A série Por uma boa causa sobre os impactos da prática esportiva na saúde física e mental do atleta chega 🗝 ao fim trazendo a tona a preparação psicológica para o desempenho esportivo.
Mesmo ainda encarado com ressalvas entre profissionais dos desportos, 🗝 principalmente em modalidades mais conservadoras como o futebol, o trabalho do psicólogo junto aos atletas ganhou espaço em clubes e 🗝 federações nas últimas duas décadas, refletindo a evolução da ciência e slots dinheiro real aplicação prática.
Diante da enorme pressão por resultados, endossada 🗝 pela expectativa de torcedores e patrocinadores, cabe ao psicólogo compreender as necessidades do esportista e orientá-lo tendo em vista a 🗝 melhor maneira de lidar com o estresse e demais questões emocionais.
Porém, a desconfiança quanto ao trabalho de psicólogos pôde ser 🗝 exemplificado quando, no início do ano, o então treinador do Palmeiras Muricy Ramalho dispensou a equipe de psicólogos que atuava 🗝 no clube há cerca de dez anos.
Evidenciando que mesmo hoje, em alguns casos, a função do psicólogo não é bem 🗝 compreendida dentro do esporte e treinadores acreditam estar capacitados para desempenhá-la.
Contudo, os psicólogos estão cada vez mais presentes na formação 🗝 de equipes multidisciplinares ¯ composta por nutricionistas, fisiologistas, fisioterapeutas, entre outros profissionais das ciências da saúde ¯ para o treinamento 🗝 desportivo.
A Psicologia do Esporte exerce a clínica, a investigação e a educação em um trabalho a médio e longo prazo.
Estuda 🗝 os fatores emocionais que afetam o desempenho dos atletas e os efeitos do esporte para o bem-estar do indivíduo e 🗝 trabalha no atleta o desenvolvimento interpessoal, concentração, ansiedade e motivação.
De acordo com o psicólogo Guilherme Pineschi, professor do Instituto de 🗝 Psicologia (IP/UFRJ), o treinamento de habilidades psicológicas ou treinamento mental visa a permitir que o esportista atinja ¯ com regularidade 🗝 ¯ as condições ideais de rendimento através da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades mentais.
"É uma modalidade de intervenção psicológica 🗝 que faz parte do arsenal técnico da Psicologia do Esporte, da mesma forma que a 'psicologia clínica aplicada ao esporte'.
No 🗝 entanto, diferencia-se desta última: é essencialmente voltado para o contexto esportivo e otimização do rendimento e pressupõe foco educacional e 🗝 relação psicopedagógica entre treinador mental e atleta."
Ao contrário do que boa parte dos leigos cree, a atuação do profissional da 🗝 Psicologia Esportiva não se limita a "apagar incêndios" em situações de crise, trazendo soluções imediatas em um único encontro quando 🗝 ocorre algum problema pontual.
"Um programa de treinamento mental envolve várias sessões e compreende três etapas principais: formação, treinamento e aplicação.
A 🗝 formação consiste na aprendizagem de diferentes técnicas de treinamento mental ¯ através da realização de exercícios ¯ e na identificação 🗝 dos procedimentos que atendem às necessidades do esportista em cada uma das habilidades psicológicas incluídas no programa", conta Pineschi.
E complementa: 🗝 "já o treinamento responde pela repetição das técnicas escolhidas, operacionalização, automatização e integração dos procedimentos à rotina de treino e 🗝 competição.
A fase de treinamento abrange o treinamento dirigido (com a presença do treinador mental) e o treinamento pessoal (desacompanhado, realizado 🗝 no período entre duas sessões de treinamento dirigido).
Na etapa de treinamento, a autonomia do esportista é reforçada para que ele 🗝 seja capaz de contar consigo mesmo.
Por fim, o estágio de aplicação refere-se à utilização, durante as competições (contexto estressante), das 🗝 técnicas de treinamento mental aprendidas e treinadas."