdico, na vivência.Betti (apud.
Martin 2003): acrescenta como função do professor, promover 6️⃣ entendimento na resolução de possíveis conflitos em relação à nossa realidade e que isso constitui requisito fundamental para aqueles professores 6️⃣ que pretendem estimular a prática esportiva escolar.
BIBLIOGRAFIAMARTIN, R.H.C.
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As dimensões 6️⃣ inumanas do esporte de rendimento.
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Alguns comentários em torno da 6️⃣ obra "Olho Mágico: o cotidiano, o debate e a crítica em Educação Física Escolar".
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VAGO, Tarcísio Mauro artigo: " o esporte na escola" e o "esporte da 6️⃣ escola" da negação radical para uma relação de tensão movimento.
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